por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 31 de agosto de 2011

O escritor Geraldo Ananias fazendo arte...


A FORÇA DO ABRAÇO - por Ulisses Germano

O abraço é o termômetro
Que mede o calor humano
Tem na sua intensidade
O valor da sinceridade
Que tece seu próprio plano

Quem abraça oferece
Afago ou desalinho
Dependendo do abraço
A gente sente o carinho
Se for falso perde a graça
Logo, logo se deslaça
Perdendo o seu cadinho

Quando é forte e duradouro
Se assemelha ao infinito
Que dura uma eternidade
Nada assim pode ser dito
O abraço que dei nela
Foi tão forte que a costela
Quebrou-se e eu ouvi o grito!



Viagem sem volta - por José do Vale Pinheiro Feitosa


Tempos doidos. Aqueles. Quando muita gente “viajou” e desta “viagem” jamais voltou. Em que pese todas as explicações causais ou coadjuvantes, se torna uma questão mais larga sobre a própria condição humana.

Migrar, se espalhar, ocupar novos territórios, sempre esteve no horizonte tanto das sociedades coletoras por natureza, como até mesmo naquelas estruturas sedentárias. Isso ocorria quando um contingente sobrepunha-se em quantidade de pessoas à capacidade da agricultura do local.

O Renascimento e seu prolongamento nos Séculos das Luzes inauguram a maior dinâmica jamais vista de migrações intercontinentais. Aqui contemplamos o curto intervalo de tempo, pois a humanidade naquela altura já ocupava todos os territórios do planeta, à exceção da Antártida.

Na disputada hegemonia dos anos da pós-segunda guerra, a corrida espacial deixou a cultura repleta da mais sublime viagem: ao espaço sideral. Quantos filmes, músicas, imagens, poemas, romances, ensaios, novelas não foram elaborados em medida desta corrida? Até que veio a gravidade, as grandes distâncias e o inóspito da vida fora da terra foram reduzindo os horizontes, mas deixando uma estrutura que conectou todo o planeta numa viagem intramuros.

Hoje as telecomunicações fazem a geografia planetária. A informação reconstrói o outro e a nós mesmos. O processamento em alta velocidade cria novas visões da vida. A agenda local se respinga das considerações globais. Enfim, os Cariris completam a leitura do catecismo em língua própria.

Tenho um amigo que parece ter feito uma viagem ao Japão e nesta ida e vinda, ficou aprisionado do fuso horário de lá. Parece, pois na verdade não a fez fisicamente, a fez tão somente na dobradiça da própria porta do seu apartamento. Nele troca o dia pela noite.

À sua diária não se pode atribuir uma jornada. Agora é uma noitada de leituras, computadores, música e uma vida corrida entre tragadas constantes de nicotina, café forte e frio com adoçante artificial e litros e litros de água. Entre a micção e o assento da poltrona, a vida corre.

Quando é lá pelas cinco horas, ele come a refeição principal. Pode ser uma rabada, uma feijoada ou outro alimento menos lipídico, não importa, eis que a única refeição do dia é feita. Quando a Globo já deu seu Bom Dia Brasil ele se deita e dorme induzido pela química dos psicofármacos.

Meu amigo fez uma viagem ao Japão e no pleno de uma Rua de Copacabana ainda vive doze horas adiantadas.
por José do Vale Pinheiro Feitosa

RECADO


E assim, depois de muito esperar, num dia como outro qualquer, decidi triunfar...
Decidi não esperar as oportunidades e sim, eu mesmo buscá-las.
Decidi ver cada problema como uma oportunidade de encontrar uma solução.
Decidi ver cada deserto como uma possibilidade de encontrar um oásis.
Decidi ver cada noite como um mistério a resolver.
Decidi ver cada dia como uma nova oportunidade de ser feliz.
Naquele dia descobri que meu único rival não era mais que minhas próprias limitações e que enfrentá-las era a única e melhor forma de as superar.
Naquele dia, descobri que eu não era o melhor e que talvez eu nunca tivesse sido.
Deixei de me importar com quem ganha ou perde.
Agora me importa simplesmente saber melhor o que fazer.
Aprendi que o difícil não é chegar lá em cima, e sim deixar de subir.
Aprendi que o melhor triunfo é poder chamar alguém de"amigo".
Descobri que o amor é mais que um simples estado de enamoramento, "o amor é uma filosofia de vida".
Naquele dia, deixei de ser um reflexo dos meus escassos triunfos passados e passei a ser uma tênue luz no presente.
Aprendi que de nada serve ser luz se não iluminar o caminho dos demais.
Naquele dia, decidi trocar tantas coisas...
Naquele dia, aprendi que os sonhos existem para tornar-se realidade.
E desde aquele dia já não durmo para descansar...
Simplesmente durmo para sonhar.

Autoria de Walt Disney

No outro dia
(a despeito do sol)
A luz da verdade

Resíduo musical
Ponta de cigarro
Garrafa vazia

Casa sem cama
Planta
Casa sem fogo
Chama

Viver o aqui
É vazio sem dor

Viver o aqui
Dispensa do sonho
- O amor!

(socorro moreira)

MAIS UM ANIVERSÁRIO SEM ELA- Norma Hauer


Ela nasceu em 31 de agosto de 1922, aqui mesmo no Rio de Janeiro .
Em virtude de sua mãe trabalhar no Cassino da Urca, passou a freqüentá-lo ainda menina, e ali conheceu Carmen Miranda, que lhe deu apoio para ingressar no meio artístico.

E foi assim que nasceu, para deleite de quantos a admiraram, a “minha, a tua, a nossa EMILINHA BORBA.”

Mas não foi logo reconhecida como cantora; antes, fazendo amizade com Bidu Reis, poetisa e compositora (que atuou até os 90 anos) fez parte da dupla “As Moreninhas”, que se desfez em 1 ano, mas abriu caminho para sua carreira vitoriosa.

Nessa época, apresentou-se na Rádio Mayrink Veiga, onde César Ladeira a cognominou “Garota Nota 10”, mas foi como “Favorita da Marinha” e a “Eterna Rainha do Rádio” que ficou marcada sua vitoriosa carreira, não só no rádio, como no cinema.

Começou no Cassino da Urca como “crooner” da orquestra daquele cassino, levada que foi por Carmen Miranda, que a apresentou a Joaquim Rolas, proprietário do mesmo Cassino.
Daí, o resto seria gravar, mas em sua primeira gravação :”Pirolito”, seu nome não apareceu na etiqueta do disco, constando apenas o de Newton Paz.
Era assim:
“Ioiô dá o braço p’ra Iaiá,
Iaiá dá o braço p’ra. Ioiô...
O tempo de criança já passou”...

Ioiô era Newton Paz e Iaiá era EMILINHA BORBA.

Esse disco abriu as portas para os que vieram depois e ela foi logo reconhecida como uma das maiores cantoras de nossa música popular.

Muitos foram seus sucessos, principalmente depois que ingressou, definitivamente, na Rádio Nacional em 1943. Foi uma figura constante e importante no Programa César de Alencar.

Seus maiores sucessos são desse tempo, como “Barnabé”(ainda hoje os funcionários públicos (“barnabés”) são assim denominados. Claro que não os “empistolados”, (os que ingressam com QI -quem indicou) mas os concursados.

São muitos seus sucessos, mas citaremos apenas os que mais marcaram sua carreira, como “Cachito”;”Chiquita Bacana”;”Se Queres Saber”;”Paraíba”;”Baião de Dois” e Dez Anos”, dentre muitos outros.

Sua atuação no cinema começou em “Astros em Desfile”(1943) e”Tristezas Não Pagam Dívidas”(1944), continuando em filmes que marcaram a época das “chanchadas” em nosso cinema, como “Barnabé, Tu és Meu”;” Aviso aos Navegantes”:”É Fogo na Roupa”; “O Petróleo é Nosso”;”Entrou de Gaiato”;”Folias Cariocas” e inúmeros outros.

Sendo famosa no rádio, obviamente era chamada para trabalhar no cinema, não como atriz,mas como cantora. E eram os cantores que atraíam público para tais filmes.

EMILINHA BORBA foi a intérprete de “Jerônimo”, música da série “Jerônimo-Herói do Sertão”, de grande sucesso no tempo áureo da Rádio Nacional.

Por tudo que ela representou em nosso rádio, nosso cinema e em nossa música popular, recebeu, em 1991, na Câmara dos Vereadores, o título de “Cidadã Benemérita do Rio de Janeiro” e, em 1995, em São Paulo, o de “Cidadã Paulistana”.

Nos últimos anos de sua vida, apresentava-se, anualmente, no Carnaval, em um palanque erguido frente à Câmara dos Vereadores, no qual interpretava famosas marchinhas, que marcaram nosso carnaval.
Isso aconteceu até o carnaval de 2005.

Mas ainda temos a saudade de Emilinha no espetáculo da Maison de France.

Sua última apresentação (já meio cansada) foi em 2005, ano em que faleceu, no dia 3 de outubro, mas deixou, como os bons, um rastro de SAUDADE.


Norma

SANGUE E MEMÓRIA


Sou um jorro de sonhos na paisagem
onde canta um pássaro louco. Ó grifo
sepulto e vivo em mim, por onde me levas?
Sou um lobo de fogo num poço de febre.

Um cavalo cego no lodo agoniza. Ó verbo
de Deus e do Demônio e meu. O caos
é nosso domicílio. E nós queríamos
o belo e o horror. A luz selvagem

dos espelhos. E a nossa água devassa
o pânico das conchas. Purifica o nojo
a nossa lava, mas não salva a flor.

Noite terrível, ó grandioso amor.
Acolhe-me em teu seio! Lua sangrenta
sobre o abismo... Eia, sus! Eu sou o abismo.

                                                 J. C. Brandão

 
 

terça-feira, 30 de agosto de 2011

COCO PARA MESTRE ALDENIR - por Ulisses Germano


Mestre Aldenir completou 77 anos de idade no dia 20 de agosto. Com mais de meio século brincando de reisado, é considerado por estudiosos como Rosemberg Cariri e Antônio de Nóbrega como uma das personalidade mais autênticas do folclore nacional.

 *****

Mestre Aldenir

Ninguém pode confundir
É o Mestre da Cultura
Que nasceu no Cariri

Desde menino
No tempo da lamparina
Trabalhava no engenho
Calejando as suas mãos

Quis o destino
Que o reisado o encontrasse
Pra daí nascer o enlace
Do folclore e o coração

Mestre Aldenir
Ninguém pode confundir
É o Mestre da Cultura
Que nasceu no Cariri

Quem o conhece
Sabe bem da sua glória
No Crato fez sua história
Espalhou muita emoção

Agora vive
Consagrado e bem amado
Respeitado e admirado
Sendo a própria tradição


Mestre Aldenir
Ninguém pode confundir
É o Mestre da Cultura
Que nasceu no Cariri


Sua amizade
Para mim é um tesouro
Vale mais que todo ouro
Ninguém pode nem medir

Quando ele brinca
De espada sai faísca
É assim que ele arrisca
Sua vida sem sentir

Mestre Aldenir
Ninguém pode confundir
É o Mestre da Cultura
Que nasceu no Cariri

A companheira
Que tanto o admira
É a musa que o inspira
Se chama Mestra Isabé

Ela é a prova
Do amor que vence tudo
Seu espelho é o escudo
Firme e forte de mulher

Mestre Aldenir
Ninguém pode confundir
É o Mestre da Cultura
Que nasceu no Cariri

Eu me dispeço
Desejando que ele viva
Juntinho da sua diva
Muitos anos bem feliz

É que prossiga
Ensinando humildemente
A alegria pra essa gente
Como ele sempre quiz


Vejo-te num setembro-Por: Rosemary Borges Xavier

Se bem me lembro num setembro
Já ia te perdendo...
Mas continuo vivendo
Pois do contrário estaria morrendo
E agora não mais sofrendo
Mesmo que não esteja te vendo.

Por Nancy Sierra



Abraço...

É demonstração de afecto
Carinho e muito amor
É saudade e lágrima
Mas também o calor

Abraço é amar
É querer aconchego
É sentir um amigo
Com todo o seu apego

Podemos abraçar
Uma causa, uma pessoa
Abraço é abraço
É cingir e cercar
É não sentir espaço

Abraçar uma causa
É o que nos faz sentir
Que quem luta, acredita
E nunca deve desistir

Abraçar uma criança
Transmitir-lhe carinho
É dizer-lhe com os braços
Que nunca estará sozinho

Abraçar um amigo
Com toda a fraternidade
E como dizer: estou aqui!
Para a toda a eternidade

Abraçar um amor
Com toda a compreensão
É desatar todos os nós
E fazer um laço de união

Vamos assim abraçar
Uma criança, uma causa
Um amigo e o nosso amor?
Custa tão pouco abraçar... Acreditem não dá dor!

VlI SALÃO DE OUTUBRO DE 2011 RESGATANDO AS ARTES NO CARIRI



Dando continuidade ao resgate das artes no Cariri a artista plástica Edilma Rocha, vem com a proposta de mais uma vez reabrir as portas das oportunidades artísticas através do SALÃO DE OUTUBRO em nível Nacional e Internacional, na cidade do Crato, Ceará.
O projeto foi resgatado pela SOCIEDADE DOS AMIGOS DO MUSEU DO CRATO e conta este ano com o apoio especial do INSTITUTO CULTURAL DO CARIRI – ICC. A curadoria fica com Franklin Lacerda, Alexandre Lucas e Allan Bastos.
O salão acontecerá no prédio do ICC na cidade do Crato, com abertura no dia 19 de outubro de 2011, se estendendo até o dia 23. Tem como meta acolher trabalhos representativos das artes plásticas e visuais com temáticas livres nas categorias de desenho, pintura, xilogravura, escultura e fotografia.
Os artistas poderão participar com até dois trabalhos originais, assinados e produzidos a partir de 2010. Só poderão se inscrever em apenas uma categoria na amostra. Dentre os artistas serão escolhidos, o primeiro, segundo e terceiro lugares pelas categorias por uma comissão Julgadora com premiações em medalhas e diplomas.
O Salão de Outubro renasceu como começou, apenas com o trabalho e a contribuição dos amantes da arte. Sem apóio financeiro que viessem cobrir os custos do evento. E para dar continuidade, precisamos de uma pequena ajuda dos artistas.
AS INSCRIÇÕES JÁ ESTÃO ABERTAS
Os interessados poderão fazer as suas inscrições até o dia 10 de Outubro,pela internet ou pessoalmente à rua |Tristão Gonçalves nº 519, centro, Crato. As entregas das obras devem ser de no mínimo 10 dias antes da abertura oficial, prontas para serem colocadas nos expositores. Lembrando que as obras só devem ser entregues após a inscrição. Quanto aos trabalhos vindos de outros estados brasileiros, serão responsáveis pelo frete de ida e volta.
A divulgação dos premiados e a entrega das medalhas e diplomas serão feitas no dia da abertura durante as solenidades por ocasião do aniversário do INSTITUTO CULTURAL DO CARIRI.
Em seguida, coukitel de confraternização.

Edilma Rocha
Promotora
Contatos:
Edilma – TIM: (85) 9688 6043
E-mail:
edilma_bibba@hotmail.com





Beco sem saída- por Geraldo Ananias


G.1 Beco sem saída


A coisa mais importante que um pai pode fazer pelos seus filhos é amar a mãe deles. (Autor desconhecido)



Janeiro de 2007, estava de férias com a família no sítio Almécegas, Crato-CE, na casa de minha mãe, no mesmo local onde vivi dos sete aos dezenove anos.
Conversava animadamente com minha velhinha querida, lá na palhoça, localizada ao lado da casa, sobre os saudosos tempos que não voltam mais.
Desse local, aliás, ainda se pode ter uma vista privilegiada, pois o sítio se encontra encravado na subida do sopé da Serra do Araripe a apenas sete quilômetros do centro da cidade.
Repentinamente, mamãe se lembrou de me fazer uma surpresa. Foi pegar meu quepe velho, que fazia parte do uniforme de gala do Colégio Diocesano.
— Olhe aqui seu quepe. Guardei por muitas décadas. Está um pouco amassado e estragado, mas é só mandar consertar lá no Crato que ele fica novinho em folha.
Recebi-o com surpresa e muita alegria. Ao abraçá-la e beijá-la, disse-lhe:
— Que lembrança maravilhosa, mamãe! Só a senhora mesmo...
No outro dia cedinho estou eu lá na oficina de seu Zé de Tó.
— Ó de casa!
— Ó de fora!
— Bom-dia, é aqui o ateliê de seu Zé de...
Não terminei a frase, um senhor com mais de setena anos, falante pra caramba, gentil, perspicaz, com jeitão de pessoa brincalhona, me interrompeu dizendo:
— ... de Tó, completou. Sou eu mesmo, meu filho. O que o moço deseja?
Mostrei-lhe o quepe e perguntei se poderia consertá-lo.
Ao tomar o objeto nas mãos, respirou fundo e, antes de responder à minha pergunta, num saudosismo desmedido, focado nas boas lembranças, murmurou:
— Quepe do Colégio Diocesano. Velhos tempos! Épocas boas aquelas.
Mostrou o boné às pessoas que se encontravam no recinto, aduzindo que fazia anos que não via um semelhante àquele; que aquilo representava um passado saudoso, pois o uniforme de gala do mencionado educandário, segundo ele, já não existia havia décadas; que, dos belos desfiles do Diocesano nas datas comemorativas, principalmente Sete de Setembro, só restavam distantes lembranças. E começou a me fazer uma série de perguntas sobre família, local onde morava, época em que havia estudado no Colégio Diocesano e por aí afora.
Em seguida, disse-me que consertaria o quepe até o dia seguinte.
Fiquei contente com a conversa daquele simpático senhor. E não posso negar que, não obstante o saudosismo, não era todo dia que se teria a oportunidade de ficar frente a frente com um contemporâneo agradável como ele e, ainda, que conhecia, como ninguém, a história do Crato da década de 60.
Depois de alguns minutos de prosa, ao despedir-me do “mestre-artesão-microempresário”, fui logo dizendo que, quando viesse apanhar o utensílio, iria trazer, para conhecê-lo, minha esposa e um casal de amigos que viera comigo passar férias na região.
Ele sorriu gentilmente e disse: “Traga mesmo, será um prazer para mim!”
Cheguei a casa e contei tudo animadamente à minha mulher. Ela ficou por demais curiosa e confirmou a intenção de conhecer pessoalmente o seu Zé de Tó. O casal amigo manifestou idêntico intuito.
No outro dia cedinho, chegamos lá a reca toda: eu, minha mulher, o casal amigo e, de quebra, um cunhado. Lotação completa do carro. Ao pararmos próximo à calçada do estabelecimento, fui logo gritando, muito empolgado:
— E então, meu velho amigo Zé de Tó — o entusiasmo foi tanto, que o homem já tinha virado meu amigo repentinamente — o quepe está pronto?
— Prontinho da Silva , meu amigo, veja aqui!
Mostrou-me o bichinho bem novinho, até parecia que tinha acabado de sair da fábrica. O serviço tinha sido de primeira, arretado mesmo, coisa de caba macho.
Meus olhos brilhavam de felicidade ao ver o quepe consertado, parecia novinho em folha. Imediatamente, sem miséria alguma — pelo menos para o caso concreto — meti a mão no bolso e paguei o dobro do preço combinado. Afinal, o serviço tinha saído muito bom, melhor que a encomenda. E nunca havia ficado tão satisfeito com um trabalho o quanto estava com aquele.
Ele ficou muito feliz, desmanchou-se em gaitadas e a todo custo queria retribuir a gratificação extra recebida. Foi logo cumprimentando todos os que me acompanhavam, antes mesmo que eu os apresentasse. Ofereceu água, distribuiu cafezinho (só tinha duas xícaras)... Começou a puxar conversa sobre os mais variados assuntos, sem tirar de foco o tradicional Colégio Diocesano, meu dodói. Eu, contente, o ouvia atentamente. Cheguei até mesmo a pedir atenção dos que me acompanhavam para as histórias de meu amigo (da onça), acenando para que não o interrompessem. E todos ficamos boquiabertos diante daquelas interressantes e variadas narrativas sobre o Crato de meu tempo.
No entanto seria impossível imaginar o que o camaradinha viria a abordar logo em seguida. Repentinamente, sem mais nem menos, mudou o rumo da prosa e, de olhos bribados para meu lado (era verdadeiro artista), parecendo haver recebido entidade estranha, saiu com esta pérola:
— Ei, conterrâneo, como você muito bem sabe, naquela época o Crato era famoso por ter os melhores cabarés do Cariri. Naquela região acolá, por exemplo (apontou pra o lado do gesso ), havia cabarés maravilhosos. E eu era dono do melhor deles, e citou o nome. Então...
Ficamos todos atrapalhados com o rumo da conversa, e ele não parava de falar. Ficava a cada momento mais e mais empolgado. E tome besteira. Pois não é que o camarada chegou ao cúmulo do absurdo de avançar mais ainda o sinal e dizer isto para mim, alto e bom tom, para que todos pudessem ouvir nitidamente:
— Aquela tua turma adorava meu cabaré, não era? Eita cabinhas danados! Concluiu.
Apesar de não ter culpa alguma na história — pois efetivamente jamais tinha ido a esse local por ele citado — a pergunta fora tão despropositada e imprevista, que me deixou zonzo, meio abirobado . Em vez de eu ter contraditado, imediatamente, o suposto fato, comecei a gaguejar, feito um baixa da égua . Aí não prestou não. Minha mulher começou a me cubar com olhos fuzilantes, enquanto que os demais, ali presentes, caíam na gargalhada.
Nesse momento, me dei conta de que precisa reagir imediatamente. Não sei como, refiz-me de repente e, mostrando a “garra dos inocentes”, repliquei com veemência:
— O Senhor está equivocado, senhor José. E já passou, e muito, dos limites. Nunca fui a cabaré algum aqui, muito menos ao seu.
Notei que fui convincente, pelo menos para minha mulher. O fogo da inocência felizmente tinha posto por terra a funesta e injusta “acusação”. E ela gostou do que ouviu de mim. Gostou tanto que esboçou, mesmo que pálido, um sorriso de contentamento, enquanto balançava a cabeça em sinal de aprovação pelo que eu dissera. Ainda bem.
Seu Zé de Tó não se intimidou nadinha. Parecia que estava com a bexiga preta nos couros. E ainda teve a ousadia de sair com outra presepada igualmente picante, descabida e indecorosa:
— É, mas havia alguns alunos que deixavam tudo fiado, e até hoje me devem. Deram cano em mim.
Abriu um caderno velho amarelado e completou:
— Está tudinho anotado aqui. Tem um monte de doutor já formado, morando fora, que me deve até hoje. E vou ver se o nome deste meu conterrâneo está aqui nesta lista. Pere aí um pouquinho.
Daí o gaiato de meu amigo, querendo fazer gracinha também, não perdeu a oportunidade. Juntou-se a seu Zé de Tó e começaram a procurar meu nome na antiga lista dos devedores do cabaré. Parecia que haviam combinado alguma coisa para me assustar. De repente, meu companheiro de viagem gritou entusiasmado como se tivesse efetivamente encontrado o que procurava e, apontando para um nome no caderno, virou-se para minha mulher e falou:
— Encontrei, tá aqui o nome dele...
A essa altura, a temperatura reinante no local já havia extrapolado, e muito, todos os limites. Eu havia perdido o fôlego, a paciência, e já não tinha certeza mais de nada. Foi quando, felizmente, e para alívio meu e de minha mulher, o velho Tó decidiu dar um basta naquela situação vexatória. Com a cara mais lisa do mundo, deu um sorriso maroto, chamando a atenção dos presentes, e disse em tom professoral:
— Gente, isso tudo não passou de uma pegadinha que fiz para vocês. E, então, gostaram? Queria ver a reação dos amigos e, principalmente, das comadres, arrematou.
Finalmente, concluiu dizendo que fazia costumeiramente esse tipo de brincadeira para atrair, divertir e agradar os visitantes e os amigos.
Muy amigo!

Em tempos de festas - São Raimundo Nonato e Nossa Senhora da Penha- Por : Socorro Moreira


Imagem de São Raimundo Nonato
.

"São Raimundo Nonato (Portell, hoje Sant Ramon, por volta de 1200 — Cardona, 31 de agosto de 1240) é um santo católico.

Recebeu a alcunha de Nonato (em catalão Nonat) porque foi extraído do ventre de sua mãe, já morta antes de dar-lhe à luz, ou seja, não nasceu de uma mãe viva, mas foi retirado de seu útero, algo raríssimo à época.

Em 1224 entrou na ordem dos mercedários e mais tarde esteve na Argélia onde esteve preso. Em 1239 foi nomeado cardeal pelo papa Gregório IX, todavia no início de seu caminho a Roma padeceu violentas febres e morreu.

É festejado no dia 31 de agosto e é considerado o patrono das parteiras e obstetras. "
Fui prometida a São Raimundo Nonato , antes do meu nascimento . Obviamente não recebi o seu nome , mas o da Santa de sua devoção, e acabei por sorte ou destino , casando-me pela primeira vez, com um também Raimundo Nonato. Tornou-se portanto um santo de devoção.
Amanhã é a sua festa , e ele é padroeiro de Várzea - Alegre.  Bem que eu gostaria de participar dos festejos , mas os buracos da estrada esimulam a minha acomodação . Na quarta-feira é festa no Crato. Dia de roupa nova , sapato apertado, e procissão, como nos velhos tempos.
Espero encontrar o povo amigo, amanhã, na última noite de novena. Ainda agora cheguei da Praça da Sé. Passei na banca de filhoses, rezei uma Ave-Maria , e fiz a ponte dos encontros, reunindo todos os ausentes e distantes... Fazer o que, se na paisagem e momento faltavam vocês ?

Destino - Por João Nicodemos




Destino
águas vivas
águas calmas

a Vida apresenta
eu bato palmas..


João Nicodemos

Por Assis Lima


Água

Beleza mesmo é o Cariri no inverno,
época das chuvas.
Há quem prefira o seco e tórrido sertão,
e nele vislumbre uma beleza austera,
simples e luminosa como a antiga paisagem da terra santa.
O deserto esteve fincado dentro de mim,
áspera miragem.
Por falta de água em meu mapa astrológico
a estação das chuvas é oásis,
vida e encantamento.
Que me cubra o nevoeiro!
Relâmpagos e trovões:
estrondem na barra do meu horizonte
dias,
noites,
néctar.

Assis Lima

Bievenido Granda





Bienvenido Granda

Bienvenido Rosendo Granda Aguillera (Havana, 30 de agosto de 1915 - Cidade do México, 9 de julho de 1983) foi um cantor cubano de boleros, tangos e ritmos cubanos.

Por portar um grande bigode, era alcunhado de El bigote que canta (O bigode que canta).

Johnny Mathis



John Royce "Johnny" Mathis é cantor popular americano de herança multirracial.

Dalva de Oliveira



Vicentina de Paula Oliveira, conhecida como Dalva de Oliveira, (Rio Claro, 5 de maio de 1917 — Rio de Janeiro, 31 de agosto de 1972 foi uma cantora brasileira.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Viva a vida!




-- amante incondicional da vida com todos seus sabores: doces, acres, amargos, azedos -- não os anos, mas todos os dias, as horas e os segundos. É que do meio para frente, começamos a perceber que poucas, muito poucas coisas na nossa trajetória, merecem ser contabilizadas na pauta de saldos. Viva a vida!

28 de agosto de 2011 
(José Flávio Vieira)

QUADRAS RETALHADAS - por Ulisses Germano

A

Lá pelas tantas se descobre
Que o feito não tem retorno
E nada mais se encobre
Do lento e cruel transtorno

B


Feliz é o bodisatva
Que é sempre um ser amával
Faz da vida a dádiva
De valor incalculável!

C

Vence aquele que vence
Sutil íntimo inimigo
Que vive dentro em suspense
Causando grande perigo

D

Meu amor, minha fissura
Terna voz melodiosa
Sinto em ti toda ventura
De uma mão maliciosa

E

Pra que serve a poesia?
Pra que serve o vercejar?
Pra que serve a heresia?
Pra que serve o invejar?


Em tudo há serventia!
... há cotejar!
... há melodia!
... há desejar!

A solidão da dor - Emerson Monteiro


É isto, sim, invés de tratar do tema a dor da solidão, tocar um pouco neste tema, a solidão da dor. Naquele momento em que se acha face a face com a solidão de verdade, livre das contradições e dos conceitos. Portas e janelas fechadas ainda que ao sol do meio dia. Quando nem adiante gemer, muito menos chorar... E a dor dói de consumir por forte que se seja. Ali, na beira de nós mesmos, esses grandes desconhecidos, no limiar do Eterno, enquanto a dor dói de não ter tamanho. Onde uivam lobos e choram homens, mulheres e meninos. Sem idade, a dor traz o perdão, reduz a nada e atiça o peito das resistências, num desafio esplendoroso... Doloroso, quero dizer.

Isso de quando as vaidades caem de joelhos e querem entrar de buraco adentro, na fronteira da inexistência. Pouco ou muito importa o tamanho da herança, e a dor dói de não ter juízo que aguente... Irmã dor, qual dizia Francisco de Assis, nas suas longas viagens espirituais.

Os laços com tradição e experiências anteriores somem no abismo infinito onde, soberana, a dor dói... Pássaros cantam pelos quintais em festa; o vento sopra nas árvores; ressurge bonito o Sol; a Lua, linda, desfila no céu... Times jogam na televisão do domingo de tarde... Tocam sinos nas igrejas... E dói a dor com fome feroz de paciência a roer o coração dos humanos.

Meu Deus, como estreita o caminho e tudo de repente nos abandona quando dói a dor e o sofrimento pede passagem na avenida, encostas das florestas escuras do desassossego.

Pedir a quem tem para oferecer. Pedir sempre, que ninguém sabe quando a dor chega trazendo consigo o custo das impiedades desse solo dourado. Surgirá silenciosa no instante certo, mãe e mestra, amiga da plena glória, no tempo da colheita nos calendários que nos abandonarão.

Ah, amigo, quando a dor mostra seu rosto, na vitrine daquela solidão, não há bom, não há melhor... Viva, pois, de saber que maiores são os poderes da certeza, e junto deles manda, senhora, a dor que nos prepara o dia de invadir o leito da saudade na paz dos mistérios em constante movimento.

OSWALDO SANTIAGO- por Norma Hauer



Foi no dia 29 de agosto de 1976 que OSWALDO SANTIAGO passou a ser uma grande saudade por tudo que ele deixou como poeta, como compositor e como constante defensor dos direitos autorais, tendo sido um dos fundadores da UBC (União Brasileira de Compositores)

OSWALDO SANTIAGO nasceu em Recife e lá começou sua vida de poeta, lançando, em 1923, seu poema "No Reino Azul das Estrelas" e em 1924 um livro defendendo a Amazônia (já naquele tempo) com o nome de "Gritos do Meu Silêncio".

Ainda em 1923, Vicente Celestino lá se apresentou com sua Cia e a revista "Mademoiselle Cinema", na qual Oswaldo Santiago tomou parte, assim como na revista (impressa) "Lua Nova".

Fez parceria com Nelson Ferreira, um compositor e pianista muito apreciado , por seus frevos, em todo o Brasil. Com Nelson, Oswaldo Santiago escreveu "Melodia do Amor", gravado por Alda Verona.

Mas foi com o "Hino a João Pessoa", em parceria com Eduardo Souto e gravado por Francisco Alves que Oswaldo Santiago ficou conhecido fora de Pernambuco.
No mesmo ano dessa gravação (1930) Oswaldo Santiago veio para o Rio, quando aqui desabrochava o período de Getúlio Vargas e a política estava enfervescendo.

O "Hino a João Pessoa" era uma homenagem póstuma que os autores fizeram a João Pessoa, assassinado, por motivos políticos e amorosos, em sua Paraíba, que nessa época não era "muié macho, sim senhô", mas já pesava na balança nacional.

HINO A JOÃO PESSOA

"Lá no norte um herói altaneiro´
Que da Pátria o amor conquistou.
Foi um lindo farol, que ligeiro,
Acendeu e depois se apagou.

João Pessoa, João Pessoa
Bravo filho do sertão.
Toda a Pátria espera ainda
A sua ressurreição.

João Pessoa, João Pessoa
O seu vulto varonil
Vibra ainda, vibra ainda ...
No coração do Brasil.

Paraíba, oh rincão pequenino
Como grande esse homem te fez.
Hoje em ti cabe todo o destino
Todo orgulho da nossa altivez.

Como um cedro que tomba na mata
Por um raio que em cheio o feriu.
Assim ele, ante a fúria insensata,
De um feroz inimigo caiu.

Depois do sucesso do "Hino a João Pessoa", Oswaldo Santiago enturmou-se com os compositores que aqui labutavam nos anos 30.

Com Benedito Lacerda compôs o samba "Querido Adão", sucesso carnavalesco de Carmen Miranda; para as festas juninas, compôs a primeira música que Dalva de Oliveira gravou sem a formação do "Trio de Ouro": "Pedro, Antônio e João"; com Gastão Lamounier criou um "jingle" para um produto para os cabelos, de nome "Juventude Alexandre". Era um "jingle" tão bonito que Sílvio Caldas o gravou comercialmente.
Chamou-se

HÁ UM SEGREDO EM TEUS CABELOS

Em teus cabelos de seda,
Que perfume, que aroma sutil.
No sonho pela alameda,
Bailam flores, num baile gentil.
Há um segredo cantando
Trescalando uma essência de flor.
Onde vibram, ardejos, desejos...
Silenciosos eflúvios de amor.

O locutor entrava nos anúncios, dizendo, mais ou menos assim: "esse perfume, ela conseguiu usando a Juventude Alexandre"...devia "quebrar" o "clima" do ouvinte.

Foi quando se juntou a Paulo Barbosa, que Oswaldo Santiago teve seus maiores sucessos, quase todos na voz belíssima de CARLOS GALHARDO.
O primeiro foi "Cortina de Veludo", que foi também o primeiro sucesso de Galhardo como cantor romântico.

Depois vieram "Viena do Meu Coração";"Madame Pompadour";"Italiana";"Salambô";
"Lenda Árabe";"Tapete Persa" (este Galhardo lançou, mas não gravou);"Canções de Toda Gente";"Rua Escura";"Um Beijo em Cada Dedo"(estas duas últimas foram gravadas inicialmente, por Moacyr Buenno Rocha) "Torre de Marfim"; "Baile de Sombras"....

Oswaldo Santiago compôs, ainda, para Carlos Galhardo, com José Maria de Abreu, "Noite sem Luar"; "Poeira Dourada" e "Junto de Ti Estou no Céu"; com Georges Moran, "Meu Sonho é Só Meu"; "Perfume de Mulher Bonita" e "Linda Butterfly"; com Nelson Ferreira os frevos "Peixe-Boi" e "Sorri, Pierrô"; com Eriberto Muraro "Roleta da Vida"...
Ainda Oswaldo Santiago fez versões de "Eles se Amaram no Rio" e "Boa Noite".

Carlos Galhardo deve muito do sucesso de sua carreira a Oswaldo Santiago.

Foram tantas as composições de Oswaldo Santiago gravadas por Galhardo, que nem sei como citar as interpretadas por outros cantores, como Dircinha Batista em "Tirolesa"; "Jóia Falsa", com Gastão Formenti; 'Eu Não Posso Ver Mulher", gravação de Francisco Alves; "Lig, Lig, Lé", gravado por Castro Barbosa; "O Caçador de Esmeraldas", gravado por Dalva de Oliveira ou "Tudo Cabe num Beijo", gravado por Manoel Reis.

LIG-LIG-LÉ fez, recentemente, parte de uma novela da Rede Globo

"Lá vem o Seu China na ponta do pé
Lig, lig, lig, lig lé
Dez "tões", vinte passos, banana e café
Lig, lig, lig, lig, lé

Chinês, come somente uma vez por mês,
Não vai mais a Shangai buscar a Butterfly.
Aquii com a morena fez a sua fé
Lig, Lig, lig, lé"

Essa é mais uma composição em que os autores misturavam "alhos com bugalhos" ou seja, colocavam o Japão e a China como se fossem a mesma coisa.

Daí misturar Shangai (capital da China) com Butterfly (Madame Butterfly, personagem japonesa da ópera do mesmo nome),

Oswaldo Santiago deixou de compor no final dos anos 60 para se dedicar à UBC, chegando a ser "mestre" no assunto de direito autoral, sem ser formado em Direito.

E foi assim que faleceu na tarde de 29 de agosto de 1976, aos 74 anos, pois nascera em 26 de maio de 1902.

Norma

Zabumbeiros Cariris


Aurora
Zabumbeiros Cariris

Eis a razão que me guia
No auto da noite
Eita que estrela invocada
Dorando manhã
Fogo cabelos ao vento
Solta colheçe o luar
Diva teus passos comduzem
A mina do olhar
Deixa um sorriso uma deixa
Prà eu me anunsiar
Musa tua chama è serpente
A me hipnotizar
Cravo tuas presas teu ventre
Vai me iluminar
Reina a poesia na noite
Noite que afaga o sonhar
Sonho que sou teu poeta
A quele que ainda vai chega
Com todo o calor desta noite
Com os versos que estàs a busca
Com o vinho mais tinto desejo
Que a tua aparição
Se darà


Composição: luciano brayner