por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 21 de setembro de 2013



Eles cresceram, e eu não percebi.

São adultos, quarentões, mas ainda me parecem frágeis e carentes de colo.

Existe uma dor humana no coração materno. Uma ferida aberta que sorri e chora.

Paz e sobressalto. Olhar vigilante já despido de malícia. Se um filho não está OK, a gente se desconserta, e busca milagres ou respostas no brilho de estrelas, que talvez nem mais existam.

Vivemos por um fio...

 Aparo arestas e cantarolo, enquanto tempero o rango.

 Aumentei lugares na mesa. Somos muitos: família!

Quando marco ausências, me engasgo num soluço, e disfarço num olhar distante, até alcançar a utópica felicidade. Espremo gotas de alegria, mas elas parecem  cristalizadas, num ponto de saudade.

Craques do "crack" - José Nilton Mariano Saraiva

Pejorativamente, para eles somos todos uns “paraíbas”. Não importa que você tenha nascido no Ceará, Piauí, Pernambuco, Maranhão ou em qualquer um dos nove estados que compõem a Região Nordeste. De acordo com o decretado pelos “gênios-pedantes” moradores das regiões Sul-Sudeste do país, somos uma só raça, os “paraíbas”, e PT saudações (qualquer reclamação encaminhar ao Papa Chico).

Tal preconceito conta com um aliado importante para a sua consecução e propagação: as diversas redes de televisão, cujos núcleos centrais lá se localizam e que normalmente, quando se referem à Região Nordeste (em temas complexos ou não), o fazem de forma não muito lisonjeira ou até mesmo desrespeitosa (nas novelas, por exemplo, as falas e modos dos “artistas” que interpretam os “paraíbas” beiram ao deboche e ao ridículo; puro sarcasmo).

No entanto, contraditoriamente essa mesma televisão todos os dias É OBRIGADA a mostrar para todo o país o estado triste, abjeto e deplorável em que vivem determinados segmentos dos moradores daquelas regiões (Sul-Sudeste), que vivem sitiados em áreas conhecidas como “cracolândia”, onde o consumo de drogas pesadas é uma realidade que a todos envergonha.

Só que, quando é pra divulgar “estatísticas” fajutas a respeito da tragédia que se tornou o consumo de “crack” no país (com todos os seus malefícios), invariavelmente à Região Nordeste é creditado a maior parcela de culpa; aqui se localizaria o maior pólo consumidor da droga, aqui não existiria controle nenhum por parte das autoridades competentes, aqui o consumo seria por demais exacerbado porque só tem analfabetos, e por aí vai (pelo menos é isso o que consta da mais nova pesquisa lançada à praça).

No entanto, se tivessem um pouquinho de humildade, seriedade e uma nesga que fosse de clarividência, os institutos de pesquisa e televisões, examinando a questão com imparcialidade e à luz da realidade, facilmente  constatariam que é exatamente nas regiões Sul e Sudeste do país que se encontram, sim, os verdadeiros “craques do crack” (e que seleção imbatível).


São uns calhordas !!!