por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Não tatue esse nome em vão - José do Vale Pinheiro Feitosa


Quando tatuas no peito,
O nome dela,
Tornas letra morta o amor,
Que seria cultuado.

Ela é maior que a soma dos sentidos,
Muito mais que a certidão de nascimento,
Fica numa região além da acusação e defesa,
É a dimensão não sentenciada da normativa oca.

Mas é possível que aquela musculatura bombada,
Um Schwarzenegger de academia de arrabalde,
Enfureça-se com tuas críticas à tatuagem,
E queira a brutalidade pelo nome dela no peito.

E assim foi que pensei no papel moeda,
Do dinheiro brasileiro,
Com a frase: Deus seja louvado.

Posto ali como a lembrança de um Deus vencido,
Subordinado ao Deus invencível destes dias,
Lembrado na plenitude de sua subalternidade,
Ao dinheiro e ao absoluto que emana dele.

Mas é possível que uma fúria curial exploda,
Como um Torquemada de uma neoinquisição,
A dirigir as unhas compridas para os pescoços,
Arteriais por onde a retirada da frase se imaginou.

Pensar o Município do Crato: uma resposta ao Nilo Sérgio e ao Dedê - José do Vale Pinheiro Feitosa


Com apreço recebi o chamamento do gentil Nilo Sérgio Monteiro para pensar o Crato. Um plano de gestão para o que virá. Antes o Dedê reclamara a falta de um pacto político pela cidade. A verdade é que a cidade precisa romper a barreira do mero arranjo administrativo para conquistar o poder político e vencer eleições.

Uma coisa é certa: as nossas cidades médias brasileiras precisam conquistar três questões centrais em sua ocupação, ou seja, em sua geografia política. A primeira delas É criar uma “personalidade” histórica que contemple a arquitetura de suas edificações e os equipamentos urbanos coletivos como praças e ruas, especialmente do comércio. Esse deixar fazer atual é horrível: os prédios não são preservados pelo valor histórico, a poluição visual das placas de comércio é o querer de pior para uma cidade. As praças não podem ser a mera “arquitetura” do arranjo entre a emenda parlamentar e o empreiteiro do peito. Isso tem enchido as cidades cearenses de um padrão da pior qualidade. Enche os bolsos de alguns e não identificam a cultura local e nem a história dos povos.

A segunda grande transformação é resolver o enorme problema da ocupação urbana precária dos bairros populares. Ter um modelo de desenvolvimento urbano para esses bairros de modo a aproximá-los ao máximo das necessidades básicas da vida urbana: iluminação pública, vias transitáveis, praças e largos, posturas municipais, além do que é básico mesmo: escola, saúde, segurança, saneamento e um plano de investimento em melhoria das habitações. Essas medidas precisam ser postas num plano estratégico que leve em consideração a contínua chegada de migrantes vindos de cidades menores e da zona rural.

A terceira grande transformação na gestão pública é criar um modelo que contemple o equilíbrio de investimento e custeio público entre os distritos e a sede da cidade. Esse é um dos maiores dramas das cidades médias brasileiras e especialmente as cearenses. O Crato mesmo, salvo melhor juízo, andou envolvido com um plebiscito com o Distrito de Ponta da Serra querendo separar-se da municipalidade. Equilibrar com tudo que temos na sede: educação secundária e até mesmo superior, escolas técnicas, unidades de saúde mais especializadas, iluminação pública e assim por diante.

Vi pela postagem do Nilo Sérgio que o Alfredo Mendes também estaria envolvido no esforço de pensar a cidade. O Alfredo é muito preparado em gestão, em planos estratégicos e tem uma contribuição excelente para a sua cidade. Lembro o Alfredo por uma questão afetiva, mas tenho a maior consideração pelos meus conterrâneos dispostos a pensar a cidade. Especialmente a inclusão do movimento popular organizado como Associações de Moradores, Conselhos, etc.
   

"Excentricidade" - José Nilton Mariano Saraiva




Em vôo fretado à empresa Táxi Aéreo de Fortaleza (TAF), o Governador do Ceará, Cid Gomes, se mandou pra Salvador a fim de encontrar-se com a Presidenta Dilma Rousseff. 
Sabedor que a mesma se achava na Base Aérea (do outro lado da pista) e disposto a ser o primeiro a cumprimentá-la, autorizou que o avião fretado parasse antes do local indicado, saltou do próprio e, irresponsavelmente, atravessou a pista principal do aeroporto de Salvador (junto com um assessor), infringindo gravemente as normas de segurança e pondo em risco os passageiros de aviões de maior porte. 
Tanto é que, por conta disso, uma aeronave da empresa Avianca teve que arremeter (e quem já passou por isso sabe da tensão que provoca) e outra aeronave, da empresa Gol, teve o vôo abortado, enquanto o trafego aéreo foi suspenso durante cinco minutos ( isso num aeroporto internacional ). 
Muito embora a ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil) tenha anunciado que o caso está sendo investigado, duvida-se que dê em alguma coisa, por se tratar de uma "autoridade". 
Agora, o que ninguém duvida é que a excentricidade e o exotismo do Governador do Ceará, Cid Gomes, deveriam ser penalizados, sim, até como forma de evitar repetições por parte de outros desvairados.  

Zé Flávio, informa!

Avisamos aos amigos que a Missa de 7o. Dia de nossa inesquecível Zefinha acontecerá amanhã ( quarta-feira) , às 17 H, na Sé Catedral aqui em Crato. Agradecemos mais uma vez a solidariedade de todos os amigos que nos tem ajudado nesta difícil travessia. 
 
 

Os pingos que estão caindo na floresta, são lágrimas. A Natureza está de luto.

Não tenho palavras para expressar a minha dor. Mais de dois anos lutando juntos, procurando dias melhores para a sua saúde, e para manter um sonho vivo de liberdade, de dignidade, e de esperança na sua luta em defesa da Natureza, do Crato,da Universidade "URCA", do Geopark, e dos moradores que habitavam as suas terras, para que cada um tivesse o direito de receber o seu quinhão no lugar onde habitavam.
Partiu sem conseguir realizar seu grande sonho, o de escrever um livro narrando a luta do quilombo da Palmeira, onde seu pai travou uma grande luta com os quilombolas. Queria fazer justiça ao movimento, narrando os pormenores, com isenção.
Estará com Deus, reinvidicando pelos mais fracos.