por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 20 de agosto de 2011

Raul Seixas



Raul Santos Seixas (Salvador, 28 de junho de 1945 — São Paulo, 21 de agosto de 1989) foi um famoso cantor e compositor brasileiro, frequentemente considerado um dos pioneiros do rock brasileiro. Também foi produtor musical da CBS durante sua estada no Rio de Janeiro, e por vezes é chamado de "Pai do Rock Brasileiro" e "Maluco Beleza".

wikipédia


" Nosso Amor e a Arte "- por Corujinha baiana


"O Beijo" - Escultura em mármore de Auguste RODIN (1840-1917), Musée Rodin – Paris

"Nosso Amor e a Arte"
***
Tu - Da Vinci
Eu - " Gioconda" toda tua.
Eterna "Mona Lisa",
"Esfinge"
de sorriso enigmático.
***
Tu - Monet
Eu - " Impressões".
Lençóis perfumados
"Fleur de Rocaille"
"L 'Amour est Bleu"
"La Vie en Rose".
***
Tu - "Pigmaleão"
Eu - "Galatéia"
Esculpiste a minha alma
alisaste os meus contornos,
e criaste as formas mais perfeitas.
***
Tu - "Orfeu"
Eu - "Eurídice".
Com a lira mais sonora
meus sentidos adormecias.
- Mágico acalanto.
***
Tu - "Quixote"
Eu - "Dulcinéia"
Juntos cavalgamos
nos lençóis - "La Mancha".
Lança em punho,
cavaleiro destemido.
***
Tu - "Nureyev"
Eu - " Giselle"
No palco da nossa cama
na mais bela coreografia,
um sensual "pas-de-deux".
***
Tu - "Dante"
Eu - "Beatriz"
Me conduziste ao Céu e ao Purgatório,
até descermos ao Inferno das paixões,
onde a nossa "Comédia" deixou de ser "Divina".
***
Tu - "Boccacio"
Eu - Religiosa sem pudor ...
Nas linhas do meu corpo,
tanta história...
e um "Decameron" só nosso.
***
Tu - "Debussy"
Eu - Variações do " Clair de Lune"
Nas teclas do meu corpo,
Muitas "Claves",
"Bemóis" ... "Sustenidos".
"Pausas" ... "Staccatos"...
"Pizzicatos"...
"Pausas..."
"Ritornellos"...
***
Tu - "Rodin"
Eu -"Camille"
Amor... Paixão...
Loucura.
Nossos corpos entrelaçados
E nossos beijos eternizados
No frio e leitoso branco dos lençóis.
***
Tantos talentos!
Tantas criações !
***
Eu e Tu
Tu e Eu
Tanta inspiração !
E uma só Obra de Arte:
"O Nosso amor"
***


Do livro "No Azul Sonhado"

Parabéns, Bernardo Melgaço!

Um abraço, no "Azul Sonhado"!

"Viver não é esperar a tempestade passar... é aprender como dançar na chuva."- colaboração de Walda Mavignier


( autor desconhecido)


Se eu tivesse que escolher uma palavra – apenas uma – para ser item obrigatório no vocabulário da mulher de hoje, essa palavra seria um verbo de quatro sílabas: descomplicar. Depois de infinitas (e imensas) conquistas, acho que está passando da hora de aprendermos a viver com mais leveza: exigir menos dos outros e de nós próprias, cobrar menos, reclamar menos, carregar menos culpa, olhar menos para o espelho. Descomplicar talvez seja o atalho mais seguro para chegarmos à tão falada qualidade de vida que queremos – e merecemos – ter.

Mas há outras palavras que não podem faltar no kit existencial da mulher moderna. Amizade, por exemplo. Acostumadas a concentrar nossos sentimentos (e nossa energia...) nas relações amorosas, acabamos deixando as amigas em segundo plano. E nada, mas nada mesmo, faz tão bem para uma mulher quanto a convivência com as amigas. Ir ao cinema com elas (que gostam dos mesmos filmes que a gente), sair sem ter hora para voltar, compartilhar uma caipivodca de morango e repetir as histórias que já nos contamos mil vezes – isso, sim, faz bem para a pele. Para a alma, então, nem se fala. Ao menos uma vez por mês, deixe o marido ou o namorado em casa, prometa-se que não vai ligar para ele nem uma vez (desligue o celular, se for preciso) e desfrute os prazeres que só uma boa amizade consegue proporcionar.

E, já que falamos em desligar o celular, incorpore ao seu vocabulário duas palavras que têm estado ausentes do cotidiano feminino: pausa e silêncio. Aprenda a parar, nem que seja por cinco minutos, três vezes por semana, duas vezes por mês, ou uma vez por dia – não importa – e a ficar em silêncio. Essas pausas silenciosas nos permitem refletir, contar até 100 antes de uma decisão importante, entender melhor os próprios sentimentos, reencontrar a serenidade e o equilíbrio quando é preciso.

Também abra espaço, no vocabulário e no cotidiano, para o verbo rir. Não há creme anti-idade nem botox que salve a expressão de uma mulher mal-humorada. Azedume e amargura são palavras que devem ser banidas do nosso dia a dia. Se for preciso, pegue uma comédia na locadora, preste atenção na conversa de duas crianças, marque um encontro com aquela amiga engraçada – faça qualquer coisa, mas ria. O riso nos salva de nós mesmas, cura nossas angústias e nos reconcilia com a vida.

Quanto à palavra dieta, cuidado: mulheres que falam em regime o tempo todo costumam ser péssimas companhias. Deixe para discutir carboidratos e afins no banheiro feminino ou no consultório do endocrinologista. Nas mesas de restaurantes, nem pensar. Se for para ficar contando calorias, descrevendo a própria culpa e olhando para a sobremesa do companheiro de mesa com reprovação e inveja, melhor ficar em casa e desfrutar sua salada de alface e seu chá verde sozinha.

Uma sugestão? Tente trocar a obsessão pela dieta por outra palavra que, essa sim, deveria guiar nossos atos 24 horas por dia: gentileza. Ter classe não é usar roupas de grife: é ser delicada. Saber se comportar é infinitamente mais importante do que saber se vestir. Resgate aquele velho exercício que anda esquecido: aprenda a se colocar no lugar do outro, e trate-o como você gostaria de ser tratada, seja no trânsito, na fila do banco, na empresa onde trabalha, em casa, no supermercado, na academia.

E, para encerrar, não deixe de conjugar dois verbos que deveriam ser indissociáveis da vida: sonhar e recomeçar. Sonhe com aquela viagem ao exterior, aquele fim de semana na praia, o curso que você ainda vai fazer, a promoção que vai conquistar um dia, aquele homem que um dia (quem sabe?) ainda vai ser seu, sonhe que está beijando o Richard Gere... sonhar é quase fazer acontecer. Sonhe até que aconteça. E recomece, sempre que for preciso: seja na carreira, na vida amorosa, nos relacionamentos familiares. A vida nos dá um espaço de manobra: use-o para reinventar a si mesma.


E, por último (agora, sim, encerrando), risque do seu Aurélio a palavra perfeição. O dicionário das mulheres interessantes inclui fragilidades, inseguranças, limites. Pare de brigar com você mesma para ser a mãe perfeita, a dona de casa impecável, a profissional que sabe tudo, a esposa nota mil. Acima de tudo, elimine de sua vida o desgaste que é tentar ter coxas sem celulite, rosto sem rugas, cabelos que não arrepiam, bumbum que encara qualquer biquíni. Mulheres reais são mulheres imperfeitas. E mulheres que se aceitam como imperfeitas são mulheres livres. Viver não é (e nunca foi) fácil, mas, quando se elimina o excesso de peso da bagagem (e a busca da perfeição pesa toneladas), a tão sonhada felicidade fica muito mais possível. 


FELIZ ANIVERSÁRIO, GRANDE POETA !


a noite não se acaba nunca
a noite é uma montanha mágica:
quando se pensa que chegou ao cume,
amanhace.


Lupeu Lacerda

Por Lupeu Lacerda


algumas coisas
deveriam sumir antes que as víssemos
algumas coisas
deveriam nunca acontecer
algumas coisas
doem como se nunca mais fossem parar
algumas coisas
não deveriam ser sonhadas
algumas pessoas
deveriam
prestar
atenção
nas placas

por Lupeu Lacerda



Tem gente
Que é tão especial
Que parece que o mundo
Sempre dá um jeito de esperar
Por elas:
O show, começa mais tarde
O ônibus, aguarda mais dez minutos
A lua demora
A chuva cai, ralinha

Salvatore Quasimod



Poeta, tradutor e crítico italiano (20/8/1901-14/6/1968). Prêmio Nobel de Literatura de 1959. Nasce na Sicília, filho de um ferroviário, e inicia seus estudos na cidade de Siracusa. Forma-se matemático em Palermo e, mais tarde, conclui o curso de engenharia em Roma. Ganha a vida como engenheiro e funcionário público nos dez anos seguintes e escreve poesia nas horas vagas até 1935, quando abandona a carreira para ensinar literatura italiana em Milão.

conteudo@algosobre.com.br


BASTA UM DIA PARA
EQUILIBRAR O MUNDO

A inteligência a morte o sonho
negam a esperança. Nesta noite
em Brasov, nos Cárpatos, entre árvores
não minhas, busco no tempo
uma mulher de amor. O mormaço estala
as folhas dos álamos e eu
me digo palavras que não conheço,
derramo terras de memória.
Um jazz escuro, canções italianas
passam tombadas sobre a cor das íris.
No rangido das fontes
se perdeu tua voz:
basta um dia para equilibrar o mundo.

BASTA UN GIORNO
A EQUILIBRARE IL MONDO

L’intelligenza la morte il sogno
negano la speranza. In questa notte
a Brasov nei Carpazi, fra alberi
non miei cerco nel tempo
una donna d’amore. L’afa spacca
le foglie dei pioppi ed io
mi dico parole che non conosco,
rovescio terre di memoria.
Un jazz buio, canzoni italiane
passano capovolte sul colore degli iris.
Nello scroscio delle fontane
s’è perduta la tua voce:
basta un giorno a equilibrare il mondo.


Ver texto integral em:
http://www.cronopios.com.br/site/poesia.asp?id=3924

por socorro moreira





Impossível amar
sem aperto no peito...

depois de lamber a ferida
a gente transcende,
e ama de novo,
até doer na alma


Há um prazer místico e erótico
nesse processar divino,
tão humano...
um sentimento epidérmico,
que deixa cascas na alma.

Noturna- por Socorro Moreira






viajo no silêncio ...
quando sobra um pensamento
eu entrego pras estrelas
que sabem guardar segredos


sorvo a noite da varanda
embriagada dos cheiros
e vou dormir com meus risos
num labirinto de enredos


Num choro recém-nascido
esbarro em teu coração
e juntos nos deleitamos
do amor que nunca soube
encontrar a solução.


A Arte e o Sonho - por Barbosa Tavares




D efinir, ou melhor, tentar definir a arte, sempre se me afigurou permanente fascínio, porque, radicando no homem, supera-o naquele recesso da alma onde confluem a mística e a metafísica, onde o deslumbre e emoção aspiram raiar o infinito.

Vulgar é, afirmar-se que a arte simboliza um esforço de transcendência, tentativa de superar a temporalidadade, tocando o sonho num desejo obstinado de enlaçar o Divino ou a Ele tecer as loas de um encantamento.

Creio que o esforço criativo alimenta-se, sobretudo, no cântico da contemplação do homem sobre o seu mistério, na indecifrável perplexidade do ser perante o sopro de vida que lhe coube em partilha cosmogénica.

A autêntica arte será eterna, porque nela consubstancia os arroubos, temores e encantamentos do homem—defronte de si própio--na sua inebriação perante a magia da vida.

Nela se consagra um imaginário, num mundo onde o sonho se cruza com o cinzel, tela ou o poema, para infundir à vida, em ascensão pro-ascética, as auríferas tonalidades de um cântico ao Absoluto. Compreende-se, a esta luz, que as catedrais, igrejas e conventos, encerrem a arte no seu esplendoroso zénite, porque, aí, o homem se abeirou de Deus e, inebriado, cantou-Lhe o esplendor, ao lavrar em pedra o cinzelar da beleza, humanamente absoluta.

Expressão máxima do sonho do sonho—pela sua inantigibilidade perene--a arte situa-se para além, naquela região do espirito em que a perfeição está sempre um degrau para lá de toda a possivel criatividade. Fascina-nos, porque é inexaurível. O poeta ou filósofo, ao afirmar que os nossos sonhos extravasam a vida e a superam na incapacidade da sua absoluta realização foi no mínimo, um pensador eximio na sagacidade e perspicaz na compreensão da alma. Ora, o mesmo se poderá afirmar da arte, isto é, do esforço de transcendência permanente na absoluta incapacidade de a superar.

A mais autêntica e laboriosa expressão artística, habita no cerne do sonho. Deste à arte não vai maior distância que aquela que vai da mão do artistta que executa o retábulo, do pincel que matiza um sentimento ou do poeta que transmuda na palavra a emoção que lhe harpejou a alma.

Nela reside o seu alimento e vitalidade. Sem emoção, sem o sopro do sentir, sem a sinfonia do espírito, a arte está desde logo condenada ao malogro.

Na sua expressão mais abrangente, a arte é um cântico de inebriação, sobretudo essencialmente, um acto de amor, um dos poucos meios passíveis de superar a nossa brevidade, rasgando no mármore das palavras a memória de um além-tempo, para aí fazer prevalecer um olhar dorido ou extasidado sobre a vida.

Não se exige ser artista para compartilhar a nona sinfonia de Bethoven ou inundar o olhar de êxtase na Pietá de Miguel Angelo. Ter arte é, nao só criar, mas outrossim, saber fruir e vibrar na criação artística de outrém.

O verbo, esculpido na paixão, inebriado pelo cântico da vida, é a constatação de que aspiramos a muitissimo mais do que somos, cinzelando na memória eterna da arte a efemeridade do tempo que se esgota e nos esgota.

Um artista: poeta, músico, escultor ou contista, aspira adejar no seu espaço criativo em busca de novas concepções de beleza, capturar o inefável, esgotar na palavra ou no cinzel uma imagem: a emoção, no refluir da emoção, no tempo de um sentir inebriado.

O sol, o mar , o arvoredo, os pássaros , os vales e o vento foram criados para nele estremecermos perante a sábia mão que soube fazer refulgir na emoção humana, o esplendor da vida, o enamoramento da natureza, que vai do riacho à nuvem, encalavitada sobre os níveos flocos de algodão.

Que outro artista, maior que o Criador, ao aspergir no homem o desejo de aspirar à divindade?

Razão porque toda a arte encerra a expressão sublimada do imaginário, através do verbo, da harpa, do cinzel do nosso humanismo adejando em torno do Divino.

Brampton, 1994
Antonio Barbosa Tavares



Mãe


Renovadora e reveladora do mundo
A humanidade se renova no teu ventre.
Cria teus filhos,
não os entregues à creche.
Creche é fria, impessoal.
Nunca será um lar
para teu filho.
Ele, pequenino, precisa de ti.
Não o desligues da tua força maternal.

Que pretendes, mulher?
Independência, igualdade de condições...
Empregos fora do lar?
És superior àqueles
que procuras imitar.
Tens o dom divino
de ser mãe
Em ti está presente a humanidade.

Mulher, não te deixes castrar.
Serás um animal somente de prazer
e às vezes nem mais isso.
Frígida, bloqueada, teu orgulho te faz calar.
Tumultuada, fingindo ser o que não és.
Roendo o teu osso negro da amargura.

Cora Coralina

Cora Coralina


Cora Coralina, pseudônimo de Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas, (Cidade de Goiás, 20 de agosto de 1889 — Goiânia, 10 de abril de 1985) foi uma poetisa e contista brasileira. Cora Coralina, uma das principais escritoras brasileiras, publicou seu primeiro livro aos 76 anos de idade.