por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 11 de março de 2011

Liza Minnelli



Liza May Minnelli (Los Angeles, 12 de março de 1946) é uma atriz e cantora estadunidense.

É filha do diretor Vincent Minnelli e da atriz e cantora Judy Garland. Eternizou-se no cinema como a dançarina Sally Bowles, no filme que lhe rendeu um Oscar de melhor atriz, Cabaret.

Charlie Parker






Charles Parker, Jr. (29 de agosto de 1920 – 12 de março de 1955) foi um saxofonista estado-unidense de jazz e compositor. No início da sua carreira Parker foi apelidado de Yardbird; esse apelido mais tarde foi encurtado para Bird e permaneceu como o apelido de Parker para o resto da sua vida.

A INDIGESTÃO DE GAIA - Ulisses Germano



Um tsunami no Japão
Um aviso de antemão
Da vida na contramão
De nossa civilização
Na caverna de Platão
Mico do mito na aflição

Puxa que vida
Que espécie mais atrevida!
Urso polar morre afogado
Baleias se suicidam
Sangue dos dinossouros
Lágrimas dos centauros
E todos os apelos são esquecidos

Somos a água que devoramos
Somos a sede que não matamos
Somos a estupidez que preparamos
Somos o que somos: 'humanos, desumanos'.
Ecologicamente incorretos

Quem avisa amigo é
Ou damos jeito no lucro
Ou batemos o catolé
Mar invadindo rio

A vida por um fio
Remando contra a maré:

Ulisses Germano



"A Lei da Natureza é diferente das leis dos homens"
J. Krishnamurti
 

"Blue Eyes" - Uma Música Inesquecível

Blue eyes
Olhos azuis
Baby's got blue eyes
Baby tem olhos azuis,
Like a deep blue sea
Como um profundo mar azul
On a blue blue day
Num dia azul, azul.

Blue eyes
Olhos azuis,
Baby's got blue eyes
Baby tem olhos azuis.
When the morning comes
Quando a manhã chegar,
I'll be far away
Eu estarei longe
And I say
E eu digo:

Blue eyes holding back the tears
Olhos azuis Segurando as lágrimas,
Holding back the pain
Segurando a dor.
Baby's got blue eyes
Baby tem olhos azuis
And she's alone again
E ela está sozinha novamente.

Blue eyes
Olhos azuis,
Baby's got blue eyes
Baby tem olhos azuis,
Like a clear blue sky
Como um nítido céu azul
Watching over me
Cuidando de mim.

Blue eyes
Olhos azuis,
Ooh I love blue eyes
Eu adoro olhos azuis.
When I'm by her side
Quando estou ao lado dela,
Where I long to be
Onde eu desejo estar,
I will see
Eu verei

Blue eyes laughing in the sun
Olhos azuis sorrindo ao sol,
Laughing in the rain
Sorrindo na chuva.
Baby's got blue eyes
Baby tem olhos azuis
And I am home again
E estou em casa, e estou em casa novamente...

Blue eyes laughing in the sun
Olhos azuis sorrindo ao sol,
Laughing in the rain
Sorrindo na chuva.
Baby's got blue eyes
Baby tem olhos azuis
And I am home again
E estou em casa novamente.

Composição e interpretação de Elton john

Eternamente Elis...

Sintam a música...

Uma amizade infinita - Emerson Monteiro


Eis aqui nestas palavras uma das provas da existência do Bem supremo, a amizade dos que conhecem amigos. Só quem possui um amigo pode considerar o seu valor. Inestimável o termo de comparar os amigos, e nem precisa dizer que falo dos amigos verdadeiros, pois amigo só verdadeiro, essa tonalidade maior das referências humanas, o amigo.
Quanto vale um amigo? Não há preço que possa comprar, porquanto não se acha à venda, inexiste supermercado de amigos, shopping de amigos, fábrica de amigos. Os amigos nascem no berço farto do coração; nascem, crescem e vivem para a Eternidade. Seres especiais, mutantes dos sentimentos altos da verdade, brotam nas calçadas frias das dificuldades, provam sua fibra nas solidões indesejadas e saem por cima, nos instantes críticos da jornada.
Amigos, de que gosto de falar aos meus filhos não caberem em mais do que nos cinco dedos de uma única das mãos. Uma vida é muita para tantos amigos do tanto dos dedos de uma mão. Amigos, espécimes raras e valiosas, que mantêm o silêncio até o dia em que surgem numa manhã, numa noite qualquer de sofrimento, e nos envolvem de luz e carinho, na força grandiosa do fervor que a eles pertence. A despesa reservada aos instantes da certeza em que há um pai, um irmão, um companheiro, indiferente às considerações dos elogios fáceis, entra porta adentro e preenche todos os espaços da dúvida e do isolamento.
Um amigo, uma barra de ouro brilhante. Um amigo, um tesouro ilimitado no tempo e no espaço. Um filho do Deus da bondade no crivo do interior da gente, um emissário das bênçãos superiores, divinas. Ah, que ventura reconhecer a realidade do sonho de um amigo, de uma amiga, essa dádiva inigualável de todas, imensa compreensão dos que desmancham em conforto as mágoas do desencanto. O saber sorrir, chegar junto, firmar compromissos inadiáveis, incondicionalidades e águas boas.
Falar nos amigos alimenta o veio dessa confiança nos valores inesgotáveis da glória eterna do Amor. Amigos, perfume silvestre das vitórias que nutrem a alma de virtude e paz, pura leveza de presenças silenciosas e vastas, pomos de territórios doces da concórdia, ganhos vivos da plenitude.
Isso de contar algumas considerações quanto aos amigos demonstra suas potencialidades e desperta a que se continue na busca desses personagens coautores da Criação, aliados nas ações positivas, otimistas crônicos e primorosos precursores da transformação de nossos critérios em resultados benfazejos, dos avanços mundiais da vontade no que haja para reverter os quadros tristes, nas madrugadas esplendorosas das cores de alvoradas magnânimas. Vivam os amigos, as amigas, hoje e para sempre!

Uma Rosa...

Imagem/Mara
***
Tenho uma rosa em meio às folhas de um livro.
Envelhecida e sem cor. Machucada pelo tempo.
Amassada entre tantas e tantas palavras;
Entre tantos e tantos contos e poesias.
O seu perfume descansa perdido entre versos.
Simples e profundos versos.
O seu cheiro ainda vive; ainda está por lá...
Continua vivo entre pétalas...
O tempo nem de longe conseguiu acabar.

Mara

"Quase..."

Imagem retirada/Internet
***
Quase...
Sarah Westphal
***
Ainda pior que a convicção do não e a incerteza do talvez é a desilusão de um quase.
É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi.
Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou.
Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa maldita mania de viver no outono.
Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz.
A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai.
Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza.
O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si.
Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer.
Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo.
De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance.
Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar.
Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.
***
(Autoria atribuída a Luís Fernando Veríssimo, mas que ele mesmo diz ser de Sarah Westphal Batista da Silva, em sua coluna do dia 31 de março de 2005 do jornal O Globo)

Música para lembrar ...



Retrato amoroso

João Marni e Maria Alice

Ah, as mulheres...- Colaboração de Fátima Figueirêdo

Daniela Moreira



Certo dia, parei para observar as mulheres e só pude concluir uma coisa: elas não são humanas.
São espiãs. Espiãs de Deus, disfarçadas...
Pare para refletir sobre o sexto sentido. Alguém duvida que ele exista?
E, como explicar que ela saiba exatamente qual mulher, entre as presentes, em uma reunião, seja aquela que da em cima de você?
E, quando ela diz que vai fazer frio e manda você levar um casaco?
Rio de janeiro, 40ºC, você vai pegar um avião para São Paulo.
Só meia hora de vôo. Ela fala para você levar um casaco, porque "vai fazer frio".
Você não leva. O que acontece? O avião fica preso em terra por quase duas horas, depois que você já entrou, antes de decolar.
O ar condicionado chega a pingar gelo de tanto frio que faz lá dentro!
E a comunicação direta com Deus!
Assim é muito fácil... As mulheres são mães!
E preparam, literalmente, gente dentro de si. Será que Deus confiaria tamanha responsabilidade a um reles mortal?
E, não satisfeitas em gerar a vida, elas insistem em ensinar a vivê-la, de forma íntegra, oferecendo amor incondicional e disponibilidade integral.
As mulheres choram ou vazam? Ou extravasam?
Homens também choram, mas é um choro diferente.
As lágrimas das mulheres tem um não sei que não quer chorar, um não sei que de fragilidade, um não sei que de amor, um não sei que de tempero divino, que tem um efeito devastador sobre os homens...
É choro feminino.
É choro de mulher... Já viram como as mulheres conversam com os olhos?
E é com um dos milhões de olhares que elas enfeitiçam os homens.
En-fei-ti-çam!
O amor leva as mulheres para perto de Deus... Já que ele e o próprio amor.
Por isso, dizem "estar nas nuvens", quando apaixonadas.
É sabido que as mulheres confundem sexo e amor.
E isso seria uma falha, se não obrigasse os homens a uma atitude mais sensível e respeitosa com a própria vida.
Pena que eles nunca verão as mulheres - anjos que tem ao lado.
Com todo esse amor de mãe, esposa e amiga, elas ainda são mulheres a maior parte do tempo.
Mas elas são anjos depois do sexo - amor.
E, nessa hora que elas se sentem o próprio amor encarnado e voltam a ser anjos.
E levitam.
Algumas até voam.
Mas os homens não sabem disso. E nem poderiam.
Porque são tomados por um encantamento que os faz dormir nessa hora...

Autoria de Luís Fernando Veríssimo


Tomei emprestado todos os versos
para pagar tua passagem de volta.
Por favor,regularize o passaporte.
Vamos fugir da morte !

(socorro moreira)

Por Domingos Barroso


Quinta-Feira
Amanhã é meu dia:
Vinho (um litro, dois litros, sei lá).

Algo me diz
que vai chover.

Espero que chova mesmo
na minha alma franciscana.

Mas o vinho hei de ter (três litros talvez)
ao alcance dos meus dedos trêmulos.

Cedinho comprarei pães.
Cafezinho especial.

Não sujarei minha mão direita
ao metê-la no pote.

4 medidas bem cheias.
Café forte.

No almoço, então, o vinho.
Minha mãe aproveitará o frango de ontem.

Ótimo.
Excelente iguaria.

Vou buscar meu filho.
Até brincarei de playstation.

Depois do primeiro litro,
aumentarei o som.

Por favor, amanhã blues não.
Quero samba.
Quero rock.

Existe alguém que gostaria
estivesse ao lado da minha alma poética.

Uma certa amiga Sacerdotisa
(com coração de noviça)

Mas ok, beleza.

Não peço muito -
pode até chover
ou um sol tremendo
rachar meu couro cabeludo.

Amanhã é meu dia:
pois bem, três litros de vinho.

À noite, qualquer barzinho -
milhares de cervejas.

Todos saibam que é meu dia.
Não escondam nenhuma garrafa debaixo da mesa.

Algo me diz
que vai chover.

A Rocha e o Poeta: Dois Signos que se Abraçam – Por: Telma de Figueiredo Brilhante


A pedra é um símbolo que ainda não consolidou o seu destino. Anuncia o mítico, o não-dito enclausurado. Através da linguagem, transforma-se em belas imagens criadas pelo espírito inquieto dos poetas. Circunspecta, austera, em suas cavidades ofereceu abrigo, quando o homem buscava proteger-se das intempéries e dos animais selvagens. Ele partiu e a pedra continuou sendo pedra, a mudez revelando o sincretismo das coisas, testemunha eterna das mutações. A pedra é viva. Tem um coração que se espalha fragmentado nos abismos do mundo. Tratada metaforicamente reveste-se de beleza e mistério. O poeta, com os olhos da alma, vê a pedra-poema, a pedra-fortaleza, a pedra-mistério e a pedra-permanência. A pedra-poema é a alma do poeta. A pedra-fortaleza simboliza a segurança. A pedra-mistério reveste-se de misticismo, das coisas que moram além da imaginação. A pedra-permanência é o símbolo da eternidade, que o poeta imprime nos versos que compõe e que deixará à posteridade, como herança e marca da passagem. Todos os seres passarão, mas a pedra continuará no topo da montanha a vigiar o tempo. Ou no meio do caminho de Drummond, a pedra-obstáculo que estimula o caminhante a seguir em busca da realização do sonho. Antoine de Saint Exupéry, em sua obra Terra dos Homens diz: “O coração batendo com força, abaixei-me para apanhar o meu achado: um pedaço de pedra dura, negra, do tamanho de um punho, pesada como metal, em forma de uma lágrima.” Somente um poeta enxergaria a forma de uma lágrima numa pedra. O surgimento mítico do poeta está na busca da origem, da essência das coisas. O poema se constrói numa linguagem conotativa onde predomina a emoção. É um mundo ideal que se contrapõe á visão materialista. A alternância do gesto, o arremesso do verso nas paredes do mistério, a alma do poeta dissolvendo-se de paixão, extenuado, feito a cigarra, que explode e fenece num estridente grito de amor. A pedra, na sua imobilidade, parece não escutar as vozes dos ventos e das ondas do mar. Ledo engano. Ela é um organismo vivo que acompanhou as mudanças do tempo e do homem na sua condição de andarilho em vida transitória. Escutou os lamentos e os gemidos das dores do mundo. Intuiu a alegria, a felicidade em instantes efêmeros, passageiros.

A rocha faz um caminho de transformação. Dos elementos da natureza sofre erosão e se fragmenta. Os grãos de areia se aglutinam e à forma de pedra retornam. Com o fogo, a rocha se decompõe e se transforma em lava incandescente, magma que desce a montanha. Quando esfria, se solidifica, formando uma nova rocha. As coisas sobre a terra poderão sumir, mas na paisagem desolada, solitária, a pedra continuará. Não desaparece: se faz eterna. Acompanha o homem desde o nascimento até a morte. Vejamos alguns dos diversos significados com que se reveste:

. Pedra angular ou fundamental – que marca o início.
. Pedra de ara ou pedra de altar – a religiosidade.
. Pedra filosofal – substância procurada pelos alquimistas da Idade Média, que acreditavam que ela poderia transformar em ouro metais vis, curar e rejuvenescer o corpo humano.
. Pedra lascada, pedra polida – épocas pré-históricas em que os instrumentos usados eram feitos de pedra,
. Pedra sepulcral, lápide que cobre o túmulo.
Como constatamos, o poeta e a pedra estão intrinsecamente ligados em perfeita simbiose.

Na Bíblia Sagrada encontrei esse belo fragmento poético quando se refere ao apóstolo Pedro:

“ Achegai-vos a ele, pedra viva que os homens rejeitaram, mas preciosa e preferida aos olhos de Deus. Eis que ponho em Sião uma pedra angular, escolhida, preciosa, e quem nela crer não será confundido.”

A Pedro, disse Deus:
Tu és pedra e sobre esta pedra edificarei a Minha Igreja. E a Deus, falou o poeta: Dá-me tempo, Senhor, para que eu construa o sonho do condor no ápice da montanha.

Por: Telma Brilhante

TELMA BRILHANTE - ENTREVISTA



Dados biobibliográficos:

TELMA BRILHANTE (Telma de Figueiredo Brilhante) nasceu em Crato (CE), residindo atualmente em Recife desde 1966. Professora aposentada pelo Estado de Pernambuco. Formação acadêmica: Letras, com Especialização em Literatura Brasileira e Língua Portuguesa. (UFPE)

Livros publicados. Contos Chão (contos), Reescrevendo Contos de Fada (co-autora), Aflição de Pássaro, (contos) Magia do Instante (crônicas), Crepúsculo das Coisas, (contos); (Sendas do Oriente (haicais).
Participou, juntamente com outros escritores, da organização das seguintes antologias: O Planeta feito Quintal e Paisagens da Memória (este último será lançado ainda este ano, em Julho.)

Co-autora nas seguintes obras: José de Figueiredo Brito, Luta e Trajetória, em parceria com Heitor Bezerra de Brito; Reescrevendo Contos de Fada; Entrelaços; Cartas das 11 Mulheres.

Na área infantil:
Destino do Planeta Terra, Arabela e o Camaleão e O Pequeno Pescador.

Participações:
Panorâmica do Conto Pernambucano, organizada por Antônio Campos e Cyl Gallindo; a trilogia Retratos, A Poesia Feminina Contemporânea em Pernambuco; Vozes – A Crônica Feminina Contemporânea em Pernambuco e Olhares – O Conto Feminino Contemporâneo em Pernambuco organizada por Laura Areias e Elizabete Siqueira, Os rios e seus poetas, organizado por Lourdes Nicácio. E em diversas outras antologias.

É membro da União Brasileira de Escritores, onde é diretora do Núcleo de Literatura Infanto-Juvenil Elita Ferreira, da Academia de Letras e Artes do Nordeste (ALANE) e do Instituto Cultural do Cariri/ ICC. (Crato/CE.)

ENTREVISTA

SELMO VASCONCELLOS - Quais as suas atividades, além de escrever?

TELMA BRILHANTE – Sou membro da Academia de Letras e Artes do Nordeste-PE (cad. N. 07), da União Brasileira de Escritores (diretora do Núcleo de Literatura Infanto Juvenil Elita Ferreira), e do Instituto Cultural do Cariri/CE (Cad. N. 12). São instituições literárias bastante dinâmicas.
Atualmente faço parte, juntamente com os escritores Lourdes Nicácio e Carlos Cavalcanti, da organização da antologia em prosa e verso, Paisagens da Memória, que será lançada no final de julho próximo. No ano passado organizamos O Planeta feito Quintal, cujo tema foi sobre o meio-ambiente.

SELMO VASCONCELLOS -- Como surgiu seu interesse literário?

TELMA BRILHANTE - Na infância, com a leitura de livros de contos de fada e dos de Monteiro Lobato, que me encantaram. Após os treze anos, autores como A. J. Cronin, os clássicos da literatura universal em quadrinhos da coleção Edição Maravilhosa. Nesta fase, embrenhei-me também pelo mundo ficcional de autores nordestinos, os clássicos José de Alencar, Raquel de Queiroz, José Lins do Rego, Graciliano Ramos, Jorge Amado. Autores de outras regiões como Érico Veríssimo, Guimarães Rosa, autores russos, franceses. Na poesia, os poetas Olavo Bilac, Olegário Mariano, Vicente de Carvalho, Castro Alves, Carlos Drumond de Andrade, Pablo Neruda, Jorge Luis Borges. E outros mais. Enfim, um verdadeiro ecletismo de obras literárias. Foi esta a fase mais produtiva de minha vida.

SELMO VASCONCELLOS - Quantos e quais os seus livros publicados dentro e fora do País?

TELMA BRILHANTE - Em prosa: . Crônicas Magia do Instante.
. Contos: Contos Chão, Aflição de Pássaro, Crepúsculo das Coisas.
- Em poesia: Sendas do Oriente – haicais. No prelo, Alma Sitiada. (poesias)
. Literatura infanto juvenil: Destino do Planeta Terra, Pequeno Pescador, Arabela e o Camaleão.
- Em co-autoria: José de Figueiredo Brito, Luta e Trajetória; Reescrevendo Contos de Fada; e Entrelaços.
. Fora do país, a participação na revista Francachela, da Argentina, com um texto em prosa poética.
Participei de muitas antologias, em prosa e poesia.

SELMO VASCONCELLOS - Qual(is) impacto(s) que propicia(m) atmosfera capaz de produzir poesia?

TELMA BRILHANTE - Instantes flagrados que mexem com o sentimento, com a emoção. A apreciação do belo nas pequenas coisas em volta de nós. A Natureza em seu esplendor, apesar dos maltratos e da incompreensão dos homens para com a sua preservação. A leitura de bons poetas. Tudo serve de estímulo para a criação literária. Depende da sensibilidade de cada um para captar este momento e transformá-lo em poesia.

SELMO VASCONCELLOS - Quais os escritores que você admira?

TELMA BRILHANTE – Alguns já mencionei. Outros: Mário Vargas lhosa, Simone de Beauvoir, Rosa Montero, Julio Cortazar... ah, são tantos. Impossível enumerá-los todos.

SELMO VASCONCELLOS - Qual a mensagem de incentivo aos novos poetas?

TELMA BRILHANTE - Que o mundo é fascinante, é um livro aberto onde todos terão vez de registrar a caminhada de cada um, seja com a voz da poesia ou da prosa. A poesia será sempre a bandeira da Paz e do Amor.

Amando na Chuva. Liduina Vilar.


Numa tenra noite de temporal no terraço de uma casa, contemplando os relâmpagos que clareavam as folhas do coqueiro, ouvindo trovões intensos, pegando na chuva a quatro mãos e vendo o brilho molhado do banho de chuva nas folhagens das palmeiras, namorou-se diante do cheiro da água caída do céu. O céu que era o amor, o toque, o beijo, o abraço. Um amor regado a amor.
Embaixo dos lençóis, ainda sob chuva forte, relâmpagos e trovões barulhentos, completou-se o ciclo do carinho, do prazer e da alegria. Uma ternura sem fronteiras, com confiança e sem cobrança. O cavalheiro pode até demorar a ver a dama ou simplesmente se dissociar, mas o momento vivido se eternizará na energia cósmica do universo.
E de um bar se fez o ruído
a resposta então foi sim,
o abraço feito um jardim
cheio de amor e aroma distribuído.
A noite foi suficiente para a provisão
da saudade até então!

Solta de ti - por Socorro Moreira


Libero-te!
Suave e alegremente,
Tal qual soltamos um pássaro
Da gaiola, ou do viveiro!

Ainda seguro teu cheiro,
No fio do teu cabelo,
Que não se aparta de mim.

Um  vazio  fica
Na dor de qualquer partida
- Fruta que não almejo
Na fome do meio-dia!

O que resta de pendência
Também pode ser zerado.
Na conta do nosso tempo,
Tudo já foi perdoado!