por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 31 de maio de 2014

A hora e vez do... "PIB-marombado" - José Nilton Mariano Saraiva

País desenvolvido é outra coisa. Da Europa, nos chega à notícia (via GloboNews) de que os dirigentes de alguns países do velho continente estudam a possibilidade de considerar os “rendimentos da prostituição e do tráfico de drogas” no cálculo do PIB (Produto Interno Bruto). Teríamos, pois, uma espécie de “PIB-marombado”.

Como não explicaram o “como” proceder para levantar tais valores, num “bate-bola” aqui com os nossos botões pomo-nos a imaginar: no caso da prostituta profissional (a “pebinha” ou aquela de “alto nível”), será que terá direito a uma “maquininha” (naturalmente que fornecida pelo Estado e que levaria acondicionada num estojo específico) a fim de, toda vez que necessitar “trabalhar”, acioná-la e, conseqüentemente, gerar o “comprovante fiscal” respectivo, repassando-o posteriormente à Secretária da Fazenda (fisco), a fim que o “arrecadado” seja incluso como “atividade produtiva” do país ??? Como e em que rubrica será contabilizada a “venda” de tal produto ??? Sobre tal “produção”, cada “trabalhadora” envolvida terá que pagar algum percentual de imposto diariamente ??? Ou tal “recolhimento” será feito mensalmente e de responsabilidade do cafetão ???

Já no tocante ao tráfico de drogas, o acerto seria formalizado através de documento específico (mesmo que “de gaveta”), onde o poder público garantiria a livre atuação da quadrilha (em qualquer lugar), contanto que os seus componentes, a cada “repasse” feito, emitissem o competente comprovante, especificando quantidade e valores envolvidos ??? Qual seria, então, a “taxa” ou “contribuição” a ser repassada ao Estado ??? Mas, se tal ocorrer (o acordo), não teríamos aí uma espécie de “legalização branca” (já que não reconhecida oficialmente) da atividade ???  Como poderíamos rotular os integrantes do exército de repassadores, hoje conhecidos como “aviões” ???

Fato é que por lá (Europa) o assunto já foi ventilado, sim, ao nível de cúpula, e não nos surpreendamos se já já algum parlamentar tupiniquim se arvorar de “progressista” e levantar tal bandeira.


Afinal, somos ou não um “país emergente”, que deve seguir “pari-passu” tudo que é feito pelos “desenvolvidos” ???   Se não o fizermos, como nos  igualaremos a eles ???


por Everardo Norões

Três urubus conversam
sobre a água-furtada.
Comentam o descaso das casas,
o vazio dos quintais.
Divagam sobre a ausência...
da podridão,
o cheiro que rege
o percurso dos abutres.
Lá estão eles,
sobre telhas,
a afiarem as garras,
a deglutirem vísceras.
Ao erguer de asas
declinam
verbos, adjetivos.
Tentam decifrar,
do alto,
de que forma
morre o Recife.