por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Tá na hora do improviso...Acordem, gente da rima!

Aloísio, Nicodemos
Germano, Ângela, Bastinha...
Tá faltando uma rodada
do produto que é a rima

Pro mode falar de "Música"
Eu arrisco meus versinhos:

 
A verdade é que sou Música
De alma e de  coração...
Pois um amigo me disse:
"é a linguagem da emoção"!


Despedindo-me por hoje
 Deixo  a minha sugestão
 Que o mote  seja forte
 Como o vento e o tufão
 Que  seja da cor do céu
  Com nuances de outra cor
Que seja verde  mulato
Os olhos  daquele amor


(socorro moreira)


Sopa e Mel na Tigela do Tempo


Dona Escolástica até tinha o direito de implicar com a sonoridade do seu nome . Ele terminava por lhe imprimir um ar de austeridade monástica . Pronunciado , mesmo carinhosamente, já soava como uma ordem do general para o samango. Aquilo era epíteto pesado demais para uma pessoa só, devia ser carregado, não por ela, mas por toda uma escola filosófica, pensava consigo mesma. A opinião de Escolástica, no entanto, não era compartilhada por seus conhecidos. Havia um consenso entre todos os amigos : mais que um nome , aquilo tinha sido quase que uma premonição do velho Patápio Brandão Peixoto, o pai dela. Escolástica, desde nova, mostrara-se de uma determinação e um vigor impressionantes. Despachada, nunca levou desaforo para casa e jamais precisou de ajuda de quem quer que fosse para resolver suas questões. Menina, já detinha o título de terror da rua e os meninos tinham mais medo dela do que da palmatória dependurada no armador da sala. Cresceu com a mesma impulsividade da infância e levou para a adolescência e a vida adulta aquela independência invejável. Fez-se professora primária e os alunos temiam mais a mestra do que os pais.
Toda intrepidez já precoce de Escolástica fez com que os homens dela se afastassem, como o capeta de água benta. Quase não teve namorados e casou coroa, já engatilhando os últimos cartuchos da macaca. O marido , Serginaldo, era barbeiro e um barriga-branca convicto. Diante da esposa, era autorizado a pronunciar apenas algumas palavras básicas : Sim , senhora ! Já vou ! Apois tá certo ! Você é quem sabe ! O casal teve apenas um filho que , para manter a tradição, envergou o pomposo nome bíblico de Absalão. A escolha do nome do filho transparecia uma outra faceta da nossa professora: beata piedosa , fazia do debulhamento de terço e mergulho em pia de água benta seus esportes prediletos. As más línguas até comentavam que o motivo de Absalão ser filho único, vinha da necessidade de fornicação para fazer menino: Escolástica não podia aceitar um escandelo desse tamanho e deve ter ficado aguardando o Anjo Gabriel anunciador da segunda gravidez -- essa sim totalmente livre das impurezas do coito.
A regra da mão e a luva quebrou-se , totalmente, já na segunda geração do velho Patápio Peixoto. Absalão, rapidamente, fugiu à regra. Desde cedo apresentava uns trejeitos estranhos e, já adolescente, assumiu, totalmente sua sexualidade. Só duas pessoas não percebiam ou fingiam não perceber a sensibilidade aguçada e as roupas e adereços extravagantes do menino : os pais. Absalão, rápido, entendeu a barra que era, viver aquilo que a vida lhe escolheu, numa cidade pequena. Cedo, resolveu ir estudar na capital. Desde pequeno demonstrava grande sensibilidade musical e ainda pivete começou a tocar violão intuitivamente, arte que deve ter herdado dos Brandões.
Na capital, fez-se músico de formação e não demorou a ser conhecido em todo o estado por suas habilidades nas cordas da guitarra. Tinha uma grande legião de amigos mulheres, amigas homens e fãs das mais variadas orientações. Pessoas que não tinham qualquer receio em viver os sabores da vida conforme eles lhe haviam sido servidos à mesa. Com o nome na mídia, Absalão fez-se o orgulho da mãe que dava notícias da visibilidade do filho por onde passava. No fundo, aquilo era uma maneira, à Escolástica, de passar na cara a vitória do rebento, frente aos reiterados comentários maldosos e úmidos de preconceito dos vizinhos e amigos.
No fim do ano, Absalão ligou para a mãe informando que estava indo passar alguns dias com ela. E mais: ia levando a banda e um grupo de amigos. Quando o filho chegou, foi aquela alegria danada: como pinto em beneficiadora de arroz. À medida que o dia foi passando, no entanto a genitora de Absalão não tardou, pouco a pouco, a transformar-se em novamente em Escolástica. Torceu o nariz para os amigos do filho que usavam roupas esquisitas, mesmo sem perceber, com aquela cegueira de mãe, que os homens eram afeminados demais e as mulheres másculas usavam coturno. À noite, na hora de dormir, em casa pequena, uma Escolástica tradicional saltou de dentro da mãe do músico e ordenou:
--- Ei, pessoal ! Tudo bem que vocês estão aqui e nós estamos felizes com a visita, mas vou logo avisando: aqui não tem regras ! Não tem modernismo , não ! Nada de safadeza! As mulheres dormem num quarto e os homens no outro !
Mal percebera Escolástica que o mundo dera muitas voltas e que a sopa, derramando-se na tigela do tempo, caíra no mel. Enquanto se agasalhavam, par com par, os homens com homens e mulheres com mulheres, uma das meninas sussurrou para um Absalão já em plena lua de mel, no outro lado:
--- Absalão, Absalão ! Mas tua mãe é muito avançadinha, menino ! Benza-te Deus !

J. Flávio Vieira

O poeta

‎'O poeta, independentemente de educação, idade, sexo e preferências, permanece no seu coração como o herdeiro espiritual da humanidade dos primórdios. Explicações científicas sobre o mundo não o impressionam muito. Ele é um animista, um fetichista, que acredita nos poderes secretos adormecidos em todas as coisas, e está convencido de poder mexer com essas forças com a ajuda de um punhado de palav...ras bem escolhidas. O poeta pode até ter recebido um ou outro título com distinção e louvor, mas no momento em que se senta para escrever um poema, seu uniforme da escola racionalista começa a pinicar sob os braços. Ele se retorce, bufando, abre primeiro um botão, depois outro, até arrancar a roupa de uma vez, expondo-se diante de todo mundo como um selvagem que leva uma argola no nariz. Isso mesmo, um selvagem. Do que mais se pode chamar uma pessoa que fala em versos com os mortos e os não-nascidos, com as árvores, os pássaros, e até mesmo com abajures e pernas de mesa?' Da polonesa Wisława Szymborska, que partiu neste primeiro de fevereiro

ADEUS A WISLAWA SZYMBORSKA


 Há tempos eu queria fazer um poema a Wislawa Szymborska.
Agora ela morreu.
... Wislawa Szymborska morreu e eu não fiz o meu poema.
Fiquei sem graça.
Com cara de tacho.


Não sei por que não escrevi.
Certamente porque não ficaria à altura dela.
Mas eu tinha o poema todo na cabeça.
Eu iria falar de um gato.
Seria um gato comum, sem nenhuma particularidade especial.
Um dia ele subiria na mesa,
Se espreguiçaria como os gatos fazem,
Dormiria numa almofada, num canto da sala,
E Wislawa Szymborska diria: Isto é a poesia.


Não era preciso nada de extraordinário.
Ninguém veria que o gato tinha um olho verde e outro azul,
Que era branco com o rabo xadrez (ou rajado).
Era apenas um gato.


Hoje penso em Wislawa Szymborska subindo uma escada.
Falta pouco para chegar ao topo.
Falta tão pouco
Que, de repente, Wislawa Szymborska está no topo da escada.
Cheguei, diz.
E agora?
A morte é como um poema: você não sabe como,
Mas sabe que precisa escrever.
Depois de escrito, não é surpresa nenhuma.
A vida continua.
Com suas pedras no meio do caminho,
Alguma borboleta – a leveza da borboleta,
Algum gato – que pisa leve, muito leve,
Gente que reclama,
Gente que segue em frente.
A poesia não é um prato de sopa.
Se fosse, seria um prato de sopa de pedras.
Adeus, Wislawa Szymborska.


1-2-2012 - J. C. M. Brandão

Ai quem me dera – Tom Jobim / Marino Pinto

Ai quem me dera ser poeta
Pra cantar em seu louvor
Belas canções, lindos poemas,
Doces frases de amor
Infelizmente, como eu
Não aprendi o A-B-C
Eu faço sambas de ouvido pra você

Depois de muitas frases lapidares, eu percebi
Que as rimas que eu preciso,
Essas rimas esqueci
E que o verbo amar não se conjuga sem você
Eu faço sambas de ouvido pra você


um repente...- por socorro moreira




Eu já vivi por aí
já andei por muita estrada
do mar até o sertão
cruzei com gente encantada
cansei de arrumar a mala
voltei pro sertão do Crato.


Sou sertaneja, e me orgulho
embora eu goste do mar
mas o mar verde da flora
vejo do lado de cá
avisto a minha chapada
e tento me acomodar.




sertão tem a sua gloria
coisas boas de provar
cheiro de mato
açude,
a chuva que cai do ar
molha mangueira e caju
pois o sertão é um mar !


Mar de luar bonito
de gente singela, calejada
que passa o dia na roça
mas de noitinha ela dorme
com a cabeça no lugar.


Me despeço nesse verso
do povo do Cariri
quem quiser nos visitar
pode chegar e roer
um caroço de pequi !


PEDRO CAETANO- por Norma Hauer




Estou aqui para relembrar um grande compositor, que nasceu no dia primeiro de fevereiro de 1911.

Trata-se de PEDRO CAETANO , nascido no interior de São Paulo, em uma fazenda na cidade de Bananal, de uma família de 12 filhos

.
Ainda criança, perdeu seus 4 irmãos(homens) sendo criado ao lado de suas 7 irmãs. Estas, chegando à adolescência pediram aos pais que saíssem do interior e

procurassem uma cidade maior.



Assim sua família veio para Niterói, aqui no Rio de Janeiro.

Tendo aprendido as primeiras letras com sua mãe (professora) já aos 12 anos largou os estudos e foi trabalhar em uma loja de calçados e, nas horas de folga, brincava de cantar e fazer músicas, descobrindo sua verdadeira vocação: compor, embora se mantivesse no comércio de calçados, até o fim de sua vida. Essa loja funcionou em um sobrado da Rua Sete de Setembro, recebendo o nome de Casa Pedro.


Descobrindo sua principal vocação, passou a freqüentar as proximidades do Largo do Marananã onde travou conhecimento com um primo de Sílvio Caldas, que lhe facilitou o ingresso no meio dos bambas da música de então. Isso em 1934.
Sílvio não fez fé em seu primeiro samba ("Juramento Falso"). Como já havia uma música com esse nome (gravada por Orlando Silva) Pedro Caetano o mudou para "Foi Uma Pedra que Rolou", cantada, mas não gravada.
De qualquer forma,estavam abertas as portas que levaram Pedro Caetano ao sucesso.Sua música o fez conhecer Claudionor Cruz,que se tornou seu parceiro em inúmeras composições.
Em 1935 um samba de nome "Tocador de Violão" foi sua primeira gravação. Não aconteceu, mas Pedro, ao lado de Claudionor, não esmoreceu e, na voz de Orlando Silva conheceu seu primeiro sucesso:a valsa "Caprichos do Destino". Estourou!
A partir daí, foram muitos seus parceiros e as músicas foram desfilando.
Compôs , dentre outras, Nova Ilusão", "Sandália de Prata", "Botões de Laranjeira", "Duas Vidas", "Eu Brinco", "Disse Me Disse", "Onde Estão Os Tamborins?", "É Com Esse Que Eu Vou" - esta foi sucesso em uma novela das oito na Rede Globo e recentemente deu nome a uma peça teatral.
Com "Disse Me Disse", gravação original de Carlos Galhardo, aconteceu algo que o deixou muito aborrecido. Visitando Madri, uma cantora portuguesa cantou esse samba como se fosse de sua autoria e, algum tempo depois, vindo ao Brasil, atuou na Rádio Tupi, voltando a cantá-la.
Pedro apresentou-se como autor e a tal cantora simplesmente sumiu.
A morte de Pedro Caetano, no dia 27 de julho de 1991, foi trágica: atravessando, à noite, a Avenida Marechal Rondon, foi atropelado, ficando seu corpo durante três dias no IML, como indigente. Estava sem documentos.
Foi reconhecido por um amigo, que providenciou seu sepultamento.
E assim, mais um grande nome de nossa música partiu para a viagem sem volta.

Norma

Maravilhoso!


Gene Kelly



Eugene "Gene" Curran Kelly (Pittsburgh, 23 de agosto de 1912 — Beverly Hills, 2 de fevereiro de 1996) foi um dançarino, ator, cantor, diretor, produtor e coreógrafo norte-americano.

Iniciou bem cedo sua carreira na Broadway, com uma aparição no espetáculo "Leave It To Me", de Cole Porter, fazendo o papel de um esquimó, ao lado de Mary Martin.

Stan Getz



Stan Getz, de seu nome Stanley Gayetsky (Filadélfia, 2 de fevereiro de 1927 — Malibu, Califórnia, 6 de junho de 1991) foi um saxofonista norte-americano de jazz. Fez parcerias com João Gilberto e Antonio Carlos Jobim, tornando-se um dos principais responsáveis em difundir o movimento musical brasileiro conhecido como bossa nova pelo mundo.

Festa de Iemanjá



No ano de 1923 houve uma diminuição no pescado da vila de pescadores do Rio Vermelho. Tentando buscar ajuda na Mãe D'Água, Iemanjá, saíram a dois de fevereiro para ofertar presentes à deusa. Ano após ano os pescadores repetiram essa cerimônia. A princípio era feita em conjunto com a Paróquia do Rio Vermelho, devido ao sincretismo entre a rainha do mar e Nossa Senhora da Conceição. Nos anos 60 houve uma reação da Igreja Católica contra o culto pagão, fazendo com que a festa perdesse, oficialmente, a devoção à santa católica. A Igreja de Santana, localizada no mesmo local da festa, sempre mantem as portas fechadas no dia 2 de fevereiro. Hoje em dia as homenagens a essa orixá começam de madrugada, com devotos do candomblé, da umbanda e do catolicismo colocam as ofertas e bilhetes com pedidos em balaios que serão atirados ao mar. Esses balaios são levados por cerca de 300 embarcações, com o saveiro levando a oferenda dos pescadores sempre a frente do cortejo. Essa festa é comemorada somente por catolicos.As pessoas comemoram do mesmo jeito,mas tem gente que nunca ouviu falar da lenda da Iemanjá.


wikipédia

A tênue fibra do desejo- por José Flávio


Deve ter sido aquela vocação evangelizadora tão própria das mulheres. Sabia que o noivo gostava de uma farra, apreciava um carteado e aquela conversa interminável com os amigos. Imaginou, no entanto, que com a força do amor alinharia aquela árvore torta. Terminaria por domesticar aquele animal selvagem com a ração diária, com os agrados de fêmea, com a hipnose cotidiana. Imaginou que o lar com seus pesados atributos : filhos, contas e o magnetismo da TV apreenderiam aquele ave inconstante, sem que ao menos ela percebesse as tariscas da gaiola. O tempo, no entanto, acabou por mostrar a D. Gertrudes que não existe coisa mais difícil de moldar neste mundo que a delicada fibra óptica do desejo. Ludugero mostrou-se sempre um pai carinhoso e um marido exemplar. Trabalhava duro numa pequena panificadora que adquirira. Ofício árduo de despertar madrugadino , onde diariamente rivalizava com o alvorescente canto dos galos e com a sangria dos primeiros raios do sol.Entre uma bolacha e um pão de ló, entre um passa-raiva e um manzape, ia Ludugero tocando a vida. Os arraigados hábitos antigos, no entanto, permaneceram indeléveis, imunes às pregações de D. Gertrudes. Nas sextas e sábados saía para um barzinho com os amigos e viravam a noite num carteado interminável regado a cerveja , a reminiscências e fofocas. A última válvula de escape de Ludugero, uma espécie de prozac natural que usava para escapar da doideira do dia a dia. Gertrudes, no entanto não se conformava: vivia a implicar com a vida noturna do marido. Fazia-o insidiosamente, uma vez que entendia : os antecedentes criminais do marido precediam ao matrimônio. Ludugero já por mais de uma vez lhe havia jogado na cara: --Meu bem, você sabia que eu gostava de um joguinho, por que diabos casou comigo, não procurou um cardeal , um monge, um santo... ? Havia , no entanto, uma outra razão para a implicância da mulher: ela temia que, varando as noites entre uma birita e outra, em meio aos ases, aos valetes, terminaria por aparecer algumas damas ou uma rainha de paus. Por trás de tudo, sobrenadava o ciúme e a desconfiança de D. Gertrudes.
A água mole bateu na pedra dura, mas não a furou. Todo final de semana , para o crescente desespero da esposa, Ludugero escapava lépido para o jogo. Um dia, por fim, encheu-se até a tampa da caçarola da paciência D. Gertrudes. Antes de ver o marido vestir-se, numa sexta-feira, para as funções lúdico-etílicas do final de semana, articulou o plano meticulosamente preparado durante o mês. Deixou os filhos na casa da sogra e arrumou-se toda, com um vestido tubinho preto. Quando o marido pensou em despedir-se, como de costume, ela saltou de lá e o surpreendeu:
--- Amor, hoje eu vou com você. Estou doidinha para ver um jogo de cartas!
Gertrudes disse isto, sem tirar os olhos do semblante do marido, esperando o protesto, a popa. Ludugero, no entanto, para sua surpresa, não se alterou, apenas lembrou que o programa podia ser chato e cansativo para ela, mas que ficava feliz, não tinha nenhum problema.
Como era de se esperar, a programação não podia ser mais pesada. A esposa sentou a um canto, numa cadeira desconfortável, no Bar do Giba. A conversa varou a noite, regada a cerveja e baralho. Futebol, política, fofocas . À medida que as horas se iam escorrendo, para o terror de Gertrudes, os circunstantes iam ficando mais animados, falando mais alto , discutindo com muito mais fervor. Lá pras cinco horas da manhã a esposa compreendeu que eles tinham ainda fogo na caldeira para mais uns dois dias. Estava já escornada, cansada, com todos os músculos doendo. Chamou então Ludugero e o suplicou:
--- Pelo amor de Deus, me leve para casa que eu já não agüento mais, estou morta de cansada e já não consigo nem ficar em pé...
Ludugero, então, solícito, pediu um tempinho aos amigos , tomou a mulher pelo braço e a levou para o aconchego do lar. Não sem antes lembrar:
--- Ta vendo, mulher, você vem uma veizinha e fica assim parecendo que caiu de um avião. Isto é para você ter uma idéia do meu sofrimento que passo por este suplício todo fim de semana...

J. Flávio Vieira

A poesia de João Nicodemos


Vício

Sua fraqueza
É mais forte
Que você ?

" esqueça o silêncio das plantinhas na varanda ..."
As minhas são conversadeiras,
espiadeiras
pegam carona no vento
pra falar o que não vejo,
e até explicar o que sinto
e nem percebo !
.
Socorro Moreira




Boca no copo

Água na fonte

Amor corrente

Flor de laranja

Madrugada chuvosa

Quarta solitária

Liberdade na tela

Escritos no ar

Portal da saudade !


 por socorro moreira

Por Socorro Moreira



As meninas do meu tempo usavam

saias plissadas e mini-saias.

Faziam touca no cabelo,

e revelavam ao "diário" os seus segredos.

Cursavam o normal, e viviam no essencial.

Morriam de todas as curiosidades.

Esperavam o namorado no portão .

Choravam  tristezas, no travesseiro.

Escancaravam as janelas do coração...

O tempo de amar chegou

O tempo de casar passou

O tempo de viver ainda corre,

num ritual de buscas,

entre o amor e a saudade.


Por Socorro Moreira