por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 4 de março de 2012


A CANÇÃO QUE NÃO FICOU PERDIDA...

Composição : Dolores Duran

Ai, leva-me contigo pela noite eterna da tua amargura
Deixa que eu te ofereça, todo este carinho
Toda esta ternura
Não me deixe chorar novamente
No tormento desta solidão
Não me deixe entre todas as coisas
Que foram tão nossas
Dá-me a tua mão
Ai, leva-me contigo e perde a minha vida
Quando te perderes
Deixa que eu te dê meus olhos
Para que tu chores sempre que sofreres
Segue o teu sonho impossível
Não tentes fugir
O que eu quero é ficar a teu lado
E te amar sempre, sempre, sem nada pedir

QUEM TEM MAIS DE 50 ANOS, FECHE OS OLHOS...


ISAURINHA GARCIA- por Norma Hauer



No dia 26 de fevereiro de 1919, nasceu, no bairro do Brás, em São Paulo, Isaura Garcia, que ficou conhecida, artisticamente, como a cantora ISAURINHA GARCIA.

Ela foi uma das poucas artistas que, em sua época, fizeram sucesso em todo o Brasil, sem nunca deixar sua cidade natal. Naquele tempo, artistas vinham morar no Rio de Janeiro, então Capital da República, para se tornarem conhecidos em todo o país. Isaurinha Garcia jamais residiu fora de São Paulo.

Isaurinha começou sua carreira na Rádio Record em 1941. Tornou-se conhecida através do rádio e, já no mesmo ano, gravou, na Colúmbia: “Chega de Tanto Amor" (Mário Lago), "Pode Ser” (Ataúlfo Alves) e "Eu Não Sou Pano de Prato", de Roberto Martins e Mário Lago, música esta que lhe "abriu as portas" para o sucesso e a tornou conhecida aqui no Rio de Janeiro.

Em 1941 lançou "Teleco Teco", ainda na Colúmbia.

No ano seguinte passou à gravadora RCA Victor, quando firmou seu nome gravando "Quem Paga o Pato Sou Eu"; "Duas Mulheres e um Homem" (esta foi uma resposta aos sambas "Amigo Leal" e "Amigo Infiel", gravados por Orlando Silva).
Regravou, de Noel Rosa, "Último Desejo" e "Século do Progresso" (1946).

Neste mesmo ano, lançou seu maior sucesso a música de Aldo Cabral e Cícero Nunes: "Mensagem".

Esta composição recebeu inúmeras regravações, mas foi Isaurinha Garcia a primeira a espalhá-la por todo o Brasil, assim:


"Quando o carteiro chegou,
E meu nome chamou,
Com uma carta na mão...
Ante franqueza tão rude,
Não sei como pude
Chegar ao portão..."

Marcou, ainda depois, outros grandes sucessos:"De Conversa em Conversa" e "O Sorriso do Paulinho".

Quando vinha ao Rio apresentava-se no então famoso programa César de Alencar, que "abriu as portas" para muitos cantores que se tornaram famosos.

Foi eleita a primeira e única "Rainha do Rádio Paulista", sem ninguém para sucedê-la.

Faleceu em 30 de julho de 1993.

10 anos depois, em 2003, foi homenageada com um espetáculo de nome "Isaurinha-a Personalíssima", estrelado por Rosa Maria Murtinho.

Norma

A nota dos oficiais de pijama - José do Vale Pinheiro Feitosa

As assinaturas de oficiais reformados em manifesto contra o Ministro da Defesa e a Presidenta da República em razão da Comissão da Verdade tem todas as características das coisas pequenas. Em primeiro lugar a Comissão da Verdade apenas vai expor para a Nação os nomes e métodos de quem praticou tortura, mas não vai punir ninguém, conservando assim a lei da Anistia. Mas sem dúvida, abrirá a oportunidade para no campo do direito individual as famílias tentem, na justiça, ações contra torturadores contumazes. Por isso a Veja entrevistou um já testando os limites da consciência e da tolerância nacional. Acontece que muitos torturados talvez não tenham mais ânimo para punir estas práticas monstruosas. E em segundo lugar embora estas assinaturas vindas dos Clubes Militares, vão demonstrar o nível de rebaixamento político de tais clubes outrora tão ligados às questões nacionais. Com estas assinaturas se tornaram um clube corporativo, em defesa de uma geração de militares que se associaram a uma ditadura e à tortura.

O jornalista Jânio de Freitas numa coluna na Folha de São Paulo põe claridade política na nota da corporação em defesa de seus antigos atos:

Já anda por algumas centenas, mas quanto mais assinaturas tenha o manifesto dos militares desativados contra a presidente da República, sua comandante suprema, e contra o ministro da Defesa, melhor para todos. Eles e nós.

Os comandantes do Exército, Enzo Martins Peri, da Aeronáutica, Juniti Saito, e da Marinha, Julio Soares de Moura Neto, transpostos do governo passado ao atual, têm conduta exemplar, profissional e pessoal. Não se sabe que esforço lhes custa, se custa algum, projetar sua conduta sobre a dos comandados. Seja qual for, têm êxito e nisso dão contribuição essencial à árdua construção da democracia -lenta, gradual e, ainda, restrita.

Os que assinam o manifesto, todos da reserva ou reformados, eram a própria ditadura. Foram parte do seu sustentáculo e de tudo o que nela foi feito e eles temem ver exposto plenamente e julgado. Eram a ditadura ontem, são hoje a voz da ditadura. Não é mal que façam o país ouvir a voz roufenha, velada e já trêmula da ditadura.

Também é assim que somos forçados a não perder a consciência de nossa própria história. O mesmo acontece com eles: não se esquecem do que foram -e, logo, são. E nós outros formamos a consciência de que serão necessárias duas, talvez três gerações, se tudo correr como necessário ao processo de democratização, para que não haja mais resquícios venenosos no profissionalismo militar brasileiro.

A história militar no Brasil, desde a conspiração para o golpe da República, é uma história de indisciplina. Muitos dos que viveram em indisciplina não podem compreender outra conduta.

Mundo - Por José de Arimatéa dos Santos


Foto: José de Arimatéa dos Santos
Mundo de beleza incomensurável
Com dias com o sol ou chuva
Sempre a nascer,
A trazer luz,
Esperança de melhores dias
Sempre presentes no nosso cotidiano
E que mesmo na correria
É importante contemplar
E agradecer a vida
A pulsar a todo momento
Nesse mundo
Tão radiante de boniteza infinita