por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 1 de agosto de 2015

"GANGSTERISMO" EXPLÍCITO - José Nilton Mariano Saraiva

Meses atrás, quando, ao vivo e a cores para todo o Brasil, o mafioso Deputado Federal Roberto Jefferson resolveu “abrir o bocão” e denunciar o então todo poderoso Chefe da Casa Civil do Governo Federal, José Dirceu, como comandante de uma suposta quadrilha que assaltava os cofres públicos (no presumível esquema que ficou conhecido como “mensalão”), talvez não tivesse avaliado bem as conseqüências que poderiam advir de tal ato; como resultado, dias após o senhor Roberto Jefferson apareceu de público com o rosto bastante deformado (um dos olhos inchado e roxo), característica maior que sofrera uma agressão pontual e violenta; no entanto, inquirido sobre, desavergonhadamente e por certo temeroso de algo pior, preferiu creditar a repentina transformação facial “frankesteniana” a um mero “acidente doméstico” (houvera “trombado” com um móvel, em casa, desconversou).

Embora um silêncio sepulcral e conveniente tenha sido a resposta da mídia tupiniquim sobre, sabíamos todos, intimamente, que uma espécie de “corretivo” houvera sido providenciado por quem se achou prejudicado (presumivelmente, o próprio Dirceu). Mas, na impossibilidade de se provar tal assertiva, a coisa morreu aí e o desfecho todos sabemos: por conta da denúncia de Jefferson, Dirceu acabou mesmo sendo condenado e preso com mais uma “ruma” de gente, com base num tal “domínio do fato”, novidade importada da literatura jurídica alemã (que dispensa o uso de prova e privilegia a simples denúncia, indo, pois, de encontro ao que preconiza a nossa Constituição Federal).

A reflexão tem a ver com o quadro atual: todos sabemos, de cor e salteado, que o Deputado Federal e atual Presidente da Câmara  Eduardo Cunha é um bandido da mais alta periculosidade (é só acessar a sua caudalosa e extensa “folha corrida” para constatar) com o agravante de se achar um “messias” que salvará o Brasil do caos. Ele e somente ele, será capaz de colocar de novo o país nos trilhos. E para tanto, todos os métodos são válidos, inclusive e principalmente a intimidação, a ameaça, o jogo sujo e pra lá de pesado. E com um requinte de “cosa nostra” (máfia) implícito: a “terceirização” de tudo isso, via colegas Deputados Federais, que dele receberam favores e propinas e se prestam a tão infame papel.

E, como no momento atual brasileiro, os “delatores-bandidos” são os “heróis” de uma mídia corrupta e desonesta, o recente depoimento de um deles, o senhor Júlio Camargo, foi fundamental para confirmar o que de antanho já sabíamos: que o “violento” Presidente da Câmara dos Deputados, senhor Eduardo Cunha, exigiu e foi um dos beneficiários da enxurrada de dinheiro que jorrou das transações ilegais praticadas por meia dúzia de bandidos no âmbito da Petrobrás (exigiu e levou 05 milhões de dólares).

Como quem o orientara a “abrir o jogo” fora a advogada Beatriz Catta Preta, esta e a família agora se acham no “olho do furacão”, já que ameaçada pela “tropa de choque” do senhor Eduardo Cunha. E o “recado” foi tão brabo e violento que a causídica em questão anunciou sua intenção de “pendurar as chuteiras” e se mandar do país, embora relativamente jovem e no auge da fama profissional.

O difícil de entender em todo esse processo é o “porquê” dos senhores Eduardo Cunha (Presidente da Câmara) e Renan Calheiros (Presidente do Senado) ainda não terem sido “convidados” para uma conversa com o “astro global” momentâneo, juiz Sérgio Moro, já que comprovadamente envolvidos até o pescoço (como beneficiários) nessa bagunça toda.


Particularmente, entendemos que a prisão de todos os políticos envolvidos, independentemente da filiação partidária e posição hierárquica, constitui-se uma necessidade imperiosa, objetivando mostrar para a sociedade que depois desse vendaval não restará pedra sobre pedra (como, aliás, lá atrás já previra a presidenta Dilma Rousseff).