por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Não tatue esse nome em vão - José do Vale Pinheiro Feitosa


Quando tatuas no peito,
O nome dela,
Tornas letra morta o amor,
Que seria cultuado.

Ela é maior que a soma dos sentidos,
Muito mais que a certidão de nascimento,
Fica numa região além da acusação e defesa,
É a dimensão não sentenciada da normativa oca.

Mas é possível que aquela musculatura bombada,
Um Schwarzenegger de academia de arrabalde,
Enfureça-se com tuas críticas à tatuagem,
E queira a brutalidade pelo nome dela no peito.

E assim foi que pensei no papel moeda,
Do dinheiro brasileiro,
Com a frase: Deus seja louvado.

Posto ali como a lembrança de um Deus vencido,
Subordinado ao Deus invencível destes dias,
Lembrado na plenitude de sua subalternidade,
Ao dinheiro e ao absoluto que emana dele.

Mas é possível que uma fúria curial exploda,
Como um Torquemada de uma neoinquisição,
A dirigir as unhas compridas para os pescoços,
Arteriais por onde a retirada da frase se imaginou.

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