por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 29 de abril de 2013

O formigueiro, James Bond e a Tartaruga - por José do Vale Pinheiro Feitosa


Uma multidão nestes túneis de vai e vem incessante. Sem nunca descansar. O formigueiro é o universo em criação. Na entranha da superfície com uma rede de comunicação entre os buracos de saída ao exterior. De onde continuamente o sobrepeso é transportado, preso à tesoura, encalcando as pernas frágeis mais ainda contra a gravidade. Quanta resistência por vencer! Quantos esbarrões no trajeto! Ainda mais com o peso da carga que transporta. Dos altos galhos das árvores até as profundezas do formigueiro. Continentes a transpor sobre as magras pernas que se movem com a velocidade de um motorzinho nervoso. Tanta coisa por viver.

E o olhar indiferente aos sapatos que esmagam a insignificância da formiga na estrada do viver humano. Um James Bond ousado e detalhado em artimanhas. Tanta coragem de viver e uma lista enorme de feitos, cada um mais minucioso, em avanços tecnológicos e na supremacia da inteligência. Uma vida de milhões de minutos avante da história da formiga. Basta comparar o tempo disponível para tanto viver e com isso excluir as formigas das possibilidades da lembrança e da identidade.

No passo lento a tartaruga desdenha a pequena fração de vida de James Bond. É tão pouco. Pouco mesmo. O máximo que consegue é examinar as ruínas de tempos remotos e viver a ruina do próprio tempo. E a cinegrafia balança entra a memória e o testemunho da fugacidade de James Bond.     

sábado, 27 de abril de 2013

"Jugo" - José Nilton Mariano Saraiva


A “obediência canina” é um dos pré-requisitos básicos àqueles que têm a desventura de trabalhar sob o "jugo" do global narrador Galvão Bueno, já há décadas o chefe supremo da equipe esportiva da TV Globo. Nem que isso represente navegar contra a maré. É de todos conhecido, por exemplo, a “geladeira” (isolamento) em que foi posto o crítico de arbitragem Arnaldo Cesar Coelho, por ter tido a ousadia de discordar de uma opinião do “chefe”, durante uma transmissão ao vivo.
Pois bem, durante a narração do último jogo Brasil X Chile, o Galvão Bueno passou toda a transmissão tecendo loas à facilidade, à funcionalidade, à eficiência e, enfim, à competência com que os responsáveis pela reforma do estádio Mineirão agiram, no tocante à mobilidade urbana (fluidez do trânsito) no entorno daquela praça de esportes, assim como com relação ao acesso às dependências do estádio. Para tanto, valeu-se do depoimento dos subalternos, que confirmaram e reafirmaram com todas as letras, pontos e acentos tudo o que o chefe houvera dito (chegar ao Mineirão e adentrá-lo nunca foi tão fácil).
Mas...
Dia seguinte, no principal telejornal da emissora global (Jornal Nacional), as imagens e depoimentos dos torcedores mineiros que “tentavam” chegar ao estádio nos deram a real dimensão da coisa: transito literalmente parado, muita confusão, revolta, insatisfação e grita generalizada por parte dos torcedores. Em suma, caos absoluto.
Como, ao mostrar e comprovar a “zorra” reinante na ocasião, a Globo publicamente desmentiu tudo o que o Galvão Bueno e subordinados afirmaram na transmissão ao vivo, no dia anterior, a pergunta que fica é: será que, tal qual a maioria dos torcedores, a cúpula da emissora global já “abusou” da arrogância e prepotência do próprio ??? Estaria reconhecendo a “saturação” do material ??? Ou que o “prazo de validade” da mercadoria oferecida aos seus telespectadores já passou ??? Será ???
Afinal, não custa lembrar, dias atrás a belíssima, simpática e competente Fátima Bernardes foi afastada do mesmo Jornal Nacional, carro-chefe da emissora, sob o argumento da necessidade de “oxigenação” do caro e valorizado horário nobre da TV Globo (embora a substituta, a também competente e belíssima Patrícia Poeta, se nos apresente como um verdadeiro “colírio pra os olhos”).
O que você, aí do outro lado da telinha, acha ???

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Pronuncie... se puder - José Nilton Mariano Saraiva


Weidenfeller, Łukasz Piszczek (Grosskreutz), Neven Subotić,
Mats Hummels, Marcel Schmelzer, Sven Bender,  İlkay Gündoğan (Schieber), Jakub Błaszczykowski (Kehl), Mario Götze, Marco Reus, Robert Lewandowski (Jurgen Klopp/Treinador).
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Até pela grafia dos nomes dos seus integrantes, não há como deixar de reconhecer tratar-se de um “genuíno” e autentico time de futebol alemão (o respeitável Borussia Dortmund). Mesmo porque, ao contrário dos grandes times mundiais da atualidade, repletos de “alienígenas”, aqui há a prevalência dos matutos “filhos da terra” (com uma ou outra honrosa exceção), daí a extrema dificuldade ou “enrolação” da língua para todos nós que não estamos acostumados com tal tipo de pronúncia. No mais, não é de hoje que o futebol alemão se destaca pela marcação implacável (em razão de um preparo físico excelente), pela insistência com que seus jogadores “caçam” os adversários em qualquer parte do gramado (já que parecem “voar” em campo), pela verticalidade e objetividade das suas ações (na perseguição do gol), pelo outrora inimaginável e envolvente toque de bola (eram conhecidos por "cintura dura"), e, principalmente pela absoluta ausência de firulas ou frescuras (tão comuns no nosso futebol). Em sendo assim, independentemente dos resultados dos dois jogos da próxima semana (que determinarão os finalistas da Copa dos Campeões da Europa), contra os fortíssimos (e não descartáveis) timaços-poliglotas-espanhóis do Barcelona e Real Madrid, o futebol alemão, através do Bayern de Munique e Borússia Dortmund, prova ser, literalmente, a “bola da vez”. Fato é que, queiram ou não determinados  "gênios" (analistas) do futebol brasileiro,  Alemanha e Espanha estão “sobrando” em termos de futebol moderno, eficiente e gostoso de ser ver.

O ocaso, o tempo e o acaso



Tudo depende do tempo e do acaso”
Eclesiastes

                                               Há exatos dez anos, silenciava a pena de um dos mais prolíficos e brilhantes escritores cearenses: O Padre Antonio Vieira. Nascido na pequenina Lagoa dos Órfãos, em Várzea Alegre, Vieira dizia-se filho sentimental e intelectual da Cidade de Frei Carlos. Deixou quase trinta livros publicados, dentre eles “O Jumento, Nosso Irmão” , reconhecido internacionalmente, publicado numa versão inglesa e tido como  a mais impressionante e completa obra já escrita sobre o  nosso querido Jerico. Sua produção fluía de uma extraordinária erudição que avançava pelos campos da Literatura, da Sociologia, da Filosofia, do Direito, da Antropologia, da História, da Gramática, da Política, da Religião. Vieira era um poliglota, um orador inspiradíssimo e dono de um estilo único e inconfundível. Mesclava, com rara destreza, a poesia e o humor e fez-se um  incansável engenho de produção literária. Como professor (de incontáveis línguas e matérias) tinha o poder quase único de hipnotizar platéias e transferir a portentosa sabedoria acumulada por tantos e tantos anos, com uma leveza e didática difíceis de se encontrar nos atuais mercados educacionais.
                                               Mais que um escritor, o Padre Vieira era um Artista. Estava profundamente antenado com o seu tempo. Conseguia ver bem além dos filtros religiosos e morais que a sociedade nos vai impingindo, pouco a pouco, na busca de empalhar-nos com verdades prontas e receitas pré-fabricadas. Franzino, feio e aparentemente frágil, Vieira carregava uma força de um guerreiro espartano. Eleito deputado federal em plena Ditadura Militar, insurgiu-se, bravamente, contra o golpe de 64, contra a Censura e a Tortura. Seus pronunciamentos no Congresso possuíam uma contundência inimaginável num regime de exceção. Por isso mesmo, terminou cassado nas primeiras lufadas do AI-5. Numa época , amigos, em que tantos e tantos se acumpliciaram com a ditadura e outros tantos fizeram-se de Judas e entregaram estudantes, sindicalistas e políticos  tidos como subversivos aos leões famintos da arena pátria; Vieira, como artista,  teve a clarividência de reconhecer quem eram os mocinhos e os bandidos e, corajosamente, alistou-se com os que pugnavam pelo bom combate. Não foi menos corajoso ao insurgir-se contra algumas leis pétreas da igreja de que fazia parte. Postou-se contra o celibato clerical, contra o medievalismo crônico de algumas teses imutáveis, contra o preconceito de gênero nas suas hostes, contra a hierarquia mais burocrática e menos pastoral. Hoje, quando as mudanças nas estruturas arcaicas  parecem mais que imperiosas, o tempo demonstrou , claramente, que o Padre Vieira trilhava, mais uma vez, o caminho da luz.
                                               O legado de um escritor insre-se nas páginas que escreveu. A herança de um artista, no entanto, ultrapassa as fronteiras da sua obra. Em que contribuímos, com nossa Arte,  para transformar esse mundo num lugar mais bonito, mais justo, mais feliz, mais alegre ? Acredito que Vieira buscou, desesperadamente, legar um planeta mais igualitário , mais franco e mais risonho para a posteridade. Reclamava de ter sido tolhido como ser humano, na impossibilidade de gerar descendência, mas deixou quase trinta filhos, na forma de  livros.  Espalhados pelo Brasil, necessitam de reedições para que cheguem às novas gerações e continuem o seu poder transformador.
                                               Passados dez anos, chega o tempo em que um artista tão importante precisa sair do purgatório da nossa história. O Cariri e o Ceará precisam saudar essa dívida para com um dos seus mais expressivos artistas. Tudo nessa vida, como diz o Eclesiastes, depende do tempo e do acaso, mas bem que podíamos dar um empurrãozinho a estas duas forças motrizes da humanidade. 

J. Flávio Vieira

terça-feira, 23 de abril de 2013

A humildade - Por Magali de Figueiredo Esmeraldo


Não é fácil o ser humano praticar a humildade. De acordo com o Dicionário de Aurélio, a palavra "humildade" é uma virtude que nos dá o sentimento da nossa fraqueza. O mundo é composto por seres imperfeitos  que colocam a soberba em primeiro plano. Com raras exceções, observamos que a maioria das pessoas se acham superiores às outras. Agem como se fossem desprovidas de humildade. E as mais humilhadas são as mais pobres, as que têm uma profissão mais simples e as que são vítimas de preconceitos. Os filhos de Deus excluídos da sociedade são o que mais sofrem  em conseqüência da maldade humana, da ambição e da arrogância.  É um comportamento deplorável  agir com superioridade para  com os outros.

Sabemos que todas as nossas qualidades: inteligência, capacidade, e talentos são dons de Deus.  E o que faz o ser humano humilde? É não deixar a arrogância e a vaidade tomar conta da nossa pessoa, achando que toda a competência foi conseguida por nós mesmos. Em vez disso, para praticar a humildade é necessário agir com gratidão para com Deus, pois tudo veio Dele. Além do mais o homem tem que ter consciência do que é, dos seus limites e da suas imperfeições.

Quando lemos a Bíblia, reconhecemos que o maior exemplo de humildade para nós, é Jesus Cristo. Quanto mais nos aprofundamos no evangelho, notamos o quanto ele testemunhou, que sua força procede sempre da sua dependência ao Pai. Vejamos o que diz Jesus no evangelho: "Eu não posso fazer nada por mim mesmo. Eu julgo conforme o que escuto, e o meu julgamento é justo, porque não procuro  fazer a minha vontade, e sim a vontade daquele que me enviou". (Jo 5,30 ). São muitas as citações bíblicas que nos dão a dimensão da prática da humildade de Jesus. E de como ele queria que seus seguidores também praticassem a humildade. Os discípulos se aproximaram de Jesus e perguntaram: "Quem é o maior no Reino do Céu?" Jesus chamou uma criança, colocou-a no meio deles e disse: "Eu lhes garanto: se vocês não se converterem e não se tornarem como crianças, vocês nunca entrarão no Reino do Céu. Quem se abaixa e se torna como essa criança, esse é o maior no Reino do Céu". ( Mt 18, 4 ). No tempo de Jesus tanto uma criança de menos de doze anos, como um empregado eram desconsiderados socialmente. Portanto a palavra que é usada para criança, pode também significar empregado. É uma palavra que simboliza os pobres, os fracos,  os que são injustiçados pela sociedade. O que Jesus quer dizer é que se nos tornarmos como uma criança, abandonaremos as ambições e serviremos ao nossos irmãos sem nenhum interesse e com muita humildade. "Quem se eleva será humilhado, e quem se humilha será elevado". (Mt 23, 12 ). Entendemos que na nova  comunidade de Jesus, todos devem servir como irmãos, amando-se mutuamente e reunidos em torno de Deus que é Pai, e de Jesus que veio para servir. Ele critica a classe dominante que  transformando o saber em poder, oprime o povo.

Um fato que muito me sensibilizou e que causou a admiração de muita gente, foi o gesto de humildade do Papa Francisco. No dia da sua aclamação, quando apareceu na janela do Vaticano, antes de abençoar as pessoas, ele abaixou a cabeça e, pediu que todos rezassem por ele. Gesto bonito de quem  reconhece suas limitações e sabe que precisa daquelas preces para que Deus derrame todos os dons de que ele precisará para orientar o seu rebanho. Podemos reconhecer que, ele procurou seguir o exemplo de Jesus. 

O que Jesus quer é que pratiquemos a humildade, pois só assim poderemos servir aos nossos irmãos. Em Colossenses, o Apóstolo Paulo nos faz  refletir e nos impulsiona para os bons sentimentos, como é a vontade de Deus. Ele diz: "Como escolhidos de Deus, santos e amados vistam-se de sentimentos de compaixão, bondade, humildade, mansidão, paciência. Suportem-se uns aos outros e se perdoem mutuamente, sempre que tiverem queixa contra alguém".( Cl 3, 12 ). Já nas cartas de Tiago poderemos refletir o seguinte versículo: "Quem é sábio e inteligente entre vocês? Pois então, mostre com boa conduta que suas ações são de uma sabedoria humilde".( Tg 3, 13 ). Essa pequena citação nos mostra que as pessoas não devem se apresentar como se soubessem de tudo. O verdadeiro sábio é aquele que nunca para de aprender. A vida nos ensina que quem pratica a humildade é um verdadeiro aprendiz. Não é o que se aprende em livro que torna a pessoa sábia, mas a disposição de buscar a verdade nos outros.

Por Magali de Figueiredo Esmeraldo

segunda-feira, 22 de abril de 2013

Vários anos após Tiradentes - por José do Vale Pinheiro Feitosa

Entre as mais belas, históricas, simbólicas e bucólicas cidades brasileiras se encontra a cidade de Tiradentes em Minas Gerais. Ao lado da Serra de São José, a cidade tem ruas inclinadas, ladeiras consideráveis, um patrimônio barroco importante e numa das ruas principais se encontra o atelier de Oscar Araripe. Este nascido no Rio de Janeiro e descendente do território do Cariri.

Desta junção da cidade, que leva o apelido de Joaquim José da Silva Xavier, e o artista descendente do movimento Republicano de 1817, relevante na cidade de Crato, é que nasce esta história. A história de Tiradentes, nesta terra de doutores que até hoje se imaginam os herdeiros naturais da liderança nacional, basta ver que o argumento entra como fel da oposição ao Presidente Lula. Afinal o nome Tiradentes fazia parte da depreciação com que os “aristocratas” a serviço do colonialismo português e do sistema imperial, como humilhação, deram a uma das tarefas com que o jovem e pobre revolucionário ganhava a vida.

Uma coisa não se pode esquecer com o movimento republicano brasileiro, seus heróis começaram a vir do povo e não da “nata do lixo”. Tiradentes, com a República, passou a ser um dos primeiros heróis de origem fora da aristocracia escravocrata, de modo figadal ligada à Europa e não ao jovem país. Por isso, a 21 de abril, se lembra o enforcamento e posterior esquartejamento deste homem, 46 anos após seu nascimento não por acaso no distrito chamado de Pombal.

A morte de Tiradentes ocorreu 25 anos antes da revolução de 1817 e há apenas 3 anos após a Revolução Francesa. O requinte do processo fazia parte do “terror” com que a elite portuguesa e seus acólitos nacionais sentiam aquele tsunami a revolucionar a economia e a política européia. Deram-lhe a alcunha pejorativa, foi o único efetivamente executado e criaram “maldades” que até hoje infestam certas instituições e o pensamento político de certo tipo de gente.

Não se pode pensar em democracia que não se pense em igualdade. A humilhação do nome Tiradentes é a prova histórica da pretensão ao privilégio e à ética do meu pirão primeiro com que certo tipo de “condutor” e “formador de opinião” pretende perpetuar um mundo privado apenas para si e os seus. Corre no sangue, está na medula desta gente que teima em deixar cadáveres estendidos no chão.

Cadáveres não apenas enforcados. Mas esquartejados como Tiradentes. Com seu sangue escrever um documento declarando sinistra a sua memória. Deixar pedaços do seu corpo à margem do leito onde os brasileiros transitam para que se aterrorizem com o que lhes pode acontecer. Finalmente, no panteão do gólgota, apresentar sua cabeça decepada.

Assim agindo, se imaginam protegidos atrás das cercas elétricas e dos carros blindados. Pensam ter cortado toda a esperança da revolta e do ódio – pois o ódio é uma das esperanças mais intensas que existe – tanto em pensamento como em obra. Imaginam-se, como então, rasgar os escritos dos Iluministas e as cartas da revolução que tendem a fugir ao controle dos capitalistas.

domingo, 21 de abril de 2013

"Joaquimzão", o rebelde - José Nilton Mariano Saraiva


Como é do conhecimento até do pipoqueiro da esquina, o “Joaquimzão” Barbosa, atual presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), continua impossível e impassível. Primeiro, quando resolveu importar da Alemanha uma teoria do ramo do Direito que nunca dantes na história desse país houvera sido usada (o tal do “domínio do fato”) com a clara intenção de usá-la para condenar vapt-vupt os integrantes do processo vulgarmente conhecido por “mensalão”. Isso porque, contrariando o que se acha expresso em nossa Constituição Federal, tal teoria abre brechas para que se condene um réu pela simples presunção de que seja culpado, mesmo que não haja nenhuma prova para sustentar a acusação.

Igualmente, dada à celeridade com a qual o julgamento foi conduzido, comprovado restou que havia, sim, por parte do Presidente do STF, a intenção deliberada de influir no resultado das eleições que se realizariam dentro de poucos meses, de forma a que os candidatos aliados com o Governo fossem penalizados, conforme declaração do próprio Procurador Geral da República (aqui, o efeito não foi o esperado).

Pois não é que agora o presidente do STF resolve bater de frente com os presidentes-representantes das associações vinculadas à advocacia e à magistratura, ao insinuar que eles agiram de forma “sorrateira”, na “surdina” e após “conversas de pé de ouvido”, ao induzirem os membros do Congresso Nacional a aprovar a criação de quatro (04) novos Tribunais Regionais Federais (no seu entendimento absolutamente desnecessários, porquanto objetivando apenas criar novos empregos).

Alfim, sem choro nem vela e para lacrar de vez o caixão, Joaquimzão foi incisivo e contundente ao declarar que “esses tribunais vão ser criados em resorts, em alguma grande praia”.

A vingar tal assertiva, não é preciso se ser nenhum expert para concluir que nas entrelinhas de tal sentença se esconde aquilo que todo mortal comum pensa, mas não tem coragem de expressar: lamentavelmente, o nosso Poder Judiciário longe se acha de ser o guardião da moralidade e dos bons costumes, como deveria.

E agora, apelar pra quem ???

sexta-feira, 19 de abril de 2013

                          Em 19 de abril de 1886 nascia o poeta Manuel Bandeira
                                                   (minha homenagem ao poeta)


Manuel Bandeira no céu (à moda de Irene no céu)

Menino Manuel
Menino Bandeira
Poeta cantando
seu desalento.

Imagino Bandeira entrando no céu:
- Licença meu santo!
E São Pedro brincalhão:
- Entre, Manuel. Dormirás com Vésper e acordarás com o beijo da estrela da manhã.
(Stela Siebra)

quinta-feira, 18 de abril de 2013

Fel




     
  A notícia não podia ser menos alvissareira. Uma semana antes da encenação da Paixão de Cristo, em Matozinho, caiu aquele petardo :  Caligário Cobongó  estava de cama. Uma dengue o pegara de mal jeito , estava  quebrado como arroz de terceira. Não  achava canto, rebolando dia e noite , parecia quebra-queixo em boca de banguelo.
                                               ---Devo ter caído de um avião ou fui atropelado  por uma Scania ! Isso não pode ter sido obra de um mosquito só não, meu amigo !  Vieram de ruma , como maracanã atacando roça de milho !  Avisem na igreja, esse ano eu passo !
                                               A confusão estava instalada. A Paixão era uma das festas mais populares de Matozinho. Encenada sempre na semana santa, contava com a presença marcante de Caligário, há mais de dez anos. Ele trabalhava como magarefe, era bombado, alto, vistoso  e cultivava uma barbona fechada e longa, além de cabelos fartos que lhe caiam aos ombros. Cobongó fazia o Cristo , seu tipão tornara-se inconfundível. O ator, diziam as más línguas, nem descia do palco. Apesar de um trabalho de um dia só ao ano, levava os outros trezentos e sessenta e quatro , todo pábulo , importante e não falava sem impostar a voz. Difícil para a  produção da peça imaginar um Cristo outro que não se tratasse do nosso magarefe.
                                               A  Associação do Sítio Pau-Dentro  , promotora do evento, através do seu presidente Raimundo Catingueira ( “Rai”, para os íntimos), chamou uma reunião de emergência. E agora ? Logo o papel principal, se fosse ao menos um Zé de Arimatéia, um Pilatos, um São José ! Mas logo Cristo ! Como arranjar um substituto, um suplente à altura ? Várias possibilidades foram apontadas, mas batiam sempre , no tipo físico do Mestre. Pedro Grande  atuava direitinho, mas era tamborete de samba. Mané Magro, um carpinteiro, extremamente responsável, já encenara vários personagens, mas ultimamente andava gordo demais, parecido com um landrace. Júlio Cananéia , o vigia da praça, taludo e forte, levava jeito para a coisa, mas era perneta. Alguém, então, lembrou Jojó Fubuia, o maior pinguço da Vila. Jojó era um varapau, tinha uma barba grande, mas descuidada, desasnado,  só havia uma contra-indicação : bebia como uma esponja. Rai, por fim, entre todas as hipóteses apresentadas, chegou à conclusão que a melhor opção, apesar dos pesares, era mesmo Fubuia. Mas, claro, algumas providências urgentes necessitavam ser feitas.
                                               Procuraram o pinguço, na manhã seguinte, cedinho. Ainda carregava o bafo de cana do dia anterior. Rai , líder da comitiva do Pau-Dentro, explicou-lhe a questão. Cobongó estava doente e precisavam dum ator substituto, um estepe de Cristo. Jojó se interessou. Todo mundo persegue os seus vinte minutos de fama !
                                               --- A gente leva a maior fé em você Jojó. Sabemos da sua capacidade ! agora, só tem um problema. Você não vai poder beber até o dia da Paixão! Um Cristo bêbado seria o fim ! Se topar, tá contratado!
                                               Jojó concordou, até porque tinha certeza que seria impossível vigiá-lo até lá. Haveria sempre a possibilidade de uma escapadinha. A Associação, no entanto, enquanto Jojó pegava na castanha,  já tinha engolido o caju. Rai falou com o Delegado Honorino Catanduva e pediu a ajuda nesta empreita. Naquela manhã mesmo Honorino deu voz de prisão a Jojó e o trancafiou.
                                               --- Só sai do xilindró direto pra Paixão de Cristo, seu Jojó ! Esse é o único jeito de você não encher a cara e cometer uma blasfêmia em plena Semana Santa. Joviu ?
                                               Jojó  não teve escolha. Tinha prometido ! Mas cinco dias sem melar o bico, é demais ! No terceiro ,  já subia pelas paredes. Estava trêmulo e vendo bicho em tudo quanto era canto. Dormia com o jacaré do lado.  No dia da Paixão, um sábado de aleluia, falava palavras estranhas , talvez em aramaico. O figurino e a maquiagem foram preparados na própria cela. Rai prometeu , então,  a Jojó que, se tudo saísse a contento, ao terminar a encenação o presentearia com dois litros do seu sobrenome : Fubuia.
                                               O cortejo saiu na rua. Rai , para controlar mais nosso Salvador, vestiu-se de centurião e andava ali pertinho dele, o chicoteando. As ruas de Matozinho estavam repletas. Os rostos piedosos e contritos acompanhavam o sofrimento do Filho do Pai.  Jojó manteve-se até tranqüilo. Os olhos mais esbugalhados do que sempre e as mãos trêmulas derrubaram a cruz por muito mais vezes do que se previra no roteiro e no Evangelho. Tentou ainda comer a toalha que Zé de Arimatéia trouxe para enxugar seu rosto. Quis dar um pesqueiro em Pilatos na hora que Barrabás acabou libertado. Na Ceia Larga bebeu o copo de vinho e tirou gosto com o pão inteirinho.  Quando Judas veio beijá-lo à frente dos soldados, sapecou-lhe um beijo na boca, desses de dar enfarte em Feliciano.
                                               O Gólgota foi preparado nas proximidades do Açude do Sabugo, na subida da Serra da Jurumenha. O Cristo lá chegou jogando impropérios para tudo quanto é lado. Foi pregado na cruz a contragosto. Rai, então, teve uma idéia salvadora. Fincada a cruz, com o Filho do Pai se contorcendo mais do que se devia esperar, Rai molhou o chumaço com cachaça ao invés de fel e levou-o  aos lábios do Cristo. Os olhos do redentor, de repente,  brilharam e ele sorveu o fel com tanta força que quase engolia o chumaço. O  centurião imaginou  que assim o acalmaria até o final da crucificação. Passados alguns minutos, com o Filho do Pai ainda lambendo os beiços e em busca de mais fel, ele gritou desesperadamente a frase sagrada ( um pouco adaptada, claro):
                                               --- Rai ! Rai ! Por que me abandonastes ?
                                               E, demonstrando toda vocação para o sacrifício,  berrou a todos pulmões :
                                               --- Mais fel ! Mais fel ! Eu quero mais fel !

J. Flávio Vieira

O "livrinho" - José Nilton Mariano Saraiva

E o “livrinho” conhecido por ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente – em razão dos exagerados privilégios, da brandura excessiva e das inigualáveis benevolências para com o “menor de idade”, acabou por ser assimilado (por alguns), como uma espécie de abrigo ou “porto-seguro” pra marginais de toda espécie. E isso ficou comprovado quando do assassinato estúpido e violento de um torcedor boliviano (menor de idade) por parte da torcida organizada Gaviões da Fiel, do Corinthians, durante um jogo de futebol.
De princípio, por se tratar de um país não tão expressivo como o Brasil, até que não houve muita preocupação com a sorte dos doze integrantes da “Gaviões”, detidos pela polícia boliviana como supostos responsáveis pelo crime, na perspectiva que logo seriam liberados e retornariam sem maiores atropelos ao nosso país, a fim de continuarem a farra. Como, na prática, tal desiderato não funcionou, e a coisa fez foi engrossar, já que a Justiça boliviana houve por bem (corretamente) procurar e punir o(s) culpado(s), partiu-se para a elaboração de uma vergonhosa “maracutaia”: um desses advogados “eficientes” da vida (bancado pelo Corinthians) apresentou-se numa delegacia, em São Paulo, com um “menor de idade”, que teria se apresentado voluntariamente e se responsabilizado pelo lançamento do sinalizador marítimo que vitimou o boliviano (evidentemente que a família do próprio deve ter sido muito bem remunerada, tanto que a própria mãe o acompanhou à delegacia, além do que devem ter lhe dito da brandura da pena, já que dentro de três anos  o “coitadinho” estaria de volta aos estádios da vida, livre, leve e solto).
Como, no entanto, a polícia boliviana não caiu nesse “conto-do-vigário”, de repente o tal menor de idade (que houvera assumido a autoria do crime, lembremo-nos), sumiu de circulação, evaporou-se, escafedeu-se (pelo menos não se falou mais do próprio). E a máscara caiu de vez, a farsa desnudou-se em toda a sua pujança e a mentira comprovou ter pernas curtas quando, num atestado insofismável de quão se perderam na condução da coisa, pateticamente os advogados do clube apresentaram uma outra versão da história: agora, a conversa era de que, de acordo com estudos elaborados por especialistas, comprovado restou  que, de acordo com o ângulo tal, a distância percorrida, a força com que o torcedor foi atingido e por aí vai, o tal sinalizador não teria partido de onde estavam os integrantes da Gaviões da Fiel e, portanto, o indigitado torcedor teria sido vítima dos próprios bolivianos. Esqueceram (???) que a televisão mostra claramente que o sinalizador partiu exatamente de onde se achavam os integrantes da "Gaviões da Fiel". Portanto, a emenda parece ter saído pior que o soneto.
Fato é que, juntando-se as duas prematuras mortes, na Bolívia (com a posterior “compra” de um menor de idade para servir de “escudo-protetor” dos verdadeiros assassinos) e a ocorrida em São Paulo (quando um "menor" foi flagrado executando um adolescente), o clamor pela imediata mudança da lei que trata da tal “maioridade penal” tende a ganhar corpo, espraiar-se pelo Brasil.
Afinal, ficou mais que patente que o tal “livrinho” é por demais brando, recheado de privilégios, repleto de estímulo a que advogados sem escrúpulos tentem dele fazer uso para proteger os “menores-coitadinhos” da vida.  E a verdade é que, ou se altera a essência do "livrinho" (reduzindo a idade para o enquadramento como "menor de idade") ou estaremos condenados a se transformar em eternos reféns dessa cambada de marginais que se escondem sob o rótulo de "menor de idade".
Como os que podem modificar o "livrinho" (nossos políticos), já se manifestaram contrários, resta à sociedade forçar a barra e exercer a pressão necessária para dissuadí-los. 
À luta. 

terça-feira, 16 de abril de 2013

"Made in Coréia" ??? - José Nilton Mariano Saraiva


É bem verdade que é precipitado aventar a hipótese, mas atentemos para a relevância do detalhe: como já há algum tempo a mídia vem dando destaque a uma outrora inimaginável incursão militar da Coréia do Norte contra os Estados Unidos, não custa imaginar (e é bastante plausível, sim senhor) que o atentado terrorista (de novo) em solo americano (desta vez na cidade de Boston), talvez tenha sido uma obra "made in Coréia". 
Teriam tido eles a coragem para tanto ??? Não ficaria muito evidente, em razão das "amabilidades" trocadas pelos dois países nos últimos dias ???
Fato é que o FBI já entrou no jogo e a verdade é que existe, sim, o perigo iminente da conflagração de mais uma guerra, porquanto governo e povo americano não deixarão passar barato mais uma desmoralização mundial. Que vai haver troco, não restam dúvidas. Fiquemos atentos ao desenlace, nos próximos dias.

segunda-feira, 15 de abril de 2013

“No futuro, não serão considerados analfabetos apenas aqueles que não souberem ler, mas também quem não entender o funcionamento de uma máquina fotográfica” Escrita em 1936 pelo fotógrafo Húngaro László Moholy-Nagy OFICINA DE INICIAÇÃO À FOTOGRAFIA... Por: Pachelly Jamacaru Trata-se do ABC da Fotografia, para pessoas que são aficionados por esta Arte, mas que estão realmente iniciando! Período: Mês: Maio, DIAS: 6,7, e 8 Horário: 19h às 21.30h LOCAL: Centro do Crato – Rua José Carvalho 251 Inscrição: até o dia 25 Os pretendentes manifestem interesse deixando MSG aqui ou me procurando. Inscrições até o dia: 25 de Abil. Foto: Foto da Silhueta Dihelson Mendonça

"Passaporte para matar" - José Nilton Mariano Saraiva


Até aqueles que, por descaso ou preguiça, não querem nada com a vida, sabem que na terra “Brasilis” constitui-se privilégio do Presidente da República e/ou os integrantes do Congresso Nacional o poder de, através do instrumento conhecido por PEC (Proposta de Emenda Constitucional), modificar de forma específica e pontual a Constituição Federal. E, como não se muda uma Carta Magna por bel prazer, o ideal seria que prevalecessem razões consistentes e relevantes para a materialização das mudanças reclamadas, em razão dos reflexos espraiados pra toda a sociedade. Pelo menos esse é o espírito da coisa. E o nosso Poder Legislativo (Congresso Nacional), estuário constitucional das demandas sociais, deveria primar por sua aplicação.   
Entretanto, como nem sempre prática e teoria formam um casal perfeito, em determinadas ocasiões os inescrupulosos integrantes do nosso Congresso Nacional (sempre eles, com as exceções de praxe) tratam de avacalhar a questão, ao darem um jeito de legislar em causa própria, sem maiores responsabilidades com a seriedade e a justeza da causa. Ou alguém já esqueceu que, ao preço de R$ 200.000,00 (duzentos mil reais) por voto (conforme declaração espontânea de um deles), os “nobres” representantes do povo não titubearam em chancelar a ânsia de mais um ano no poder, manifestada pelo então presidente José Sarney, aumentando-lhe o mandato (via PEC) e, por tabela, o suplício de todos nós, vítimas indefesas de um presidente incompetente e venal. Em outros casos e outras situações, o modus operandi repetiu-se, sempre privilegiando os poderosos e penalizando os necessitados (os aposentados que o digam, quando nos enfiaram goela abaixo o tal “fator previdenciário).
A reflexão acima é só pra lembrar um tema realmente relevante (e atualíssimo) que já deveria ter sido objeto de estudos e reflexão, mas que continua emperrado, lá nas instâncias superiores: referimo-nos à necessidade de se rever a lei que define a tal da “maioridade penal”. Afinal, não é de hoje que, graças a uma legislação caduca e a códigos de conduta arcaicos e por demais benevolentes, os “menores-coitadinhos” do Brasil se escudam atrás dessa verdadeira anomalia em nosso sistema jurídico, para  insistirem, persistirem e nunca desistirem de usar e abusar da impunidade lhes conferida, danando-se a cometer, diuturnamente, os mais hediondos e abjetos crimes. E ainda temos que suportar o absurdo dos absurdos: ao serem detidos ou se apresentarem voluntariamente (sem qualquer temor), já chegam admitindo a autoria do crime bárbaro, mas, incontinente, ressalvam para a autoridade constituída serem “menor de idade”. Como que cinicamente admitindo: fiz, sim, mas você não pode fazer nada comigo.
O retrato emblemático de tal excrescência deu-se agora em São Paulo, quando um jovem estudante, certamente que com um belo futuro à frente, foi executado covarde e sumariamente por um desses “marginais-menores” da vida, sem dó nem piedade. Embora que por linhas tortas, tal tragédia deveria constituir-se uma ótima oportunidade para se pensar seriamente na promulgação de uma Proposta de Emenda Constitucional que reduzisse a idade mínima para a tal “maioridade penal”, ao tempo em que, numa tentativa de inibir tal barbaridade, dar-se-ia um jeito de aumentar o castigo para os que cometessem qualquer delito atentatório à vida. E mais: que se exigisse o cumprimento integral da pena estabelecida, sem essa de afrouxar para esses “vermes” que infelicitam muitas famílias envolvidas. Acabemos com essa história de progressão de pena, de indulto natalino, banho de sol e coisas tais. Se foi condenado a 200 anos de detenção, que se cumpra os 200 anos e se possível em regime fechado. Além do que, a imagem do bandido deveria ser veiculada, sim, em rede nacional, para que todos o conhecêssemos.
Até em termos pedagógicos essa seria a hora para que nossos políticos agissem em consonância com a sociedade, mostrassem que se acham solidários com o perigo que nos ronda diuturnamente e, enfim, que são dignos do nosso voto. Mas, aí, o que acontece ??? “Eles” (nosso políticos, claro), navegando na contramão da história e relegando o bom senso, de pronto deitam falação sobre a inconstitucionalidade de qualquer medida que vise reduzir a maioridade penal, bradam em alto e bom som que tal medida só faria piorar as coisas e por aí vai, sem que lembrem (convenientemente) que bastaria a aprovação e promulgação de uma PEC específica, objetivando obstar tal aberração.
Fato é que, se medidas duras não foram tomadas, os nossos “menores-coitadinhos” continuarão agindo impunemente e mais e mais famílias serão infelicitadas por esse Brasil afora. Por uma razão simplória: o tal livrinho, que versa sobre o “menor de idade”, transformou-se e constitui-se hoje num autentico “passaporte para matar”.

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Post Scriptun: 01) Agora, aqui prá nós: alguém duvida que se alguém se dispusesse a “pagar” para que “eles” emendassem a Constituição com esse objetivo, eles o fariam de pronto ??? 02) E se  a vítima fosse um dos familiares deles (esposa, filho, pai), será que se sensibilizariam ???  

Abriu pra Juventude será realizado no Crato