por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 30 de agosto de 2011

COCO PARA MESTRE ALDENIR - por Ulisses Germano


Mestre Aldenir completou 77 anos de idade no dia 20 de agosto. Com mais de meio século brincando de reisado, é considerado por estudiosos como Rosemberg Cariri e Antônio de Nóbrega como uma das personalidade mais autênticas do folclore nacional.

 *****

Mestre Aldenir

Ninguém pode confundir
É o Mestre da Cultura
Que nasceu no Cariri

Desde menino
No tempo da lamparina
Trabalhava no engenho
Calejando as suas mãos

Quis o destino
Que o reisado o encontrasse
Pra daí nascer o enlace
Do folclore e o coração

Mestre Aldenir
Ninguém pode confundir
É o Mestre da Cultura
Que nasceu no Cariri

Quem o conhece
Sabe bem da sua glória
No Crato fez sua história
Espalhou muita emoção

Agora vive
Consagrado e bem amado
Respeitado e admirado
Sendo a própria tradição


Mestre Aldenir
Ninguém pode confundir
É o Mestre da Cultura
Que nasceu no Cariri


Sua amizade
Para mim é um tesouro
Vale mais que todo ouro
Ninguém pode nem medir

Quando ele brinca
De espada sai faísca
É assim que ele arrisca
Sua vida sem sentir

Mestre Aldenir
Ninguém pode confundir
É o Mestre da Cultura
Que nasceu no Cariri

A companheira
Que tanto o admira
É a musa que o inspira
Se chama Mestra Isabé

Ela é a prova
Do amor que vence tudo
Seu espelho é o escudo
Firme e forte de mulher

Mestre Aldenir
Ninguém pode confundir
É o Mestre da Cultura
Que nasceu no Cariri

Eu me dispeço
Desejando que ele viva
Juntinho da sua diva
Muitos anos bem feliz

É que prossiga
Ensinando humildemente
A alegria pra essa gente
Como ele sempre quiz


Vejo-te num setembro-Por: Rosemary Borges Xavier

Se bem me lembro num setembro
Já ia te perdendo...
Mas continuo vivendo
Pois do contrário estaria morrendo
E agora não mais sofrendo
Mesmo que não esteja te vendo.

Por Nancy Sierra



Abraço...

É demonstração de afecto
Carinho e muito amor
É saudade e lágrima
Mas também o calor

Abraço é amar
É querer aconchego
É sentir um amigo
Com todo o seu apego

Podemos abraçar
Uma causa, uma pessoa
Abraço é abraço
É cingir e cercar
É não sentir espaço

Abraçar uma causa
É o que nos faz sentir
Que quem luta, acredita
E nunca deve desistir

Abraçar uma criança
Transmitir-lhe carinho
É dizer-lhe com os braços
Que nunca estará sozinho

Abraçar um amigo
Com toda a fraternidade
E como dizer: estou aqui!
Para a toda a eternidade

Abraçar um amor
Com toda a compreensão
É desatar todos os nós
E fazer um laço de união

Vamos assim abraçar
Uma criança, uma causa
Um amigo e o nosso amor?
Custa tão pouco abraçar... Acreditem não dá dor!

VlI SALÃO DE OUTUBRO DE 2011 RESGATANDO AS ARTES NO CARIRI



Dando continuidade ao resgate das artes no Cariri a artista plástica Edilma Rocha, vem com a proposta de mais uma vez reabrir as portas das oportunidades artísticas através do SALÃO DE OUTUBRO em nível Nacional e Internacional, na cidade do Crato, Ceará.
O projeto foi resgatado pela SOCIEDADE DOS AMIGOS DO MUSEU DO CRATO e conta este ano com o apoio especial do INSTITUTO CULTURAL DO CARIRI – ICC. A curadoria fica com Franklin Lacerda, Alexandre Lucas e Allan Bastos.
O salão acontecerá no prédio do ICC na cidade do Crato, com abertura no dia 19 de outubro de 2011, se estendendo até o dia 23. Tem como meta acolher trabalhos representativos das artes plásticas e visuais com temáticas livres nas categorias de desenho, pintura, xilogravura, escultura e fotografia.
Os artistas poderão participar com até dois trabalhos originais, assinados e produzidos a partir de 2010. Só poderão se inscrever em apenas uma categoria na amostra. Dentre os artistas serão escolhidos, o primeiro, segundo e terceiro lugares pelas categorias por uma comissão Julgadora com premiações em medalhas e diplomas.
O Salão de Outubro renasceu como começou, apenas com o trabalho e a contribuição dos amantes da arte. Sem apóio financeiro que viessem cobrir os custos do evento. E para dar continuidade, precisamos de uma pequena ajuda dos artistas.
AS INSCRIÇÕES JÁ ESTÃO ABERTAS
Os interessados poderão fazer as suas inscrições até o dia 10 de Outubro,pela internet ou pessoalmente à rua |Tristão Gonçalves nº 519, centro, Crato. As entregas das obras devem ser de no mínimo 10 dias antes da abertura oficial, prontas para serem colocadas nos expositores. Lembrando que as obras só devem ser entregues após a inscrição. Quanto aos trabalhos vindos de outros estados brasileiros, serão responsáveis pelo frete de ida e volta.
A divulgação dos premiados e a entrega das medalhas e diplomas serão feitas no dia da abertura durante as solenidades por ocasião do aniversário do INSTITUTO CULTURAL DO CARIRI.
Em seguida, coukitel de confraternização.

Edilma Rocha
Promotora
Contatos:
Edilma – TIM: (85) 9688 6043
E-mail:
edilma_bibba@hotmail.com





Beco sem saída- por Geraldo Ananias


G.1 Beco sem saída


A coisa mais importante que um pai pode fazer pelos seus filhos é amar a mãe deles. (Autor desconhecido)



Janeiro de 2007, estava de férias com a família no sítio Almécegas, Crato-CE, na casa de minha mãe, no mesmo local onde vivi dos sete aos dezenove anos.
Conversava animadamente com minha velhinha querida, lá na palhoça, localizada ao lado da casa, sobre os saudosos tempos que não voltam mais.
Desse local, aliás, ainda se pode ter uma vista privilegiada, pois o sítio se encontra encravado na subida do sopé da Serra do Araripe a apenas sete quilômetros do centro da cidade.
Repentinamente, mamãe se lembrou de me fazer uma surpresa. Foi pegar meu quepe velho, que fazia parte do uniforme de gala do Colégio Diocesano.
— Olhe aqui seu quepe. Guardei por muitas décadas. Está um pouco amassado e estragado, mas é só mandar consertar lá no Crato que ele fica novinho em folha.
Recebi-o com surpresa e muita alegria. Ao abraçá-la e beijá-la, disse-lhe:
— Que lembrança maravilhosa, mamãe! Só a senhora mesmo...
No outro dia cedinho estou eu lá na oficina de seu Zé de Tó.
— Ó de casa!
— Ó de fora!
— Bom-dia, é aqui o ateliê de seu Zé de...
Não terminei a frase, um senhor com mais de setena anos, falante pra caramba, gentil, perspicaz, com jeitão de pessoa brincalhona, me interrompeu dizendo:
— ... de Tó, completou. Sou eu mesmo, meu filho. O que o moço deseja?
Mostrei-lhe o quepe e perguntei se poderia consertá-lo.
Ao tomar o objeto nas mãos, respirou fundo e, antes de responder à minha pergunta, num saudosismo desmedido, focado nas boas lembranças, murmurou:
— Quepe do Colégio Diocesano. Velhos tempos! Épocas boas aquelas.
Mostrou o boné às pessoas que se encontravam no recinto, aduzindo que fazia anos que não via um semelhante àquele; que aquilo representava um passado saudoso, pois o uniforme de gala do mencionado educandário, segundo ele, já não existia havia décadas; que, dos belos desfiles do Diocesano nas datas comemorativas, principalmente Sete de Setembro, só restavam distantes lembranças. E começou a me fazer uma série de perguntas sobre família, local onde morava, época em que havia estudado no Colégio Diocesano e por aí afora.
Em seguida, disse-me que consertaria o quepe até o dia seguinte.
Fiquei contente com a conversa daquele simpático senhor. E não posso negar que, não obstante o saudosismo, não era todo dia que se teria a oportunidade de ficar frente a frente com um contemporâneo agradável como ele e, ainda, que conhecia, como ninguém, a história do Crato da década de 60.
Depois de alguns minutos de prosa, ao despedir-me do “mestre-artesão-microempresário”, fui logo dizendo que, quando viesse apanhar o utensílio, iria trazer, para conhecê-lo, minha esposa e um casal de amigos que viera comigo passar férias na região.
Ele sorriu gentilmente e disse: “Traga mesmo, será um prazer para mim!”
Cheguei a casa e contei tudo animadamente à minha mulher. Ela ficou por demais curiosa e confirmou a intenção de conhecer pessoalmente o seu Zé de Tó. O casal amigo manifestou idêntico intuito.
No outro dia cedinho, chegamos lá a reca toda: eu, minha mulher, o casal amigo e, de quebra, um cunhado. Lotação completa do carro. Ao pararmos próximo à calçada do estabelecimento, fui logo gritando, muito empolgado:
— E então, meu velho amigo Zé de Tó — o entusiasmo foi tanto, que o homem já tinha virado meu amigo repentinamente — o quepe está pronto?
— Prontinho da Silva , meu amigo, veja aqui!
Mostrou-me o bichinho bem novinho, até parecia que tinha acabado de sair da fábrica. O serviço tinha sido de primeira, arretado mesmo, coisa de caba macho.
Meus olhos brilhavam de felicidade ao ver o quepe consertado, parecia novinho em folha. Imediatamente, sem miséria alguma — pelo menos para o caso concreto — meti a mão no bolso e paguei o dobro do preço combinado. Afinal, o serviço tinha saído muito bom, melhor que a encomenda. E nunca havia ficado tão satisfeito com um trabalho o quanto estava com aquele.
Ele ficou muito feliz, desmanchou-se em gaitadas e a todo custo queria retribuir a gratificação extra recebida. Foi logo cumprimentando todos os que me acompanhavam, antes mesmo que eu os apresentasse. Ofereceu água, distribuiu cafezinho (só tinha duas xícaras)... Começou a puxar conversa sobre os mais variados assuntos, sem tirar de foco o tradicional Colégio Diocesano, meu dodói. Eu, contente, o ouvia atentamente. Cheguei até mesmo a pedir atenção dos que me acompanhavam para as histórias de meu amigo (da onça), acenando para que não o interrompessem. E todos ficamos boquiabertos diante daquelas interressantes e variadas narrativas sobre o Crato de meu tempo.
No entanto seria impossível imaginar o que o camaradinha viria a abordar logo em seguida. Repentinamente, sem mais nem menos, mudou o rumo da prosa e, de olhos bribados para meu lado (era verdadeiro artista), parecendo haver recebido entidade estranha, saiu com esta pérola:
— Ei, conterrâneo, como você muito bem sabe, naquela época o Crato era famoso por ter os melhores cabarés do Cariri. Naquela região acolá, por exemplo (apontou pra o lado do gesso ), havia cabarés maravilhosos. E eu era dono do melhor deles, e citou o nome. Então...
Ficamos todos atrapalhados com o rumo da conversa, e ele não parava de falar. Ficava a cada momento mais e mais empolgado. E tome besteira. Pois não é que o camarada chegou ao cúmulo do absurdo de avançar mais ainda o sinal e dizer isto para mim, alto e bom tom, para que todos pudessem ouvir nitidamente:
— Aquela tua turma adorava meu cabaré, não era? Eita cabinhas danados! Concluiu.
Apesar de não ter culpa alguma na história — pois efetivamente jamais tinha ido a esse local por ele citado — a pergunta fora tão despropositada e imprevista, que me deixou zonzo, meio abirobado . Em vez de eu ter contraditado, imediatamente, o suposto fato, comecei a gaguejar, feito um baixa da égua . Aí não prestou não. Minha mulher começou a me cubar com olhos fuzilantes, enquanto que os demais, ali presentes, caíam na gargalhada.
Nesse momento, me dei conta de que precisa reagir imediatamente. Não sei como, refiz-me de repente e, mostrando a “garra dos inocentes”, repliquei com veemência:
— O Senhor está equivocado, senhor José. E já passou, e muito, dos limites. Nunca fui a cabaré algum aqui, muito menos ao seu.
Notei que fui convincente, pelo menos para minha mulher. O fogo da inocência felizmente tinha posto por terra a funesta e injusta “acusação”. E ela gostou do que ouviu de mim. Gostou tanto que esboçou, mesmo que pálido, um sorriso de contentamento, enquanto balançava a cabeça em sinal de aprovação pelo que eu dissera. Ainda bem.
Seu Zé de Tó não se intimidou nadinha. Parecia que estava com a bexiga preta nos couros. E ainda teve a ousadia de sair com outra presepada igualmente picante, descabida e indecorosa:
— É, mas havia alguns alunos que deixavam tudo fiado, e até hoje me devem. Deram cano em mim.
Abriu um caderno velho amarelado e completou:
— Está tudinho anotado aqui. Tem um monte de doutor já formado, morando fora, que me deve até hoje. E vou ver se o nome deste meu conterrâneo está aqui nesta lista. Pere aí um pouquinho.
Daí o gaiato de meu amigo, querendo fazer gracinha também, não perdeu a oportunidade. Juntou-se a seu Zé de Tó e começaram a procurar meu nome na antiga lista dos devedores do cabaré. Parecia que haviam combinado alguma coisa para me assustar. De repente, meu companheiro de viagem gritou entusiasmado como se tivesse efetivamente encontrado o que procurava e, apontando para um nome no caderno, virou-se para minha mulher e falou:
— Encontrei, tá aqui o nome dele...
A essa altura, a temperatura reinante no local já havia extrapolado, e muito, todos os limites. Eu havia perdido o fôlego, a paciência, e já não tinha certeza mais de nada. Foi quando, felizmente, e para alívio meu e de minha mulher, o velho Tó decidiu dar um basta naquela situação vexatória. Com a cara mais lisa do mundo, deu um sorriso maroto, chamando a atenção dos presentes, e disse em tom professoral:
— Gente, isso tudo não passou de uma pegadinha que fiz para vocês. E, então, gostaram? Queria ver a reação dos amigos e, principalmente, das comadres, arrematou.
Finalmente, concluiu dizendo que fazia costumeiramente esse tipo de brincadeira para atrair, divertir e agradar os visitantes e os amigos.
Muy amigo!

Em tempos de festas - São Raimundo Nonato e Nossa Senhora da Penha- Por : Socorro Moreira


Imagem de São Raimundo Nonato
.

"São Raimundo Nonato (Portell, hoje Sant Ramon, por volta de 1200 — Cardona, 31 de agosto de 1240) é um santo católico.

Recebeu a alcunha de Nonato (em catalão Nonat) porque foi extraído do ventre de sua mãe, já morta antes de dar-lhe à luz, ou seja, não nasceu de uma mãe viva, mas foi retirado de seu útero, algo raríssimo à época.

Em 1224 entrou na ordem dos mercedários e mais tarde esteve na Argélia onde esteve preso. Em 1239 foi nomeado cardeal pelo papa Gregório IX, todavia no início de seu caminho a Roma padeceu violentas febres e morreu.

É festejado no dia 31 de agosto e é considerado o patrono das parteiras e obstetras. "
Fui prometida a São Raimundo Nonato , antes do meu nascimento . Obviamente não recebi o seu nome , mas o da Santa de sua devoção, e acabei por sorte ou destino , casando-me pela primeira vez, com um também Raimundo Nonato. Tornou-se portanto um santo de devoção.
Amanhã é a sua festa , e ele é padroeiro de Várzea - Alegre.  Bem que eu gostaria de participar dos festejos , mas os buracos da estrada esimulam a minha acomodação . Na quarta-feira é festa no Crato. Dia de roupa nova , sapato apertado, e procissão, como nos velhos tempos.
Espero encontrar o povo amigo, amanhã, na última noite de novena. Ainda agora cheguei da Praça da Sé. Passei na banca de filhoses, rezei uma Ave-Maria , e fiz a ponte dos encontros, reunindo todos os ausentes e distantes... Fazer o que, se na paisagem e momento faltavam vocês ?

Destino - Por João Nicodemos




Destino
águas vivas
águas calmas

a Vida apresenta
eu bato palmas..


João Nicodemos

Por Assis Lima


Água

Beleza mesmo é o Cariri no inverno,
época das chuvas.
Há quem prefira o seco e tórrido sertão,
e nele vislumbre uma beleza austera,
simples e luminosa como a antiga paisagem da terra santa.
O deserto esteve fincado dentro de mim,
áspera miragem.
Por falta de água em meu mapa astrológico
a estação das chuvas é oásis,
vida e encantamento.
Que me cubra o nevoeiro!
Relâmpagos e trovões:
estrondem na barra do meu horizonte
dias,
noites,
néctar.

Assis Lima

Bievenido Granda





Bienvenido Granda

Bienvenido Rosendo Granda Aguillera (Havana, 30 de agosto de 1915 - Cidade do México, 9 de julho de 1983) foi um cantor cubano de boleros, tangos e ritmos cubanos.

Por portar um grande bigode, era alcunhado de El bigote que canta (O bigode que canta).

Johnny Mathis



John Royce "Johnny" Mathis é cantor popular americano de herança multirracial.

Dalva de Oliveira



Vicentina de Paula Oliveira, conhecida como Dalva de Oliveira, (Rio Claro, 5 de maio de 1917 — Rio de Janeiro, 31 de agosto de 1972 foi uma cantora brasileira.