por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 12 de julho de 2025

 PRISÃO “PREVENTIVA” PARA O BOLSONARO, JÁ – José Nílton Mariano Saraiva

Só um cego não vê que esse disse-me-disse tratando sobre Bolsonaro não passa de jogo de cena, de enganação pura, de enrolação completa, de ganhar tempo para preparar sua fuga do país, antes que seja posta em julgamento sua possível condenação por parte da Procuradoria Geral da República.

Essa conversa mole de Trump tecendo loas a Bolsonaro, de ficar garantindo ser ele uma pessoa honesta, trabalhadora e que luta pelo seu povo, e que ele, Trump, pode até intervir num país soberano e democrático como o Brasil (pagaríamos pra ver) só nos mostra uma coisa: que os mafiosos se entendem, que bandidos da mesma linhagem são solidários em momentos de aperreio, que um tem que ajudar o outro quando encrencados.

E como os dois são comprovadamente antidemocráticos, como os dois mentem aos borbotões, como os dois foram os cabeças e incentivadores de golpes contra as próprias instituições e, consequentemente contra o povo, não se pode postergar a condenação do Bolsonaro, ou ficar nessa de divulgar que seu julgamento está sendo ultimado, que a tendência é pela condenação e tal (é dar muita bandeira, no dizer popular).

Deixar que os filhos (mentirosos, ou da mesma estirpe do pai), fiquem deitando falação sobre a possibilidade de Trump acabar com a taxação de 50% sobre os produtos brasileiros caso o Supremo Tribunal Federal desista do processo e proceda uma anistia ampla, geral e irrestrita aos participantes do golpe de 08.01 é, no mínimo, uma tremenda babaquice, a fim de descaracterizar o perigo iminente (ou terrorismo puro).

A essa hora (alguém duvida ???), Bolsonaro já deve ter obtido do Trump a garantia oficiosa de que a Embaixada americana do Brasil estará à sua disposição, a qualquer hora do dia ou da noite, para uma possível estadia por lá, por tempo indeterminado, ou até conseguirem embarcá-lo às escondidas, na calada da noite.

Como o próprio Bolsonaro já disse viver imaginando que a Polícia Federal o visitará numa manhã qualquer a fim de leva-lo à cadeia, por qual razão não atende-lo agora, prendendo-o preventivamente, enquanto a sentença definitiva não sai ???

Portanto, tornozeleira eletrônica nele, complementada por detenção “provisória-preventiva” em regime fechado e monitoramento de todos os seus movimentos, é o que se impõe (nada de colher de chá).

Não nos esqueçamos da máxima proferida por aquele velho filósofo, anos atrás, mas que continua tão válida nos dias atuais:  

“AOS INIMIGOS NÃO SE MANDAM FLORES, MAS, BANANAS... DE DINAMITE, PREFERENCIALMENTE DETONADAS Á DISTÂNCIA”.  

sexta-feira, 11 de julho de 2025

 

BRASIL – A  BOLA DA VEZ   ??? - José Nilton Mariano Saraiva

Não se constitui nenhum segredo que os Estados Unidos da América já há um certo tempo passam por sérias dificuldades no tocante a fontes energéticas, principalmente em razão da utilização desmedida do petróleo lá extraído.

 

Mas que, mesmo e apesar de, ao longo do tempo, enfrentar um corrosivo, desgastante e avassalador processo de decadência econômico-produtiva, se nos apresenta (ainda) como a maior potência do mundo em termos técnico-científico-bélico, embora a China, Rússia e Japão já “funguem” em seu cangote de forma ostensiva e ameaçadora, de um certo tempo até aqui.

 

Mas, como a “fonte” que sustenta esse suposto poderio americano - suas reservas petrolíferas - rapidamente se exaurem em função da “farra” e mau uso (seu consumo interno sempre se manteve nas alturas), sem que se lhes apresentem condições de diminuí-lo ou haja qualquer outra fonte alternativa no médio prazo, há, sim, a possibilidade iminente de um “stop” da atividade produtiva do próprio país, dentro de certa brevidade.

 

Portanto, pra que se mantenha a máquina em funcionamento, há uma imperiosa necessidade e um premente desafio de buscar, encontrar, extrair e até “ROUBAR” petróleo, onde houver petróleo abundante e em excesso (leia-se Oriente Médio, preferencialmente, dentre outros), senão o país mais poderoso do mundo inexoravelmente irá à lona, restará nocauteado.

 

Para consecução de tal mister, uma das mais eficientes armas utilizadas até aqui tem sido a distorção de informações (tal qual a utilizada pelos nazistas na Segunda Guerra Mundial), propagadas por uma mídia corrupta, amestrada e dócil, que tem papel preponderante na fixação do uso de certos métodos heterodoxos de “convencimento”, objetivando sejam atropelados ou aniquilados aqueles que se lhes postarem à frente, ou, até, os que ousem contestá-los ou confrontá-los (desde quando, por exemplo, os americanos respeitam fóruns coletivos internacionais tipo a OTAN, ONU, G-8, G-20, BRICS e tal, quando resolvem que têm de intervir mundo afora ???).

 

Assim, nada mais conveniente e apropriado (pra eles, americanos) que, hipocritamente, se autoproclamarem e tentarem difundir e manter o galardão de “XERIFES” do mundo, defensores da raça humana e dos bons costumes, protetores dos desvalidos, última reserva moral do planeta, solução para todos os males dos terráqueos e por aí vai, mesmo que a sua belicista prática diária se contraponha à teoria.

 

Necessário, para tanto, a provocação e manutenção infindável de um “conflitozinho” básico com um país periférico qualquer, mesmo que a milhares e milhares de quilômetros (contanto que abarrotado de petróleo) a fim de que, quando a coisa apertar e se tornar necessário, possam descredenciá-lo, jogá-lo às feras, pô-lo contra o resto do mundo, invadi-lo e, assim, tomar de conta das suas portentosas reservas minerais.

 

Afinal, quem não lembra do ocorrido no longínquo Iraque, anos atrás, quando os "gringos", sob o fajuto e inconsistente argumento da existência de letais armas químicas com potencial de destruir a própria humanidade, acionaram sua mortífera e poderosa força bélica com o objetivo único e exclusivo de apoderar-se do petróleo iraquiano, como realmente aconteceu (desde o começo desconfiava-se, e posteriormente se comprovou tratar-se de uma deslavada mentira o argumento das armas químicas).

 

Para tanto, na oportunidade, e sem nenhum escrúpulo, anunciaram e difundiram além mares a intenção de caçar, julgar e assassinar em tempo recorde o ditador-presidente Saddam Hussein. O que foi feito de pronto e sem maiores tergiversações (na forca e com transmissão ao vivo e a cores para todo o planeta). Uma descarada “interferência indevida” em assuntos internos de uma nação independente ???

 

Fato é que, como à época não houve maiores protestos ou reações, hoje os “xerifes” do mundo já tomaram de conta também das infindáveis jazidas petrolíferas do vizinho Irã, mesmo que para tanto tivessem que provocar mais uma carnificina num país distante; para tanto, e provocativamente, nada como assassinar covardemente (via mísseis) uma das figuras mais queridas dos iranianos, o general Qasem Soleimani, segundo nome na hierarquia daquele país, sob o argumento de que ele estaria a se preparar para assassinar americanos por todo o mundo (embora nenhuma evidência haja, sobre).

 

Fato é que, agora, que está comandado por um desqualificado e perigoso belicista de primeira hora, além de um potencial sonegador de impostos (Trump), a bola da vez é o nosso Brasil, porquanto, além de já ser um país que produz o próprio petróleo, oriundo do pre-sal, uma nova descoberta de jazidas petrolíferas superlativas (no litoral do Amapá), atrai a atenção de todo o mundo.

 

O inusitado, aqui, é que tão abjeta figura (Trump) conta com o apoio aberto, covarde e injustificável de um tosco e desequilibrado ex-presidente da república brasileiro (aquele que bate continência para a bandeira americana) que, já condenado pela Justiça brasileira por tentativa de golpe de estado, agora clama pela intervenção americana num país livre e soberano, sob o pífio argumento de irregularidades na eleição da qual saiu derrotado (na realidade, objetiva fugir da prisão iminente, sem se preocupar com o destino do país). Como tá demorando essa prisão...

 

De outra parte, nascido em berço de ouro e com o nome tomado emprestado de um personagem da Disney (Pato Donald), Donald Tramp sempre foi uma figura arrogante, prepotente e explosiva, e fez a própria fortuna atuando no suspeito ramo imobiliário americano. Foi um exímio sonegador de impostos durante anos e anos, mas sempre deu um jeito de fugir das raias da justiça.

 

Mais recentemente, ao também perder a eleição presidencial, instigou e sugeriu que seu rebanho atentasse contra o Estado Democrático de Direito e depredasse as instalações do Congresso Americano. O que foi feito, para espanto do mundo todo (e ele, que ficou de flozô, assistindo tudo de camarote, nenhuma punição sofreu).

 

Só que, ao “tomar corda” e pegar carona na barca furada de uma figura mafiosa e desprezível, que hoje o mundo todo reconhece como um golpista desqualificado (Bolsonaro) Tramp esquece que o Brasil não tem qualquer similitude com o Iraque e o Iran, e que um atentado ou tentativa de invasão contra um governo democraticamente eleito repercutirá profunda e negativamente para seu próprio país.

 

Alfim, uma simplória pergunta: se são tão valentes e protetores da humanidade, por qual razão não se metem com a China e a Rússia, que se acham assentadas e também “lambuzadas” num mar de petróleo ??? Será que o arsenais nucleares chinês e russo os assusta tanto ???

 

Ou temem um outro 11 de setembro ???

 

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Post Scriptum: 

 

Não esqueçamos que foi Bolsonaro, em 2019, que assinou o  acordo que ainda hoje permite o uso comercial da Base de Alcântara (MA) pelos Estados Unidos, durante sua visita a Washington (aliás, não há um prazo final para a retirada de lá  dos “yanques” e nenhum brasileiro pode acessá-la);

Foi também no governo Bolsonaro que se deu a abertura do setor de petróleo e gás, com a realização de leilões e a intenção de privatizar a estatal Pre-Sal Petróleo. No entanto, logo que assumiu, em 02.01.23, o Presidente Lula da Silva determinou a revogação do andamento das privatizações de oito estatais, incluindo também a própria Petrobras.

sexta-feira, 4 de julho de 2025

 CIRO GOMES, BEIJARÁ A MÃO DO BOLSONARO ??? - José Nílton Mariano Saraiva

Na perspectiva de se confirmarem as notícias veiculadas pela mídia política cearense, nos dando conta que no seio de agremiações partidárias tupiniquins às mais distintas, existiria realmente um projeto de lançar a candidatura do senhor Ciro Gomes à governança do Estado do Ceará, na eleição de 2026 (embora este tenha afirmado de público, em mais de uma oportunidade, que não mais concorreria a qualquer cargo público, em razão da rotunda reprovação do seu nome junto aos eleitores), é plausível imaginarmos que o majoritário PL (Partido Liberal) deverá comandar essa verdadeira “torre de babel”, que começa a ser erigida por essas bandas.

E como no PL a figura mais proeminente em termos de país é o Jair Bolsonaro (Valdemar Costa Neto é apenas e tão somente um presidente babaquara, simbólico), não há como negar, então, que deverá passar pelo seu crivo (do Bozo) a aprovação homologatória para que a candidatura Ciro Gomes se viabilize.

Em se concretizando tal desiderato, aí Ciro Gomes terá não só que, protocolarmente, “beijar” a mão do novo chefe, assim como deverá convida-lo para – juntos -   nos palanques da vida e, ao vivo e a cores, em nossas casas, via TV, à busca dos votos dos “desavisados” (os integrantes da “gadolândia” cearense, sozinhos, não serão suficientes para tal mister).

Fato é que será realmente uma cena histórica e inusitada (a conferir) a aparição dos dois (Ciro Gomes e Bolsonaro), sorridentes, lado a lado, desdizendo toda a adjetivação pornográfica que usaram, reciprocamente, um contra o outro (ladrão, corrupto e por aí vai), em embates recentes.

No mais, ao presidente de fato e por lei do PL, o ex presidiário Valdemar Costa Neto, restará assistir, de camarote, o histrionismo em seu mais puro esplendor.

Quem imaginaria.

quarta-feira, 2 de julho de 2025

 “MOVIDOS PELO ÓDIO E IRRACIONALIDADE” – José Nílton Mariano Saraiva

 

Depois de ter afirmado e reafirmado, de forma incisiva e peremptória, que não mais se candidataria a nenhum cargo eletivo, em termos de Brasil, tendo em vista a acachapante, vexaminosa e humilhante votação obtida na última eleição da qual participou (para Presidente da República, em 2022, quando obteve raquíticos ou pouco mais de 3.0% dos votos, ficando atrás até da estreante Simone Tebet), eis que o falastrão-demagogo, Ciro Gomes, já admite concorrer ao Governo do Estado, no próximo ano, através de uma inédita e heterogenia parceria política que começa a se formar aqui no Ceará (na verdade, trata-se de uma miscelânea de partidos de espectros políticos tão díspares quanto inimagináveis).

 

Movidos pelo ódio visceral ao presidente Lula da Silva, o objetivo precípuo e fundamental de tão destoantes figuras, evidentemente a serem comandadas por Ciro Gomes na condição de candidato principal, é derrotar, a nível estadual seu ex amigo Camilo Santana, e a nível Federal, o atual Presidente da República.

 

Para tanto, pouco importa que um dos principais entusiastas e avalizadores da sua campanha seja o bolsonarista mor do PL no Ceará, o ultra conservador, vazio e reacionário Deputado Federal, André Fernandes, até outro dia seu maior desafeto político.

 

Tanto isso é verdadeiro que, deixando de lado qualquer escrúpulo, na chegada Ciro Gomes tratou logo de agradar à principal estrela do PL, Jair Bolsonaro, ao tomar a iniciativa de lançar e prometer apoio “full time” (em tempo integral) para o Senado Federal, o desconhecido pastor evangélico Alcides Fernandes da Silva, coincidentemente pai do André Fernandes (não esquecer que o irmão Cid Gomes está em final de mandato no Senado e com direito assegurado de tentar a reeleição: ou seja, poderemos ter o inédito confronto Cid Gomes X Ciro Gomes, através do candidato do PL indicado por este último).

 

Em termos práticos (ou trocando em miúdos), a concretização de tal cenário implicitamente significará que Ciro Gomes – quem diria – movido pelo ódio e irracionalidade, aliou-se definitivamente a Jair Messias Bolsonaro, visando derrotar Lula da Silva na corrida à Presidência da República.

terça-feira, 1 de julho de 2025

 É isso mesmo: é “nós contra eles”

Edward Magro)

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 Atualizado em 1 de julho de 2025 às 12:28

Nas últimas legislaturas, a escolha do presidente da Câmara, no Brasil, não tem sido exatamente um exercício democrático. Tem sido, antes de tudo, um rodízio no comando de um negócio sujo — muito sujo — e altamente lucrativo.

Sai Arthur Lira, entra Hugo Motta. Antes deles, Eduardo Cunha. A linha de sucessão é nítida: um gângster forma o outro e passa-lhe o bastão da rapinagem. Motta foi criado em cativeiro por Cunha. Foi adestrado, moldado, lapidado para manter a engrenagem da impunidade funcionando com precisão. E funcionando muito bem, sobretudo para quem jamais pagou impostos. Nem pretende.

A sucessão gangsteriana garante a eles a sobrevida pelo exercício contínuo da impunidade. Hoje, mesmo sem cargo, Eduardo Cunha, operador do golpe de 2016, desfila livremente pelos corredores do Congresso como uma celebridade da delinquência institucional: a prova viva de que, no Brasil, para defender os endinheirados, o crime compensa.

Já foi condenado, cassado, denunciado. Mas lá está, lépido, oferecendo conselhos a quem quiser aprender como delinquir com elegância, e sair ileso. É um farol. Uma luz negra que guia os caminhos do centrão e do bolsonarismo. Pelo que consta, Lira, mesmo atolado em denúncias, continua sendo o crupiê da jogatina parlamentar.

Desde o golpe que alçou Michel Temer à presidência, o Congresso deixou de ser uma arena política para se tornar filial do sistema financeiro. A pauta é ditada por banqueiros, fundos de investimento, rentistas e, agora também, pelos donos das casas de apostas.

O voto virou ativo. O deputado, passivo. Não é metáfora: o capital financeiro investe em campanhas e, como não há almoço grátis, exige retorno. Lucro, aliás, é o que move cada vírgula aprovada sob a maravilha arquitetônica de Niemeyer.

Não por acaso, quando se discutiu a taxação dos BBB — Bancos, Bilionários e Bets — o Congresso respondeu com um “não” silenciosamente retumbante. Um “não” obediente, prestativo, quase submisso. Um “não” calado, sem explicações. Apenas “não”. E o eleitor que aguente.

Afinal, o Brasil tem um dos povos mais tributados e uma das elites mais isentas do planeta. E isso, curiosamente, não constrange nossos rentistas; mesmo num mundo em que há bilionários clamando por tributação de suas próprias fortunas.

Para garantir o resultado da votação, realizada nas altas horas da noite, enquanto o trabalhador dormia para enfrentar o dia seguinte, os jornalões e as emissoras de TV fizeram o que sempre fazem: durante uma semana inteira, manchetes e colunistas bradaram contra a “insegurança jurídica” de tributar os ricos.

A tal “punição ao mérito” foi elevada à condição de tragédia nacional. Nas redes, a milícia digital de perfis falsos contratados despejou memes ridículos sobre o “perigo comunista” de cobrar imposto de quem lucra bilhões sem dar nada em troca.

Tudo parecia alinhado para mais uma encenação do velho teatro neoliberal. Mas, desta vez, algo saiu do script. O governo — Lula, Haddad e companhia — rompeu o silêncio e foi à luta. Explicou, confrontou, desmascarou. E o caldo entornou. A opinião pública, geralmente tratada como distraída, percebeu o truque. E foi o bastante para disparar o alarme entre os donos do poder.

A reação veio pelas mãos sedosamente hidratadas de João Doria. O lobista do atraso convocou uma reunião de emergência com “empresários” — leia-se, financistas de punho rendado, especialistas em viver do suor e do sangue dos outros — para exibir apoio a Hugo Motta e animar os deputados a seguirem firmes em sua disposição de usar o Legislativo para institucionalizar, com toda a liturgia legal, o assalto ao orçamento público.

Era preciso garantir que o plano de continuidade não escorregasse na lama da opinião popular. Acalmar o mercado. Manter o Congresso na coleira. E deixar claro, para o cidadão comum, quem é que manda ali dentro.

Para mim, esse convescote apressado é, ao que tudo indica, um sinal de fraqueza. Eles sentiram o golpe. Estão frágeis. Tenho para mim que, pela primeira vez em muito tempo, o capital hesita. Pela primeira vez, os ventríloquos do poder temem que o público resolva ouvir sua própria voz.

Ontem, a mídia deu palco para Hugo Motta anunciar um rompimento com Haddad, acusando o governo de estimular o discurso do “nós contra eles”. Pois que seja! É isso mesmo. De um lado, o povo que paga impostos e mal usufrui dos serviços públicos; de outro, uma elite rapinante que se apropria da parte mais robusta do orçamento nacional.

Que bom que o governo foi direto ao ponto. Que ótimo que Motta acusou o golpe — e partiu para a chantagem aberta.

É agora. Hora de irmos às ruas. De lembrar que, desde 1889, quando a República foi proclamada para livrar a elite agrária dos impostos imperiais, os ricos deste país vivem sob um regime de exceção fiscal. O tempo passou. A lógica ficou. Até hoje, o Brasil segue sendo um dos raros lugares onde um bilionário paga, proporcionalmente, menos imposto que o camelô da esquina.

Essa escolha não é apenas econômica. É moral. Ou seguimos aceitando que o país seja governado por prepostos do capital, ou retomamos as rédeas da democracia. Hugo Motta não é novidade. É apenas o novo gerente da velha rapinagem. Mas eles não são eternos.

Eles têm o dinheiro. Nós somos o número. Se ousarmos, podemos derrotá-los.

quinta-feira, 12 de junho de 2025

 ”CRÔNICA E UMA COVARDIA ANUNCIADA” (Edward Magro) 

Vi apenas um pedaço da oitiva do miliciano genocida. E bastou. Não por distração, tampouco por falta de interesse, mas por respeito aos meus "instintos mais primitivos". Há cenas que, assistidas por tempo demais, comprometem não só o fígado cívico, mas também a flora intestinal da dignidade.

 

Sofro, e não escondo, de uma dupla fragilidade pessoal que muito me limita como espectador do grotesco. A primeira, fisiológica: meu estômago não tolera vermes, sobretudo os rastejantes — essa subcategoria biológica que transita entre a baixeza e o cinismo com espantosa desenvoltura, como é o caso do meliante em "cuestão".

 

A segunda, moral: nutro amplo, geral e irrestrito desprezo por cagões. E não me refiro aqui à frágil condição humana diante do medo legítimo, mas à covardia como método — esse hábito vil de esconder-se atrás de bravatas e fanfarronices, de posar de herói no meio da brodagem enquanto, na vida real, se é apenas um frouxo.

 

Do pouco que assisti, bastou-me a cena do bravo valentão da 5ª série — outrora herói de cercadinhos patrióticos — agora entupido de calmantes, suando mais do que estagiário em entrevista de emprego. Senti pena, sim, mas não dele. Pena de um Brasil que, depois de tudo, ainda oferece crédito moral a um peidorrento dessa magnitude. Um país que tolera esse tipo de bravateiro de fralda emocional precisa urgentemente de um Bolsa-Sanidade.

 

A performance foi exemplar. No pior sentido possível, é claro. O valentão, aquele que prometia resistir à bala e desobedecer a qualquer ordem do STF, portou-se como todo fascista: covarde, mentiroso e, acima de tudo, cagão. Muito cagão. Não há aqui insulto gratuito, mas diagnóstico político. A coragem dos fascistas é sempre performática; a verdade, um risco a ser evitado; a retórica, uma cortina de fumaça produzida, em geral, pelos mesmos gases que propulsionam suas convicções intestinais.

 

E, ainda que breve tenha sido meu tempo diante da tela, vi o suficiente. Suficiente para constatar que o golpista, especialista em montar sua própria forca, lançou-se ao precipício com a corda cuidadosamente enrolada no pescoço. Sua capacidade de autoincriminação foi exuberante, para dizer o mínimo. A mesma toada foi seguida pelos outros três milicos militares e pelo milico civil, todos tão peidorrentos quanto. Cada um deles teve, como exige o devido processo legal, a chance de se defender. Poderiam, com alguma inteligência, um pouco de pudor e respeito à inteligência alheia (e à do juiz), gabaritar o tal standard probatório que os advogados tanto gostam de invocar. Preferiram mentir. Escolheram continuar arrastando uma mentira viscosa e venusiviana, cheia de fantasias exo-esotéricas, coisa de alucino-siderado. A recompensa por tanto empenho virá na forma de uma condenação robusta. E merecida. Pelo grotesco espetáculo que protagonizaram, não há como escaparem das penas máximas.

 

Do ponto de vista estético, foi um dia horroroso para a humanidade. Um desfile de olhos vermelhamente cocainados, orelhas baixas, olhares bovinos, bocas pergoteadas, vozes fracas e trêmulas por excesso de calmantes — típico de quem sempre esbravejou nos bastidores, mas, diante do juiz, se borra como colegial flagrado colando na prova. Curiosamente, porém, para a democracia, foi um dia glorioso. Não pelas respostas — que não foram dadas —, mas porque o próprio teatro-zumbi, por mais grotesco, escancarou a verdade como só o ridículo é capaz de fazer.

 

Há quem diga que o riso é uma forma de resistência. Neste caso, o riso veio acompanhado do asco. Rimos porque não queremos vomitar. Mas não há como não rir, com ironia e desprezo, de quem passou a vida vociferando força e honra para, no momento crucial, se mostrar um rato tremelicante à beira do ralo, em suma, um! peidorrento cagão.

 

O Brasil, nosso querido país de memória curta e estômago de avestruz, talvez se esqueça logo do que viu. Mas seria interessante registrar, em letras miúdas — ainda que aqui, nesse desprezível Facebook — que, naquele dia, cinco peidorrentos sentaram-se diante da nação e confirmaram, com a própria boca, aquilo que os intestinos do poder já sabiam: não há coragem possível em quem vive da mentira. E não há redenção para quem faz da covardia seu suporte existencial.

 

Sim, foi um dia de glória. E o fedor que ficou no ar é apenas o perfume tardio da justiça que se anuncia."

quarta-feira, 11 de junho de 2025

 O ”GATINHO" E SUA “GATOLANDIA DESVAIRADA” – José Nílton Mariano Saraiva


“Nem eu esperava que ia me eleger presidente, tendo em vista quem eu era”. A frase, proferida ontem pela mediocridade de nome Jair Messias Bolsonaro, quando frente a frente com o sério, austero e preparadíssimo Ministro Alexandre de Moraes é, pura e tão somente, o autorreconhecimento do seu despreparo, da sua insignificância, da sua mediocridade, da sua falta de caráter (tanto que jogou a culpa de todo o ocorrido para colegas de farda e tachou de “malucos” todos os que, atendendo ordens dos militares, participaram do quebra-quebra de Brasília no 08 de janeiro). Mas, todos sabemos que não foi bem assim.

Para quem, meses atrás, do alto de um palanque armado em plena Avenida Paulista, gritou a plenos pulmões, sob o aplauso da gatolândia desvairada, que o Ministro não passava de uma “canalha” e que, a partir daquele instante não mais obedeceria ao STF, deve ter sido deprimente vê-lo literalmente “miar” ante o mesmo ministro, (com transmissão ao vivo para todo o Brasil) já que nervoso, trêmulo e balbuciante; assim, por mais de uma oportunidade pediu desculpas pelos excessos cometidos no passado, porque... “era o meu jeito” (não, por favor, nada de compara-lo ao grande Frank Sinatra).

Fato é que, nunca antes na história desse país, assistimos a uma desmoralização pública tão acachapante, tão vergonhosa e tão merecida, renovando nossas esperanças de que a sua condenação está próxima (possivelmente lá pra meados de setembro).

E aí, festa para advogados famosos, que já lambem os beiços e preparam o bote, porquanto sabedores da fortuna (R$ 18 milhões) que o próprio conseguiu, via PIX, dos idiotas componentes da gatolândia desvairada; , irão alegar que, pela idade e devido a problemas de saúde (forjados), o vagabundo deve simplesmente usar tornozeleira e ir para casa desfrutar dos milhões doados por imbecis da sua laia (tai o Collor de Mello, condenado, mas cumprindo pena numa cobertura de tão somente 600 metros, na praia mais famosa de Maceió; a essa altura, a tornozeleira já deve ter sido removida e, assim, na calada da noite, o distinto deve frequentar alguns points privativos de gente cheia da grana).

Portanto, que os integrantes do Supremo Tribunal Federal não caiam nessa, porquanto os crimes cometidos por essa figura horrenda e horrorosa não merecem compaixão; então, deverá ser Papuda ou Bangu o destino futuro desse babaca imprestável, sob pena de uma frustração amazônica tomar de conta de todo o país.