por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 17 de abril de 2016

"FICHA LIMPA" x "FICHA SUJA" - José Nilton Mariano Saraiva

Independentemente do resultado da sessão da Câmara Federal a ser realizada no dia de hoje, para tratar do encaminhamento do “ilegal” processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff, já existe um derrotado antecipado: o Supremo Tribunal Federal.

Sim, porque ao criminosamente procrastinar o julgamento ad eternum de um comprovado marginal com assento na presidência da Câmara Federal (Eduardo Cunha), mesmo diante do caminhão de provas dos crimes por ele perpetrados (que lhe valeram a condição de “réu” da Justiça), os integrantes daquele colegiado implicitamente ignoraram o seu modus operandi mafioso e, assim, chancelaram todas as irregularidades por ele levadas avante, em proveito próprio e em desfavor do erário e da sociedade.

O resultado todos nós conhecemos: livre, leve e solto, o bandido Eduardo Cunha não só manteve sua postura arrogante, sectária e prepotente, como exacerbou-a, ao desafiar o ministro Marcos Aurélio Mello, não cumprindo (até hoje) uma determinação judicial por ele proferida.

Fato é que, mesmo não tendo nada contra si, a “FICHA LIMPA” e Presidenta da República Dilma Rousseff será “julgada” dentro de poucas horas pelo “FICHA SUJA” Eduardo Cunha e sua “quadrilha parlamentar” (séquito de deputados por ele financiados, e também já citados em ações de improbidade e lavagem de dinheiro).

O resultado é imprevisível e, embora os jornalões, revistões e televisões já há um certo tempo deem como vitoriosa a tese do impeachment, paira no ar a sensação de que os verdadeiros defensores da Democracia (os parlamentares constitucionalistas) não permitirão que haja a ruptura do processo de legalidade que vivenciamos há apenas pouco mais de vinte anos.

Afinal, o que poderíamos esperar de um governo nascido de um golpe de estado (que não seja produto do escrutínio público) e, pois, sem qualquer credibilidade, além de ter no seu comando uma figura comprovadamente corrupta, bandida, que passou toda a vida metida em falcatruas mil (mas que, ironicamente, poderá inclusive assumir a Presidência da República, na perspectiva de que não lhe obstem a trajetória criminosa).
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E se estamos a passar tudo isso, existe uma razão simplória: a falta de sensibilidade, a preguiça, a covardia e a omissão dos integrantes da nossa corte maior, o Supremo Tribunal Federal que, tal qual Pôncio Pilatos, preferiram lavar as mãos numa decisão crucial como essa, com reflexo para milhões e milhões de pessoas. Lamentável e vergonhosamente.

Assim, resta-nos torcer para que a “DEMOCRACIA” sobreviva ao golpe e que após o desfecho favorável, mesmo que num átimo de responsabilidade e respeitabilidade (ainda que tardios) a Justiça brasileira se recomponha, julgando e enjaulando de vez tão abjeta figura, o bandido mor de todo esse esquema (Eduardo Cunha).