por José do Vale Pinheiro Feitosa
Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.
José do Vale P Feitosa
quinta-feira, 29 de março de 2012
Até os Macacos fazem Greve - José do Vale Pinheiro Feitosa
Cais

O mar como sempre imenso e inescrutável. Limitando-se por todos os lados com infinitos abismos. Abaixo, os mistérios abissais e inatingíveis da água: fluida como a existência. Ao derredor, com horizontes a se perder de vista: a abóbada celeste em ósculo lambendo os quatro recantos , lubricamente, num cunilingus intocável e sensual. Acima: um céu azul pincelado, aqui e acolá, pelo algodão doce das nuvens; aparentemente ao alcance das mãos, em verdade apenas atingíveis pelas digitais do sonho. Cercado pelo mistério , carregando nas mãos apenas a rosa dos ventos, um veleiro singra as ondas sem destino pré-determinado, sem ter aonde ir e aonde chegar. À mercê dos ventos, cicla, como um pêndulo, entre tempestades e calmarias, ora velas enfunadas, ora mastro recolhido . Sem rumo claro, nenhum vento lhe é perfeitamente favorável ou desfavorável. Na viagem, o barquinho termina por descobrir que singra sem astrolábio e sem sextante . As estrelas no céu , a lua argêntea no firmamento não lhe são pontos de orientação, apenas compõem o cenário : prestam a iluminação necessária para o grande script da viagem que é simplesmente flutuar. Não haverá Monte Ararat à frente, as águas jamais baixarão e a pombinha nunca retornará com o ramo de folhas de oliveira , pela simples razão de que não há continente possível, não há pomba , não há árvore. Existem apenas o mar, o barco, a viagem.
Houve tempos em que o veleiro atingia às vezes uma pequena ilha flutuante e ali encontrava um porto seguro por alguns instantes. Era possível atracar, livrar-se temporariamente dos redemoinhos, das tormentas e gozar um pouco da paz reconfortante do cais. E antes de cair, novamente, nas correntes marinhas avassaladoras , podia pensar um pouco na viagem , agora com o contraponto do silêncio e da inércia. Na ilhazinha , atracado, o barquinho sentia-se com raízes, como uma árvore em solo firme, pronto a dar flores e frutos.
Um dia percebeu, com espanto, que a ilhazinha havia sido erodida e tragada pela inexorabilidade das marés. A paisagem voltara a ser imutável : mar e céu. O veleiro desliza agora à espera do tsunami vindouro ou do beijo fatal da quilha nas penedias. A árvore se transformou , num átimo, num simples aguapé obediente ao fluxos das águas e da preamar. E o barquinho à deriva fundeia-se no único esteio possível : uma âncora sombria, coberta de musgos e de ferrugem chamada Saudade.
J. Flávio Vieira
a despedida de dino
um pouco de nós transubstancia-se
em cinzas, capim seco, pedra,
relâmpago e vento
Tudo positivo - Emerson Monteiro
No dia em que chegar à paz definitiva da luz no coração do ciclone, e muito mais, haverá tranquilidade no mundo de em todos nós. Enquanto não vier esse dia radioso, haverá longa estrada de oportunidades sem fim a percorrer os passos, em todos os sentidos externos e internos, a circular o espaço das dimensões. Possibilidades de festa, porém, floreiam esse tempo de espera nas árvores, no luar, nas portas abertas aos meios utilizados em seguir trilhas adentro das dimensões inesgotáveis.Poucos parágrafos definiriam o céu das criaturas, espécimes na divina formação, sentimentos vivos e fortes, a vontade acesa dos rios de plasma. Observe, pois, neste meio termo de poucas palavras, o potencial valioso de crer na infinitude dos dias solto nas mãos dos indivíduos. Orações pronunciadas de olhos abertos, à luz do dia, pelos peregrinos dessa caravana das estrelas rasgando o véu do Mistério através do sagrado difuso nos campos e cidades, terras e mares. Seres soltos pelo ar, pisadas calmas, no chão das flores no si próprio, emoção boas invés dos batalhões nas guerras cruas e infundadas.
Isto pesa na forma da indignação que machuca a alma quando corrupções e vaidades ferem de mágoa os sonhos. A pouca justiça entre os homens, nas instituições ainda imperfeitas, dos mendigos queimados em praça pública nos pontos de ônibus, nas portas de lojas para não espantar a freguesia nos dias ensolarados seguintes, os políticos infiéis, os traficantes, as falhas no sistema que quer avançar a troco da eliminação das vidas pelo aborto consentido, e passar em branco, que tange ao retorno do que precisam devolver após cobrar os impostos e esquecer-se dos que padecem às portas dos hospitais, com o sofrimento e a fome rompendo a paciência das gentes.
Erguer os olhos por fim de reconhecer necessidades extremas de profundas transformações, mesmo que nessas práticas impiedosas. Pedir, porém agir no íntimo através dos passos à frente, no transcurso precioso das horas de felicidade que aguardam os méritos de milhões, bilhões de criaturas inteligentes vagando por vezes só a esmo, batendo cabeça nas paredes do destino, inconscientes da prudente plantação de sementes melhores, o que somos.
Isto, sim, promover o crescimento da virtude – despertar os valores essenciais à paz coletiva e à tranquilidade, nas consciências das cavernas de nós. Saber acreditar no alvorecer das gerações, agora missão depositada nas mãos desses atuais representantes da colheita presente.
silhuetas
quem pode caminhar
Guto Bitu – Comicamente seco e poético

A "face oculta" do Demóstenes - José Nilton Mariano Saraiva
Mas, como não existe crime perfeito (lembremo-nos que as falcatruas e desmandos do Rui só vieram a público recentemente), eis que o distinto vacila e a Polícia Federal (ainda lá em 2009) o flagra em mais de trezentos telefonemas (em apenas sete meses) com o criminoso Carlinhos Cachoeira, com o qual mantinha estreita amizade (e o mais incrível nisso tudo é que, a posteriori, ao ser questionado sobre de que tratavam, o “Doutor” Demóstenes, irônico e zombador, limitou-se a “zonar” com a cara de todos nós, ao dizer-se “conselheiro sentimental” do amigo).
No entanto, como não há coisa melhor que um dia atrás do outro (com uma noite no meio), eis que aconteceu o bendito “vazamento” para a imprensa e por extensão ao público (quem o terá feito ???) do teor dos tais telefonemas (autorizados pela Justiça), expondo a “face oculta” do ilustre Senador da República: descobriu-se, por exemplo, que ele tinha recebido de presente um telefone importado exclusivo (Nextel, linha direta, habilitado nos EE.UU.) para “contatos imediatos” com o “chefe”; que fora agraciado pelo próprio, quando do casamento, com um fogão e uma geladeira de luxo, também trazidos dos EE.UU.; que solicitara e conseguira uma “ajudazinha” de módicos R$ 3.000,00 para pagar um táxi-aéreo e principalmente, que cientificava, minuciosamente, ao “bicheiro-contraventor”, do teor de informações privilegiadas sobre ações dos três poderes federais: executivo, legislativo e judiciário.
Mais grave ainda: segundo a insuspeita revista Carta Capital, o senador teria direito a 30% da arrecadação total do esquema de jogos clandestinos comandados por Carlinhos Cachoeira (no estado de Goiás), que, em seis anos, teria movimentado míseros, irrisórios e desprezíveis (???) R$ 170 milhões.
E só assim, depois de pressionado e soterrado por esse verdadeiro terremoto de graves denúncias, oriundas das tais interceptações telefônicas e disponibilizadas ao público, foi que o Procurador Geral da República se viu literalmente “obrigado” a desengavetar o processo (de 2009) e acionar o Supremo Tribunal Federal para as providências cabíveis, enquanto que o Senado Federal deverá submetê-lo ao seu “Conselho de Ética”, objetivando uma possível cassação do mandato (neste momento, até os companheiros de partido, à frente o também mafioso José Agripino Maia, já ensaiam uma debandada geral).
Você, aí do outro lado da telinha, acredita mesmo que resultará alguma coisa, ou prevalecerá o velho e arcaico corporativismo (no Supremo e no Senado) ???
Mas... e a “grana” recebida, será devidamente reembolsada ???
Ou será que somente a desmoralização pública será suficiente pra penalizar essa corja de malfeitores, travestidos de “representantes do povo” ???
Convite Missa
Caros Amigos,
A Missa de Sétimo Dia de D. Ninette acontecerá na próxima Sexta-Feira - Dia 30 - na Igrejinha de N. S. de Fátima , no Pimenta , às 17 H. A Família agradece antecipadamente a presença de todos que puderem comparecer .
Dia - 30 de Março ( Sexta )
Hora - 17 : 00 H
Local - Igreja N. S. de Fátima ( Pimenta )
Alô, alô, aniversariante do dia!
Adivinhe o nome da pessoa, e deixe um abraço!
O meu está dado com desejos de felicidades.
"Rabecas Sertanejas", crônica de Ana Miranda para O POVO (14.5)