por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Recado para um afeto amigo de tempos distantes- Por Socorro Moreira



Hoje cruzei no mundo virtual com um afeto amigo de muitas décadas atrás. Meu reconhecimento foi imediato. Ele não perdeu em elegância e sutileza... Só não sei é se ainda dedilha umas bossas no piano.
O tempo passa mas deixa um rastro de luz , em todos os nossos encontros. Porisso o reencontro em qualquer dia do futuro pode acontecer.
Se você nos visitar, menino ariano, seja muito bem-vindo !
Adotei você como meu amigo secreto.
Se não me falha a memória és fluminense, torcedor do Salgueiro e Beija-Flor, amante da boa música e da gastronomia.
Que tal uma bacalhoada, arroz com brócolis ?
Um vinho branco, português ...
A massa pode ser nhoque,
ao molho de espinafre ou bertalha
A mesa pode ser posta ? !
E por falar em saudades, "Onde anda você ?"

Nossos sentidos além de absorver a filigrana de milhões de coisas é o maior centro da síntese humana. Nenhuma referência é mais forte do que um perfume, um gosto, uma audição, um olhar ou um toque. Apenas a insinuação de qualquer um se torna um quantum, um momentum sintético de enredos completos ou de um discurso inteiro.

(José do Vale Pinheiro Feitosa)

Luiz Gonzaga - Por Norma Hauer


Ele nasceu em 13 de dezembro de 1912 na cidade de Exu, interior de Pernambuco. Recebeu o nome de Luiz Gonzaga do Nascimento e se tornou conhecido em todo o Brasil como LUIZ GONZAGA, o "Rei do Baião".

Por que recebeu esse nome ? seria por ser o mesmo de seu pai?

Não, seu nome foi decorrente de fatos que "se ligaram" nessa data:

1° - por ser o dia de Santa Luzia (daí Luiz)
2°- Se São Luiz era Gonzaga, ele também o seria
3° - Nascimento, por ser o mês de Natal.

Essas coisas só aconteciam no interior e em épocas lá para trás.

Caso semelhante ocorreu com Ataúlfo Alves, que sempre dizia não saber de onde teria vindo o Alves de seu nome.

Bom, Luiz era filho de Ana Batista, conhecida por Santana e de um sanfoneiro, que tocava sanfona de oito baixos.
Luiz, já famoso, compôs o "xote" :"Respeita Januário"..."respeita os oito baixos de seu pai" .
Assim, nasceu e cresceu no meio de música. Portanto, natural que também vivesse de música.

Veio para o Rio de Janeiro em 1940 e passou a se apresentar em botecos e bares da Lapa e do Mangue, ao mesmo tempo que "enfrentava" Ari Barroso em seu programa de calouros e Renato Murce em "Papel Carbono".

Depois de gravar alguns "xotes" conheceu Humberto Teixeira e, juntos, compuseram o primeiro baião que se tornou conhecido aqui: "Baião", gravado pelos "Quatro Ases e Um Coringa" .

Depois vieram "Lorota Boa", "No Meu Pé de Serra", "Mangaratiba" , Paraíba" e o que mais consagrou a dupla "Asa Branca", seguida de " Assum Preto".

Vê-se que os maiores sucessos de Luiz Gonzaga foram os que fez com Humberto Teixeira, que se tornou conhecido como o "Doutor do Baião".

Luiz sempre dizia que sua sorte foi ter conhecido Humberto Teixeira, autor das letras de suas composições.
Ouvi, dirtetamente dele, essa "confissão".
Hoje, Luiz Gonzaga é nome do centro de nordestinos em São Cristóvão enquanto de seu parceiro, Humberto Teixeira, quase não se fala.

Luiz Gonzaga , um nome respeitado, foi certa vez a sua terra natal : (Exu) para acabar com uma briga tradicional entre famílias rivais. Teria conseguido? Parece que sim.

No dia 2 de agosto de 1989, aos 76 anos, Luiz Gonzaga faleceu em Recife-Pernambuco..

Norma

Olhar castanho - por Socorro Moreira


Olhar que aperta o céu,
e faz chover em mim ...
.
atiça, pergunta ,
sorri ...
.
olhar sempiterno
penetra e fica,
na menina dos meus...

Brincando com fogo - por Socorro Moreira


Delicadeza

O vento barulha
nas folhas secas da serra
nos telhados e janelas
canta rouco, canta fino
sibilante como cobra
irritante como o grilo

Adoro a zoada que a natureza orquestra
Fico calma, delicada,
e penso numa orquídea, enfeitando
a minha casa!



Casamento poético

Namoro tudo que eu quero
Sem pensar, no juntar dos trapos
Penso apenas, no cruzar de versos...
Enxoval sem lençóis bordados !


Viola calada

Na boca da noite tem vinho
No vento da madrugada, poesia
Nas cordas do violão... Paixão!

Foi muita lua
Mas o sol sempre impõe
o clarão da razão!

Para Sauska - do amigo secreto


sinto que

me acendes uma chama

no mais subterrâneo recôndito

luz, calor , desejo

e enquanto escrevo

está sendo eterno

depois que voar daqui

eu findo


Doce mulher

nascida

brusca

sauska

há resquícios de vida

ao longe

João e Maria - para os amigos secretos - do amigo secreto




Não sou a fonte para a sede
nem a palha pro repouso
Doer ..." já finjo que é dor
a dor que deveras sinto"
Sangrar ...
Já finjo que não sinto
Tive tremeliques
quado recebi pontinhos
cheios de silêncio...
e ainda hoje os espero.
São como milho
ou o miolo de pão
do Joãzinho e Maria
marcando um caminho...
Mas
se sou bruxo
tenho o direito de oferecer
a gaiola/prisão
água fervente/caldeirão

O caminho
é uma busca incessante...
"Só peço a Deus que vos guarde
na palma da sua mão"!

Espera , no fim da linha - por Socorro Moreira




Leio silêncios
Esqueço
até por momentos ...
E fio,
dias a fio...
Desafio !


A relação se perde,
e fica na espera
do constante ressurgir


Amor que não azucrina
ultrapassa a linha,
os limites do entender.

Flores brotam
estrelas brilham
sol cintila
vozes gritam ...
Amor sem fim !

Na Rádio Azul


O DEUS DE CLARICE LISPECTOR

                                                                      Clarice Lispector no Vesúvio en 1945



O DEUS DE CLARICE LISPECTOR

Há trinta anos morria Clarice Lispector, a escritora que abalou a literatura brasileira pela contundência de sua linguagem que tentava desvendar o mistério da existência com palavras claras e obscuras a um tempo, de grande beleza poética, de inquietação, de perturbação, espanto e maravilhamento. Com dezessete anos de idade escreveu “Perto do Coração Selvagem”, e era como se estivesse surgindo uma obra de gênio. Era como se valesse o adágio: “O gênio nasce feito.” Mas Clarice trabalha incansavelmente. A sua genialidade era uma busca contínua da palavra certa, que clarificasse os escaninhos obscuros do ser.
Comecei o meu conhecimento de Clarice com “A Paixão Segundo G. H.”: é o começo mais difícil, intrincado, um labirinto de luzes que se acendem umas sobre as outras e cegam o leitor. É muita claridade, e claridade entrando-se num mundo de trevas, alcançada com o estupor, com o nojo. É a epifania do ser diante do nojo, o ser se encontra, se descobre diante de outro ser, asqueroso, repulsivo, representado pela barata. Eu sou um mistério para mim mesma, dizia Clarice, e vivia desvendando os véus desse mistério, ofertando-nos a claridade que dele advinha. 
Foi no conto que Clarice mais se realizou, nessa arte da síntese que a levou e que ela levou ao âmago da problemática do homem, que se interroga, perplexo, à busca do que ele é em si. “Feliz Aniversário” é o melhor que ela criou, um triste retrato da solidão familiar, no tempo em que ainda havia grandes famílias, no entanto já mal estruturadas. Criou algumas peças notáveis, extraordinárias, mas vou hoje me deter sobre uma quase insignificante, de tão esquecida: “Perdoando Deus”. É bom lembrar esse encontro de Clarice com Deus, ela que, depois de tanto investigar o mistério, já penetrou no Mistério.
É a história de uma personagem que olhava distraída o mar e de repente se sente a mãe de Deus. Como o homem é o que ele escreve, vou dizer sem medo de errar que aquela personagem era Clarice. Quem se sentiu com o carinho de uma mãe pelo filho era Clarice. O interessante, o totalmente novo é que esse filho era Deus. Sabia que se ama a Deus com respeito, medo, solenidade. Mas o carinho maternal por Deus era absolutamente estranho. Assim como o carinho por um filho não o reduz, mas o alarga, diz, assim era maior o seu amor.
Foi quando quase pisou num rato morto. E entrou em pânico, controlando como podia o seu mais profundo grito. Desde o início do mundo sentia um pavor dos ratos, que a devoravam. E era como se Deus lhe lançasse na cara um rato. Ela amando-O com amor maternal, Ele insultando-a com brutalidade. Decidiu, então, vingar-se. Mas descobre que o rato é o mundo. Ela se julgava forte, porque, compreendendo, amava. Descobriu que se ama verdadeiramente somando as incompreensões, que amar não é fácil. É preciso amar primeiro a nossa própria natureza, depois o seu contrário, Deus.
Queremos amar a Deus só porque não nos amamos. É uma espécie de compensação. Conclui: “Enquanto eu inventar Deus, Ele não existe.” Dizem que o homem inventou Deus porque não consegue explicar o universo. Clarice aprende que isso está errado. Como Santo Agostinho, descobre que devemos procurar Deus dentro de nós.
O grande católico Alceu Amoroso Lima diz, dela, que a presença invisível de Deus não se expressa pela invocação do seu Nome, mas que o silêncio pode ser o sinal mais seguro de sua realidade. E conta que Clarice ofereceu-lhe o seu último livro com uma dedicatória, escrita um mês antes de morrer, terminando sua demonstração de afeto com estas palavras claras e decisivas: “Eu sei que Deus existe.”                                                                        (2007)





"Onde anda você, Maria de Fátima ???" - José Nilton Mariano Saraiva

Em Fortaleza, num desses ambientes onde se reúnem mulheres a serem cortejadas, ela era unanimidade e compreensivelmente pra ela convergiam os olhares, as fantasias e os corações daqueles alegres e falantes marmanjos, todos já “encharcados” de álcool até o gogó. Assim, presumindo que com o nosso estilo discreto e reflexivo dificilmente conseguiríamos algo ante tantas feras de porte atlético privilegiado e verborragia (teoricamente) envolvente, preferimos ficar na nossa, observando o ambiente, curtindo o som e “deglutindo” uma geladinha.
De repente, às nossas costas, aquele toque suave no ombro; e, ao virarmos pra conferir, deparamo-nos com o mais belo (embora discreto) sorriso que alguém possa imaginar, seguido da sussurrada e inolvidável indagação: “E você, não quer ficar comigo ???”.
Foi assim que conhecemos a meiga Maria de Fátima.
Altura mediana, clara, cabelos castanhos, olhos discretamente ao estilo japonês, nariz perfeito, dentes impecavelmente alvos, lábios carnudos e... “cheinha”. Já no quarto, ao desnudar-se, uma visão deslumbrante, arrebatadora, digna de ser retratada por um desses pintores clássicos e posta num pedestal pra ser admirada por gregos e troianos: seios medianos e rijos, cintura fina, coxas firmes e pra lá de torneadas. Enfim, tudo no lugar. Uma deusa da perfeição.
Super-carinhosa, fala mansa, conversa aprumada, de pronto bateu aquela sinergia entre nós. A ponto de, ainda na cama, lhe indagarmos (com sinceridade d’alma) a “razão” ou o “por que” de uma mulher tão bela e educada freqüentar um local daqueles; de onde ela era; de qual família e por aí vai. Surpresa, ela afirmou que era a primeira vez que alguém fazia tais tipos de perguntas pra ela, que nunca alguém procurara saber da sua intimidade, que, enfim, encontrara alguém “diferente”.
Pra encurtar a conversa: na segunda vez que a procuramos ela simplesmente largou tudo, sob protestos da cafetina, e fomos curtir a vida em pleno dia, terminando por encontrar abrigo em nosso apartamento de solteiro (onde ela aprendeu, a partir de então e durante meses, a dormir “empacotada” em nossas camisas de seda – de mangas longas - que achava... ”gostosas”).
Em represália, fomos proibidos de adentrar o tal ambiente, já que os “seguranças” tinham ordem expressa de “baixar a cacete”, se fosse necessário; então, conjuntamente, arquitetamos que bastavam dois toques na buzina pra que ela “se mandasse” dali. E assim foi feito, a partir dali.
Foram meses de felicidade plena, durante os quais freqüentávamos, de mãos dadas e sorriso no rosto, qualquer lugar que “desse na telha”, sem nenhum constrangimento de encontrar algum desses barões que com ela houvesse se relacionado.
Mas...
De repente, a meiga Maria de Fátima sumiu, evaporou-se, tomou Doril, escafedeu-se, deixando-nos literalmente na orfandade (deve ter havido algo de sério e grave, que jamais saberemos).
Hoje, apesar de casado (em processo de separação) e com dois belos filhos já adultos, tal qual os William Bonner da vida não cansamos de (mentalmente) perguntar: onde anda você, Maria de Fátima ???
Quantas saudades...

Vixe !

  1. 12/12/2011 09h35 - Atualizado em 12/12/2011 09h39

    Igreja das Filipinas envia fiéis para site pornográfico por engano

    Link seria para acompanhar ao vivo posse de novo arcebispo.
    Igreja percebeu equivoco e mudou chamada para endereço certo.

    Da EFE

    Igreja das Filipinas colocou link errado para acompanhar posse de novo arcebispo (Foto: Reprodução)Igreja colocou link errado para acompanhar
    posse de novo arcebispo (Foto: Reprodução)

    A Igreja Católica das Filipinas enviou seus fiéis nesta segunda-feira (12) para um site pornográfico ao se equivocar com o link, que, teoricamente, seria para acompanhar ao vivo a cerimônia de posse do novo arcebispo de Manila.

    Em seu portal na internet, a arquidiocese anunciou na manhã desta segunda-feira (12) que a nomeação do arcebispo Luis Antonio Tagle poderia ser acompanhada por meio da página "tvmaria.com". No entanto, os fiéis que abriram o site encontraram a imagem de um travesti.

    Posteriormente, a Igreja, que achou que se tratava de um ataque hacker, percebeu seu equivoco e reenviou a chamada para o endereço "tvmaria.net". Mais de 80% dos 94 milhões de filipinos são católicos.

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A dor do Amor...

Se você não conhece a dor
E não deseja sofrer,
Amigo, não se permita
Experimentar o amor.

(Proponho a construção coletiva, quem se habilita?)

BALANÇA




não se pesa um poeta
por palavras, apenas.
não se mede um poema
por sentidos, em cenas.

pois um poeta é o peso
e a medida do poema
(ine)exato.

a luz e o rigor,
o tamanho de uma cor.

(Poeta paraibano, Bruno Gaudêncio escreve no blogue Acaso Caos: http://acasocaos.blogspot.com/)

Escolhas de uma vida- Colaboração de José Nilton Simões





A certa altura do filme Crimes e Pecados, o personagem interpretado por Woody Allen diz: "Nós somos a soma das nossas decisões".
Essa frase acomodou-se na minha massa cinzenta e de lá nunca mais saiu. Compartilho do ceticismo de Allen: a gente é o que a gente escolhe ser, o destino pouco tem a ver com isso.

Desde pequenos aprendemos que, ao fazer uma opção,estamos descartando outra, e de opção em opção vamos tecendo essa teia que se convencionou chamar "minha vida".

Não é tarefa fácil. No momento em que se escolhe ser médico, se está abrindo mão de ser piloto de avião. Ao optar pela vida de atriz, será quase impossível conciliar com a arquitetura. No amor, a mesma coisa: namora-se um, outro, e mais outro, num excitante vaivém de romances. Até que chega um momento em que é preciso decidir entre passar o resto da vida sem compromisso formal com alguém, apenas vivenciando amores e deixando-os ir embora quando se findam, ou casar, e através do casamento fundar uma microempresa, com direito a casa própria, orçamento doméstico e responsabilidades.

As duas opções têm seus prós e contras: viver sem laços e viver com laços...

Escolha: beber até cair ou virar vegetariano e budista? Todas as alternativas são válidas, mas há um preço a pagar por elas.

Quem dera pudéssemos ser uma pessoa diferente a cada 6 meses, ser casados de segunda a sexta e solteiros nos finais de semana, ter filhos quando se está bem-disposto e não tê-los quando se está cansado. Por isso é tão importante o auto conhecimento. Por isso é necessário ler muito, ouvir os outros, estagiar em várias tribos, prestar atenção ao que acontece em volta e não cultivar preconceitos. Nossas escolhas não podem ser apenas intuitivas, elas têm que refletir o que a gente é. Lógico que se deve reavaliar decisões e trocar de caminho: Ninguém é o mesmo para sempre.
Mas que essas mudanças de rota venham para acrescentar, e não para anular a vivência do caminho anteriormente percorrido. A estrada é longa e o tempo é curto.Não deixe de fazer nada que queira, mas tenha responsabilidade e maturidade para arcar com as conseqüências destas ações.
Lembrem-se: suas escolhas têm 50% de chance de darem certo, mas também 50% de chance de darem errado. A escolha é sua...!

Hoje é o dia DELA!




Feliz aniversário, Magali!
Desejos de felicidade plena com abraços dos amigos do AZUL SONHADO!
Obrigada por existir , e fazer parte afetiva do nosso coração.