por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 2 de maio de 2021

O "PRESENTEAR" COM LIVROS - José Nilton Mariano Saraiva

 O “PRESENTEAR” COM LIVROS - José Nilton Mariano Saraiva

Dentre as muitas variáveis que caracterizam o pleno exercício da cidadania, o acesso à leitura deveria constituir-se peça necessária, primordial e absolutamente imprescindível.

E, na contemporaneidade, quando a competição por um lugar ao sol é das mais acirradas, evidente que a falta de leitura impossibilita o acesso de muitos a um outro mundo, obsta-o de ter uma visão mais abrangente da realidade, escraviza-o à criminosa permanência na longa noite da escuridão e da ignorância.

Não há, pois, atitude mais nobre e digna do que possibilitar aos que não têm condição, a perspectiva de descortinar um novo horizonte, de abrir novas portas, de agregar valores outros. E isso é feito, primordialmente, através da leitura.

Pois bem, viciados na leitura desde tempos imemoriais, e à época sabedores do lançamento do livro (de circulação restrita) “DIREITO À MEMÓRIA E À VERDADE (Comissão Especial sobre Mortos e Desaparecidos”, editado pela Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República, contatamos o conterrâneo Elmano Rodrigues Pinheiro, funcionário da Editora da Universidade de Brasília (que não conhecemos pessoalmente) buscando saber da possibilidade dele nos orientar como poderíamos adquiri-lo.

E aí, a surpresa agradabilíssima: é que, ao galgar o conceituado posto de produtor gráfico na Universidade de Brasília, entendeu ele ser chegada a hora de disseminar bibliotecas e distribuir livros pelo Brasil afora, doar-se de corpo e alma aos menos favorecidos, possibilitar-lhes o acesso à cidadania através do saber e do conhecimento.

Por conta própria, ser uma espécie de “multiplicador da cultura” ou “inusual farol de um porto seguro”. E tudo isso, anonimamente, sem propaganda, sem alarde, sem fazer barulho nenhum, sem contar com qualquer verba de quem quer que seja. Trabalho de formiguinha: solitário, persistente, incansável, sofrido, mas... gratificante.

Certamente que apegado e imbuído àquela filosofia de “fazer o bem sem olhar a quem”, adotou o revolucionário e estimulante lema de que “O LIVRO PRECISA IR ONDE O LEITOR ESTÁ”, daí já ter distribuído livros para mais de 200 (duzentas) bibliotecas nordestinas (dentre as quais cerca de 50 do seu querido Ceará), perfazendo um total de mais de um milhão de livros doados. Que outros sejam estimulados a seguir seu exemplo.

Existe atitude mais nobre que o “PRESENTEAR” COM LIVROS” ???

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Post Scriptum: sem qualquer custo (foi encaminhado através de um caminhoneiro), o "livrão/livraço", tem exatas 500 páginas, mede 30 x 23 x 04cm, pesa uns 03 kg e contém informações pormenorizadas e relevantes de milhares de vítimas da Ditadura Militar.