por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Show de Calazans Callou - Rua da Moeda - Recife Antigo.






Callou e os Achadores de Cacimbas, tem pouco mais de um ano, e já vem emplacando seu som, pelas apresentações feita em Gravatá-PE, agora desse a cidade serrana para aportar literalmente na Rua da Moeda, situada no Recife antigo, antigo cais do porto. O projeto Esse é o Som do Recife, chegou em boa hora para prestigiar quem ainda não tem espaço para mostrar sua música em terreno tão cobiçado. Pois ali está o palco da efervecência e multiplicidade cultural do estado de Pernambuco. Estamos prontos, para realizarmos nosso sonho. Esse projeto já é sucesso, começou em outubro e se estenderá até meados de dezembro, levando um público conceitual e de crítica apurada. Será um grande teste para nós. Estaremos lá com toda energia que vem dessas duas cidades muito parecidas em sua essência, Crato e Gravatá: muito verde, cachoeiras e conciência de preservação ambiental. Nós não nos preocupamos com rótulos ou penduricalhos lançados por olhares atravessados, a maior virtude de Callou e os Achadores de Cacimbas é ter seu som sem colagens, árido mas de fácil fertilidade. Nessa apresentação estaremos divulgando parcerias com: Geraldo Urano, Carlos Rafael, Socorro Moreira, Tiago Araripe, Marcos Leonel (Elcapone tá é bêbo), Lupeu Lacerda, Wilson Bernardo e a pernambucana Geovânia Freitas. Dia 12 de novembro as 22 horas. Quem estiver pelo Recife, aparece por lá, serão todos bem vindos. Shows gratuitos.

Vladimir Maiakóvcski




"A poesia é uma forma de produção. Dificílima, complexíssima, porém produção."


"Sem forma revolucionária não há arte revolucionária."


"Eu não forneço nenhuma regra para que uma pessoa se torne poeta e escreva versos. E, em geral, tais regras não existem. Chama-se poeta justamente o homem que cria estas regras poéticas."


"Traduzir poemas é tarefa difícil, especialmente os meus.


Eu


à poesia
só permito uma forma:
concisão,
precisão das fórmulas
matemáticas.
Às parlengas poéticas estou acostumado,
eu ainda falo versos e não fatos.
Porém
se eu falo
"A"
este "a"
é uma trombeta-alarma para a Humanidade.
Se eu falo
"B"
é uma nova bomba na batalha do homem.


(tradução: Augusto de Campos)



O efeito Kirlian em certa República estudantil da Fortaleza dos anos 70 - José do Vale Pinheiro Feitosa

Vou citar nomes de pessoas que provavelmente conheçam ou não: Jackson Sampaio professor da Universidade Estadual do Ceará; Gianni Mastroianni, médico endoscopista gástrico morando em Fortaleza, Barreto o qual só lembro o sobrenome, é publicitário e jornalista e pelo que sei mora em Teresina e o rebelde, filósofo e viajante da alma que acabo de esquecer o nome. Viviam numa república num bairro próximo da Faculdade de Medicina de Fortaleza. Freqüentei muito aquela república para tertúlias políticas clandestinas e culturais rebeldes.

O Tarcísio Tavares, o nosso querido Tarcisinho, médico cratense andava por ali, o Geraldo Acioly, Geraldinho que andou pela França e o reencontrei num governo petista em Fortaleza; o Marcos Penaforte, ex-deputado e secretário de Saúde do Ceará, o César Penaforte, irmão e hoje fazendo doutorado na Holanda; um quadro do Pecezão, o Cândido, com seu tronco dobrado para frente e os olhares laterais e para trás em busca dos agentes da ditadura em perseguição dele. O Tarcísio Baturité, morou muito tempo no Crato na casa de um tio que era funcionário da SUCAM, é médico, além do cronista e escritor Airto Monte. E muitos mais além da Lêda Araripe, médica psiquiatra, o José Wellington de Oliveira Lima, grande bioestatístico da UFC e José Wellington que o distinguíamos pelo sobrenome de Piauí, professor de Epidemiologia da Escola Nacional de Saúde Pública.

O ambiente nem se fala. Uma casa de subúrbio, com varanda, três quatros, uma sala e uma cozinha para esquentar água para o nescafé e leite em pó. Açúcar? Sem refino, em grumos e quase um formigueiro a passear no açucareiro. As baratas? Já sabemos, são covardes e não se dão à vista, a não ser para as mulheres. Uma casa despojada, algumas camas patentes de mola e muitas redes. Na porta o indefectível fusquinha cor de goiaba do Gianni Mastroianni. Com este descobrimos o universo de pores de sol na praia da COFECO, desembocadura do rio Cocó, das nuances de cores na borda do escurecer e o supremo da descoberta: a lua não era bidimensional. Era um perfeito 3 D (está na moda não?) aos nossos olhares filosóficos nas brumas que tanto mexeram com o “desbunde”.

Isso mesmo o “desbunde”. A reação do sistema na alma daquela juventude rebelde, estudiosa do marxismo, com profundo senso de urgência na mudança do status quo social e econômico do país. Não houve um só vetor para atingir amplamente aquela inegável adesão ao sistema ao mesmo tempo em que a “consciência ecológica” e “espiritual” avançava sobre mentes racionais e disciplinadas no materialismo histórico.

Este ambiente foi mais intenso no meu último semestre na capital cearense, a banda derradeira de 1972. E os debates eram imensos, intensos e freqüentes. Lembro da “seriedade” e do “horror intelectual” do nosso querido Jackson Sampaio. Junto com a infiltração de temas que tomaram vulto nas preocupações humanas ao correr do tempo como o desequilíbrio ecológico e outros espirituais que viraram moda, com apegos sinceros e outros escapista diante da época mais cruel da ditadura. Além do mais corria um bom debate sobre estética e, claro, diante de certa rebeldia underground muito que havia na cultura desde as roupas e os cabelos.

Um livro que marcou o “desbunde” daquela geração universitária em Fortaleza foi “O Despertar dos Mágicos” do jornalista francês Louis Pawles em parceria com Jacques Bergier. Um contraponto estimulante para certa “rigidez” da lógica e racionalidade de nossa militância política. Mas sem dúvida uma grande aventura escapista para a leitura histórica dos conflitos políticos, sociais e econômicos que vivíamos. Aí o debate corria madrugadas e os mais ortodoxos chegavam ir aos limites do medo com o fascismo.

Não foi sem razão que as religiões orientais entraram na vida daquela juventude que não encontrava mais novidades nas velhas crenças do ocidente. Junto com as porta das percepções da “Ilha” de Aldous Haxley subiram de valor os “experimentos” do “nirvana” e da “consciência cósmica”. E foi numa desta que os primeiros passos daqueles neófitos da grande viagem se viram expropriados por um hippie paulista e uma companheira uruguaia que prometiam a mais pura de que os Guajajaras do maranhão eram capazes de colher. Muita gente deixou de chegar perto do êxtase sob a mangueira de bruma rosa. O danado do hippie quase que rouba o enlevo da Cléo e Daniel do escritor Roberto Freire.

Aí a acumulação capitalista ocupou o espaço. Ou melhor, o negócio viu a oportunidade e inventou uma revista chamada Planeta. Que se diga de passagem não era menos honesta do uma Super Interessante da vida. Queria desvendar os mistérios do universo e convenhamos os mistérios são muito mais estimulantes dos que a aridez de complexos problemas humanos na crosta deste planeta incerto e de uma sociedade desigual. Uma técnica para dar credibilidade às “teses” da revista Planeta já não pode ser utilizada nos tempos atuais.

Toda teoria de poucas evidências, recheada com fatores de confusão e associando coisas apenas por que estão presentes no tempo e no espaço, do tipo os “deuses eram astronautas”, tinha um mote certo para se mostrar inquestionável. Eles diziam que a União Soviética atéia havia testado aquilo e concluíra pela verdade. Pronto, estava feita a prova, ler em russo não era para ninguém e menos ainda quem lesse não conseguiria ter acesso a textos da ciência russa naquela época mais intensa da guerra fria.

Uma das referências era o Efeito Kirlian que fotografava a aura das pessoas. Aqui estamos entre o budismo e o espiritismo kardecista. Aliás, o efeito Kirlian não foi descoberto por ele: foi descoberto pelo padre porto alegrense Landell de Moura em 1904. Muita gente adere ao pensamento e se encanta com as imagens luminescentes extraídas com a técnica Moura/Kirlian. De fato esteticamente têm um efeito arrebatador e permite extrair momentos de êxtase nas pessoas mais sensíveis.

A questão é que a técnica tem a mesma capacidade de enriquecer o olhar como existe com os raios x que até permitem aos médicos que conhecem a anatomia humana estudar problemas de saúde em órgãos internos que os olhos não enxergam. Agora mesmo existe uma nova técnica de ultrassonografia, desenvolvida para estudar a composição do queijo em queijarias francesa e que tem mostrado capacidade superior à própria biópsia hepática para estudar evolução de doenças hepáticas.

O efeito Kirlian, que é fotografar objetos submetidos a campos elétricos de altas voltagens e frequência e de baixa intensidade de corrente, encontra luminescências belas tanto nas pessoas, quanto nos animais, plantas e também em materiais inorgânicos. Embora os russos tenham em conta que podem estudar alguns efeitos emocionais e de saúde, nada é definitivo, mas o valor estético é notável. Basta procurar na internet que veremos belas imagens.

Quanto àquela república, acabei de telefonar para um dos moradores dela e nem ele foi capaz de lembrar o nome esquecido do nosso querido rebelde e viajante da alma. Contou-me o Geraldinho, muitos anos após, que um dia, numa das aulas terríveis de estruturalismo na faculdade de filosofia, o nosso esquecido levantou-se de repente e com as mãos sobre a cabeça, que parecia ferver, disse: ai meu Deus que saudades da minha jumentinha lá em Jaguaribe.

Mil palavras - Fábio Brüggemann



Cafés, os sem cafeína. Carnes, as mal passadas. Pães, os que eu mesmo amasso. Doces, os com pouco açúcar.

Governos, os que apenas governam. Políticos, nenhum, porque, segundo o poeta negro norte-americano, e. e. cummings (assim mesmo, em caixa baixa, como ele assinava), por outras palavras, não são humanos. Juízes, os que não se vendem por R$ 2 milhões.

Cidades, as que ainda não têm meninos cheirando cola nas ruas. Bares, os quais eu posso fumar, beber, conversar em paz e encontrar meus amigos.

Amigos, os que podemos ficar em silêncio sem que o silêncio nos incomode. Escolas, as que a elite babaca abandonou.

Livros, os que usam letra com serifa e não se pretendem cheios de firulas, que têm margens grandes e que cheiram bem.

Regras, as que devem ser quebradas sempre. Leis, uma única, a de que ninguém tem o direito de amedrontar alguém. Trabalho, só os que dão prazer, que não têm horário fixo para cumprir e que remunerem com justiça.

Cheiros, o que abrem as gavetas da memória. Mate, os mais amargos. Frios, os secos. Calor, só quando estou próximo ao mar. Mar, todos eles.

Poemas, os que não têm tradução. Prosas, as mais poéticas. Filhos, os mais amigos. Fumos, os de baunilha. Paisagem, as planas e altas. Cabelos, os mais curtos. Casas, as mais amplas, ensolaradas, de janelas grandes e com varanda.

Conversas, as que dão vontade de apenas ouvir. Artista, o que não faz concessão.Esperas, as que nunca têm fim, porque alimentam como o pão que não mata a fome.

Amores, os impossíveis. Cachimbos, os feitos de brezo. Remédios, os que não preciso tomar. Bebidas, uísque para sair e vinho para ficar em casa. Sucos, os do limão. Chás, os de hortelã com cidreira.

Lua, a mais redonda. Rios, os limpos, em que a água corrente faz lembrar o rio de Heráclito. Árvores, a araucária. Futebol, o que jogo às segundas-feiras.Estradas, as mais vazias. Roupas, as de algodão.

Papéis, os mais rugosos. Comidas, as que eu mesmo invento. Flores, as que não temem sua memória genética e que mostram ao homem o que ele não consegue admitir: que têm de morrer pra germinar. Mulheres, as que gostam de medir minha mão na sua.

Fábio Brüggemann


O "editar" textos - José Nilton Mariano Saraiva

Reza o velho (e sábio) adágio popular que “em panela em que muitos mexem a comida sai crua ou sai queimada”. Pois não é que na (vã) tentativa de sair da incômoda situação em que se colocou (teria usado inapropriadamente o termo “senilidade” na tentativa de descredenciar a respeitável octogenária D. Almina Arraes), a posteriori, no “discurso-defesa” proferido em sessão da Câmara Municipal do Crato, o líder do prefeito acabou metendo os pés pelas mãos ao (atabalhoadamente ou não) “transferir” ou “repassar” in totum para um aliado político (o atual presidente da SAAEC) o pesado ônus pelas graves acusações sofridas por aquela senhora (numa autentica versão crepitante do “fogo-amigo”), conforme se depreende do parágrafo que estranhamente não foi dado a conhecer ao distinto público, mas que diligentemente “transcrito” e veiculado pelo filho de D. Almina Arraes, Joaquim Pinheiro, na forma de comentário, a saber:

"Joaquim Pinheiro disse...
Vereador George,
Vc "esqueceu" de incluir no cariricaturas o parágrafo do seu aparte que transcrevo abaixo:
... foi exagero por parte da minha parenta que hoje é considerada na própria família como pessoa que está na iminência de ser interditada por conta da sua senilidade por questões já da idade, já criando fatos que não existiram ...(inaudível) inclusive, inclusive isto foi o motivo de defesa do próprio Presidente da SAAEC...
No dvd isto foi dito por S Excia, e não pela Vereadora Mara.
1 de novembro de 2011 18:57"

Como se vê, o “editar” textos - publicar só o que interessa e jogar pra debaixo do tapete aquilo que não é “conveniente” – não é e nunca foi uma política muito recomendável, porquanto alguém mais expedito e antenado poderá não concordar, divulgando-o ipsis litteris (como é feito, no momento).
E agora, vão também tentar descredenciar o Joaquim Pinheiro, já que ele deixa patente (também) não concordar com a estranha, risível e inacreditável “interdição” da mãe, conforme sugerido na peça do ilustre vereador-suplente ???

O Pássaro que Deseja a Paz. Por Liduina Belchior.

Numa família de voadores, onde compreende-se: pai, mãe e filhotes, uma das prioridades, além do amor, compreensão e união... É a paz. A mamãe ave cuida do ninho, dos rebentos, dos vôos rasantes e planados. O papai pássaro interage com esse processo, contribuindo com a provisão de sua casa-ninho, mas em comum acordo com sua companheira. Cuida também, da jornada do seu clã, participando ativo, corajosamente e democráticamente do amanhã de seus bichinhos. Este pássaro atuante e gestor, o que mais almeja neste momento, para o futuro eminente, é a harmonia e evolução de seus filhotes. O humano não é diferente dos pássaros, guardadas as devidas proporções. O equilíbrio familiar, emocional e sócio-econômico, são projetos essenciais de toda a família. Os filhotes-filhos, baseados nos valores morais e filosofia familiar, devem alçar seus primeiros vôos em em seu próprio lar-ninho. A família possui o compromisso de formar a personalidade e o caráter de seus filhos para que possam enfrentar os desafios da vida, baseados nos pricípios éticos e morais. Aqui está, no meu ponto de vista, a instituição família e seu árduo caminho. Para se conviver bem, é necessário o exercício e a prática dos valores básicos e convidar para o seu interior, o amor e a paz.

Pier Paolo Pasolini



Pier Paolo Pasolini (Bolonha, 5 de março de 1922 — Óstia, 2 de novembro de 1975) foi um cineasta italiano.




Amigos:

O SINAL é um sindicato nacional que reune várias regionais e tem como Presidente nacional o senhor Belsito.
SINAL - Sindicato Nacional dos Servidores do Banco Central.

A cartilha de dona Almina, espalhada por esse Brasil afora, está, com suas lições de informática colocadas de forma elucidativa, orientando, tirando dúvidas, tornando simples um caminho novo para muitas pessoas. 

(Stela Siebra de Brito)

Colaboração de Monalissa Esmeraldo


“A mulher moderna de hoje é a mulher simples, que carrega a felicidade dentro de si, e a revela em sorrisos enquanto resolve os seus problemas comuns do dia a dia. É a mulher que concilia as pessoas da sua vida, com os direitos e deveres que todos temos e faz desta soma uma solução colorida de esperança e alegria"

As luzes na visão - Emerson Monteiro


Quando o Sol nasce traz de dentro de si todas as cores para gregos e troianos contemplar numa admirável percepção. Independente do gosto das criaturas, clareia sem discriminação; brilha sobre maus e bons, luz intensa sobre as mais diversas e surpreendentes histórias. Mostra o filme das existências, isto livre de impor, a quem quer que seja, sua vontade poderosa, possibilitando a experiência viva do valor do olhar de todos.

Com isso, a chance de utilizar essa capacidade ofertada pelas tantas oportunidades indica o quanto resta aprender diante das películas exibidas no cinema esplendoroso da natureza humana. São as lições dos sonhos múltiplos, a generosidade que desenvolve o transcorrer dos filmes exibidos sem parar, sessão interminável. Hoje, uma superprodução a cores no jeito de Cecil B. DeMille e seus épicos imorredores tirados das páginas bíblicas. Amanhã, episódios em preto e branco dos contos de Edgar Allan Poe, recheados de surpresas e mistério. Na sala imensa os motivos mil para olhos abismados ganhar contornos variados, nos detalhes e no todo.

Caminhar, pois, ao sabor dos muitos instrumentos, a fim de melhorar qualidade, na mesa dos apetites vindos ao nosso gosto na função dos elementos. Buscar carinhosamente aprimorar esse saber pessoal diante dos meios, os valores individuais, eis o que praticar, invés de exigir dos outros. Descobrir no próprio ser as escolhas e realizar os instantes com sabedoria e bom gosto.

Conquanto o filme insista continuar todo tempo na tela do presente individual, cabe utilizar o enredo em proveito do aprimoramento, através das boas práticas adotadas. Ver o bem que queremos ao mundo inteiro, dentro de nós, através das lentes do enxergar, até que possa permitir crescimento amplo do amor, estilo inigualável onde nada muda se nós não mudarmos, qual ensinam os professores.

Além de tudo, há que continuar a projeção nas consciências, independente de questões particulares. As luzes das manhãs sempre chegam fortes à razão e ao sentimento e selecionar o que assistir só depende desse gesto das predileções do espectador, na visão mágica que se movimenta aqui em nossa frente.

No silêncio o pensamento é livre!


As estrelas conspiraram nesta madrugada. 
Mesma freqüência,milagre do encontro, éter do entendimento.
Versos musicais orquestram o momento- saudades de um tempo!

Carpete molhado
Vinho derramado
Lençol amassado
E o cheiro do amor.

Ele, o seu eterno
Ele, sem palavras...
Ele, e o seu obstáculo

Adormecidos, encantados
Nas décadas da espera

Promessa de um chá
Quem sabe um olhar
Festa de risos
No amanhecer
De novembro

Desejo na memória
O pejo, no desejo!

Ele cantando baixinho
uma leve cançao
que fala de amor...

Noah





Moça-flor


Moça flor é você a mais flor
Moça flor, tem a cor do amor
Seu olhar a brilhar e
essa lágrima leve querendo chegar
traz tristeza no ar
Moça flor, esta lágrima pura
é o orvalho da flor que chorou, que sentiu
Deixa o tempo passar, moça flor vai chorar,
É o amor...
Moça flor, tem a cor do amor...
Composição: Durval Ferreira e Lula Freire - 1974

Dia de Finados - por NORMA HAUER



As pessoas que partiram e deixaram saudade, podem ser lembradas em qualquer dia do ano. Assim parece não haver necessidade de um data especial
Mas por que foi criada uma data? E ela é exatamente 2 de novembro? Criada pela Igreja Católica,o objetivo foi que todos os mortos, principalmente os que não eram referendados, tivessem um dia em que se fizessem orações para eles, independente de serem amigos ou parentes.
Foi escolhido o dia 2, porque no anterior (1° de novembro) eram ( e ainda são) comemorados todos os santos, uma vez que há muitos considerados santos, que não têm um dia especial.
Não é essa data que dizemos ser o “Dia de São Nunca”?

No século XIII, foi escolhida a data seguinte (2 de novembro) para que todos os mortos sejam referendados.

E nós, atravessando séculos, estamos aqui seguindo a tradição de relembrar nossos entes queridos, como se eles precisassem de uma data para serem relembrados.

Tradição é tradição e, queiramos ou não, essa data nos traz grandes recordações quando vêm-nos à memória amigos e parentes que já partiram.
Pais, irmãos, primos, tios... amigos... nossa memória traz-nos suas presenças e assim, embora não precisemos de uma data especial para referendá-los, a verdade é que essa data faz o passado retornar.E com o passado retornando, lembranças felizes também retornam.
Só as felizes porque, “plagiando” Álvaro Moreyra, dizemos “As amargas não”.

NORMA

Se eu pudesse voltar ... - por Socorro Moreira


Se eu pudesse voltar,
Recife seria a minha !


Fui passageira constante
Transportes intinerantes
Acidentes contornei
Ilhada , sempre fiquei
Mesmo livre , me enterrei
Se eu pudesse voltar
não iria mais adiante !


Tuas pontes
carreguei entre os meus rios
mesmo secos, mesmo cheios
não perdi de ti o vício.
Se eu pudesse voltar,
eu juro...
Nunca teria vindo !


Mas já que nada é possível
Se voltar é precipício,
fico no Crato querido
com todo aquele juízo,
que perdi ao te deixar
Se eu pudesse voltar ...
Não sei bem o que eu faria !

Carlos Pena Filho - por Joaquim Pinheiro


Carlos Pena Filho, enfocado por você hoje, certo dia entregou uma letra para Capiba musicar. A intenção era gravar em ritmo de frevo para o carnaval do ano seguinte. O maior compositor de frevo, no entanto, vendo a beleza dos versos, afirmou que a poesia, era bonita demais para tocar apenas os 4 dias de carnaval. Dessa forma, saiu a música gravada por Maysa Matarazzo, Nélson Gonçalves, Ciro Monteiro, Claudianor Germano e muitos outros. Era uma das músicas preferidas de Tio Miguel. Veja a letra:

A mesma Rosa Amarela

Você tem,
Quase tudo dela,
O mesmo perfume,
A mesma cor,
A mesma rosa amarela,
Só não tem o meu amor.

Mas nesses dias de carnaval,
Para mim você vai ser ela,
O mesmo perfume a mesma cor,
A mesma rosa amarela,
Mas não sei o que será,
Quando chegar a lembrança dela,
E de você apenas restar,

A mesma Rosa Amarela.