por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 30 de janeiro de 2013


LIXO É LIXO.
quarta-feira, 30 de janeiro de 2013
05:48
O assunto do lixo é um tema que merece ser bem discutido. Considerando que não existe quase nada que seja produzido pelo ser humano que não traga consigo uma proporção de lixo bem importante em quantidade e qualidade, devemos pensar e conversar bastante sobre o assunto. Quanto mais avançada e materialmente desenvolvida uma sociedade, maior é a quantidade de lixo que ela produz. Vivemos sob um sistema econômico onde quanto mais se produz e se comercializa objetos, melhor para a economia. Então a produção e o consumo são estimulados de todas as formas.  Uma delas é a ideia, já bem antiga, da "obsolescência programada", onde um objeto, seja ele qual for, é produzido de maneira a durar um tempo determinado e quebrar para em seguida ser substituído por outro novo, que terá sua duração também determinada. Os produtos são testados para saber qual será o seu tempo de uso e,  caso seja necessário, um ou outro de seus componentes será redesenhado para determinar um tempo menor de utilidade. As "utilidades" que produzimos e consumimos,  para usar  um termo bem interessante e contraditório, são na verdade, "inutilidades" de todos os tipos. E viram lixo.
              Outra ideia que predomina na produção e comercialização de objetos, que alguns chamam de "bens", é a de que a embalagem é quase tão importante ou mais importante que o conteúdo. Assim, grande parte do que o consumidor paga num produto, refere-se à embalagem, ao seu invólucro e se transformará em lixo imediatamente. Não quero entrar em detalhes que indicariam que, o próprio conteúdo, muitas vezes, se constitua em lixo; principalmente alguns comestíveis muito utilizados e que, com o tempo, serão causa de doenças e estímulo para o consumo de remédios. E pra onde vão todos estes resíduos, ou subprodutos?
              Papel, papelão, garrafas de  vidro ou plástico, sacos plásticos de todos os tipos e tamanhos, caixas, arames, cordões, madeira, e uma infinidade de materiais são jogados como lixo, mas não são lixo. São materiais reutilizáveis, é possível transformá-los  em outros objetos. São na verdade dinheiro. Então estamos jogando dinheiro no lixo?  Mas quem seria louco de rasgar dinheiro? De jogar dinheiro no lixo?
              Existe também o lixo molhado, ou orgânico, que se constitui de restos de cozinha (cascas de frutas e legumes, restos de alimentos) galhos e folhas que resultam de podas e mesmo a grande quantidade de alimentos que se perdem em feiras  e centrais de abastecimento. Mas será que isso tudo é lixo? Também não! Todo esse material pode ser utilizado na composição de humus, terra vegetal, fertilizantes orgânicos e naturais que transformarão qualquer terra pobre para o plantio em terra fértil e rica para a produção de novos alimentos. È um processo simples e barato que pode ser utilizado na cidade e no campo aumentando e enriquecendo a produção de alimentos saudáveis.
              Então o que é lixo? Fico algum tempo pensando e concluo que lixo, lixo mesmo é filtro de cigarro, que não permite reutilização, e chiclete mascado, que também não serve pra nada. Mesmo os dejetos humanos e animais, em alguns países, são utilizados como fertilizantes e na produção de gás combustível. Não falo  em lixo industrial e lixo hospitalar , que são temas que merecem um estudo à parte.
              Vejamos. Se lixo, lixo mesmo, é filtro de cigarro e chiclete mascado, por que as cidades têm que construir "lixões" e "aterros sanitários" que poderão se transformar em focos de doenças, poluir e envenenar lençóis freáticos, causar futuros desmoronamentos de que estão repletos os noticiários?
              Penso que campanhas de educação e esclarecimento da população sobre a questão do lixo; um bom programa de coleta seletiva, que inclua a organização de catadores e recicladores; o financiamento de pequenas empresas recicladoras, demandariam um pouco mais de tempo e muito menos dinheiro, além de produzir efeitos profundamente benéficos na economia, na participação popular, na cidadania, na autoestima, e na saúde das cidades e suas populações.
              
                                                                                                                                                                            João Nicodemos de A. Neto
(jotanikos@yahoo.com.br)

Racismo ou preconceito? - Por Carlos Eduardo Esmeraldo

Conceitos são idéias formuladas sobre determinados assuntos, objetos e entes reais ou imaginário. Geralmente os conceitos podem ser definidos por meio de palavras ou outros conceitos já devidamente conhecidos. Nas ciências que se orientam pelo raciocínio lógico, existem alguns conceitos que não possuem definição, tidos então por conceitos primitivos. Já o preconceito é um juízo preconcebido e arraigado no íntimo das pessoas, de forma discriminatória contra grupos de pessoas julgadas como inferiores, ou contra seus costumes, regiões ou países.

Quando o preconceito se verifica de forma generalizado, com determinados grupos de pessoas se julgando melhores e mais importantes do que outros, temos uma das formas de racismo.

Acredito que o racismo no Brasil é como fogo de monturo, muito disfarçado, que queima internamente. Avistamos apenas sua fumaça. Mas ele nos atinge quando o pisamos descalços. É difícil de ser apagado, a não ser quando chove torrencialmente, coisa não muito comum por essas épocas de muita seca no coração humano. É claro que não possuímos um racismo de segregação como anteriormente ocorrido na Europa, nos Estados Unidos e África do Sul. Mas alguns exemplos nos dão conta da existência de muitos preconceitos contra grupos de pessoas e lugares.

Há poucos dias tivemos noticias pela imprensa de um casal da alta sociedade carioca, branco, que foi a uma concessionária de automóveis BMW com um filho adotivo de sete anos, negro. Enquanto conversava com o gerente da loja, o menino ficou assistindo televisão na sala dos clientes. Quando então, um dos vendedores expulsou a criança da sala, enxotando-o para a rua. Seus pais ficaram indignados, mas resolveram não formular queixa na polícia em atenção ao gerente, e lançou seu protesto através dos meios de comunicação social.

Outro exemplo com cheiro racista, foi notificado timidamente pela imprensa na última semana. Um capitão da policia de uma cidade do interior paulista orientou sua tropa a revistar todos os negros e pardos que encontrassem pelas ruas, como se pessoas com essas características fossem todas marginais.

No inicio dos anos da década de 1960, um grupo de moças de um colégio do interior cearense excursionou a Salvador. Extasiadas com a beleza da cidade e a quantidade de lojas com riquezas de produtos não encontrados na terra natal, entraram para compras em um grande magazine, como se denominava naquela época. Um dos vendedores negro, muito simpático, encantado com a brejeirice das adolescentes, ao saber que elas eram cearenses, resolveu brincar de forma discriminatória. Foi até a uma seção nos fundos da loja e voltou trazendo uma bacia, uma peneira e uma caneca cheia d'água. Despejou a água sobre a peneira e perguntou às garotas:
- Vocês conhecem o que é isso?  Isso aqui é chuva!
E recebeu o devido troco de uma das excursionistas bastante atrevida, com resposta de conteúdo mais preconceituoso ainda:   
- Chuva a gente já conhece, mas negro lá não existe, estamos conhecendo agora.

Não resta nenhuma duvida que temos alguma forma de preconceito racial, herdado desde os tempos da escravatura e que é um cancro difícil de ser extirpado, mesmo com a legislação punitiva que se tem atualmente. O remédio para tais males, contudo não se encontra nas leis. Está no coração do homem. Somente com educação poderemos ter um povo consciente de que todos somos iguais, sem distinção de cor, raça, religião, sexo ou preferências políticas e sociais. O problema maior é que para educar um povo como o brasileiro é uma tarefa árdua, cujos frutos provavelmente serão colhidas daqui a cinqüenta anos. Nos últimos anos temos alguns avanços, embora tímidos, mas muito tempo já foi perdido, desde quando Dom Pedro II deu o grito do Ipiranga.

Por Carlos Eduardo Esmeraldo
Daqui a pouco viajo para Fortal.
Viagem curtíssima!
Volto em fevereiro.
Espero encontrar novidades.
Abraços!