por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 1 de abril de 2014

Maribondo - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

 Há pessoas, animais e objetos que passam a fazer parte de nossas famílias, como se delas fossem membros pelo grau de benquerença e adesão.

O velho Malaquias, feitor do eito, foi o primeiro colaborador e companheiro do meu pai desde quando ele se estabeleceu como agricultor no sitio São José, creio que aí por volta de 1925 e privava de nosso convívio. Na época das chuvas liderava um grupo de trabalhadores no plantio de feijão, milho, e arroz e, na moagem cuidava do canavial, fazendo o replantio da cana ou preparando a queima do palhiço.

Entre os animais, ouvia falar do cachorro Tarzan, que morreu antes do meu nascimento, mas em cujo local onde foi enterrado, minha mãe plantou um pé de pequi, hoje uma frondosa árvore sexagenária, conhecida por "Pequizeiro do Tarzan" e, encontra-se ainda produzindo deliciosos frutos, além de preservar a memória do querido cachorro.

Outro animal que era a cara da nossa casa era o cavalo "Maribondo". Não sei qual sua raça, creio que era mesmo um cavalo "pé duro", mas muito bom de "baixos" como dizíamos de cavalo marchador. Somente meu pai podia montar nele. Qualquer outro que tentasse era impiedosamente derrubado.

Lembro-me de que o cavalo Maribondo era o meio de transporte que o meu pai utilizava em suas viagens para a Fazenda Mão Esquerda que ele possuía no estado de Pernambuco, distante cerca de 100 km do Crato. Ele costumava sair às 7 horas da manhã, lá chegando antes do dia escurecer.

Não sabia por que o cavalo Maribondo tinha esse nome, somente tomando conhecimento da razão há cerca de dois ou três anos. O cavalo pertencia ao Sr. Domingos Ferreira, um cidadão de Nova Olinda. Não sei se ele já era amigo de meu pai antes do cavalo ganhar o novo e definitivo nome. Muitas vezes ele visitava meu pai em nossa casa do São José.

O Sr. Domingos vinha montado em seu bonito cavalo para feira do Crato. Certa segunda-feira, amarrou o cavalo sob a sombra de um pé de fícus. Quando foi sair, o cavalo levantou a cabeça e assanhou uma caixa de maribondo, daquele tipo que a gente chamava de "boca torta." Os maribondos ferroaram cruelmente o cavalo que empinou e saiu dando pulos, atirando o pobre homem sobre o calçamento, a uma boa distância. Foi uma queda horrível que quase o deixou morto. Meu pai passava pelo local na hora e socorreu o Sr. Domingos que  precisou ser hospitalizado por vários dias. Não sei se daí surgiu a amizade entre os dois. O certo é que meu pai comprou o cavalo, pois o Sr. Domingos quis se desfazer dele. Por esse motivo, no São José ele passou a ser chamado de Maribondo.

Quando eu tinha pouco mais de doze anos e Maribondo já velho e cansado, tornara-se dócil e qualquer criança poderia montá-lo com segurança. Certo dia, Maribondo encontrava-se selado e meu pai gritou pelo meu nome, mandando que eu montasse no cavalo e fosse até o sitio Pau Seco levar um recado a uma pessoa. Pulava de contentamento, pois pela primeira vez eu iria montar o Maribondo, sem ser na garupa, como sempre acontecia quando eu acompanhava meu pai em suas andanças. De repente, ouvíamos a voz de mamãe que gritava pedindo a meu a meu pai que não fizesse isso, porque aquele cavalo iria me matar. Meu pai virou-se para mim e disse:
- Volte! Vá lavar os pés, porque sua mãe quer você num altar"!

Por Carlos Eduardo Esmeraldo   

Mudança de "cenário" - José Nilton Mariano Saraiva

Pois é, só mudou o cenário. Depois de Juazeiro do Norte, São Paulo e Fortaleza, agora o problema se deu no Mato Grosso: o comandante de um avião da Avianca acionou, nesse domingo passado, a torre de controle do aeroporto, para pedir ajuda terrestre ante a possibilidade de ter que fazer um “pouco complicado”. 

O problema foi o mesmo verificado nas vezes anteriores: travamento do trem de pouso dianteiro da aeronave, numa recorrência que, quer queira ou não a companhia aérea admitir, aponta para falha grave na manutenção das aeronaves. 

A pergunta é: será que estão esperando um acidente de proporções fatais para cuidar melhor da segurança de passageiros e tripulantes ???