por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 8 de outubro de 2011

Rios, florestas e cidades: vida! - Por José de Arimatéa dos Santos


A natureza nos brinda e nos dá lições diariamente e sempre. O homem é que deve explorar os recursos dados por essa natureza tão bondosa, mas que parece já em estado de stress para a falta de cuidado e ganância de parte da humanidade.
A natureza é sábia. O homem tem a inteligência. Só que tem um problema não resolvido por parte dos homens. A exploração desses recursos sem o devido cuidado e a exaustão levam destruição de rios, florestas e cidades. É necessário o mais urgente que os recursos naturais sejam explorados de forma mais responsável. Essa preocupação é de ontem. 
Pouluem os rios despejando tudo que é esgoto, além de desmatar suas margens e não proteger as suas nascentes. Crime contra a humanidade fatos dessa maneira. Rio não é esgoto. Uma diversidade de animais e plantas dependem do rio para sobreviver e para o homem explorar economicamente.
Já as florestas todos os dias os noticiários anunciam a quantidade de áreas devastadas da amazônia e todas as matas desse Brasil imenso. A exploração econômica da floresta de forma racional e usando as técnicas de manejo corretas ajudam e muito na preservação da vida tão presente nas matas. Isso não significa só preservar rã, cobra ou onça. Preserva também a atividade econômica do homem que mora na floresta. Explorando de forma correta a mata produz dividendos para toda uma comunidade da cidade e do campo.
As cidades infelizmente não têm um planejamento e isso se reflete nas construções em topo de morro, muito próximas de rios ou em cima de antigos lixões. Depois de construídos prédios comerciais e residenciais aí vem o poder público tentar remediar com medidas paliativas que não resolvem os problemas.
É importante a cada momento fazer a nossa reflexão e ver o quanto ajudamos na preservação da vida. O cuidado com o nosso lixo em separá-lo para a coleta e se preocupar com o seu destino final. Tem também a economia de água e energia que demanda investimentos altos e impactos ambientais(mesmo pequenos) para se produzir essa energia. Toda essa miscelânea de temas expostos acima devem ser debatidos hoje e sempre. A qualidade de vida de todos está em jogo.
Foto: José de Arimatéa dos Santos

Mário de Andrade


Mário Raul de Moraes Andrade (São Paulo, 9 de outubro de 1893 — São Paulo, 25 de fevereiro de 1945) foi um poeta, romancista, musicólogo, historiador e crítico de arte e fotógrafo brasileiro. Um dos fundadores do modernismo brasileiro, ele praticamente criou a poesia moderna brasileira com a publicação de seu livro Paulicéia Desvairada em 1922. Andrade exerceu uma influência enorme na literatura moderna brasileira e, como ensaísta e estudioso—foi um pioneiro do campo da etnomusicologia—sua influência transcendeu as fronteiras do Brasil.

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Aceitarás o amor como eu o encaro ?...


Aceitarás o amor como eu o encaro ?...
...Azul bem leve, um nimbo, suavemente
Guarda-te a imagem, como um anteparo
Contra estes móveis de banal presente.


Tudo o que há de melhor e de mais raro
Vive em teu corpo nu de adolescente,
A perna assim jogada e o braço, o claro
Olhar preso no meu, perdidamente.


Não exijas mais nada. Não desejo
Também mais nada, só te olhar, enquanto
A realidade é simples, e isto apenas.


Que grandeza... a evasão total do pejo
Que nasce das imperfeições. O encanto
Que nasce das adorações serenas.

(Mário de Andrade)

John Lennon



John Winston Lennon (Liverpool, 9 de outubro de 1940 — Nova Iorque, 8 de dezembro de 1980) foi um músico, compositor, escritor e ativista britânico.


Jacques Brel


Jacques Romain Georges Brel (Ltspkr.png pronúncia do nome em francês) (Schaerbeek, 8 de Abril de 1929 — Bobigny, 9 de Outubro de 1978) foi um autor de canções, compositor e cantor belga francófono. Esteve ainda ligado ao cinema de língua francesa. Tornou-se internacionalmente conhecido pela música Ne me quitte pas, intepretada e composta por ele.

João Cabral de Melo Neto



João Cabral de Melo Neto (Recife, 9 de janeiro de 1920 — Rio de Janeiro, 9 de outubro de 1999) foi um poeta e diplomata brasileiro. Sua obra poética, que vai de uma tendência surrealista até a poesia popular, porém caracterizada pelo rigor estético, com poemas avessos a confessionalismos e marcados pelo uso de rimas toantes, inaugurou uma nova forma de fazer poesia no Brasil.

Irmão do historiador Evaldo Cabral de Melo e primo do poeta Manuel Bandeira e do sociólogo Gilberto Freyre, João Cabral foi amigo do pintor Joan Miró e do poeta Joan Brossa. Membro da Academia Pernambucana de Letras e da Academia Brasileira de Letras, foi agraciado com vários prêmios literários. Quando morreu, em 1999, especulava-se que era um forte candidato ao Prêmio Nobel de Literatura.

Foi casado com Stella Maria Barbosa de Oliveira, com quem teve os filhos Rodrigo, Inez, Luiz, Isabel e João. Casou-se em segundas núpcias, em 1986, com a poeta Marly de Oliveira.

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João Cabral de Melo Neto


Tecendo a Manhã



Um galo sozinho não tece uma manhã:
ele precisará sempre de outros galos.
De um que apanhe esse grito que ele
e o lance a outro; de um outro galo
que apanhe o grito de um galo antes
e o lance a outro; e de outros galos
que com muitos outros galos se cruzem
os fios de sol de seus gritos de galo,
para que a manhã, desde uma teia tênue,
se vá tecendo, entre todos os galos.





E se encorpando em tela, entre todos,
se erguendo tenda, onde entrem todos,
se entretendendo para todos, no toldo
(a manhã) que plana livre de armação.
A manhã, toldo de um tecido tão aéreo
que, tecido, se eleva por si: luz balão.




(A Educação pela Pedra)

Fidelidade Conjugal - Por Vera Barbosa



Fidelidade conjugal é um tema de considerável importância no mundo ocidental. Na sociedade brasileira, monogamia é sinônimo de bom caráter, mas não é, nem nunca foi, absolutamente praticada. Em tese, todo mundo é contra a bigamia, mas, na prática, a verdade é outra e está registrada nos livros de História, nas canções, no cinema e na literatura. Quem já não ouviu falar daquele casal "perfeito", aparentemente apaixonado, com filhos lindos e que demonstrava afeto em público e se adorava ao longo dos 25 anos de casados, até ela descobrir que ele tinha uma amante havia muitos anos e construíra uma família nessa relação paralela? Se, na época dos meus pais (que completarão 57 anos de casados em setembro), isso já existia, ainda mais agora, com essa onda de relações abertas.

O conceito de fidelidade dá margem a muita discussão. Nós, mulheres, por exemplo, somos educadas para reprimir nossos desejos e, quando estamos comprometidas em uma relação, não permitimos que alguém sequer suponha uma atração por alguém, nem da nossa parte e, muito menos, da pessoa que amamos. Isso em função de nossa essência, mais emotiva que a dos homens, mas também pelo que nos foi ensinado como correto. Nossa herança cultural nos educou para perdoar, mas não para sermos perdoadas. Ao longo dos anos, ouvimos "não perca seu tempo, homem é assim mesmo", a fim de que nos conformemos com as aventuras extraconjugais de nossos parceiros. Contudo, se uma de nós pular a cerca, será, imediatamente, crucificada.

Enquanto os homens são solidários entre si ao burlar as regras do casamento ou qualquer outro tipo de união estável, somos péssimas confidentes e, logo, entregamos nossa mártir às mãos dos opressores. Sim, via de regra, somos machistas. Como também o são (ou foram) nossas mães, avós e bisavós. Apesar de toda a revolução sexual e das conquistas femininas ao longo dos séculos, a mulher ainda é vista como um ser sem direitos sobre seus desejos. Vocês devem se lembrar da infeliz frase “prendam sua cabra, pois meu bode está solto”, no sentido de que meninos podem exercitar sua sexualidade, enquanto meninas são para casar virgens e ser boas donas de casa. Observem que, para a maioria da sociedade, homem que tem várias mulheres é garanhão, mulher que sai com vários é galinha. Homem infiel dá sinal de virilidade, mulher que faz o mesmo é vagabunda. Desculpem-me por ser tão direta, mas não sou a favor de eufemismos. Ou a gente fala o que tem a dizer ou fica de boca fechada.

As novas gerações aderiram à onda do "eu sou de todo mundo e não sou de ninguém", a garotada está mais livre para se relacionar. Meninos e meninas saem, descompromissadamente, com quem lhes der na telha. Não vou discutir se isso é bom ou ruim, nem os riscos das relações sexuais sem preservativos, falar de AIDS ou DST, vou me ater à questão do sentimento e da cumplicidade.

Para muita gente, sexo sem amor já não é mais pecado, algo digno de repressão. Para os que se permitem essas experiências, transar só por tesão e atração física não dá mais a ressaca moral de 50 anos atrás, mas os românticos afirmam que isso não preenche suas necessidades afetivas. Então, para esses, quando se está bem com alguém, nada explica ou justifica esse desejo e a mera transa sem dia seguinte.

Genericamente, ser livre e ficar virou sinônimo de auto-suficiência e poder. Eu gosto de você e você gosta de mim. Então, saímos e ficamos sem pensar no depois e sem o direito de sentir algo além desse gostar. Ciúme, nem pensar! E isso não é privilégio dos adolescentes, não: está assim de marmanjos brincando de amar. Talvez seja uma forma de se proteger e não se submeter ao risco da traição. Se você não tem compromisso, não pode trair ou ser traído. Daí, não sentirá culpa nem apontará culpado. Esses presumem que, sem a relação assumida, sofra-se menos. Você não cobra nem dá o direito de ser cobrado, pois estão se traindo de comum acordo e, portanto, sendo honestos um com o outro: logo, não há traição. Paradoxal, mas real.

Para outros, casais que têm esse acordo acabam, mais cedo ou mais tarde, nas garras do ciúme, porque, quer queira quer não, o ser humano é possessivo e exige, sim, exclusividade – e ninguém pode garantir o total controle sobre os sentimentos. Acreditam não ser possível se relacionar sem afetividade e, se ela acontecer e um dos envolvidos se apaixonar, o acordo pré-estabelecido desmorona.

Há quem afirme ser possível amar mais de uma pessoa ao mesmo tempo e estar com ambas de uma forma democrática e satisfatória. Conheço casais que levam a vida amorosa assim e não sei, até que ponto, são felizes de verdade, mas isso é problema deles. Sei de gente que divide a cama com uma terceira pessoa, numa boa, sem neuras (?).

Para outros, amor é liberdade e isso significa estar com quem desejar, sempre que desejar, sem culpa. Então, nesses casos, o parceiro pode escorregar e voltar para os braços do ser amado sem crise. Só que, na maioria dos casos, ele não volta, e o outro descobre que fez papel de idiota. Ou volta, mas nunca está inteiro na relação e, para a tristeza e decepção do cônjuge, continuará tendo relações paralelas. Aí, quem aceitou não tem o que fazer, a não ser chorar sob o cobertor.

Há, ainda, quem diga que "o que os olhos não veem o coração não sente", mas se esquecem de que "o pior cego é o que não quer ver". Então, um faz e outro finge que não sabe. Vão se enganando, e a relação vira uma paranóia.

Portanto, a verdade é que há casais poligâmicos que vivem muito bem e não têm qualquer problema em relação a isso. Da mesma forma, há casais monogâmicos infelizes. E vice-versa. Ou seja, nenhuma verdade é absoluta. É importante discutir, polemizar, mas não rotular. Cada um com sua verdade e o que lhe realiza como pessoa e como amante. Eu, particularmente, acredito ser possível amar tantas e quantas pessoas se desejar, mas uma de cada vez. Eu não saberia administrar esse tipo de relação, mas respeito quem o faça de forma a ser feliz com quem e como escolheu.

Assumo que meu conceito de (in)fidelidade mudou muito ao longo dos anos, mas não o meu conceito de comunhão. Para mim, sexo é bom com amor, confiança e cumplicidade. Quando jovem, eu era enfática ao afirmar que, jamais, perdoaria uma traição. Hoje, compreendo a complexidade das relações e acredito que seja possível amar uma pessoa e se sentir atraído por outra e, assim, escorregar na tentação do desejo. E é perdoável, desde que se abra o jogo e se esteja disposto a retomar a relação com clareza de intenções e respeito. Cabe ao casal decidir o desfecho dessa história.

Cada um sabe de si ao aceitar ou não o que o outro lhe propõe, identificando o que lhe fará bem ou mal. E toda pessoa pode se sentir confusa e errar (nem sei bem se é esse o termo correto a se empregar). O que vale é a sinceridade e o que fazer depois que isso acontecer. Antes de tudo, é preciso ser fiel ao que se sente e ao que se comprometeu a fazer. Se você é monogâmico, mas está com uma pessoa desejando outra, está sendo infiel a você mesmo, e acabará magoando seu par ou reprimindo seus desejos. E, diante das infinitas possibilidades que o mundo moderno oferece (celular, torpedos, internet, chat, msn e outros tantos recursos), é preciso muita clareza de intenções e sentimentos para não escorregar. Portanto, seja responsável e coerente.

Supor ou constatar a traição já não é como no tempo dos nossos avós, mas ainda parece um crime grave diante dos olhos da sociedade. Quem trai é, automaticamente, condenado. Da mesma forma, quem perdoa é desdenhado. Mas não podemos nos esquecer de que somente as partes envolvidas é que podem e devem decidir sobre o fim ou o recomeço. Você se sente no direito de atirar a primeira pedra?

Vera Barbosa
São Paulo, São Paulo, Brazil
"Tão cedo passa tudo quanto passa! Morre tão jovem ante os deuses quanto. Morre! Tudo é tão pouco! Nada se sabe, tudo se imagina. Circunda-te de rosas, ama, bebe. E cala. O mais é nada." (Ricardo Reis, 3-1-1923)

Londonderry air - Danny boy - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Há alguns anos ouvi pela primeira vez os trabalhos populares de André Rieu e fiz uma série de textos enquanto ouvia váris canções incluindo Londonderry air, uma belíssima canção do folclore Irlandês.

sob a loca de uma pedreira,
embaixo
tudo que resta
são as sombras e a paz na alma.
Olhar que aquieta a paisagem,
que faz a cintilação da luz soante,
sopra o vento em oração de resguardo.
Nas sombras,
a pele que resfria o ambiente,
abaixa a chama que abrasa as paixões.
Sob o teto,
a cabeça anticíclica produz o silêncio,
reduzindo o malho ferreiro ao farfalho de borboletas.
Na umidade das sombras
o sal da terra mina aos poucos a saliva,
um sabor de mel em gotas.
Ali e aqui,
aonde tudo se aquieta,
o chilrear dos homens,
apenas alegria suave,
cada nota uma fibra vibrátil,
o peito é cheio de silêncios cantantes.
Londonderry air.
Danny boy.

 por José do Vale Pinheiro Feitosa

"Are you lonesone tonight"- Por Socorro Moreira





usei os correios
expedi sentimentos
esperei o retorno
pinçando nas entrelinhas
uma intenção verdadeira

os endereços
deixaram de ser
agora é tudo
eletrônico
sem o charme do carteiro.

cartas perfumadas?
foi-se o tempo
foi-se o desejo
a indiscrição
implícita
inscrita...

se o tempo voltasse
eu teria 15 anos
te escreveria um bilhete
e marcaria um encontro
te esperaria escondida
num filme de elvis presley.

Coração Molhado - por Socorro Moreira




Ainda amo o amor. Nunca fugi da paixão, mas ela corre léguas de mim. Não corro atrás... Ou corro?
Só corro!
Vivo um momento do amor sem paixão... Enfim!
Com saudades do que já senti, meu comprometimento é um verso, e uma pitada de alegria.
Ele sabe disso. Muitas vezes julguei que sabia disfarçar, enganar... Ora mais, rapaz!
- Não precisa me deixar em paz.
Esse estado de lombra afetiva é salutar, na idade que se imagina.
Graças a Deus não casei pra procriar.
Fiquei casada... Dormindo em dois travesseiros pra sonhar desapertada. E nos sonhos, tudo enlouquece por acontecer da forma mais quimérica.
Efêmera é também a vida. Mas, faz tempo, um tempo quase infinito, que eu sonho em tua companhia.

Luiz Barbosa - por Norma Hauer


Foi no dia 8 de outubro de 1938, com apenas 28 anos , que faleceu o cantor LUIZ BARBOSA, irmão do humorista e cantor Barbosa Júnior e do compositor Paulo Barbosa.
Ele nascera em 8 de julho de 1910.

Bem antes de Moreira da Silva, criou sambas de breque, nos quais se acompanhava com seu instrumento: um "chapéu de palha".

Luiz Barbosa estreou no rádio, em 1931, no programa Valdo Abreu, na Rádio Mayrink Veiga. Esse programa foi, talvez, o primeiro montado no rádio, antes do famoso Programa Casé, no qual ele também atuou.

Quando Cesar Ladeira assumiu a direção artística da Mayrink, deu a Luiz Barbosa a denominação de "Chevalier do Samba". Isso porque Luiz Barbosa cantava de modo sinclopado, como o cantor e ator francês Maurice Chevalier, famoso na época.

Suas primeiras gravações ocorreram no próprio ano de 1931,com "Meu Santo" e “Silêncio” (de Vadico, sozinho, sem seu companheiro Noel Rosa) e "Sou Jogador”, de sua autoria.

Começou a fazer sucesso quando gravou, de Nássara e Orestes Barbosa, o samba "Caixa Econômica". Por causa desse samba, no Centenário de Orestes (em 1994) a Caixa Econômica apresentou, em sua agência no Boulevard, um "show" com composições de Orestes, ao qual compareceu, pela última vez aqui no Rio, o cantor Sílvio Caldas.

Bom, mas vamos a Luiz Barbosa. Sua carreira (e sua vida) foram curtas, mas ele gravou vários sucessos, como "Lalá e Lelé";"Risoleta";"Perdi a Confiança";"Já Paguei Meus Pecados"e duas inspiradas em ditos populares:"Quem Nunca Comeu Melado" e "Cadê o Toucinho?".
Na época áurea do Programa Casé havia uma drogaria no Largo de São Francisco, de nome "Drogaria Sul Americana", que fazia propaganda assim: "Ó, Ó, Ó Não!-A Drogaria Sul Americana é a mais barateira do Brasil". Utilizando esse anúncio, Luiz Barbosa gravou um samba intitulado "Oh, Oh Oh, Não!".

Foram dois os grandes sucessos de Luiz Barbosa:o samba de Braguinha e Alberto Ribeiro"Seu Libório" e o de Ari Barroso, "No Tabuleiro da Baiana ", em dupla com Carmen Miranda.

O samba "Seu Libório" marcou muito sua carreira. Em todos os lugares onde ele se apresentava tinha de cantar "Seu Libório", chegando a ficar conhecido por esse nome.
Mas, por um desses motivos sem explicação que ocorriam no meio radiofônico, Luiz Barbosa não gravou "Seu Libório". Quem o fez, alguns anos depois, foi Vassourinha, outro cantor que viveu pouco.

No filme "Alô, Alô Carnaval" Luiz Barbosa aparece cantando "Seu Libório", sendo esse o único registro que se tem desse samba em sua voz.

Antes de gravar o samba "No Tabuleiro da Baiana", Luiz o cantava em um show no Teatro Carlos Gomes, para onde foi levado por Jardel Járcolis.

Esse samba ("No Tabuleiro da Baiana" ) que representou grande sucesso na voz de Luiz Barbosa em dupla com Carmen Miranda, "deu" seu nome ao abrigo que era o ponto final dos bondes da Zona Sul, ali entre a Avenida Treze de Maio e a Rua Senador Dantas. Demolido após o fim do serviços de bondes aqui no Rio.

Como todo "bom farrista", de noitadas no bairro da Lapa, Luiz Barbosa adquiriu a doença então na moda: tuberculose e faleceu em 8 de outubro de 1938.

Norma

Profiteroles com Sorvete



Massa
2 xícaras de água
1 colher(es) (chá) de sal
6 colher(es) (sopa) de manteiga
3 xícara(s) (chá) de farinha de trigo
4 unidade(s) de ovo
quanto baste de sorvete de creme
Calda
200 gr de chocolate meio amargo picado(s)
1 lata(s) de creme de leite sem soro

Massa
Em uma panela, misture a manteiga, a água e o sal. Aqueça até a manteiga derreter. Deixe levantar fervura e desligue em seguida. Junte a farinha em seguida toda de uma vez e bata vigorosamente com a colher, até a massa se soltar das paredes da panela.
Volte a panela ao fogo e continue a bater em fogo baixo por cerca de 30 segundos, só para secar a bola de massa.
Junte os ovos, um de cada vez, mexendo bem após cada adição até que a massa fique brilhante e macia.
Unte uma assadeira e peneire farinha de trigo. Faça bolinhas (do tamanho desejado) com a massa e coloque-as na assadeira. Pincele-as com gema de ovo. Asse em forno pré-aquecido por 25-30 min.
Quando as bombinhas estiverem prontas, corte-as horizontalmente.
Encha as bombinhas cortadas horizontalmente com o sorvete de creme, empilhe-as em uma travessa rasa.

Calda
derreta o chocolate em banho-maria em seguida adicione o creme de leite. Mantenha essa calda aquecida.
Despeje a calda quente de chocolate por cima das bombinhas. Sirva imediatamente.

Uma preciosidade!


Flor amorosa

Joaquim A. Silva Callado e Catullo da Paixão Cearense

Flor amorosa, compassiva, sensitiva, vem porque
É uma rosa orgulhosa, presunçosa, tão vaidosa
Pois olha a rosa tem prazer em ser beijada, é flor, é flor
Oh, dei-te um beijo, mas perdoa, foi à toa, meu amor
Em uma taça perfumada de coral

Um beijo dar não vejo mal
É um sinal de que por ti me apaixonei

Talvez em sonhos foi que te beijei
Se tu pudesses extirpar dos lábios meus
Um beijo teu tira-o por Deus
Vê se me arrancas esse odor de resedá

Sangra-me a boca, é um favor, vem cá
Não deves mais fazer questão
Já perdi, queres mais, toma o coração
Ah, tem dó dos meus ais, perdão
Sim ou não, sim ou não
Olha que eu estou ajoelhado

A te beijar, a te oscular os pés

Sob os teus, sob os teus olhos tão cruéis
Se tu não me quiseres perdoar
Beijo algum em mais ninguém eu hei de dar
Se ontem beijavas um jasmim do teu jardim

A mim, a mim
Oh, por que juras mil torturas
Mil agruras, por que juras?
Meu coração delito algum por te beijar não vê, não vê
Só por um beijo, um gracejo, tanto pejo
Mas por quê?

Um caririense no vácuo - José do Vale Pinheiro Feitosa

O Armando Rafael bem que pegou no pulso deste caririense de quatro costados. Que olha para o amanhecer e já pensa o quanto o dia tem de possibilidades, que se emociona no crepúsculo emoldurado pela chapada, olha para o sul como o mais profundo dos sertões e para o norte assim como para o sentimento do imenso. A imensidão da Amazônia.

Aí ele me deixa de papilas paladares a buscar os sabores ancestrais. Os sabores de uma era inteira. Aqueles sabores que se juntam do local e todo o hinterland do qual somos o umbigo: os sertões semi-áridos. Não pensamos no caririense sem as manadas de gado vindas da caatinga, que as cargas de queijo cheguem, sem que os caminhões subam a ladeira levando mercadoria.

Eu quase que dizia as cargas de rapadura transportadas para os sertões, mas a moagem anda tão escassa e o açúcar refinado é mais do gosto. O queijo dos currais históricos ficou uma coisa meio assim, o colesterol entope e a velhice moderna tem que comer o queijo de outros lugares. Aí você passa numa esquina e vê uma panela de mugunzá salivando deste a tampa até nossas bocas, convida o amigo e ele olha apavorado com o rosto cheio do veneno da comida.

Há um ano, senti muito, o Armando estava convalescente e não o vi. Mas me fartei da genuína gente do cariri. Da melhor estirpe num Buffet de alto nível todo à moda internacional. Tome whisky, cervejas importadas, algumas canções da nossa época todas em língua estrangeira, mas o caririense há muito que gosta disso.

Aí para o máximo que um dia é capaz vou a um dos restaurantes mais lindo que conheço. Fica acima da nascente e dele se descortina todo o lindo vale do Cariri. E estávamos no regime das chuvas tinha tanto verde que Deus nem sabia que havia criado tal variedade. O panorama era comparável a qualquer outro acidente geográfico do mundo de igual natureza. Falo da beleza.

E tinha algo mais intenso. Era um restaurante com varanda, juntando todos os elementos das varandas que vêm desde os trezentos anos avocados pelo Armando. Aquelas varandas que não apenas nossos olhares contemporâneos esfriaram a vida, mas toda a nossa geração de avós. E as plantas em volta com babaçuais, mangueirais, sirigueleiras, cajaraneiras e um intrincado de matos e suas flores gentis a emoldurar toda a alma do olhar caririense.

Estava completo e examinei o cardápio. Como nossos cardápios. Uma lista imensa de possibilidades. Fica até difícil escolher. Desço o olhar de cima abaixo da lista e retorno ao topo. O quê escolher? Vou matar uma fome cubana. Pensei eu. Para melhorar o clima peço uma cerveja gelada de quebrar os dentes da ex-governadora Sarah Palin do Alasca.

Pronto eu estava pachorrento como o espírito de Fernando Henrique Cardoso. Não digo satisfeito, afinal com aquele cardápio à minha frente a pachorra era apenas aparente, igual ao “ex” quando sente o cargo ocupado por outro que não ele. E tem mais apesar da variedade, eu não me perdi no cipoal de ofertas. Havia algo a se destacar no todo e meu espírito caririense foi certeiro sobre ele: eu quero esta buchada anunciada no cardápio.

Comemorei com outra gelada e o entusiasmo da paisagem tomou um vigor novo. A lábia estava molhada e poderia falar à vontade sobre tudo. Absolutamente tudo, daí a pouco a santidade que guarda toda esta chapada iria me servir uma buchada. Uma buchada a me transportar ao original ser qual era antes destas transmigrações urbanas. Uma buchada com sabores capazes de reconhecer todo o meu corpo como aquele mesmo que a provou pela primeira vez e jamais esqueceu.

Aí vem o prato fumegante da buchada. Meus olhos eram faróis de reconhecimento. A moça depositou a iguaria bem no centro da mesa e nem bem o prato se assentara sobre a tábua, já estava com faca e gafo pronto para partir o sabor de um mundo vasto e apenas explicado pelo gosto. Avancei mais que os outros e já tinha meu quinhão sobre o meu prato.

A antecipação era tão forte que qualquer suspeição ficaria relegada ao rabo da fila das negações. Os bocados estavam prontos para se transformar na comunhão do meu espírito caririense.

Hummmmm. Ihhhhh. Não. Não. Não. Que gosto estranho. Uma antítese de se perder o rumo. Olho para o prato dos companheiros de mesa e os rostos eram iguais em decepção. O que havia.

Minha filha que buchada é essa?

Senhor?

Que buchada é essa?

Buchada? – a expressão de incompreensão da moça que nos servia.

Essa que você nos serviu.

Ah! É de tilápia.

A paisagem desabou. A moldura rachou. Eu quase saia correndo de ladeira abaixo e me abraçava à carcaça do motor da luz.

Mas tem mais. Não saia ainda não. No restaurante não tinha piqui e estávamos na safra. Meu marido não tem comprado o povo não pede mais, explicou-me a dona. Bom eu vou ao mais tradicional dos tradicionais do meu querido Crato e como piqui no Pau do Guarda. Qual o quê!

O Pau do Guarda é uma steak house, piqui o povo não gosta. Quase que corro para o Juazeiro. Esperem um pouco que o mesmo poderia acontecer por lá. Era para pegar o avião e me refugiar na Feira de São Cristóvão. Aqui no Rio.

Catulo da Paixão Cearense


Catulo da Paixão Cearense (São Luís do Maranhão, 8 de outubro de 1863 — Rio de Janeiro, 10 de maio de 1946) foi um poeta, músico e compositor brasileiro. A data de nascimento foi por muito tempo considerada dia 31 de janeiro de 1866, pois a data original foi modificada para que Catullo pudesse ser nomeado ao serviço público.

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