por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 2 de maio de 2011

O fino da saudade – por socorro Moreira




Crato molhado
Azul nublado
Coração nostálgico

Procurei a farda,
Livros,cadernos,
Sombrinha e capa
Viajei pelas ruas
Até uma sala de aula

Tempos úmidos
Dias compridos
-Todo mundo jovem e vivo!

Fogareiro aceso
Carne na brasa
Baião enxuto, moreno
Quartos contínuos
Rádio ligado
Barulho de vassouras
Brilhante alumínio

Gemada
Cacho de banana prata
Terço em família
Vestido branco
Mês de maio –
- o mais comprido!


Emocionada
Vejo fotos do passado
Álbum das lembranças
Nós, aquelas crianças...
Hoje
com artrose e veias quebradas

Procurei “O diário de Ana Maria”
Na falta do próprio.
Fugiu das livrarias
Como fugiram as fotonovelas
Da Tipografia Cariri.

Quadra de futsal
Quarta e sábado
Nas noites de chuva ou estio.

Fardas na praça
Pingo do meio-dia
Patamar da igreja
- Passarela dos tímidos

Ficou feia a minha cidade
Envelheceu comigo ou
 morreu com os amigos?

3 comentários:

Liduina Belchior disse...

Socorro,
Viajei com você. Lendo sua poesia
revivi tempos idos.Parabéns!

Muitos bjos: Lidu.

Stela disse...

Eita! tá bonito demais!

Também vesti minha farda e fui para o Grupo escolar, chovia e calçei as "galochas".

Gente, alguém ainda usa galochas? ainda existe galocha?

Socorro, adorei o detalhe das galochas.

socorro moreira disse...

Gargalhadas. As galochas evitavam que gastássemos os nossos sapatinhos engraxados, na primeira poça de lama.
Elas eram necessárias, sim!
Hj foram substituídas pelos chinelos de borracha, tênis...
A gente é do tempo do sapato fanabor...Pode?
Eram de pano, brancos, e limpos com alvejantes, tipo: leite! kkkkkkkkkkkkkkkk