Antes desta postagem uma notícia que acabei de ler. Nas TVs fechadas e até no cinema apareceu uma série, daquelas 1, 2, 3, 4 até o infinito da paciência do expectador, chamada "Velozes e Furiosos". Pois não é que ontem no sul da Califórnia um dos atores principais dos pegas cinematográficos morreu num acidente de trânsito. Foi o ator Paul Walker. Aliás, morreu no banco do carona. Aqui a corrida para vencer no ponto de chegada.
O destino é a caminhada
seus babaquaras.
Um grupo
amigo saiu para passear. Composto de homens e mulheres em várias idades.
Resolvidos em termos de preconceitos, respeitavam-se as diferenças de gênero e
idade. Mas de qualquer modo por uma questão de merecimento, a carga maior dos
mantimentos era transportada por aqueles que tinham menor desempenho na
caminhada.
No primeiro
quarto do trajeto ainda conseguiram manter uma certa equiparação na velocidade
de deslocamento. Mas daí em diante o grupo mais carregado, aquele que já tinha
menor desempenho, só piorou a performance. E quanto mais se atrasava, pior
ficava, pois além do peso que prendia seus pés ao chão da gravidade, mais
desmerecedores se achavam frente aos outros.
Já o grupo
que avançava com maior desenvoltura viu-se menos compromissado com a carga que
os outros levavam para o bem de todos. Pelo contrário, começaram a demonstrar
um senso de arrogância frente aos atrasados, a comentarem sobre a inferioridade
deles. A carga não existia para os que se viam com pouco peso, tudo não passava
de mero derrotismo, preguiça e descompromisso.
No quatro
final do trajeto os mais adiantados passaram a consumir porções adicionais dos
produtos transportados pelos outros pois, nessa altura, já tinham plena
convicção dos seus merecimentos. Eles viam toda aquela quantidade de comida e
água como o privilégio daqueles que são melhores e mais contribuem para o foco
da caminhada que é a chegada.
A arrogância
por estas questões humanas foi se transformando em ódio contra os atrasados na
jornada. Eles dificultariam o momento de atingir o objetivo, ao invés de se
superarem mostravam-se cada vez mais vítimas de suas próprias fraquezas. Entre
os mais privilegiados, por carregarem menor carga, alguns até radicalizaram as
críticas: querendo reduzir ainda mais a ração de comida e água dos que
atrasavam na jornada.
Por uma
dessas coisas que sempre acontece, um jovem no limite de suas forças, com suor
descendo pelo seu corpo como a condensação de uma máquina a vapor, no vazio de
toda humanidade com lhes tratavam os que se achavam vencedores na jornada, se
toma de uma revolta incontrolável. Põe no lamaceiro à beira da estrada toda a
comida e água reservada para o quarto final.
Ficou um
clima geral de revolta com ataques à suposta sabotagem e um ódio fascista dos
privilegiados que se viam sem comida e água. Mas após a pancadaria de músculos
e cordas vocais o que se ouviu foi a frase de quem tinha cometido o desatino de
tudo jogar na lama.
- O destino é a caminhada seus
babacas. Não é a chegada. Agora comam e bebam o sucesso de primeiro chegar.
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