por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 2 de maio de 2011

Memória fotográfica - Emerson Monteiro

Escrever como quem copia
As mais estranhas visões
No tamanho dez por quinze
Como as bordas brancas
De uma paisagem qualquer,
De lugares e momentos,
Para, em seguida, escondê-la
Nos trapos escuros da ausência
Com as janelas fechadas da vida.
E esperar espantos no futuro,
Quando vierem tempos novos,
Melhores e mais livres que estes
Que eu agora quero contar.

O CASULO DA VIDA

Ninho de graveteiro
                            



 


O CASULO DA VIDA

As pálpebras caem,
e as palavras, inúteis. 
Os canários já não cantam,
e caem.    
A pedra brilha ao sol,
como uma lápide.
Os teus passos se calam,
no jardim da ausência.

Como decifrar o casulo da vida?
As asas aprendem o desígnio de não voar. 
No entanto, sabemos quem somos.
Sabemos Deus.
Nada nos falta, apesar da humana fraqueza.

A areia tem a forma dos nossos pés.
A justa medida.
O mar nos chama,
e nos ministra lições
de partida: partir é viver.
Não queremos, ainda, o esquecimento.
Nem depois, no espelho de Deus.

Os barcos sofrem na praia, apodrecem,
mas guardam a memória das viagens, do infinito.
Um pouco de terra e escuro, nosso domínio:
que morra e nasça a semente da eternidade.



 

Professor à moda antiga – Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Vida de professor, hoje em dia, não é nada fácil! Já vai longe o tempo em que o professor era respeitado pelos seus alunos, com o mesmo nível de consideração e devoção reservado aos próprios pais. Época em que alunos eram verdadeiros discípulos e o professor, antes de tudo um mestre a dividir o saber com seus pupilos. Hoje não; o pobre do professor além dos baixos salários, carga horária estafante, ainda enfrenta um bando de jovens desinteressados, alunos de cara feia, mal-educados desde o berço, alguns deles drogados, quando não armados até os dentes.

Às vezes, eu imagino o que seria dos pequenos estudantes do Século XXI, se porventura voltassem as normas disciplinares que existiam na época em que a minha mãe estudava nas escolas primárias do Crato. Aí pelos idos de 1910, há um século, portanto, todo dia de sábado havia a sabatina. Nada mais era do que uma argüição oral que o professor, de palmatória em punho, fazia aos alunos sobre todo o conteúdo ministrado durante a semana. Aquele que não soubesse responder, outro aluno era solicitado a passar um quinau, isto é fazer a correção daquilo que o colega não soubera. Se por ventura acertasse a resposta, era autorizado pelo mestre a aplicar certo número de “bolos” na palma da mão do coleguinha relapso. Se errasse, os dois recebiam do próprio professor a merecida sova.

Mas tal sistema disciplinar não era nem de longe, comparado ao que existia na Alemanha de 1785. Famosa pela rigidez de comportamento de seu povo, àquela época, o professor alemão ministrava suas aulas com um comprido e espesso cipó encostado a um canto da parede. Se algum aluno não soubesse a lição ou se comportasse de maneira inadequada era solicitado a retirar a camisa, ajoelhar-se e receber algumas lapadas nas costas.

Certo dia, um professor da cidade de Brunswick, não desejando surrar seus alunos de apenas oito anos, impôs a eles um terrível castigo, em troca de umas boas e merecidas cipoadas. Eles somente seriam liberados da sala de aula, após somarem os cem primeiros números naturais, isto é: um mais dois, mais três, mais quatro, até chegar a cem. Seria uma operação demorada para qualquer adulto, imagine para crianças já sentindo as agruras da fome a lhe roer o diminuto estômago. Menos de cinco minutos depois dessa ordem, um garotinho franzino, levantou-se e disse ao professor: “o resultado é 5050”. “Como você descobriu isso, meu filho?” Aquela criança lhe mostrou uma pequena fórmula que havia descoberto, antes de muitos matemáticos famosos daquela época: a soma dos termos de uma Progressão Aritmética.

Reza a lenda que o professor tirou a camisa, pegou o vergalhão, entregou àquele pequeno aluno, ajoelhou-se e disse para a classe: “Hoje eu estou diante de um gênio! Meu filho tome esta vara e bata nas minhas costas! Bata quantas vezes você quiser!” Não há registro histórico se aquele aluno surrou seu professor, para alegria dos seus coleguinhas. Mas ganhou do diretor da escola, uma bolsa de estudos que lhe possibilitou doutorar-se em Matemática, anos mais tarde.

Ah sim, antes que eu me esqueça! Qual era o nome daquele pequeno gênio? João Frederico Carl Gauss, um dos maiores matemáticos de todos os tempos. Responsável entre tantos feitos, pelo desenvolvimento da “Teoria dos Números”, da demonstração do “Teorema Fundamental da Álgebra”, e da famosa “Curva de Gauss”, para correções de dados estatísticos.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo

"Prova provada" - José Nilton Mariano Saraiva

Com convicção, à época, em mais de uma oportunidade afirmamos aqui (e nunca é demais repetir, insistir e persistir), que a criação da tal Região Metropolitana do Cariri não passava de um teatro mambembe, de uma farsa grotesca, de um engodo sem precedentes, porquanto, lá atrás, já houvera sido decidido que Juazeiro do Norte, ao sul, e Sobral, ao norte, seriam os municípios que recepcionariam os principais investimentos do Governo do Estado do Ceará; às pobres e decadentes cidades adjacentes seriam encaminhadas as sobras, os refugos e as migalhas do que sobrar, porquanto meros satélites a vagar na órbita das duas “metrópoles”.
Pois é, não deu outra, pra decepção daqueles que levaram na ironia. Querem um só exemplo, a “prova provada”, a materialização do afirmado ??? Vamos lá: autocraticamente, vapt-vupt, em tempo recorde, sem maiores explicações, delongas ou justificativas, o poder público estadual escolheu a área, adquiriu o terreno, disponibilizou uma grana respeitável, ergueu, equipou e inaugurou um portentoso Hospital, que “batizou” de Regional do Cariri, em ... Juazeiro do Norte (como também já está ultimando a unidade de Sobral).
Como, no entanto, os serviços das duas unidades acima referenciadas (que estão sendo entregues à população) não atingem os municípios localizados na “região central” do Estado (inviabilizando o atendimento às populações respectivas), esse mesmo Governo deverá construir um novo “Hospital Regional” que contemple os diversos municípios que a compõem (a Região Central e o Inhamuns), dentro de uma tal política de interiorização da saúde. Só que aqui, diferentemente do ocorrido lá, a autocracia será deixada de lado e a escolha será um tanto quanto diferente, porquanto mais honesta e democrática: dentre os 20 municípios que formam aquela região (com uma população estimada em 612 mil pessoas), os quatro mais populosos e importantes economicamente (Quixadá, Quixeramobim, Canindé e Boa Viagem, de acordo com o IBGE) foram antecipadamente escolhidos pra se habilitarem a recepcionar a nova unidade de saúde, cuja definição e escolha da localização definitiva deverá ser feita através de uma eleição com os prefeitos e presidentes das Câmaras Municipais dos 20 municípios, na condição de votantes. Assim mesmo, “sem cantar a pedra antes do tempo”. Democraticamente.
A pergunta que se impõe, então, é: por qual razão, na Região do Cariri, não se adotou o mesmo critério, o mesmo modo operandi, a mesma sistemática, qual seja, uma pré-seleção das suas principais cidades (Crato, Juazeiro do Norte, Barbalha e Brejo Santo) com a conseqüente e democrática escolha de uma delas, através de votação dos prefeitos e presidentes das Câmaras Municipais dos mais de 30 municípios que a compõem ???
Elementar, meu caro Watson !!!
Falta-nos (ao Crato, especificamente) o “componente político”, poder de barganha, prestígio, competência, parcerias e, principalmente, um mínimo de relacionamento da autoridade municipal com quem tem a caneta à mão (em termos de Estado e União).
Será tão difícil assim, pra quem tem um mínimo de discernimento, enxergar o “óbvio ululante” ???

Osama Bin Laden


Confirmação

Pouco depois da divulgação da notícia, a morte do terrorista foi confirmada oficialmente pelo Presidente Barack Obama em um pronunciamento pela televisão aos norte-americanos.

Durante o pronunciamento, Obama disse:
“ Hoje, sob minha administração, os Estados Unidos lançaram uma operação dirigida contra esse composto, em Abbottabad, Paquistão. Um pequeno grupo de norte-americanos realizou a operação com uma capacidade e coragem extraordinárias. Nenhum americano se feriu ou foi prejudicado. Eles tomaram cuidado em evitar vítimas civis. Após um tiroteio, mataram Osama Bin Laden e mantiveram seu corpo sob custódia. ”

A fala do Presidente norte-americano foi de extrema importância para o país. Antes do pronunciamento de Obama, houve muitos rumores, e também incertezas. O discurso do presidente dos Estados Unidos também confirmou que Bin Laden morrera no tiroteio contra um grupo de militares norte-americanos e não por ação de outros militares,[embora estes tenham sido ajudados por outras organizações e o próprio governo paquistanês tenha apontado o local onde encontrar Bin Laden.

wikipédia

Uma crônica para o Abriu Por:Manoel Severo


Nossos antigos e novos preconceituosos , literalmente de pernas pro'ar...


Quando uma a pausa na apresentação "Game Off Skate" nos trouxe a inusitada e maravilhosa apresentação do cordel e da poesia popular, fiquei incrivelmente espantado e verdadeiramente encantado! Todas as tribos ali mesmo no anfiteatro do Centro Cultural do Araripe, festejando a verdadeira festa da juventude, meninas e meninos de todas as idades , cores e pensamentos, celebravam a vida, seus sonhos, a esperança. A união perfeita entre todas as manifestações da alma juvenil, a poesia da origem convivendo harmoniosamente com a poesia das ruas, foi uma experiência dificil de esquecer.

Por esse motivo não poderia deixar de trazer aos amigos o meu verdadeiro sentimento com relação a este evento que me toca profundamente que é o "Abriu para Juventude". Uma iniciativa de uma felicidade ímpar; em sua terceira edição, possibilita e provoca um conjunto de percepções e interações poucas vezes vistas, entre o que sente e pensa, o jovem de nossa cidade.

Logo na primeira noite, no Teatro Salviano Arraes Maia, tivemos um debate extremamente qualificado envolvendo a temática principal do evento: "Corpo e Consciência". Por mais de duas horas tivemos representantes de várias juventudes, como também do poder público e da sociedade civil; e aqui destaco, José Flávio, Alexandre Lucas, Diego Cidrim, Cláudio Reis, André Saraiva e Júlio Cesar Filho; pensando e dialogando, sobre este grande desafio que é ser jovem, ter voz, ter vez, corpo e consciencia. Uma das coisas que me chamou a atenção, pois não é comum para homens públicos; foi a presença do prefeito do Crato, Samuel Araripe, durante todo o evento; ouvindo de forma humilde e contribuindo com o debate de forma segura e lúcida, enriquecendo sobre maneira o momento; acabou saindo com o "fechar das luzes".






A presença do Presidente Nacional da CUFA, Preto Zezé e o lançamento do espetacular documentário "Fortaleza Noiada" trouxe um ingrediente forte na direção dos rumos da luta contra as drogas; o Crack preponderantemente já é a maior mazela da sociedade moderna e atua fortemente a partir do universo jovem, apesar de não escolher idade, sexo e condição social. Preto Zezé, do alto de sua experiência de anos lidando com movimentos comuntários e de periferia; trazendo para a vida aqueles já sem esperança; provocou que só haveria luz no fim do túnel se houvesse uma grande união e cruzada de todos para resgatar e proteger nossos jovens desse flagelo.

A dança, a música, a festa, o encontro, a celebração, o corpo e a consciencia; foram presenças marcantes durante as duas noites restantes do Abriu para Juventude. O Centro Cultural do Araripe era o caldeirão central de todo o sentimento, muitas vezes reprimido por boa parte daqueles jovens, e ali, era como coração de mãe: Sempre cabia mais um... e havia espaço para todos, a harmonia era a tônica, a pluralidade a ordem.






Por entre os insides e rimas do Rap e do Break, sob a sinfonia do xaxado e do coco, me parei pensado: "Caramba esse meninos e meninas estão muito a frente de todos nós!" E realmente esse era meu sentimento, como imaginar a convivência inteligente e criativa, com qualidade, entre a cultura Hip Hop e a cultura Popular, nossa, nordestina? Entre o talento e beleza do skate e a magia do cordel? Entre o esporte radical e a arte da contemplação... E foi isso exatamente o que vimos durante os tres dias de Abriu para a Juventude. Luiz Gonzaga, Marinêz, Anicetos e Reizados, cantados e dançados nas ruas, pelas ruas, trazendo uma verdadeira apoteose de sentimentos que nascia do mais sincero sentimento do que podemos chamar de cultura nossa de cada dia.

Uma cena ficou em minha memória: O olhar de um desses anônimos meninos de nosso Crato. Em determinado momento, um garotinho, talvez não tivesse mais que 12 anos, segurando um outro menor pela mão, esse talvez tivesse uns 9 a 10 anos; estavam bem ali, no centro do "caldeirão" das Rffsa, e seus olhos com um brilho sem fim, como querendo sair de órbita, não sabiam por onde começar, diante de tanta festa, luz, cor e harmonia, de um lado um palco com as bandas originalmente feita por jovens, do outro lado todas as emoções do Motocross, do outro a magia do Skate, do outro as batidas fortes e envolventes da música eletrônica e do alto do paredão da escalada, parecia que o Deus da praça, o nosso Cristo Redendor, parecendo uma imagem santa de Grafite, abençoava a todos. Parabens Crato, mas sobretude, parabens juventudes, vocês foram responsáveis por tudo isso.

Obrigado WB por pegar "emprestado" seu olhar a partir de suas fotos.

Manoel Severo


Sempre é Carnaval!






NÃO DIGA ADEUS AINDA

Se um grande amor alguém
Conhece um dia
E sofre a dor ferina
Da separação
No coração não tem mais alegria
O carnaval termina
É só desilusão.

O carnaval é luz, é cor, magia,
Evolução, folia,
Brilho, inspiração
Se longe o amor acena em despedida
No adeus da partida
Tudo é solidão.

Trago no peito sete flechas nuas
São saudades tuas
A me acompanhar
Um lindo anel que trago de lembrança
Doce aliança
A nos separar.

Ó flor da minha vida
Ó luz do meu olhar
É festa na avenida
É noite de luar
Não diga adeus ainda
O bloco vai passar.

( ARLEQUIM - letra: Ronaldo Brito e Francisco Assis Lima música: Antonio José Madureira )

Astrologia e Preconceito - por Fernando Fernandes



Encaremos a dura realidade: astrólogos ainda são vítimas de diversos preconceitos. Neste artigo vamos explorar os mais comuns, mostrando a diferença entre a realidade e as fantasias e estereótipos criados em torno de nossa mal compreendida atividade.
"Praticar Astrologia é uma forma de ganhar dinheiro fácil"
Quadro Il Ciarlatano (O Charlatão), de Giovanni Domenico Tiepolo (1754).

Um dos preconceitos mais comuns é o que associa a opção pela prática profissional da Astrologia ao sonho de fazer dinheiro fácil. Não há matéria publicada na grande imprensa que não aproveite para insinuar, aqui ou ali, que Astrologia é um ótimo negócio, capaz de trazer elevados rendimentos a quem se decidir a explorar o "filão".

Vamos aos fatos: consultas astrológicas normalmente são mais longas do que consultas médicas ou sessões de psicoterapia, o que faz com que o valor/hora seja proporcionalmente mais modesto. Os clientes não retornam com a mesma freqüência verificada em outras especialidades terapêuticas, já que própria a natureza do atendimento raramente predispõe a mais do que duas ou três consultas anuais. Muitos clientes fazem seu mapa apenas uma vez na vida, obrigando o astrólogo a um permanente trabalho de renovação de público. Em resumo: Astrologia não é um bom negócio para quem deseja ganhar dinheiro fácil - e quem tem apenas este objetivo não consegue sobreviver profissionalmente durante muito tempo.
"É impossível viver de Astrologia"

Trata-se de outro preconceito muito difundido, e de sentido oposto ao primeiro. Sempre que alguém anuncia ao mundo sua disposição de dedicar-se ao atendimento em tempo integral, aparece imediatamente um pai, um cônjuge ou um amigo preocupado para dizer coisas como: "Você enlouqueceu? Astrologia não sustenta ninguém! Astrologia não é profissão, é bico! Você não vai resistir três meses!" Ou ainda: "O quê? Você vai trocar os quatro (ou cinco, ou seis) anos de faculdade de ... (e vem o nome de um curso convencional) por uma vida incerta numa profissão que nem existe? Onde você está com a cabeça?"

A boa notícia é que existem muito mais astrólogos exercendo a profissão em bases regulares do que as aves agourentas poderiam imaginar. São relativamente raros os casos de astrólogos competentes que desistem de praticar o atendimento ou o magistério por falta de clientes ou alunos. Muitos estão no mercado de trabalho há mais de vinte ou trinta anos. A falsa impressão de que há muitos desistentes vem do fato de que muitos principiantes experimentam a atividade de consultoria durante um ou dois anos e depois optam por outros caminhos. Ou seja: o elevado grau de desistência ocorre nos dois ou três primeiros anos de prática, exatamente como em qualquer outra ocupação. Para confirmar, basta consultar qualquer turma de Direito ou de Psicologia formada em 1996 - dez anos atrás - e perguntar quantos estão efetivamente exercendo a profissão. Os resultados não serão diferentes daqueles obtidos com estudantes de Astrologia.

Outro erro é considerar que, do ponto de vista formal, a Astrologia é uma "profissão que não existe". Astrólogos têm a opção de trabalhar como autônomos, pagando os impostos devidos (ISS e contribuição previdenciária, por exemplo) e fazendo jus aos mesmos direitos de qualquer trabalhador. A Astrologia é reconhecida como ocupação pelo Ministério do Trabalho e seu status é semelhante ao de outras ocupações que, mesmo não regulamentadas, são valorizadas no mundo real.

Ocorre que, vivendo num país que sofre com o peso da burocracia e da altíssima carga tributária, a maioria dos astrólogos acaba fazendo opção semelhante à de nada menos que 60% da força de trabalho nacional: atuar na informalidade, como estratégia para reduzir custos e simplificar processos. Neste ponto, astrólogos não são diferentes de webdesigners, mestres de obras, técnicos em refrigeração ou tradutores especializados. A informalidade é um problema estrutural do país, e não uma característica específica da ocupação de astrólogo.
"Quem procura astrólogos são pessoas incautas e de boa fé."

Críticos ferozes - normalmente combatendo em nome da Ciência e contra o "obscurantismo" - costumam apresentar os astrólogos como exploradores da credulidade pública. Haveria nisso algum fundo de verdade? A clientela seria realmente formada por pessoas ingênuas e incapazes de avaliar um bom profissional? Os fatos mostram que não. O típico cliente costuma ter boa formação escolar, excelente nível cultural e prévio conhecimento das alternativas terapêuticas existentes, desde as mais acadêmicas até as de linha holística. Tal cliente normalmente chega ao astrólogo por indicação pessoal e tem um elevado grau de exigência. Um percentual surpreendente dos que procuram atendimento já se submeteu a psicoterapias convencionais e conhece bem o jargão das várias modalidades de relacionamento terapeuta-paciente.

Há, contudo, um fundo de verdade no preconceito. Ocorre que muitos "videntes" voltados para uma clientela menos instruída e pouco exigente também se apresentam como "astrólogos", o que pode confundir o consulente desavisado. Falamos, é claro, daqueles que distribuem filipetas na rua, com apelos do tipo "trago seu homem de volta em três dias". Mas é fácil observar que tal forma de atendimento raramente está focada na Astrologia, que entra apenas como uma espécie de molho para dar mais tempero à salada - e que salada!
"Astrólogos são pessoas intelectualmente despreparadas."

Quanto ao preparo teórico-cultural do praticante de Astrologia, há que fazer uma distinção: como o exercício profissional é livre, qualquer pessoa pode oferecer seus serviços no mercado, do que resulta um quadro bastante heterogêneo. Mas se considerarmos apenas os profissionais que são reconhecidos pelos colegas e associações de classe, a situação é bem diferente. Com poucas exceções, a maioria têm curso superior nas mais diversas áreas. Muitos são pós-graduados. Nos últimos quinze anos tem aumentado substancialmente o número de dissertações de mestrado versando sobre Astrologia, o que confirma a existência de uma nova geração de pesquisadores disposta a abrir espaços dentro das universidades e enfrentar - ou ao menos contornar - o preconceito e a irritação do meio acadêmico contra os que ousam assumir a Astrologia publicamente.

A maioria dos astrólogos prepara-se durante mais tempo para exercer sua atividade do que um profissional de áreas mais convencionais. Poucos são os que não investem quantias consideráveis em livros e congressos e que não são capazes de ler pelo menos em mais uma língua além do português.
"É impossível saber se um astrólogo é realmente preparado."

Como não? Eis quatro cuidados básicos que qualquer pessoa pode ter na busca de um bom profissional:

1. busque artigos em publicações especializadas e na internet - Bons astrólogos escrevem de forma clara, coerente, utilizando uma metodologia transparente e verificável. Textos confusos, eivados de erros ou excessivamente dogmáticos não são um bom cartão de visitas. Suspeite de astrólogos que nunca escreveram nada, seja em publicações especializadas, seja pelo menos numa lista de discussão na internet. Isso pode ser um sintoma de preguiça, de despreparo intelectual ou de insegurança.
2. Procure saber sobre a reputação de seu astrólogo junto a outros astrólogos - o respeito e o reconhecimento dos colegas costuma ser, em qualquer profissão, um indicador seguro de que você está diante de um bom profissional (ou, no mínimo, de um relações públicas de primeira!).
3. Verifique a opinião de seus amigos que já fizeram consultas antes de você.
4. Use o bom senso. Fuja de quem se diz astrólogo fazendo promessas mirabolantes e alardeando poderes especiais.

"Astrologia é uma forma de ocultismo."

Definitivamente não. Ocultismo é um termo vago, de escopo bastante amplo, que costuma englobar diversos movimentos e correntes de pensamento voltados para aspectos simbólicos ou cifrados das religiões e da magia. Freqüentemente o ocultismo está relacionado ao estudo da paranormalidade e dos fenômenos "psi". Outra abordagem diz respeito aos estudos de rituais de iniciação, cabala e temas conexos. Em princípio, Astrologia e Ocultismo são dois campos de conhecimento absolutamente distintos, com objetos diversos. Isso não impede, é claro, que uma parcela dos estudiosos da Astrologia tenha também interesse ou envolvimento direto com Ocultismo, praticando uma abordagem interdisciplinar. Assim, existem linhas específicas de especialização intituladas Astrologia Esotérica, Astrologia Cabalística etc. Isso não significa, entretanto, que todos os astrólogos sejam também ocultistas ou que todo ocultista tenha conhecimentos astrológicos.
"Astrólogos são pessoas com uma capacidade psíquica especial."

Quando o médico analisa um exame de raio-X e diz que um paciente está com pneumonia, ninguém acha que ele tenha precisado de habilidades psíquicas para chegar a essa conclusão. Por outro lado, há gente que, quando ouve uma afirmação certeira de um astrólogo, sente-se possuída de um certo terror supersticioso, enquanto pergunta: "O que mais você está vendo no meu mapa?" Por mais irritante que seja para os astrólogos, uma boa percentagem do público leigo ainda acredita que a interpretação do mapa é fruto de algum dom psíquico, e não do uso sistemático de uma técnica de leitura. Outra vez, é o estereótipo do paranormal, que não corresponde à realidade.

Por quê, então, insiste-se tanto no mito do astrólogo-sensitivo, que "capta os fluidos" do que está por vir com suas poderosas antenas? Porque esta visão distorcida interessa aos críticos apressados, que assim têm uma boa desculpa para sequer se dar ao trabalho de estudar as bases teóricas e os métodos de investigação do conhecimento que pretendem combater. E interessa também aos espertos que, através de supostos poderes paranormais, enganam com mais facilidade os desavisados. Quem não se lembra de Walter Mercado?

Alguns astrólogos podem ser também paranormais, é claro. Mas não é uma condição sine qua non. Uma coisa não depende da outra, e é perfeitamente possível fazer Astrologia de primeira qualidade com base exclusivamente na lógica e no bom senso.
Conclusão

Alguns críticos mal-intencionados querem fazer crer que toda a Astrologia se restringe aos tipos exóticos que se exibem de turbante em shopping centers e nas famigeradas "feiras esotéricas". O quadro, freqüentemente reiterado nos meios de comunicação e no ambiente acadêmico, é do astrólogo como um esperto que, por despreparo para exercer outra atividade mais nobre, opta por ganhar dinheiro fácil atendendo clientes ingênuos e endinheirados. Nada mais errado e nada mais injusto.

A realidade choca-se frontalmente com os preconceitos existentes. Para percebê-lo, basta conhecer um pouco a comunidade de profissionais de qualquer grande cidade brasileira. Constelar escolheu uma dessas cidades - Recife - para traçar um retrato realista das verdadeiras condições em que a Astrologia é exercida neste país. Lá, as características locais determinaram o surgimento de toda uma geração de astrólogos de vida dupla, como você verá no artigo seguinte.


Fernando Fernandes.


Esse texto acima, escrita pelo jornalista e astrólogo Fernando Fernandes, está na revista eletrônica de Astrologia: www.constelar.com.br
um sítio seríssimo e dirigido por competentes astrólogos.
 

Stela Siebra

Stela Siebra Brito -



Stela Siebra Brito - Cearense de nascimento e recifense de coração, Stela tem formação em Comunicação e fez carreira no BANDEPE (Banco de Pernambuco S.A.). Atualmente trabalha em oficinas de letras e de contação de histórias. Stela é uma verdadeira enciclopédia no que se refere à cultura popular nordestina. Com ela é possível aprender sobre a origem das cirandas, das cantigas de roda, do frevo e do maracatu. Com memória privilegiada e energia inesgotável, é capaz de cantar peças da música local ou recitar poetas pernambucanos durante horas seguidas.

Para Rosa Guerrera


A música e outros sinais - Emerson Monteiro


Quem passa, as pessoas; são elas quem passa no silêncio dessas paragens entranhas da consciência e no terno movimento, a refletir as horas e o seguir do correr inevitável das coisas. Espécie de saudade descomunal acompanha o deslizar da sombra que desce pela infinita ladeira dos instantes em sucessão.
As luzes que circulam em volta dessas poças d´água espalhadas pelo vento encantam canções que insistem tocar as células do esquecimento preguiçoso dentro da alma da gente. Aves, no céu alto, deslizam indiferentes em meio das mesmas marcas de nuvens rápidas que encobrem o céu acinzentado das cerrações nas manhãs, que vestem de fantasmas os dias que se foram através da fatalidade. Tetos de névoa tênue, véus de paisagens desaparecidas, ausentam-se, quando rondaram aqui tão perto, livres, porém, do controle dos nossos sonhos e braços de dominá-los.
Contar quanto andou nesses caminhos interiores ao som das pulsações demoraria igualmente a quantidade do que desfilou nas telas do presente, pois reviver é viver. Algo de constante aos olhos da repetição. Por isso, a diferença significa o tanto proporcional das saudades depositadas nos lixões e museus. Impressões permanecem do intervalo das paredes e das histórias, período exato de servir aos demais seres humanos, pratos da realização dos desejos. Paz, satisfação de viver. Em processo equivalente, uns desprezam as oportunidades para favorecer o esforço de outros que precisam. Reunir as forças suficientes de facilitar a jornada dos que arrastam fardos pesados, próximos, hoje, ontem, amanhã, disposição e trabalho em nome de quem necessita.
Ter medo de abandonar o percorrer dessas horas impacientes que jamais esperam pode pedir a vontade do serviço ao semelhante, única atitude que vence o morrer que o tempo tritura todo momento.
Romanos narravam lenda que falava de Cronos, o deus do tempo. Ele paria e devorava seus próprios filhos. Continua dominando os passos nas histórias das outras civilizações, ente misterioso que lhe toca adiantar os frutos que servem de alimento. Todos sem exceção calcam o cenário aos próprios pés. A música das esferas domina os sentidos, na audição. As cenas em ação, na visão. A mesa, no paladar. O perfume do estrume e das flores, no olfato. E no tocar dos objetos, o tato. E nós, atores principais do processo vida.
Alternativas de juntar num bloco este momento cabem no papel de instrumento de salvação criaturas, quebrar o cristal da inutilidade de olhar indiferente o rio correr sem responder ao que pergunta a música invisível do tempo no seio dos corações.

Crato, nos anos 60- acervo de Nilo Sérgio Monteiro

O fino da saudade – por socorro Moreira




Crato molhado
Azul nublado
Coração nostálgico

Procurei a farda,
Livros,cadernos,
Sombrinha e capa
Viajei pelas ruas
Até uma sala de aula

Tempos úmidos
Dias compridos
-Todo mundo jovem e vivo!

Fogareiro aceso
Carne na brasa
Baião enxuto, moreno
Quartos contínuos
Rádio ligado
Barulho de vassouras
Brilhante alumínio

Gemada
Cacho de banana prata
Terço em família
Vestido branco
Mês de maio –
- o mais comprido!


Emocionada
Vejo fotos do passado
Álbum das lembranças
Nós, aquelas crianças...
Hoje
com artrose e veias quebradas

Procurei “O diário de Ana Maria”
Na falta do próprio.
Fugiu das livrarias
Como fugiram as fotonovelas
Da Tipografia Cariri.

Quadra de futsal
Quarta e sábado
Nas noites de chuva ou estio.

Fardas na praça
Pingo do meio-dia
Patamar da igreja
- Passarela dos tímidos

Ficou feia a minha cidade
Envelheceu comigo ou
 morreu com os amigos?

A POESIA DE JOSÉ AUGUSTO SIEBRA

Maio mês das flores

Maio, mês de alegria,
Mês de encanto, mês das flores,
Mês consagrado a Maria
Mês de hinos e louvores.

Maio desponta sorrindo
Com seus lampejos suaves
Qual um pólio se abrindo
Por entre o festão das aves.

Desponto o sol no nascente
Ouvindo o cantar das fontes
Beijando as gotas nitentes
Procura o cume dos montes.

Linda toalha de neve
Se estende em cima da serra
E sopra a brisa tão leve
Dando mil beijos na terra.

O sol penetrando um raio
Na choça do camponês
Vai lhe avisando que Maio
Já chega por sua vez.

Este, ufano, se levanta,
Ao próprio peito abraçado
Mirando com glória tanta
A pompa do seu roçado.

A camponesa singela
Soltando ternas cantigas,
Passeia faceira e bela,
Por entre as louras espigas.

Da branca torre erguida,
O sino a bimbalhar
Convida todos da Ermida
À Mãe de Deus louvar.

Quando a noite vem chegando
Que vai se ocultando o dia,
Vão todos se ajoelhando
Para louvar a Maria.

Lindas grinaldas de flores
Tecidas pelos fieis
Com os mais sublimes louvores
Colocadas aos seus pés.

O céu de maio é um manto
Todo bordado de estrelas
Que o mundo cheio de espanto
Nunca se cansa de vê-las.

Quando abril vai morrendo
Num meigo e terno desmaio
Vai todo o céu se movendo
Ao lindo aceno de maio.

Nasce o sol por entre os montes
Cobre-se a terra de neve
E ao sussurro das fontes
Maio desponta de leve.

Com maio nascem mil flores
Pingando gotas de orvalho
E a brisa cantando amores
Cicia no verde galho.

Um véu de neve e encanto
Engrinalda a serrania
E os passarinhos num canto
Desprendem santa harmonia.

Gotas de orvalho na relva
Forma um manto de cristal
E o perfume da selva
Vai se estendendo no val.

Colaboração de Norma hauer


CANÇÃO DO TRABALHADOR
Autor Ary Kerner Veiga de Castro
Gravação de Carlos Galhardo

Somos a voz do progresso
E do Brasil a esperança
Os nossos braços de ferro
Dão-lhe grandeza e pujança
Seja na terra fecunda,
Seja no céu ou no mar
Sempre estaremos presentes
Tendo na Pátria o olhar.

Trabalhador, Incansável e febril
O teu fervor
Exalta o Brasil
Trabalhador
Expressão verdadeira
Do lema altivo
Da nossa bandeira.

Esta canção foi lançada no dia 1° de maio de 1940, no campo do Vasco da Gama, onde o então Presidente Vargas fazia seus discursos em todos os primeiro de maio.

Demagógicos ou não, o povão adorava.
Os tempos eram outros.

EU ERA FELIZ E NÃO SABIA - Por Norma Hauer


ATAULFO ALVES


Ele nasceu em Mirai, pequena cidade no interior de Minas que se tornou grande quando ele veio ao mundo no dia 2 de maio de 1909.
Há 102 anos!
Seu nome Ataulfo Alves de Souza ou simplesmente ATAULFO ALVES.

Desde cedo interessou-se pela música, acompanhando seu pai, sanfoneiro, violeiro e repentista, conhecido na região onde trabalhava em um fazenda.
Aos dez anos perdeu o pai, a família teve de deixar a fazenda e sua mãe passou a exercer algumas profissões modestas, até que o próprio Ataulfo teve de trabalhar, ao mesmo tempo em que estudava no colégio local e, dentre seus companheiros, sobressaía por gostar de música e cantar as modinhas mineiras de sua época, cujas letras decorava ou inventava outras para as melodias conhecidas.

Por volta de 1927, já com 18 anos, veio para o Rio convidado por um médico local, que viria montar seu consultório aqui.
Já demonstrando uma elegância que o acompanharia por toda a vida, fez questão de vir para cá, ostentando um terno novo feito por sua mãe.

Mas não durou muito no emprego, uma vez que, além de trabalhar no consultório ainda fazia serviços domésticos e não nascera para isso.

Passou a morar sozinho, enquanto trabalhou como caixeiro no lugar certo: uma loja no Estácio. Não poderia parar em um lugar melhor para um futuro sambista.
Vendo os “bambas” do local, estudou bandolim e cavaquinho, ao mesmo tempo em que passara a trabalhar em uma farmácia na Rua São José, melhorou financeiramente, casou-se e continuou residindo nas redondezas.
Já existia a considerada primeira escola de samba, a “Deixa Falar”. Assim, Ataulfo e um grupo de amigos criou outra com o nome de “Fale quem Quiser”, que não conseguiu “emplacar”, mas que lhe abriu as portas do samba. Pronto, estava aberto o caminho para o compositor ATAULFO ALVES.

Compôs seus primeiros sambas e concorreu com um de nome “Tempo Perdido”a um concurso de carnaval promovido pelo Diário Carioca, ao qual vários compositores já conhecidos concorreram, como Lamartine Babo, mas foi ganho por Milton Amaral, que não era sambista.
A Ataulfo, o que interessava era entrar no meio, compor, e gravar.e isso ele conheceu quando foi apresentado ao então famoso Almirante (a maior patente do rádio) que o levou a Mr. Evans, responsável pela gravadora Victor. Assim Almirante, dentre outros sambas apresentados por Ataulfo, escolheu um de nome “Sexta-Feira”, que na realidade era uma macumba.
Abertas as portas das gravações, Ataulfo viu seu samba “Tempo Perdido”, ser gravado por Carmen Miranda, que já fizera sucesso com “Tai”, de Joubert de Carvalho.
O próprio Ataulfo, em uma entrevista declarou que o “samba não fez sucesso, mas lhe abiu as portas” e isso é o que ele desejava.
Pouco depois, teve três sambas gravados por Carlos Galhardo:”Sonho”, “Tenho Prazer”, (este recebera anteriormente o nome de “Já Fui Malandro”) e “Não Posso Crer”.Tudo em 1933, embora só fossem lançados em 1936.

Mas foi o samba “Saudade de Meu Barracão”, gravado por um cantor que pouco gravou: Floriano Belham, que de fato abriu a Ataulfo as portas do sucesso. Esse samba teve uma resposta, do próprio Ataulfo, que recebeu o nome de ” Morena Faceira”, gravado por Carlos Galhardo, na Odeon em 1936.
Nesse mesmo ano, Ataulfo compôs, com Aldo Cabral, uma valsa “A Você”, também gravada por Carlos Galhardo. Um sambista compondo valsas? Sim, para Carlos Galhardo ele compôs com Arlindo Marques Júnior, outra valsa:”Apartamento Indiscreto”, gravada na face B do disco de “Morena Faceira”.
Mas o nome de Ataulfo brilhou como cantor quando gravou o famoso samba “Ai, que Saudades da Amélia”, composto a partir de versos de Mário Lago que Ataulfo modificou sem autorização de Mário, este ficou aborrecido e passou todos os direitos a Ataulfo. “Amélia” como ficou conhecido através dos tempos, foi sucesso no carnaval de 1942

A partir daí, Ataulfo gravou vários sambas com “ suas pastoras”, tornando-se cantor famoso, ao lado de ser um compositor de vários sucessos.
Vieram “Atire a Primeira Pedra”;”Leva meu Samba”; “Pois É”;”Mulata Assanhada”;.”Rei Vagabundo”!; “Meu Pranto Ninguém Vê”; “O Bonde de São Januário”;”Boêmio Sofre Mais”; “O Amor é Mais Amor depois da Separação”;”Reminiscência”; “Errei”;”Trovador Não tem Data” (este gravado em dupla por Carlos Galhardo e Aurora Miranda); “Oh, Seu Oscar”, “Cuidado com Essa Mulher” e centenas de outros, a maioria sucesso.

Quero aqui destacar “Meus Tempos de Criança”,dedicado a sua cidade Mirai, que termina com esta frase simples, que diz tudo:
“Eu era feliz e não sabia”

Em abril de 1969 Ataulfo Alves foi submetido a uma operação cirúrgica, não resistiu e faleceu no dia 20 desse mês, sem completar 60 anos, visto que faleceu em seu “inferno zodiacal” pois nascera no dia 2 de maio de 1909. 

Norma

Pensamentos de Paulo Freire


Conhecer é tarefa de sujeitos, não de objetos. E é como sujeito e somente enquanto sujeito, que o homem pode realmente conhecer.
Paulo freire


Gosto de ser gente porque, inacabado, sei que sou um ser condicionado mas, consciente do inacabamento, sei que posso ir mais além dele. Está é a diferença profunda entre o ser condicionado e o ser determinado.
Paulo freire


"A Educação sozinha não transforma a sociedade, sem ela tão poucoa sociedade muda"
Paulo Freire

"O amor é uma intercomunicação íntima de duas consciências que se respeitam. Cada um tem o outro como sujeito de seu amor. Não se trata de apropriar-se do outro.”
Paulo Freire

“Para a concepção crítica, o analfabetismo nem é uma ‘chaga’, nem uma ‘erva daninha’ a ser erradicada (...), mas uma das expressões concretas de uma realidade social injusta.”
(Ação Cultural para a Liberdade, 1976)
Paulo Freire

“Desrespeitando os fracos, enganando os incautos, ofendendo a vida, explorando os outros, discriminando o índio, o negro, a mulher, não estarei ajudando meus filhos a ser sérios, justos e amorosos da vida e dos outros.”
(Pedagogia da Indignação, 2000.)
Paulo Freire

"Se a nossa opção é progressiva, se estamos a favor da vida e não da morte, da equidade e não da injustiça, do direito e não do arbítrio, da convivência com o diferente
e não de sua negação, não temos outro caminho se não viver a nossa opção.
Encarná-la, diminuindo, assim, a distância entre o que dizemos e o que fazemos"
Paulo Freire

Educar é impregnar de sentido o que fazemos a cada instante!
Paulo Freire

A Educação qualquer que seja ela, é sempre uma teoria do conhecimento posta em prática.
Paulo Freire

Os opressores, falsamente generosos, tem necessidade para que a sua "generosidade" continue tendo oportunidade de realizar-se, da permanencia da injustiça.
Paulo Freire

novalis / os hinos à noite

 
 
4

Sei agora quando será a manhã derradeira - quando a luz não afugentar mais a noite e o Amor – quando o sono for eterno e um sonho só inesgotável. Sinto em mim uma fadiga celeste – Longa e penosa foi a minha peregrinação ao Sepulcro Santo, opressiva a minha Cruz. A onda de Cristal, imperceptível aos vulgares sentidos, que jorra no seio obscuro do montículo de cujo sopé o terrestre caudal irrompe, quem dela alguma vez provou, quem esteve no cume das montanhas que delimitam o mundo e olhou para Além, para a nova terra, a morada da Noite – em verdade, esse não regressará jamais aos trabalhos deste mundo, à terra onde a Luz habita em eterna agitação.
Esse é o que levantará no alto as tendas da Paz, o que sente a ânsia e o amor e que olha para Além até que a hora entre todas bendita o faça descer ao imo da nascente – por cima, flutua o que é eterno, reflui ao sabor de tormentas; mas tudo aquilo que o contacto do amor santificou escorre dissolvido, por ocultas vias, para a região do Além e aí se mistura, como os aromas, com os seres amados para sempre adormecidos.
(…)


novalis
os hinos à noite
tradução de fiama hasse pais brandão
assírio & alvim
1998

Ataulfo Alves



Ataulfo Alves de Souza (Miraí, 2 de maio de 1909 — Rio de Janeiro, 20 de abril de 1969 foi um compositor e cantor de samba brasileiro, um dos sete filhos de um violeiro, acordeonista e repentista da Zona da Mata chamado "Capitão" Severino.

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Novalis



Georg Philipp Friedrich von Hardenberg (Schloss Oberwiederstedt, Wiederstedt, Harz, 2 de Maio de 1772 — Weißenfels, 25 de Março de 1801), Freiherr (barão) von Hardenberg, mais conhecido pelo pseudónimo Novalis, foi um dos mais importantes representantes do primeiro romantismo alemão de finais do século XVIII e o criador da flor azul, um dos símbolos mais duráveis do movimento romântico.

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Antônio Nóbrega



Antonio Carlos Nóbrega (Recife, 2 de maio de 1952) é um artista e músico brasileiro.

Filho de médico, estudou no Colégio Marista do Recife. Aos 12 anos ingressou na Escola de Belas Artes do Recife. Foi aluno do violinista catalão Luís Soler e estudou canto lírico com Arlinda Rocha.

Com sua formação clássica, começou sua carreira na Orquestra de Câmara da Paraíba em João Pessoa, onde atuou até o final dos anos 60. Na mesma época participava da Orquestra Sinfônica do Recife, onde fazia também apresentações como solista.

Como contraponto à sua formação erudita, Antonio Nóbrega participava de um conjunto de música popular com suas irmãs. "Só que a música popular que eu compunha e tocava era a das rádios e da televisão: Beatles, Jovem Guarda, a nascente MPB, Caetano Veloso, Edu Lobo".

Em 1971 Ariano Suassuna procurava um violinista para formar o Quinteto Armorial e, após ver Antônio Nóbrega tocando um concerto de Bach, lhe fez o convite que mudaria completamente sua carreira musical.

Antônio Nóbrega, que até essa ocasião tinha pouco conhecimento da cultura popular, passou a manter contato intenso com todas suas expressões como os brincantes de caboclinho, de cavalo-marinho e tantos outros, que passou a conhecer e pesquisar.

Nóbrega revelou-se um fenômeno, ao conseguir unir a arte popular com a sofisticação. É, literalmente, um homem dos sete instrumentos, capaz de cantar, dançar, tocar bateria, rabeca, violão etc. Realizou espetáculos memoráveis em teatros do Rio de Janeiro e de São Paulo, com destaques para Figural (1990) e Brincante (1992). Figural é um espetáculo em que Nóbrega, sozinho no palco, muda de roupa e de máscaras para fazer uma das mais ricas demonstrações da cultura popular brasileira e mundial.

Terminou em 12 de novembro de 2006 a temporada paulistana do espetáculo 9 de Frevereiro, e, em seguida, iniciou a temporada carioca. Este espetáculo, cujo nome é uma alusão ao carnaval pernambucano e um trocadilho com frevo, explora várias formas de se tocar frevo: com uma orquestra de sopro, com um regional, com violino e percussão etc. Também há várias das formas de se dançar frevo: com apenas um dançarino (Nóbrega) em passos estilizados de dança moderna, com vários dançarinos em passos de frevo, com e sem sombrinha e até o público todo, em ciranda de frevo. Como não poderia faltar em um espetáculo enciclopédico sobre o frevo, há pelo menos dois momentos didáticos: em um a orquestra explica várias modalidades e costumes do frevo, e Antonio Nóbrega ensina uma pessoa da platéia a dançar frevo (fazer o passo).

Nóbrega é praticamente desconhecido na televisão do Brasil. Apesar disso, seus espetáculos são extremamente concorridos.

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Leonardo da Vinci



Leonardo da Vinci ( Vinci, 15 de abril de 1452 – Amboise, 2 de maio de 1519) foi um polímata italiano, uma das figuras mais importantes do Alto Renascimento, que se destacou como cientista, matemático, engenheiro, inventor, anatomista, pintor, escultor, arquiteto, botânico, poeta e músico. É ainda conhecido como o precursor da aviação e da balística. Leonardo frequentemente foi descrito como o arquétipo do homem do Renascimento, alguém cuja curiosidade insaciável era igualada apenas pela sua capacidade de invenção. É considerado um dos maiores pintores de todos os tempos e como possivelmente a pessoa dotada de talentos mais diversos a ter vivido. Segundo a historiadora de arte Helen Gardner, a profundidade e o alcance de seus interesses não tiveram precedentes e sua mente e personalidade parecem sobre-humanos para nós, e o homem em si [nos parece] misterioso e distante.

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Zé Trindade



Zé Trindade, pseudônimo de Milton da Silva Bittencourt (Salvador, 18 de abril de 1915 — Rio de Janeiro, 2 de maio de 1990) foi um ator, músico e poeta brasileiro, grande comediante de rádio, teatro, cinema e TV. Ficou famoso por jargões como "Mulheres, Cheguei!" e "Meu Negócio é Mulher".

Paulo Freire



Paulo Reglus Neves Freire (Recife, 19 de setembro de 1921 — São Paulo, 2 de maio de 1997) foi um educador e filósofo brasileiro. Destacou-se por seu trabalho na área da educação popular, voltada tanto para a escolarização como para a formação da consciência. Autor de “Pedagogia do Oprimido”, um método de alfabetização dialético, se diferenciou do "vanguardismo" dos intelectuais de esquerda tradicionais e sempre defendeu o diálogo com as pessoas simples, não só como método, mas como um modo de ser realmente democrático. É considerado um dos pensadores mais notáveis na história da pedagogia mundial, tendo influenciado o movimento chamado pedagogia crítica.

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Augusto Boal



Augusto Pinto Boal (Rio de Janeiro, 16 de março de 1931 — Rio de Janeiro, 2 de maio de 2009) foi diretor de teatro, dramaturgo e ensaísta brasileiro, uma das grandes figuras do teatro contemporâneo internacional. Fundador do Teatro do Oprimido, que alia o teatro à ação social, suas técnicas e práticas difundiram-se pelo mundo, notadamente nas três últimas décadas do século XX, sendo largamente empregadas não só por aqueles que entendem o teatro como instrumento de emancipação política mas também nas áreas de educação, saúde mental e no sistema prisional.

Nas palavras de Boal:

O Teatro do Oprimido é o teatro no sentido mais arcaico do termo. Todos os seres humanos são atores - porque atuam - e espectadores - porque observam. Somos todos 'espect-atores'. 

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