por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 1 de dezembro de 2013

A "paga" - José Nilton Mariano Saraiva

Meses atrás, neste espaço, fizemos alusão à viagem do Governador do Ceará à capital de Portugal, Lisboa, com o objetivo único e exclusivo de recambiar o gaúcho Moroni Bing Torgan, a fim de concorrer a eleição para a prefeitura de Fortaleza (por um desses partidos que se acham disponíveis nas prateleiras de qualquer bodega de periferia).

Em termos práticos, maquiavelismo puro e em estado latente, porquanto objetivando tão somente valer-se da popularidade do referido senhor na periferia da capital cearense e, assim, dividir a votação com o então candidato (favorito) indicado pela prefeita Luizianne Lins e, por extensão,, jogando a eleição para o segundo turno,  onde o favorito seria o candidato dos Ferreira Gomes. Bingo. Foi só o que deu.

Seguindo o roteiro programado, entre o primeiro e segundo turnos uma montanha de dinheiro foi distribuído nessa mesma periferia, de sorte que a eleição pra prefeito de Fortaleza sofreu uma reviravolta, com a vitória do prefeiturável candidato do Governador do Estado.

Por cumprir “pari passu” o nem um pouco edificante script de fiel da balança, evidentemente que o senhor Moroni Bing Torgan mais à frente iria beneficiar-se, ou ter a “paga” respectiva.

Pois eis que, após 11 meses de mandato, o prefeito-afilhado dos Ferreira Gomes houve por bem nomear a esposa do senhor Moroni Bing Torgan para assessorar a primeira dama da capital, sem que a função para a qual foi nomeada sequer exista no organograma oficial.

Assim, como normalmente as primeiras damas nada fazem, é de se supor que a nova assessora da primeira dama a ajudará a... nada fazer. Para tanto – e o duro de engolir é isso – receberá um “salário modesto” de R$ 7.500,00 acrescido de uma “pequena gratificação” de R$ 3.000,00, totalizando “irrisórios” R$ 10.500,00. E tudo pago com o dinheiro do contribuinte.

A “paga” completar-se-á no próximo ano, com o apoio do Governador do Estado ao senhor Moroni Bing Torgan em sua planejada candidatura a Deputado Federal nas próximas eleições.

A bem da verdade, a esposa do senhor Moroni Bing Torgan não é a primeira a ser beneficiada por esse desprezível esquema de empregar parentes, conforme poderá se constatar adiante: Paulo Gomes, sobrinho do Deputado Estadual Tin Gomes (PHS) está alocado na Regional 1; Renan Colares, filho do Deputado Fernando Hugo (PSDB) bate ponto na Secretaria de Planejamento do Estado; e Gyordanni Conrado, genro do improdutivo Deputado cratense Ely Aguiar (PSDC), se acha na folha de pagamento de uma tal Funcet.


É mole ou querem mais ???
Antes desta postagem uma notícia que acabei de ler. Nas TVs fechadas e até no cinema apareceu uma série, daquelas 1, 2, 3, 4 até o infinito da paciência do expectador, chamada "Velozes e Furiosos". Pois não é que ontem no sul da Califórnia um dos atores principais dos pegas cinematográficos morreu num acidente de trânsito. Foi o ator Paul Walker. Aliás, morreu no banco do carona. Aqui a corrida para vencer no ponto de chegada. 

O destino é a caminhada seus babaquaras.

Um grupo amigo saiu para passear. Composto de homens e mulheres em várias idades. Resolvidos em termos de preconceitos, respeitavam-se as diferenças de gênero e idade. Mas de qualquer modo por uma questão de merecimento, a carga maior dos mantimentos era transportada por aqueles que tinham menor desempenho na caminhada. 

No primeiro quarto do trajeto ainda conseguiram manter uma certa equiparação na velocidade de deslocamento. Mas daí em diante o grupo mais carregado, aquele que já tinha menor desempenho, só piorou a performance. E quanto mais se atrasava, pior ficava, pois além do peso que prendia seus pés ao chão da gravidade, mais desmerecedores se achavam frente aos outros.

Já o grupo que avançava com maior desenvoltura viu-se menos compromissado com a carga que os outros levavam para o bem de todos. Pelo contrário, começaram a demonstrar um senso de arrogância frente aos atrasados, a comentarem sobre a inferioridade deles. A carga não existia para os que se viam com pouco peso, tudo não passava de mero derrotismo, preguiça e descompromisso.

No quatro final do trajeto os mais adiantados passaram a consumir porções adicionais dos produtos transportados pelos outros pois, nessa altura, já tinham plena convicção dos seus merecimentos. Eles viam toda aquela quantidade de comida e água como o privilégio daqueles que são melhores e mais contribuem para o foco da caminhada que é a chegada.

A arrogância por estas questões humanas foi se transformando em ódio contra os atrasados na jornada. Eles dificultariam o momento de atingir o objetivo, ao invés de se superarem mostravam-se cada vez mais vítimas de suas próprias fraquezas. Entre os mais privilegiados, por carregarem menor carga, alguns até radicalizaram as críticas: querendo reduzir ainda mais a ração de comida e água dos que atrasavam na jornada.

Por uma dessas coisas que sempre acontece, um jovem no limite de suas forças, com suor descendo pelo seu corpo como a condensação de uma máquina a vapor, no vazio de toda humanidade com lhes tratavam os que se achavam vencedores na jornada, se toma de uma revolta incontrolável. Põe no lamaceiro à beira da estrada toda a comida e água reservada para o quarto final.

Ficou um clima geral de revolta com ataques à suposta sabotagem e um ódio fascista dos privilegiados que se viam sem comida e água. Mas após a pancadaria de músculos e cordas vocais o que se ouviu foi a frase de quem tinha cometido o desatino de tudo jogar na lama.

- O destino é a caminhada seus babacas. Não é a chegada. Agora comam e bebam o sucesso de primeiro chegar.