por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 16 de outubro de 2011

Amores Possíveis -Pe Fabio‏- Colaboração de Fátima Figueirêdo



Ninguém merece ser sozinho...
O seu coração sabe disso, porque certamente já experimentou o amargo sabor da solidão. É no encontro com o outro que o eu se afirma e se constrói existencialmente. O outro é o espelho onde o eu se solidifica, se preenche, se encontra e se fortalece para ser o que é. O processo contrário também é verdadeiro, pois nem sempre as pessoas se encontram a partir desta responsabilidade que deveria perpassar as relações humanas.
Você, em sua pouca idade, vive um dos momentos mais belos da vida. Você está experimentando o ponto alto dos relacionamentos humanos, porque a juventude nos possibilita ensaiar o futuro no exercício do presente. Já me explico. Tudo o que você vive hoje será muito importante e determinante para a sua forma de ser amanhã.
Neste momento da vida, você tem a possibilidade de estabelecer vínculos muito diversificados. Família, amigos, grupos de objetivos diversos, namorados e namoradas. Principalmente esses últimos, que não são poucos. Namora-se muito nos dias de hoje, porque as relações humanas estão cada vez mais instáveis e, por isso, menos duradouras.
Parece que o amor eterno está em crise.

Que o seu amor não seja único
Quando paramos para pensar um pouco, chegamos à conclusão de que o problema está justamente na forma como estabelecemos os nossos relacionamentos.
O grande problema é que geralmente investimos todas as nossas cartas naquela pessoa nova que chegou. Ela passa a centralizar a nossa vida, consumindo nosso tempo, nossos afetos, nossos pensamentos e nossas energias. Tudo passa a convergir para ela e, com isso, vamos reduzindo o nosso círculo de relações. O outro vai tomando tanto nossa atenção que, aos poucos, até mesmo a família vai sendo esquecida.
Porém, quando esquecemos de cultivar estes vínculos que até então faziam parte de nós, vamos criando lacunas afetivas dentro do nosso coração. É nesse momento que a confusão acontece, pois todas as necessidades começam a ser preenchidas pela pessoa enamorada.
Com o passar do tempo, ela começa a carregar um fardo muito pesado, pois passou a exercer a função de pai, mãe, irmão e amigo, quando na verdade ela é apenas um namorado, ou namorada.

Cada forma de amor no seu lugar
Essa relação começará ser muito pesada para ambos. Será fortemente marcada pela dependência, pelas cobranças e pelo ciúme. Ambos passam a viver uma insegurança muito grande, pois nunca sabem ao certo o papel que exercem na vida um do outro. O amor deixa de ser amor e passa a ser sentimento de posse, como se o outro fosse uma propriedade adquirida, pronta para atender todos nossos desejos.
Quando o coração humano identifica esse sentimento de posse, ele tende a se esconder de si mesmo e, conseqüentemente, dos outros. Teme que alguém venha quebrar o encanto, mostrando que não existe nenhuma história de amor e que ambos viraram sapos. E, o pior, acorrentados.
Mas a mudança é sempre possível. Só é preciso que sejamos honestos. Se por acaso você se identificou com esta possessiva e conturbada forma de amar, vale à pena buscar uma ajuda. Comece a canalizar melhor os seus afetos. Não os direcione a uma única pessoa. Tenha amigos, cultive-os. Redescubra sua casa, seus pais, seus irmãos, mesmo que existam problemas entre vocês. Deixe aflorar os afetos que ficaram adormecidos dentro de você. Não coloque sobre a pessoa que você diz amar a responsabilidade de ser o centro do seu mundo, nem se sinta deixado de lado o dia em que ela disser que não vai lhe ver, porque precisa ficar com a família. É que existem momentos que o colo da mãe é muito mais necessário do que o seu.
É duro de ouvir isso? Pois é, muito mais duro é não compreender!

Um pouco de Padre Fábio.

Marco Pereira e Rogério Caetano, na TV CÂMARA- Apaixonante!

Pra quem tem um violão de 7 cordas, no coração!






Verdade que posto vídeos por demais, mas nada existe que nos ligue tanto aos afins, quanto a música. É meu jeito de encontrar a melodia, além da palavra... De me arrepiar e permitir, que todos percebam o rosa da minha cara... Despudorada, emocionada!

Hoje estivemos  no Restaurante " Zabelê". A cozinha é maravilhosa. Não consegui, virginianamente, pôr nenhum defeito! Vale à pena conferir!Parabéns à Administração!


Espero que o amigo Nicodemos nos presenteie com fotos que expressam a primavera da nossa Chapada.

Uma excelente semana para todos !

do outro lado do jardim

Deve ter morrido aquela rosa lilás
no canteiro perto da garagem.

Nunca mais desci a escada e tratei do seu ferimento.
Tinha ela na orelha esquerda uma mordida
de gafanhoto e outra de borboleta.

As rosas cruelmente são esquecidas
quando os poetas só têm olhos
pras suas botas.

As rosas não entendem
que a etérea beleza das suas pétalas
é um insulto à ressaca do solado das botas -

tampas de cerveja
pregadas em chicletes.

Alimentação - Por José de Arimatéa dos Santos


Foto: José de Arimatéa dos Santos

O combustível de qualquer ser humano é a alimentação, a comida. Parte da população mundial não tem esse sagrado direito de comer. A grande concentração de renda de poucos faz com que muita gente passe fome.
Oportunidades e emprego são direitos de todo cidadão e aqui no Brasil a luta dos trabalhadores deve ser pela justiça em que todos possam ter seu trabalho e salários justos. Acredito que todo cidadão quer trabalhar e ganhar o "pão de cada dia" com o suor do trabalho.
Tomar café, almoçar e jantar, além do lanche são direitos. Eu disse direitos de todo nós. E isso é possível através do emprego para todos e  uma melhor distribuição de renda para todos, indistintamente.
Quanto a comida o Brasil é um dos maiores celeiros mundiais na produção de alimentos. E terra o país tem muita pronta para a agricultura e pecuária. Falta uma melhor organização dos espaços para o plantio e apoio para quem vive e produz no campo.
Acredito que há espaço para a agricultura de exportação e a agricultura familiar. Para a economia do Brasil as duas tem sua importância. Com uma melhor organização é possível a produção de alimentos para todos os brasileiros, mas vale destacar com o devido respeito ao meio ambiente. 
Uma reforma agrária de verdade é posível e que contemple todos os que queiram produzir e viver do campo. Espaço para se fazer a reforma agrária existe. Falta somente a implementação da lei e consequentemente a produção de mais alimento. 

Para que servem os desafios - Emerson Monteiro


Nas condições dos momentos, à frente das portas de sempre, em qualquer lugar, ou diante das ordens do espaço de viver, ninguém passa pela vida longe de enfrentar limites e desafios. Porteiras abertas da criatividade, transações de aproveitar o tempo, cabe aos indivíduos a epopéia das horas ligeiras de experimentar as oportunidades e conhecer os meandros da natureza mãe que morar em si.

O que parece filosofia, na realidade anda um pouco mais. Mostra, sim, que encarar a viagem através das pedras do desconhecido servirá de orientação a fim de observar o mistério espalhado na paisagem da chamada existência. Ninguém representa só passageiro inútil desfilando nas malhas de impunidade... Os mínimos aspectos dessa estrada abrem-se aos seres fantásticos que habitam nossa espécie, desde mulas sem cabeça a sacis impertinentes, a título da imaginação inesgotável e aos pedidos de compreender o enigma dessas ocasiões sucessivas.

Um olhar fixo dentro da gente, a luz da Consciência, demonstra responsabilidades imensas diante dos caminhos da salvação trazidos nesse território. Há sentido nas visões da janela do trem, que desenvolve velocidade quase acima das nossas forças, enquanto o conhecimento de aproveitar ao máximo o percurso desliza no vento. Invés de querer definir para dominar, deixar entrar, nos cômodos da alma, o hálito rico do inesperado, das boas práticas da liberdade, no sonho intenso de manter abertos os olhos de enxergar as maravilhas.

Isto com a paciência das crianças e dos santos... Saber suportar o calor de lutas, às algumas vezes inglórias, no furor das tempestades, lições necessárias ao desapego de valores inúteis, na poeira que esvoaça e dobra nas curvas do destino.

Bom, falar de paciência e infinitude jamais esgota o assunto, senão perder-se-ia dos próprios nomes. Saber ler nas entrelinhas das palavras que querem dizer coragem. Paciência inesgotável, pois.

E, nisso, amar acima de tudo... Amar todos, independente de credo ou cor... Amar, na simplicidade incondicional dos sábios, ao Sol das religiões e das vivências da esperança.

Para, depois, lembrar com alegria os instantes do roteiro quando assistíamos aos melhores filmes na sala surpreendente das histórias coletivas, ao sabor do eterno. Aceitar as imposições e os bloqueios quais respostas às ações do que produziu em face desses desafios. Preparar, no instante atual, o que as leis do bem querer ofertam logo em seguida aos praticados. A quem quer bondade, que plante a semente no coração das pessoas que, juntas de nós, andam na perene estrada do Infinito, nisto se acha o resumo das escolas do saber.

MOAGEM - Marcos Barreto de Melo

Passado o mês de São João
Começava a inquietação
Porque a gente já sabia
Que muito em breve viria
A moagem no Caboclo

De manhã, muito cedinho
Encostava um caminhão
Era João de Anunciada
Anunciando a chegada
De um tempo de animação

Na Chevrolet meia dois
Uma carrada de menino
Uma caixa de brinquedo
Gaiola de passarinho
E o resto, ia depois

Entre curvas e ladeiras
Unha de gato e jurema
Lambendo a carroceria
Uma friagem na barriga
Fazia a nossa alegria

Numa madrugada fria
Aquele ronco sonoro
Do motorzão National
Fazia a gente acordar
Transbordando de euforia

Era o início da moagem
E quem é que não se lembra
Que não guardou na lembrança
O ronco desse motor
Embalando o nosso sono

No quarto da casa grande
Menino mijando em penico
Com pijama de flanela
Espera o leite mugido
No batente da janela

Encostado ao oitão
Um curral grande de vara
Onde a vaca “ouro branco”
Ruminando a noite inteira
Badalava o seu chocalho

Uma junta de boi gordo
Puxando um carro de boi
Pela estrada apitando
Mané Pedro carreando
Tudo isso, já se foi

Seu Zeca, cacheador
Zé Costa fazendo cerca
A pipoca de Olegário
Zé Carneiro com tomate
Sá Rosa lavando roupa

Compadre Chico no eito
Zé Nunes na bagaceira
Sá Nanô com catolé
Teresa Doida, sem tino
Fazendo medo a menino

No domingo ensolarado
Seu Geraldo na labuta
Meninada a passear
Visita Maria Luta
Medonha, sem se banhar

Menino chupando cana
Com o bucho sujo de lama
Montava cavalo de pau
Caçava de baladeira
Tomava banho de rio

Num palhiço queimado
Carcará fazendo a festa
Gavião peneirador
Procurando a sua caça
Encantando a meninada

Entre a casa e o engenho
A bagaceira era um tapete
O gado solto a pastar
Uma cana de alfenim
E a rapadura no bagaço

Numa noite enluarada
Gente grande a conversar
Menino brincando ao léu
Com Lúcia e Nina a cantar
“Olhando para o céu”

Hoje não tem mais engenho
Acabou-se a moagem
Foi-se a doçura da cana
Ficando em mim a lembrança
Desse tempo de criança

Ficou comigo também
A saudade, a imagem
Da mais doce alegria
Que hoje, o engenho do tempo
Vai moendo dia a dia



Marcos Barreto de Melo

Amanhecendo com Guinga!




Choro Pro Zé
Guinga

Ai, por que choras, sax, tanto assim?
Conta pra mim o que te faz sofrer
Sou teu amigo, fiz por merecer:
Sempre junto a ti
Sou o coração que faz você viver
Ai, por que choras, sax, tanto assim?
Não há motivo pra se arrepender
Confia em mim
Que em minha vida
Alegrias, horas tristes e vazias
Passo com você
A emoção que seduz
Solando um choro ou um blues
Me faz lembrar de outras noites muito azuis
Ouvindo o sax murmurar
Num baile ao luar
Frases pra sofisticada lady
Existe um sax em mim
Chorando baixinho assim
E é tão bonito uma lágrima cantar...
Um saxofone num bar
Me faz respirar
Sempre que o amor
Provocar em mim falta de ar
Catavento E Girassol
Composição: Guinga E Aldir Blanc

Meu catavento tem dentro
O que há do lado de fora do teu girassol
Entre o escancaro e o contido
Eu te pedi sustenido
E você riu bemol
Você só pensa no espaço
Eu exigi duração
Eu sou um gato de subúrbio
Você é litorânea
Quando eu respeito os sinais
Vejo você de patins
Vindo na contra-mão
Mas, quando ataco de macho
Você se faz de capacho
E não quer confusão
Nenhum dos dois se entrega
Nós não ouvimos conselho:
Eu sou você que se vai
No sumidouro do espelho
Eu sou do Engenho de Dentro
E você vive no vento do Arpoador
Eu tenho um jeito arredio
E você é expansiva
(o inseto e a flor)
Um torce pra Mia Farrow
O outro é Woody Allen...
Quando assovio uma seresta
Você dança, havaiana
Eu vou de tênis e jeans
Encontro você demais:
Scarpin, soirée
Quando o pau quebra na esquina
Você ataca de fina
E me oferece em inglês:
É fuck you, bate-bronha
E ninguém mete o bedelho:
Você sou eu que me vou
No sumidouro do espelho
A paz é feita no motel
De alma lavada e passada
Pra descobrir logo depois
Que não serviu pra nada
Nos dias de carnaval
Aumentam os desenganos:
Você vai pra Parati
E eu pro Cacique de Ramos
Meu catavento tem dentro
O vento escancarado do Arpoador
Teu girassol tem de fora
O escondido do Engenho de Dentro da flor
Eu sinto muita saudade
Você é contemporânea
Eu penso em tudo quanto faço
Você é tão espontânea!
Sei que um depende do outro
Só pra ser diferente
Pra se completar
Sei que um se afasta do outro
No sufoco somente pra se aproximar
Cê tem um jeito verde de ser
E eu sou mais vermelho
Mas os dois juntos se vão
No sumidouro do espelho



Pérola da MPB

Bons Amigos
Composição: Toninho Horta e Ronaldo Bastos

Diz que vai sumir
Finge não me ouvir
Briga por brigar
O amor passou
O melhor passou
Fala por falar
Diz que vai morrer
Louca pra me ver chorar
Faz que se enganou
Perto de me perdoar

Mas se o tempo muda
Ela se faz mulher
Vem a saudade do que a gente é
Vem a vontade de estar junto e ser
O caso mais antigo
Mais que bons amigos somos
Muito mais que bons amigos

Paixão Descalça
Guinga

Choro. A paixão é mansão
Onde eu vivo e não moro...
Rememoro toda a vida
Ida, volta.
A paixão só se amarra
Se a gente se solta:
A paixão é um bicho cruel
De asas feito gaivota
Por nós dois eu não juro
No futuro há pestanas
Em olhares escuros
Entre as venezianas
De um chalé de avenida...
Volta, ida
A paixão se suicida
Se a razão se intromete:
A paixão é uma freira descalça
Em vison de vedete
Juro, se é preciso:
Meu amor enlouquece
Ao tomar juízo

TV Brasil às 5;51 h- Guinga e Toininho Horta_ Maravilha!"




Guinga, carioca, Toninho Horta, mineiro. Ambos embarcaram
no universo da música intuitivamente quando adolescentes,
um mais tocado pelo jazz, o outro pelo clássico. Se os
rios eram distintos, no fim, foi o mar da música popular
brasileira que os abraçou. Ambos violonistas e
compositores gravados por muita gente importante da música
popular. Toninho morou no Rio nos anos 70 e consolidou uma
carreira internacional nos anos 90, quando quase não parou
no Brasil. Guinga consolidou sua carreira no Brasil nos
anos 90, teve elogios apaixonados da crítica musical
brasileira nestes anos e começou então sua performance
internacional. Guinga, como instrumentista, acompanhou
Clara Nunes, Beth Carvalho e Cartola. Toninho acompanhou
Gal Costa, Nana Caymmi e Milton nascimento, citando apenas
alguns. Um apresenta mais sua face de compositor e o outro
a de instrumentista. Um é admirador do trabalho do outro.

http://www.samba-choro.com.br/tribuna/cance

Loucos e Santos - Oscar Wilde




Escolho meus amigos não pela pele ou outro arquétipo qualquer, mas pela pupila.
Tem que ter brilho questionador e tonalidade inquietante.
A mim não interessam os bons de espírito nem os maus de hábitos.
Fico com aqueles que fazem de mim louco e santo.
Deles não quero resposta, quero meu avesso.
Que me tragam dúvidas e angústias e agüentem o que há de pior em mim.
Para isso, só sendo louco.
Quero os santos, para que não duvidem das diferenças e peçam perdão pelas injustiças.
Escolho meus amigos pela alma lavada e pela cara exposta.
Não quero só o ombro e o colo, quero também sua maior alegria.
Amigo que não ri junto, não sabe sofrer junto.
Meus amigos são todos assim: metade bobeira, metade seriedade.
Não quero risos previsíveis, nem choros piedosos.
Quero amigos sérios, daqueles que fazem da realidade sua fonte de aprendizagem, mas lutam para que a fantasia não desapareça.
Não quero amigos adultos nem chatos.
Quero-os metade infância e outra metade velhice!
Crianças, para que não esqueçam o valor do vento no rosto; e velhos, para que nunca tenham pressa.
Tenho amigos para saber quem eu sou.
Pois os vendo loucos e santos, bobos e sérios, crianças e velhos, nunca me esquecerei de que "normalidade" é uma ilusão imbecil e estéril.

"Os verdes campos da minha terra..."- por- Socorro Moreira


1967, 1968... E os estudantes do meu tempo começaram a seguir rumos diversos.
Foi o tempo de ficar ou partir. Eu fiquei depois parti, e um dia voltei.
Os reencontros agora se concretizam... Tempos felizes voltando com as pessoas, que de novo cantam!
1967- Colégio Estadual Wilson Gonçalves. Segundo ano científico com Vieirinha, na Língua Portuguesa; Alderico ensinando História; João de Borba, Desenho; Laerti, Física... E os Grêmios, os Grupos Teatrais: Zé do Vale, Leni Coriolano, Josimar Lionel, Nildo Ferreira Cassundé, Aline Luna...: "O Auto da Compadecida”!
Agnaldo Temóteo fazendo sucesso. Nildo, e o repertório de Agnaldo. Nildo, meu vizinho, cantando na Escola e no banheiro de casa... "Meu Grito".
Hoje é o aniversário do Agnaldo, e eu já voltei pros verdes campos da minha terra natal. Cheguei pelos ares; malota sem cadeado; não corro como em criança, mas ando por aí, despreocupada, resgatando com o olhar o que ainda existe, e com a imaginação, o que deixou de existir.
Retornando a um ponto dos sentimentos: herança maior, na passagem do tempo.

Eterno Crato - Composição de Hildelito Parente



Crato cidade formosa
com seus matinais
Teus fins de semana já são tradicionais
Crato tu és princesinha do meu Cariri
Refúgio ideal da mocidade, eterno porvir
Crato ninguém te esquece, Crato divinal
Eterna lembrança que anda no meu coração
Crato cidade adorada dos namorados
Distante de ti não podemos viver separados
.
E quando é noite passeiam tuas lindas morenas
na tua praçinha nem sei quem é que não vai
Tua serra Araripe te abraça e embeleza ainda mais
Dos banhos na Nascente
a gente esquece jamais
Oh! Crato das noites de lua
de encantos mil
Sob um lindo céu azul primaveril
Crato cidade adorada dos namorados
Distantes de ti não podemos viver separados.
.
* Hildelito Parente , grande músico e compositor cratense !

Mestre X Vocação - por Socorro Moreira





Refletindo...
Filha de professora primária, brincar de escola foi meu entretenimento preferido desde a menor idade. Quando fui crescendo antevi outras possibilidades, e decidi que não seria professora.
Por carma ou vocação natural, o magistério me remunerou , pelas primeiras experiências profissionais. Tornei-me professora, circunstancialmente, aos 16 anos de idade. Faltava gente pra ensinar Matemática, e eu me atrevi, a desempenhar o papel.
Acabei casando com um professor, e fui sobrecarregando aos poucos minha carga horária de trabalho. Não rejeitava a profissão, conseguia vivê-la com entusiasmo, mas intimamente sonhava com o exercício de outra atividade. Chegou meu tempo de bancária, pinçando-me das salas de aula, e aos poucos fui perdendo minha performance como mestra, e afastando-me do convívio/ vida com os meus pupilos. Hoje reconheço que foi uma das grandes perdas da minha vida. Compensada por outras aprendizagens, mas de certa forma, irrecuperável.
Se eu pude4sse começar tudo de novo, seria Jardineira. Alfabetizaria, ensinaria as quatro operações, e desenvolveria o raciocínio lógico da meninada. A energia para determinadas tarefas foi minada. O tempo tem um papel inexorável!
Que fazer , quando se tem a certeza da nossa real vocação, depois de tantos anos vividos?
Nascer de novo, como professora primária?
Isso, se a nossa vida enfrentasse mais vidas. As oportunidades são finitas, como tudo na vida. Dizem que a roda é dinâmica, não para seu giro, e tudo volta, porque nada deixa de existir.
Eu agradeço àqueles que me ensinaram tanto, e me desculpo diante do meu papel incompleto, como professora. Certamente não realizei uma troca equânime.
Dei uma saidinha na noite pra conversar com amigos, e lembrei que esta data não poderia passar sem uma explicação, pelo menos pra mim mesma. Importante abraçar o destino. Desenvolver aptidões naturais, seguir o curso dos desígnios interiores. Ainda aprendo, ainda repasso, ainda gosto de ser estudante... isso é confortável.
Bem dizia minha mãe: a gente aprende, ensinando! Eu deixei de aprender... Mas concordo com essa verdade maior, e abro o meu coração para a maior e a mais difícil de todas as aprendizagens: dar e receber amor.


Sinceridade nada esconde
e quando silencia, revela-se !

Apreços,
indiferenças,
calor e gelo...
Sou assim !

Renasço,
morro,
fico cheia de vida,
e sinto saudades
do que não tenho

Tenho um amor abrangente,
em forma de gente,
que não sai de mim !

Ontem sonhei
com esse moço
jogando bola
com alguns garotos
Aí, pensei :
que faz por aqui,
se o tempo já correu de si ?

Ele nada disse
Não enxergou meu olhar vadio
Brincou e molhou a camisa
num riso infantil

Pode agitar meu campo
Sinta-se livre
Drible o sonho e a vida
No placar final
somos do infinito.

Talvez bastasse olhar para frente
e respirar serenamente
talvez bastasse sentir
talvez bastasse nada querer...

Mas permaneço aqui
porque sei as respostas
porque também sei
que as verdades adormeceram
bastou um momento...

(socorro moreira)

Carinho nunca é demais. Mas é demais, mesmo o pequenino! - Por Socorro Moreira





Não encontrei Ipês no caminho
Cruzei a Rua da Vala
Querendo o colo
Do olhar materno

Estava lá, na sua paz resignada
- Faíscas de felicidade
Que só os puros conservam

Alisei seus fios brancos
Macios,lisinhos,
E procurei negros fios entre tantos...
Achei-os mesclando de juventude
- Uma velhice que ainda caminha

Senti tanto amor dentro de mim
Que tremi de medo...
Medo que esse amor desapareça
Um dia do meu peito !

Hoje eu sei, que a matéria se transforma, e que o amor permanece!

Os Velhinhos Transviados - José do Vale Pinheiro Feitosa



Parei a camionete Chevrolet, 1962, duas boléias, pára-lamas, teto e detalhes da carroceria verdes com todo o resto branco. A vaga na frente do número 114 da Rua João Pessoa. Para os padrões rurais muito iluminada, mas nada comparável à intensidade de diamante da Siqueira Campos, com o Cine Cassino, o Café Crato e a Sorveteria dE Bantim. Tudo isso a dar palco aos passos altos daquelas meninas eternas a furar meu coração apaixonado. Naquela noite na casa de Conceição Romão uma tertúlia ao som de um toca discos.

A noite inteira ao ritmo dos “Velhinhos Transviados” e o som universal de sua orquestração só para dançar, tocar-se e se tornar um mar agitado. Os cheiros de cinema das meninas, como a nos conduzir pela ponta do lobo frontal feito uma lobotomia. E maior contramão ali acontecia: um furor pela conclusão das sugestões à sujeição da vontade delas. Só quando casar.

Os “Velhinhos Transviados” mandavam brasa: Huly Gully Baby; Calhambeque; Limbo Rock; SanFrancisco; Les Comichons; Anjo Azul; Quando entre tantos LPs. Tome música nas noites de sábado. E quem era o líder dos Velhinhos? Nada menos que o guitarrista Zé Menezes nascido em Jardim e que começou a vida artística em Juazeiro do Norte, aos oito anos de idade apresentando-se para o Padre Cícero. Aos onze era músico da Banda Municipal de Juazeiro.

Como era do tempo de busca, da aventura vai para Fortaleza e vive como radialista num serviço de alto-falantes. Retorna a juazeiro e no início das escaramuças da segunda guerra mundial e do aumento da influência americana, o primo Luís Rosi se torna líder de uma banda de Jazz e Zé Menezes o acompanhe, inclusive tentando Fortaleza pela segunda vez. Ali aprende o ofício de Alfaiate. No início dos anos 40 é contratado como segundo violonista da orquestra da Ceará Rádio Clube de onde formou um regional próprio para tocar na emissora durante quatro anos.

O famoso radialista César Ladeira o conhece e o contrata para a Rádio Mayrink Veiga do Rio de Janeiro. Em 1945 formou o "Conjunto Milionários do Ritmo" que muita gente ainda hoje lembra. A partir de 1947 fica 25 anos na Rádio Nacional, parte do tempo ao lado de Garoto no programa "Nada além de dois minutos". Em 1948 compõe o primeiro sucesso, o samba "Nova Ilusão" (em parceria com Luiz Bittencourt) e grava com grupo "Os Cariocas". Em 1950 o choro "Sereno", com Luiz Bittencourt foi gravado por Chiquinho do Acordeom. Grava solos ao violão tenor e os choros compostos com Luiz Bittencourt. Em 1951, grava o baião "Não interessa não" e o choro "Vitorioso", com Luiz Bittencourt. Continua gravando na década, inclusive faz um solo de violão elétrico do samba "Copacabana", de João de Barro e Alberto Ribeiro, e a valsa "Um domingo no Jardim de Alah". É dele o famoso samba "Tudo azul", com Luiz Bittencourt lançado pelo grupo vocal As Moreninhas.

E Zé Menezes continuou operando músico com os gênios dos anos 50 e 60 e gravando discos com seu grupo. "Os Velhinhos Transviados", surgem em 1962 com "Nós os carecas", "Pierrot apaixonado", "Fica comigo esta noite", "Chuá, chuá", "Bossa nova", entre outras músicas. No mesmo ano lança o segundo LP "Os Velhinhos Transviados - Sensacionais". Em 1963, os LPs "Os Velhinhos Transviados - Fabulosos" e "Os Velhinhos Transviados - Espetaculares". Em 1964, no LP "Os Velhinhos Transviados - Bárbaros!", chegando ao "Mas, que nada", de Jorge Bem; "Louco", "Rio", de Roberto Menescal e Ronaldo Bôscoli. Os Velhinhos Transviados renderam 13 LPs.

E após aquela lobotomia na minha esquizofrenia entre atacar e me apascentar, turvo de conflito, esgotado do irrealizado sugerido por elas, desço pela Miguel Lima Verde, é demais e seus azulejos no futuro assassinados. A camioneta tinha motor de arranque: um pedal no lado direito do acelerador para juntar as duas funções: ignição e alimentação. E logo eu com aqueles símbolos aos meus pés. Eu que fora ingnificado, mas não alimentado.

Fui me agasalhar no manto escuro da estrada rural. Passando a ponte velha, chegando à porta da garagem apenas com as lanternas da camionete para iluminar. Guardo o carro, abro a porta, vou ao quarto e deito-me. Com elas nos meus braços ao menos dando curso às minhas forças transviadas.

 por José do Vale Pinheiro Feitosa

Madrugo. Acordo antes dos galos e pássaros. Fico entre o dia de ontem e um recomeço com o nascer do sol. Busco no silêncio, o vazio... Encontro no vazio, nova luz, e a completude da vida, que sempre se mostra inacabada... Aposto no “porvir”!
O sábado passou correndo, no recanto amigo de João Marni e Fátima. No final da tarde deixei de comparecer à convenção do PT, e de assistir ao show de João Nicodemos. Minha irmã ligou e avisou: “estou chegando de lá... Encontrei todos os teus amigos!
Minha mãe sempre estava em todos os lugares, espiritualmente, e continua assim... - Aprendi com ela!
Daqui a pouco vou pegar estrada, até o “Zabelê” (um recanto aprazível, na Chapada do Araripe).
Um Domingo de paz e alegria para todos!

Ainda sobre o Dia do Professor‏- por Altina Siebra


Amigos,

nesta semana na qual homenageamos os professores em sua sublime missão, não deleguemos só a eles a responsabilidade de educar. É evidente que a base da educação se encontra no seio familiar. Escola e família se completam na formação de seus filhos e pupilos.
Complementando a lista de Socorro destes guerreiros do dia a dia e como estudei no colégio de freiras, não posso deixar de citar as freiras: Ir.Maria de Fátima e Ir,Siebra (Português e Religião)), Ir.Teixeira (Música), Ir. Miriam Feitosa (Francês), Ir.Berenice (Desenho), Ir. Maria Aparecida (Psicologia), as diretoras Madres: Aurélia, Celina, Quintino (de Catecismo), Feitosa (já citada), Esmeraldo (Latim), todas à época dos anos 60 pertencentes à Congregação das Filhas de Santa Teresa. Ainda, Adalgisa (Portuguès) Maryane Aragão Esmeraldo (Metodologia e Prática de Ensino), La Salete Norões e Stela Pinheiro (foram diretoras e professoras do Grupo Escolar Teodorico Teles de Quental), Leonília (Matemática) , Zélia Esmeraldo (de minha 4º série primária) e tantos outros que nos propocionaram uma sólida formação não só instrutiva mas, sobretudo, moral e ética.
A todos os mestres que continuam na sua labuta o meu abraço carinhoso, aos que já ensinam noutros planos eternos, a minha saudade e gratidão eterna.

Altina



Colaboração de Altina Siebra




Palestra ministrada pelo médico psiquiatra Dr. Içami Tiba, em Curitiba, 23/07/09.

O palestrante é membro eleito do Board of Directors of the International Association of Group Psychotherapy. Conselheiro do Instituto Nacional de Capacitação e Educação para o Trabalho "Via de Acesso". Professor de cursos e workshops no Brasil e no Exterior.
Em pesquisa realizada em março de 2006, pelo IBOPE, entre os psicólogos do Conselho Federal de Psicologia, os entrevistados colocaram o Dr. Içami Tiba como terceiro autor de referência e admiração - o primeiro nacional.

* 1º- lugar: Sigmund Freud ;
* 2º- lugar: Gustav Jung;
* 3º- Lugar: Içami Tiba

1. A educação não pode ser delegada à escola. Aluno é transitório. Filho é para sempre.

2. O quarto não é lugar para fazer criança cumprir castigo. Não se pode castigar com internet, som, tv, etc...

3. Educar significa punir as condutas derivadas de um comportamento errôneo. Queimou índio pataxó, a pena (condenação judicial) deve ser passar o dia todo em hospital de queimados.

4. É preciso confrontar o que o filho conta com a verdade real. Se falar que professor o xingou, tem que ir até a escola e ouvir o outro lado, além das testemunhas.

5. Informação é diferente de conhecimento. O ato de conhecer vem após o ato de ser informado de alguma coisa.
Não são todos que conhecem. Conhecer camisinha e não usar significa que não se tem o conhecimento da prevenção que a camisinha proporciona.
6. A autoridade deve ser compartilhada entre os pais. Ambos devem mandar. Não podem sucumbir aos desejos da criança. Criança não quer comer? A mãe não pode alimentá-la. A criança deve aguardar até a próxima refeição que a família fará . A criança não pode alterar as regras da casa. A mãe NÃO PODE interferir nas regras ditadas pelo pai (e nas punições também) e vice-versa. Se o pai determinar que não haverá um passeio, a mãe não pode interferir. Tem que respeitar sob pena de criar um delinquente.

7. Em casa que tem comida, criança não morre de fome . Se ela quiser comer, saberá a hora. E é o adulto quem tem que dizer QUAL É A HORA de se comer e o que comer.

8. A criança deve ser capaz de explicar aos pais a matéria que estudou e na qual será testada. Não pode simplesmente repetir, decorado. Tem que entender.

9. É preciso transmitir aos filhos a idéia de que temos de produzir o máximo que podemos. Isto porque na vida não podemos aceitar a média exigida pelo colégio: não podemos dar 70% de nós, ou seja, não podemos tirar 7,0.

10. As drogas e a gravidez indesejada estão em alta porque os adolescentes estão em busca de prazer. E o prazer é inconsequente.

11. A gravidez é um sucesso biológico e um fracasso sob o ponto de vista sexual.

12. Maconha não produz efeito só quando é utilizada. Quem está são, mas é dependente, agride a mãe para poder sair de casa, para fazer uso da droga . A mãe deve, então, virar as costas e não aceitar as agressões. Não pode ficar discutindo e tentando dissuadi-lo da idéia. Tem que dizer que não conversará com ele e pronto. Deve 'abandoná-lo' .

13. A mãe é incompetente para 'abandonar' o filho. Se soubesse fazê-lo, o filho a respeitaria. Como sabe que a mãe está sempre ali, não a respeita.

14. Se o pai ficar nervoso porque o filho aprontou alguma coisa, não deve alterar a voz. Deve dizer que está nervoso e, por isso, não quer discussão até ficar calmo. A calmaria, deve o pai dizer, virá em 2, 3, 4 dias. Enquanto isso, o videogame, as saídas, a balada, ficarão suspensas, até ele se acalmar e aplicar o devido castigo.

15. Se o filho não aprendeu ganhando, tem que aprender perdendo.

16. Não pode prometer presente pelo sucesso que é sua obrigação. Tirar nota boa é obrigação. Não xingar avós é obrigação. Ser polido é obrigação. Passar no vestibular é obrigação. Se ganhou o carro após o vestibular, ele o perderá se for mal na faculdade.

17. Quem educa filho é pai e mãe. Avós não podem interferir na educação do neto, de maneira alguma. Jamais. Não é cabível palpite. Nunca.

18. Se a mãe engolir sapos do filho, ele pensará que a sociedade terá que engolir também.

19. Videogames são um perigo: os pais têm que explicar como é a realidade, mostrar que na vida real não existem 'vidas', e sim uma única vida. Não dá para morrer e reviver. Não dá para apostar tudo, apertar o botão e zerar a dívida.

20. Professor tem que ser líder. Inspirar liderança. Não pode apenas bater cartão.

21. Pais e mães não podem se valer do filho por uma inabilidade que eles tenham. 'Filho, digite isso aqui pra mim porque não sei lidar com o computador'. Pais têm que saber usar o Skype, pois no mundo em que a ligação é gratuita pelo Skype,é inconcebível pagarem para falar com o filho que mora longe.

22. O erro mais frequente na educação do filho é colocá-lo no topo da casa. O filho não pode ser a razão de viver de um casal. O filho é um dos elementos. O casal tem que deixá-lo, no máximo, no mesmo nível que eles. A sociedade pagará o preço quando alguém é educado achando-se o centro do universo.

23. Filhos drogados são aqueles que sempre estiveram no topo da família.

24. Cair na conversa do filho é criar um marginal. Filho não pode dar palpite em coisa de adulto. Se ele quiser opinar sobre qual deve ser a geladeira, terá que mostrar qual é o consumo (KWh) da que ele indicar. Se quiser dizer como deve ser a nova casa, tem que dizer quanto isso (seus supostos luxos) incrementará o gasto final.

25. Dinheiro 'a rodo' para o filho é prejudicial. Mesmo que os pais o tenham, precisam controlar e ensinar a gastar.
Frase: "A mãe (ou o pai!) que leva o filho para a igreja,para um templo, para uma doutrina espiritual, não vai buscá-lo na cadeia..."