por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

"Dê um tempo" - José Nilton Mariano Saraiva

Se você tá de férias nessa época do ano e planeja dá uma “arribada” até a capital cearense, dê um tempo, postergue, adie, esqueça que ela existe, nomeie uma outra data ou até uma outra cidade. De Fortaleza... desista, fuja, evite !!!
É que, embora as decantadas marés dos bravios mares cearenses estejam mansas que só, temos uma outra onda braba, verdadeiro tsunami, que enche o saco, a paciência, causa arrepios e estressa qualquer ser humano que se preze: ao vivo, a materialização do inferno, no caótico trânsito de Fortaleza.
Com poucas ruas pra tanto carro (e não adianta tentar encontrar alguma via alternativa desocupada, pois estão todas entupidas de motoristas estressados), os gigantescos congestionamentos são inevitáveis, e aí prevalece o mau humor, a afobação, a impaciência, o desejo de passar por cima de quem se acha à frente e aí, haja impropérios e, dedão na buzina, capaz de ensurdecer qualquer um.
Hoje mesmo inventamos de dá um pulo na “fábrica de dinheiro” montada pelo Tasso Jereissati em pleno coração do parque do Cocó, sem nenhuma preocupação com o tal de meio ambiente: o Shopping Iguatemi (e como achou pouco, “Sua Excelência” ergueu agora, ao lado, uma torre de uns 15 andares, de onde, do escritório localizado na cobertura, fica mangando da “liseira” que faz tilintar seu caixa ininterruptamente, 24 horas por dia).
Mas, retomando o fio da meada; em dias normais, com o trânsito fluindo normalmente, não levamos mais que 07 a 10 minutos pra cobrir o percurso Bairro de Fátima (onde moramos) até o Iguatemi, na maior tranqüilidade do mundo. Pois, hoje, na ida, levamos mais de 01 hora e meia e, na volta (já noite), cerca de 50 minutos.
Trata-se, pois, de um autêntico teste pra testar suas coronárias, de um medidor eficaz se os seus nervos estão mesmo no lugar e, enfim, uma maneira pra que você descubra se tem alguma vocação pra Buda (não é ele que tinha a tal “paciência de JÓ” ???).
Se quiser tentar (se arriscar)... é só vir pra cá !!!
Mas, depois, não diga que não foi avisado.

POEAMASSOMOS - por Ulisses Germano



Somos a soma do que somos
Passageiros desse mundo ligeiro
Resultado daquilo que fomos
Moradores de um grande bagageiro
Que no presente não mais somos
Já que a particularidade do eterno
Consiste num instante do agora


Somos o que a gente sente e(m) mente
Nos jogos das comparações
Entre o infinitamente grande e pequeno
Todos os tempos cabem num só tempo
Sem início e sem fim a vida se iniciou
No começo de um instante que já existia

Somos o que somos na soma do que fomos
Uma humanidade em desunanimidade
Programados pela tradição,  pela propaganda
Que acostuma a gente a aceitar o que não é,
Isto é, um modelo de cultura
Uma  virtude encalacrada
No juízo do orgulho
Que se apropria da razão
 Como se própria fosse a razão
Que é comum a todos

Somos aquilo que somos
Aquilo que reverberamos 
O que odiamos e o que amamos
A soma de todos os danos dos anos
Aquilo que realmente somos
Sonho do império dos romanos
Manos, no mano a mano, desumanos
Presos ao medo, ao orgulho, a inveja
E a indiferença que alimenta a ignorância
Somos a ânsia de ansiar felicidade
Sem entender o sofrimento
Somos um batimento com sentimento
Somos a esperança a cada momento
Em pensamento, palavra e ação
poemassomos
poetassomos

...................................................
Ulisses Germano
Crato-CE.
Quem nunca se perdeu do próprio juízo nunca vai entender o que é sair do prejuízo!

ROBERTO CAMPOS: PEDESTAL DE BARRO

Alguém disse que a história é a versão dos vencedores. Claro que a afirmativa não é verdade absoluta, pois, se fosse, teríamos que admitir que, às vezes, a mentira prevalece. Em um primeiro momento, quem está por cima tem maior controle da situação e domina os meios de comunicação. Nesta posição, propaga os pontos de vista que lhe são favoráveis e obviamente esconde as ações negativas. Nesta perspectiva, o regime militar que vigorou no Brasil de 1964 a 1984 enalteceu seus “milagres”, mas usou a mão pesada da censura para esconder os pecados. Tentou transformar vilões em heróis porque tinha que salvar as aparências e mostrar imagem de eficiência para dar a entender que os rumos adotados estavam corretos e comandados por brasileiros inteligentes, dignos e patriotas. O objetivo era camuflar o modelo como benéfico para a nação quando na verdade servia a uma minoria. Um dos comandantes da política econômica do regime e responsável pelo modelo implantado, Roberto Campos, era vendido como gênio, cristão, caráter ímpar, honesto e tudo quanto é louvação. No entanto, com a recente revelação de documentos (antes considerados secretos), pesquisadores descobrem fatos que mostram outra faceta da personalidade do ministro do primeiro governo pós 64. Os secretos revelam que Roberto Campos, juntamente com outros diplomatas brasileiros, se envolveu diretamente na famosa Operação Condor, convênio firmado pelas ditaduras da América do Sul para perseguir (em muitos casos dar fim) a seus inimigos políticos. No caso específico de Roberto Campos, na função de embaixador brasileiro em Londres, deu proteção ao Capitão Alfredo Astiz, torturador e assassino do regime militar argentino. O militar, comprovadamente, assassinou fundadoras do movimento Mães da Praça de Maio, duas freiras francesas e uma turista sueca, confundida com uma militante política. Sem contar as inúmeras outras acusações que a justiça argentina não conseguiu comprovar. Nos anos oitenta, o argentino foi detido na Inglaterra. A Suécia e a França pediram sua extradição para julgá-lo pelos crimes contra as citadas francesas e a sueca. O Reino Unido e a Argentina estavam com relações diplomáticas rompidas, e o embaixador brasileiro atuou nos bastidores para que o criminoso fosse devolvido ao seu país. Anos depois, com a revogação da lei da anistia promulgada pelos militares de Buenos Aires, o Capitão foi preso, julgado e hoje cumpre pena de prisão perpétua, tal a gravidade dos crimes por ele cometidos. Mais detalhes: Revista Istoé, nº 2.194, 30.11,2011

Carta às Chuteiras dependuradas- por José Flávio


“Qualquer que seja a arquitetura dum edifício,
seus escombros obedecerão ao estilo barroco.”
Aníbal Machado

Imagino como vocês se sente neste momento algo turbulento. Aquele instante porque se sonhou por tantos e tantos anos, mas que ao se aproximar traz consigo sua mista carga de alegria, ansiedade, conforto e apreensão. Como se de repente, trocássemos a beca pelo pijama, a cueca pela fralda, o paletó pela bermuda, o livro pelo baralho, a cadeira de mestre pela de balanço. Aflige-nos, quem sabe, o fundo da nossa alma, perceber este momento justamente como o soletrar dos primeiros arpejos do alfabeto da catástrofe previsto por Machado. Pois eis-me aqui, pronto a demonstrar que este instante é de encontro e não de diáspora, de advento e não de partida. Até porque assim o são todos os segundos desta vida breve, desde a canção de ninar até à incelença.
A frase do Aníbal é lapidar. Sonhos, anseios, aspirações, desejos vão pouco a pouco sendo triturados, vida afora, pela ampulheta do tempo. Por mais modernoso que se apresente o edifício que, cuidadosamente projetamos, após a inevitável implosão --- aquele big-bang que fechará o ciclo daquele primeiro há bilhões de anos atrás— os espólios que restarão obedecerão, necessariamente ao vetusto , seminal e kitsch estilo barroco. E sei que é essa reflexão crua, inexorável, catastrófica que nos enevoa os mais recônditos sótãos do espírito, no momento em que vemos correr uma das cortinas da existência. De que adiantou projetar o prédio em estilo pós-moderno, se mal levantamos as primeiras paredes, as colunas e pilastras vêm abaixo e o amálgama de concreto, espalhado no solo, nos fita como a Sífiso , com olhos de caos, com retinas de já-se-foi ? Hoje, sei que da zona mais abissal do seu âmago, você se faz esta pergunta, sentindo-se uma espécie de quebra-queixo em tempos de Nutella, de videocassete em época de blue-ray. Valeu a pena tudo ? Os anos difíceis, o estudo contínuo, a paternidade fisicamente ausente, os cargos inúmeros assumidos, a convivência ofídica de alguns companheiros ?Valeu a pena ?
Postado em meio ao amontoado de escombros, nos perguntamos: é esse o destino final do nosso projeto de Taj Mahal ? Pois bem, meu cato, não é ! E a conclusão me parece lógica. Nem precisa-se esperar a justiça derradeira recorrendo a forças superiores ou à possibilidade de outras encarnações /edificações. A importância do seu projeto arquitetônico é inquestionável por incontáveis motivos. Primeiro, é justamente dos entulhos dos nossos edifícios que as gerações que virão, num infinito processo de reciclagem, edificarão, em moto-contínuo, os seus prédios. A qualidade do que será construído no porvir depende umbilicalmente da qualidade do material com que erguemos as nossas paredes. Depois, o mais importante não é o monumento que pretendemos levantar e a que , inevitavelmente, jamais daremos termo. Contam-se mais: nossa relação com os outros operários, a paisagem que se estenderá à nossa frente à medida que ascendemos. Na verdade edificamos uma casa que jamais habitaremos : moramos, vivemos, durante toda a obra, nos andaimes.
Este momento, pois, é de encontro, nele todos os operários se reúnem na certeza de que não foi um edifício que ruiu, mas que uma construção precisa ser recomeçada e o material disponível é da melhor qualidade. E, se a sua frente, parece se fechar uma porta, é preciso levantar os olhos e ver a quantidade imensa de janelas abertas para o infinito. O carrasco disciplinador dos filhos hoje se transforma no bobo da corte dos netos; se alguns músculos fraquejam, os neurônios funcionam de forma trifásica; a vida poderá até não parecer tão azul, mas já existem disponíveis uns comprimidinhos azuis que têm a capacidade de reazulá-la; o violão poderá passar de simples artefato de decoração a uma fábrica de sons e de sonhos. E quando alguém vier com aquela balela de que a vida é uma dureza; você poderá sorrir lembrando que é justamente dureza aquilo que você mais almeja.
Bem-vindo ao nosso encontro! Bem-vindo à construção que hoje se inicia ! Grato pelo pelo cimento, pelo ferro, pela brita ! Grato pela esperança destilada em cada pá de cal e pela força de sentar o tijolo do efêmero com argamassa de eternidade ! Os futuros operários têm um cristal onde se espelhar! Você pode até imaginar que o espelho nesse momento se estilhaça, mas não custa lembrar que o poeta Mário Quintana já vaticinara : “os espelhos partidos têm muito mais luas”...


J. Flávio Vieira

Então é você Música:
Estrela Ruiz Leminski
Letra: Alice Ruiz

Então é você
que bem antes de mim
diz o que eu queria dizer
tão bem quanto eu diria.
E quem diria?
ainda melhor

Acho que teu nome é poesia
e por isso todos te chamam

Então é você
tua simples presença
preenche a minha existência
me faz ver o que eu não via.
E quem diria?
ainda melhor

Acho que teu nome é vida
e por isso todos te querem

Então é você
que quando fala
instala a compreensão
de tudo que eu seria.
E quem diria?
Ainda melhor

Acho que teu nome é amor
e por isso todos te amam

E quando todos te chamam
quem sou eu pra não chamar?

E quando todos te querem
quem sou eu pra não querer?

E porque todos te amam
“eu sei que vou te amar"

Os cinemas do Crato - Emerson Monteiro


O derradeiro filme que vi num dos cinemas cratenses foi Dança com lobos, com Kevin Costner, no Cine Cassino, pertencente a Mário Correia, durante sessão noturna de meio de semana. Com isso, para mim se fechavam as cortinas dos históricos cinemas, nesta terra de cultura e educação.
Ainda lembro com intensidade grandes filmes que vi no Cine Moderno, sessões das 16h dos sábados e domingos. As séries das 14h, no Cassino, no Moderno, superlotadas, gente em pé, corredores tomados, assobios, gritos, palmas, calor de saúna, suor de escorrer pelo pescoço, fachos dos projetores cruzando o escuro da sala, pessoas frenéticas em movimento constante quase a sessão toda, enormes fila na entrada, meninos vendendo revistas em quadrinhos, tabuleiros de bombons, carros de pipoca do lado de fora, ventiladores de coluna zoando alto, recepcionistas com laterna indicavam as poltronas vazias aos retardatários e a sonorização característica para abrir as cortinas (zuuuuuuuum, num sinal elétrico demorado), em preparação ao espetáculo, etc. A reforma do Moderno pelo seu derradeiro proprietário, Macário de Brito Monteiro, sucessor do tio Ormínio de Brito, foi acontecimento que marcou época e a história da cidade.
Depois, abriria suas portas em noite memorável o Cine Educadora. Um outro teatro de inolvidáveis películas trazidas a público. Na sua inauguração, exibiu Os cavaleiros da távola redonda, com Robert Taylor e Ava Gardner, onde não pude entrar por ter menos de 14 anos. Era uma sala confortável, cheia de janelas venezianas, de poltronas estufadas, espaçosa, um luxo só.
Já sumira o Cine Rádio, da Rádio Araripe, na Rua Nélson Alencar, onde assistira O cangaceiro, sucesso mundial do diretor brasileiro Lima Barreto, junto com meus pais. Também até 14 anos, mas acompanhado conseguira entrar com o coração aos pulos. Uma semana antes da idade mínima ainda cheguei a ser barrado na entrada do Moderno, para minha contrariedade. O Comissariado de Menores, ao qual depois pertenceria, funcionava com presteza e eficiência, terror da garotada ansiosa pelos filmes proibidos, sempre os mais procurados.
Nesse meio tempo de salas de exibição maiores, uma experiência de cinemas menores aconteceu em paralelo. José Hélder França (o poeta Dedé França), na década de 60, chegara a iniciar, pelos bairros, rede alternativa que exibia filmes na bitola 16mm, no entanto a proposta durou poucos meses.
Lembro desses cinemas menores, um na esquina de cima do Colégio Diocesano (Rua Ratisbona), o Cine São Francisco, e outro no Bairro do Seminário, o Cine São José. Se a memória não me engana, houve também outro nas imediações da Igreja de São Miguel, na Rua da Cruz, ainda a ser confirmado pelos memorialistas.
Em um dos armazéns existentes no final da Rua Santos Dumont, proximidade dos postos de Antônio Almino de Lima, quiseram, na primeira metade da década de 60, também montar um cinema em 16mm. Porém a tentativa frustrara nas primeiras sessões; a máquina emperrava após iniciada a projeção. Na primeira noite, recebemos saídas para a noite seguinte. Voltamos, eu e um operário de meu pai. De novo não passou da metade do filme. Retornamos na terceira e última noite. Pois, quando a máquina quebrou deu-se por perdido e até o dinheiro dos presentes eles devolveram.
Tenho notícias de outro cinema do Crato, que não cheguei a conhecer. Sei dele através dos escritos de Florisval Matos, o Cine Paraíso, que funcionou em prédio da Praça da Sé, no quarteirão onde ora existe a loja Hippie Chic e que antes abrigara a Cooperativa do Banco do Brasil e a Biblioteca Municipal.
Jackson Bola Bantim por sua vez nos informou que seu bisavô, Luiz Gonzaga de Oliveira (Gonzaguinha), nascido no Crato na segunda metade do século 19, fotógrafo, aqui acompanhou a visita de um grupo francês que exibia filmes pelo interior cearense. Interessado na nova arte, viajou a cavalo até Fortaleza, lá adquiriu um projetor e fundou, no prédio n.º 25 da Rua Miguel Limaverde, o primeiro cinema cratense, denominado Lanterninha Mágica, isso bem nos primeiros anos do século XX.
Eis, portanto, ligeiro apanhado da história das salas de cinema no Crato, anotada nesta fase em que aguardamos o retorno de um estabelecimento que corresponda, em nossa comunidade, ao progresso avançado da apreciada e resistente Sétima Arte no resto do mundo, pois no momento, para contrariedade dos muitos apreciadores, não há um único lugar de exibição de filmes em nossa cidade.

Vixe ! E agora Tucanos ?

Governo Dilma supera Lula e FHC ao fim do 1º ano no cargo, segundo pesquisa CNI/Ibope

Maurício Savarese
Do UOL Notícias, em Brasília

O governo da presidente Dilma Rousseff foi mais bem avaliado que o dos antecessores Luiz Inácio Lula da Silva e Fernando Henrique Cardoso ao final do primeiro ano de seus respectivos mandatos, informou nesta sexta-feira (16) uma pesquisa Ibope encomendada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A gestão da petista tem 56% de ótimo ou bom na aprovação popular, enquanto Lula exibiu 51% em 2007 e 41% em 2003 –os primeiros anos de cada um de seus dois mandatos no Palácio do Planalto. Lula teve números mais altos ao longo de sua passagem pela Presidência da República, mas não 12 meses após suas duas posses.

O governo Fernando Henrique teve 17% de popularidade em 1999 e 43% em 1995, em uma comparação semelhante, de acordo com a sondagem que tem margem de erro de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 142 municípios brasileiros entre os dias 2 e 5 de dezembro.

O desempenho pessoal de Dilma também teve aprovação superior às dos dois antecessores após um ano no cargo. Ela teve 72%, enquanto Lula somou 65% em 2007 e 66% em 2003. Fernando Henrique teve 26% em 1999 e 57% em 1995.

O índice de confiabilidade da presidente empata com o de Lula em seu primeiro mandato no Palácio do Planalto. Neste dezembro, diz o Ibope, ela conta com a confiança de 68% dos entrevistados. Lula tinha 69% em 2003. Quatro anos depois, após o escândalo do mensalão, esse índice recuou para 60%.

O tucano Fernando Henrique tinha confiança de 58% da população em 1995 e viu esse número recuar na sondagem do Ibope para 27% ao fim de 1999, após uma grande desvalorização do real e o início da crise energética que levaria ao racionamento.

Geraldo Ananias abrirá com chave de ouro o Novo Ano, com um lançamento literário.


A Comunidade Caririense terá um motivo especial, para abrir com chave de ouro a entrada do novo ano na área cultural. Será lançado em Fortaleza no próximo 04/01/2012, a partir das 19 horas,no Restaurante Dom Pepe - Rua Ildefonso Albano
587, Meireles,Nos Ombros do Destino, mais um romance de Geraldo Ananias
Pinheiro.
A Comunidade Cearense em Brasília ficará aguardando anciosa o dia 09/02/2012, pois Santana do Cariri e Crato nos dias 16 e 17 de Janeiro de 2012 estarão comemorando esse lançamento.
Mais uma vez Geraldo Ananias nos brinda com uma belíssima obra literária,o que nos enche de orgulho e dá ao Cariri, uma continuidade na exposição de seus valores culturais.

MENINA MULHER por ROSA GUERRERA


A menina espreitava a vida!
Tinha os olhos
brilhantes, cabelos macios,
boca inocente,
pensamentos puros,
e corpo virgem.

Lentamente a menina
se aproximou da vida!
E sorriu para ela ...
antes timidamente,
depois gargalharam juntas .

A menina andou diferente,
falou diferente,
pensou diferente,
olhou diferente ...
E vibrou quando mãos fortes
apertaram o seu corpo.

A menina cresceu
e aprendeu muita coisa !
Sonhou,
viveu,
beijou,
pecou,
e depois morreu!

Surgiu então a MULHER !

 por rosa guerrera

Ludwig van Beethoven


Ludwig van Beethoven (AFI: Loudspeaker.svg? [ˈluːt.vɪç fan ˈbeːt.hoːfən]; Bonn, batizado em 17 de dezembro de 1770[1] — Viena, 26 de março de 1827) foi um compositor alemão, do período de transição entre o Classicismo (século XVIII) e o Romantismo (século XIX). É considerado um dos pilares da música ocidental, pelo incontestável desenvolvimento, tanto da linguagem, como do conteúdo musical demonstrado nas suas obras, permanecendo como um dos compositores mais respeitados e mais influentes de todos os tempos. "O resumo de sua obra é a liberdade," observou o crítico alemão Paul Bekker (1882-1937), "a liberdade política, a liberdade artística do indivíduo, sua liberdade de escolha, de credo e a liberdade individual em todos os aspectos da vida".
wikipédia

NATAL SEM OURO, INCENSO OU MIRRA por João Marni


Foram tantas visitas que realizei a lares muito pobres nos sítios,com nossa equipe do PROGRAMA SAÚDE DA FAMÍLIA, tendo observado as pessoas no interior desses diminutos casebres de chão batido serem ainda capazes de sorrir com nossa presença, sem nenhuma vergonha ou constrangimento por não saberem mais o que vestir porque não sabem se estão nuas, sempre à procura de algo a nos oferecer (como se fôssemos algum deus), e crianças sentadas com os pratos entre as perninhas, de colher em punho, passando-nos a impressão de que o alimento pouco é que faz o tempero, deixando a certeza em mim de que Jesus jamais saiu da manjedoura...Que o natal é exatamente o nascimento continuado de cada uma dessas crianças que sobrevivem sem brinquedos, sem perus ou panetones, à espera tão somente de um ato de solidariedade e de respeito à condição humana. É impossivel distinguir dentre elas qual seja o menino Jesus!

Essas pessoas humildes dispensam árvores natalinas porque já têm cajueiros e mangueiras que frutificam, dispensam também Papai Noel, porque em sua enorme sacola não há e nem caberiam a dignidade de que precisam, mais coragem ainda para seguir em frente face às dificuldades, e a saúde que as levem até a velhice com qualidade de vida. Já lhes bastam a esperança e a fé inabalável em Deus. O que me fez lembrar a resposta da mãe de Casemiro de Abreu, quando este perguntou-lhe: ”...quem pode haver maior que do que o oceano ou que seja mais forte do que o vento, mãe?” -Sua mãe a sorrir olhou para os céus e respondeu: ”Um ser que nós não vemos é maior que o mar que tememos, e mais forte do que o mais forte dos ventos..É Deus meu filho!!!”

Feliz Natal para todos

Amanhecida- por Socorro Moreira





Manhã azulzinha.


No céu, a última estrela.


Sons da manhã...


São passarinhos!



Coração pressente


cheiro novo de vida


Flor aceitação ...


E a noite,


que desejou ser dia


venceu a dor .




socorro moreira

Acabrunhada - por Socorro Moreira



Dias e noites
Lembro, esqueço
vivo, desisto...

Não desamo
Apresso um tempo
Antecipo um fim

Ele busca nas entrelinhas ...
Acha o que não foi pensado
Cata o lixo do que não foi dito

Ele corta a chuva
orando pra Santa Bárbara.
Mas a chuva cai
num barulhinho
cantante

Fecha a porta da entrada
Escancara uma saída
Se esconde na procura
Se tranca, na despedida
E eu desando no caminho...

Sinto a moderação
imposta pela vida
Mais uma vez eu quis,
e não fui feliz !


socorro moreira

Deixar passar ... - por Socorro Moreira



Nada pra falar.

O dito atira no precipício

restos do nada



Morte de um sonho

O sério brincou , sem acreditar.



Márgens opostas

Um rio corre nas minhas costas



(socorro moreira)

Ser racional...(momento de reflexão) - por Socorro Moreira



"É sempre realizar auto-análise de seus” porquês “, rever tudo em que se crê. Se suas ações têm razão de ser, se sua cultura é realmente” correta “, se você não seria diferente criado noutro canto do planeta.
Pensar nas possibilidades das coisas, manter” os pés no chão', só "dar bola" ao possível. E, acima de tudo, mudar-se aos poucos em uma busca constante pela verdade das coisas."

Minha mãe costuma dizer que” não se pode servir a dois senhores “. Eu lhe respondo: sou livre pensadora.Ela não gosta de ciências esotéricas, não se liga em astrologia, tarô, I ching, etc. Eu acho todos esses assuntos interessantes, mas não os valorizo com fanatismo. ·No fundo sou cética, agnóstica, e o escambau. Mas sou atenta aos arquétipos mitológicos. Sou apaixonada pela mítica, sem perder a noção da essência ou realidade das coisas.
Fico besta quando leio meu perfil astrológico (virginiana), e atesto como nele me enquadro direitinho.
Mas no fundo sei que somos uma mistura de todos os defeitos e qualidades humanas, resultantes de heranças genéticas, meio social, cultura original e sequencial.
Pensando bem sou um ser microcósmico, inserido no macro. Não tenho que questionar sentimentos, o quanto eles são espontâneos e gloriosos, em seus próprios mistérios.
Mistério é o que não se explica ?Milagre é a revelação de um mistério?
Desisti de entender o meu potencial de amar, uma vez que estou sempre surpreendida com as revelações temperamentais e afetivas, que me assaltam.
Racionalmente vou conduzindo a vida . Preparo-me para as perdas e luto por outras conquistas.
Se o afeto não fere, merece ser vivido, e expandido.
Tenho aprendido muitíssimo neste espaço virtual, aonde a maioria se conhece de longas ou poucas datas, mas já checaram suas afinidades reais, e as validaram.
Na idade mais adulta precisamos de poucos dados para entender o outro na sua totalidade. Depois do encontro de "almas" a aceitação incondicional vai se tornando possível e inevitável. Aceitar o outro, em sua realidade solitária : Eis a questão !
Minha mãe diz sempre: “para um bom entendedor, um pingo é letra” ·
Eu procuro ampliar minha visão e consciência no entendimento profundo. Chego lá, inevitavelmente, mesmo que no primeiro momento tudo me pareça inexplicável, e absurdamente fantástico ou estupeficante.
O Cariricaturas é um laboratório do pensamento humano. Já adotei muitos como mestres, e sou-lhes grata por uma aprendizagem que já esteve fora do meu alcance.
Vamos ser sinceros?
O amor é possível, em todos os cantos ! Exercitemos-lo, sem comprometer o encanto, e a felicidade do próximo e do distante.
Claro que a gente não investe no impossível, mas amar é sempre lícito!
Ser racional é dormir nas nuvens e viver no chão.

Preparando a festa ... - por Socorro Moreira


Preparo o novo ano ,

me desfazendo das coisas velhas,

pendurando sonhos numa árvore imaginária,

esperando que amadureçam , e caiam feito frutos ,

em forma de realidade.

Espero o Natal acendendo luzes,

nos meus recônditos mais secretos,

deliciando-me com as surpresas dos encontros e reencontros ...

(Dentro de mim, os espelhos são tantos !)

Preparo o ano vindouro querendo você , o novo,

visitando a minha vida !


E nesse misto de desejos , expando a esperança de um ano próspero e feliz para todos !