por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 24 de fevereiro de 2013

por socorro moreira






As histórias de fadas sugeriam que depois da dificuldade o final feliz acontecia  e,  a plenitude adquiria fórum na eternidade.Desconfiava que a vida real fosse diferente, e pra neutralizar minhas poucas esperanças, lia história românticas, compulsivamente. Nada como Romeu e Julieta. Os amores precisavam terminar juntos e pra sempre- isso me agradava.
Logo na adolescência comecei a derramar as primeiras lágrimas por pequenos desencontros. Imaginava que o caminho da vida era curto, porem intenso. O preço por cada vivência era cobrado com lágrimas. A leveza de um instante mágico voava naturalmente, e só restava uma saudade duradoura. Não existiam fórmulas para que a felicidade perdurasse,
Com o passar dos anos, a roda da vida, em seu giro, voltava ao mesmo ponto, e encontrava a casa, a cara, e até a mangueira da calçada desaparecidos ou com marcas que antes nem existiam. Nos primeiros instantes o coração pulsava um amor latente. Na seqüência a realidade imperava outras atitudes, e os caminhos novamente se descruzavam.
O que é o amor?
O que faz manter o amor?
Qual o papel do destino, nas nossas escolhas, se é que elas existem?
Assumir um amor é superam o impossível, é esperar o final feliz, quando a tristeza da morte arrebata um dos dois?
Depois da morte tudo é luz, num escuro, onde poucos ou nenhum se reconhecem?
A beleza do encontro se faz na terra com dor; a beleza do encontro se faz no céu sem uma nota de desamor?
As pessoas se separam porque no fundo nunca amaram?
As pessoas se separam por seus destinos terem sido violados, por causas injustas e despretensiosas?
Existe a necessidade de objetivos comum, doação, tolerância, pra que se possa vencer o desgaste natural de uma relação?
Encarar a solidão é perder a capacidade da ilusão. É perder a memória das histórias de fadas, e encarar a humanidade como um grande celeiro de príncipes e princesas, que precisam uns dos outros.
O resto é sexo. Um susto, um suspiro passageiro, que não poderia enganar os sentidos. È um ato natural, que pode acontecer sem nenhum compromisso. Um dia ele vai ficando longe do nosso desejo. Um dia ele vai ficando com preguiça de tentar sentir o que já não sente.
Um dia tudo vira ternura, carinho, e o bem estar de um abraço, ou um afago de mãos.
Não se enganem, nem enganem... O mundo já vive de muitos enganos. A verdade é que a vida tem fim.