por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Que me desliguem toda vez que tocar Just for Tonight - por José do Vale Pinheiro Feitosa


Existem coisas que acontecem conosco. Tinha eu dezesseis anos de idade em férias entre dezembro e janeiro de 1964/65. No circuito Juazeiro e Petrolina. Naquele tempo não havia telefonia interurbana. Apenas rádio amador e telegramas. Em certo sábado de janeiro todos fomos para um sítio no vale do Rio Salitre. Uma das primeiras áreas irrigadas do São Francisco. Entontecido pelos amores da adolescência repetia a faixa de um long play com a trilha sonora do filme Hatari. A música Just for Tonight que se encontra aqui no youtube: http://www.youtube.com/watch?v=hHGGFocDNRY&feature=PlayList&p=2066771E0F2826A2&index=10. Quando retornamos no domingo para a cidade, tão longo descemos do transporte e entramos na casa meu tio passou-me um cabograma do posto da VARIG: dava notícia que minha mãe morrera no sábado. A partir daí varamos a noite nos sertões de Pernambuco até o amanhecer já no Crato. Nunca mais consegui ouvir aquela música e não sou mágico e nem tirado a fantasias. Apenas não me deparei com ela até ontem à noite em paralelo com o que segue:


Simultaneidades desconhecidas,
Quando um amor vago prometia,
A centenas de quilômetros voavas,
E jamais por aqui pousarias.

Enquanto no sítio me divertia,
Apaixonado pela moça de perto,
O teu meio circulante transbordava,
Até o último suspiro e mais nada.

E dancei, com os passos da sedução,
Ainda mais significados pela música,
E noutro passo eras carregada,
Por uma multidão dramática e solene.

Aquela música entalhada no meu peito,
Just for Tonight, Henry Mancini, Hatari,
E nos desdobramentos de uma noite agônica,
Nunca mais ousei ouvi-la posto que prenúncio.

Entre a suavidade da canção de tons francesa,
Elsa Martinelli entre caçadores brutais,
Laçava o rinoceronte livre da minha vida,
Lancetava o plano de minha adolescência.

Nunca mais ousei ouvir aquela música,
Que tempo curto teve Gisélia em vida,
Quanto durei até para o filho gerar a neta,
E aquela mulher sonhadora acordou tão cedo.

Just for Tonight, entre parreiras do Salitre,
E tantos daquele tempo deixaram o tempo,
Como agora, novamente ouvindo-a,
Tangido por nuvens de lampejos.



 por José do Vale Pinheiro Feitosa

Flores- por socorro moireira



Volto aos meus sete anos, ou menos, quando minha mãe comprava rosas “La frança” , “avenca” e “sorriso de Maria”, no jardim dos Lino, perto de onde fica hoje a padaria P & Cia.
Com esse arranjo ela enfeitava os santuários da casa, ou a mesa da sala de jantar, nos dias festivos. Depois ela teve o seu jardim, numa casa do Pimenta, com todos os canteiros iluminados por roseiras.Hoje ela tem no muro, a trepadeira , cuja muda foi extraída dos terreiros da sua mãe, na Fazenda Santa Rita (Piauí).
Acho que o cratense, via de regra, adora flores. O comércio ainda é restrito. Considero como pioneira a esposa do Seu Ernani Silva. Era de lá que saiam os mais belos buquês.
Hoje temos outros floricultores, como Angélica... Mas, na casa de muitos de nós, existe sempre um pé de flor, ou senão um belo jardim!
As flores marcam as trilhas do meu caminho. Nem falo dos tantos lugares onde vivi como em Friburgo, que me arrodeava das orquídeas.
Falo dos ipês, flamboyants, dos jasmins, samambaias, e das trepadeiras que enfeitam os caminhos e muros de tantas casas.
E nem precisa ter muito espaço. Conheço um jardineiro que rega todos os dias a sua acácia. Passe por lá, na Rua José do Carvalho, entre seis e 8h da manhã, que verá.
Ele é nada mais, nada menos do que o místico e grande compositor Abidoral Jamacaru. Não conheço ninguém que entenda, e cuide tão bem das plantas, como aquele moço. Outro que me impressiona é o Blandino, e o próprio Salatiel... Pachelly, Bola, Ricardo, Samuel, Claude, Emerson são fotógrafos, cujas lentes não resistem a uma flor, seja ela a mais simples, a mais rara ou a mais bela!
Meu pai quando começou a namorar a minha mãe lhe presenteava todos os dias com uma margarida, e com ela minha mãe enfeitava os cabelos.
Hoje é dia de lembrar o colorido e perfume da vida. A vida brotando, no mistério da flor.

CRATO ASSIM COMO LÍGIA DO TOM JOBIM - por José do Vale Pinheiro Feitosa


Louvar-te sem esquecer teus pés de barro.
Amar-te tomando conta das tuas traições.
Sentir o sabor doce de tuas lembranças sabendo-as artifícios sobre o amargor.
E como Tom Jobim, no jamais com desejo de sempre, cantar-te.

Eu nunca sonhei com o Crato, / Nunca fui à Siqueira, / Não gosto de dança não vou ao Tênis / Não gosto de bica nem gosto de sal.

E quando de te me lembrei,/ Esqueci foi engano / O seu ponto não sei / Escorri na sarjeta as bobagens de dor / Que eu iria sofrer, não ... Crato Crato

Eu nunca quis vê-la do topo do alto / Num vale sem fim / De corpo pelado na praça bacana / Andar pela serra até o serão

E quando eu me desesperei / Não passou de insônia, a sua casa fechei / Fiz um xote rasgado das lixeiras da vida / Que juntei com você / É ... Crato Crato

E quando você me esquecer / Dos teus braços severos eu vou me vencer / Mas tuas fossas perenes / Me matam mais vezes que um tiro de sal / É... Crato Crato
 por José do Vale Pinheiro Feitosa

Mulher e Flor- Maria José Zanini Tauil




MULHER E FLOR

Romantismo é amor exuberante, exageros, sonhos e endeusamento da mulher amada.
Gonçalves Dias, além do indianismo, expressou, como todo poeta romântico, o sentimento amoroso na maior parte de sua obra.



(...) podia chamá-la -rosa
De musgo ou de Alexandria
Rosa de amor de poesia
Mais lhe não dava que o seu
Porque se essa flor mimosa
Já chegaste ao teu retrato,
Havias ver como a rosa
De repente esmoreceu!(...)

O eu-lírico, nesse caso rejeita a comparação da mulher amada à rosa. Continuando o poema, ele diz que é o amor que a musa sente por ele, que faz dela a mais bela
de todas as mulheres.

A comparação da mulher com a flor, talvez seja a mais utilizada pelos homens, graças ao perfume, beleza e delicadeza de ambas. Que mulher não gosta de ouvir tal galanteio?

Chamar mulher de flor virou lugar comum e caiu na banalidade. Evitando ser redundante, Drummond escreveu: "Minha prímula, meu pelargonio, meu gladiolo, meu botão de ouro. Minha peônia, Minha cinerária, minha calêndula, minha boca-de-leão. Minha gérbera, minha clívia..."

Quem não lembra de Cartola em " As rosas não falam, simplesmente as rosas exalam o perfume que roubam de ti"?

E você, minha amiga, já foi chamada de flor?

E você, meu amigo, estabelece essa comparação entre a mulher e a flor, ou, mais ousado, dá esse nome a uma pequena parte do corpo dela?



Maria José Zanini Tauil.

Qual a melhor religião ?- Recebida por e-mail



(Breve diálogo entre o teólogo brasileiro Leonardo Boff e o Dalai Lama. )

Leonardo Boff explica:

No intervalo de uma mesa-redonda sobre religião e paz entre os povos, na qual ambos (eu e o Dalai Lama) participávamos,

eu, maliciosamente, mas também com interesse teológico, lhe perguntei em meu inglês capenga:

- "Santidade, qual é a melhor religião?" (Your holiness, what`s The best religion?)

Esperava que ele dissesse:

- "É o budismo tibetano" ou "São as religiões orientais, muito mais antigas do que o cristianismo."

O Dalai Lama fez uma pequena pausa, deu um sorriso, me olhou bem nos olhos o que me desconcertou um pouco,

por que eu sabia da malícia contida na pergunta - e afirmou:

“A melhor religião é a que mais te aproxima de Deus, é aquela que te faz melhor.”

Para sair da perplexidade diante de tão sábia resposta, voltei a perguntar:

-"E o que me faz melhor?”

Respondeu ele:

- "Aquilo que te faz mais compassivo". Aquilo que te faz mais sensível, mais desapegado, mais amoroso, mais humanitário, mais responsável, mais ético...

A religião que conseguir fazer isso de ti é a melhor religião..."

Calei, maravilhado, e até os dias de hoje estou ruminando sua resposta, sábia e irrefutável...

Não me interessa amigo, a tua religião ou mesmo se tens ou não tens religião. O que realmente importa é a tua conduta perante o teu semelhante, tua família, teu trabalho, tua comunidade, perante o Mundo...

Lembremos:

"O Universo é o eco de nossas ações e nossos pensamentos".

A Lei da Ação e Reação não é exclusiva da Física. Ela está também nas relações humanas.

Se eu ajo com o bem, receberei o bem.

Se ajo com o mal, receberei o mal.

Aquilo que nossos avós nos disseram é a mais pura verdade:

- "terás sempre em dobro aquilo que desejares aos outros".

Para muitos, ser feliz não é questão de destino. É de escolha.

Com o acender das luzes-Por: Rosemary Borges Xavier

Fala-se que à noite os gatos são pardos... Todavia ao acender das luzes... Cada qual mostra sua pelagem... E a luz se faz para que tenhamos discernimento do que há na escuridão...

BREVE



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o tempo perdido
e s v a z i a
a poe sia

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“LÍNGUA PORTUGUESA”
Última flor do Lácio, inculta e bela,
És, a um tempo, esplendor e sepultura:
Ouro nativo, que na ganga impura
A bruta mina entre os cascalhos vela…
Amote assim, desconhecida e obscura,
Tuba de alto clangor, lira singela,
Que tens o trom e o silvo da procela
E o arrolo da saudade e da ternura!
Amo o teu viço agreste e o teu aroma
De virgens selvas e de oceano largo!
Amo-te, ó rude e doloroso idioma,
Em que da voz materna ouvi: “meu filho!”
E em que Camões chorou, no exílio amargo,
O gênio sem ventura e o amor sem brilho!
Olavo Bilac (1865 – 1918)

Faça sua inscrição Conversas Fotograficas


Conversas Fotográficas
Encontro com fotógrafos, artistas, estudantes e pesquisadores, que será realizado no Centro de Artes Violeta Arraes de Alencar Gervaiseau, Campus Pirajá – URCA Universidade Regional do Cariri, em Juazeiro do Norte – CE, nos dias 24, 25 e 26 de agosto de 2011, como parte das celebrações do dia mundial da fotografia. O evento é aberto à comunidade em geral.
A programação se constitui de palestras, mesa redonda, exibição de filmes, mostras fotografias, projeções. O evento tem apoio do Centro Cultural Banco do Nordeste,  do Fórum de Fotografia do Ceará, Poesia da Luz - Fotografia.
Como enviar suas fotos para projeção:
Nome Artístico você envia no e-mail:
Cidade:
Nome da Projeção caso tenha:
Envie através do link www.wetransfer.com
 Fotos  JPG em tamanho 3MB com dimensões no máximo 
5184x3456  e  15 fotos
As fotografias podem ser ensaios ou fotos avulsas.
Receberemos as inscrições até o dia 18 de Agosto de 2011 até 0:00
Aqui nós preparamos a projeção.
Os selecionados receberão certificado de participação.
Só receberemos as fotografias nesse e-mail conversasfotograficas@gmail.com
 Ficamos no aguardo da sua inscrição
 Cordialmente 
 Conversas Fotográficas

O tônico da alegria - Emerson Monteiro


As dificuldades importam pouco quando existe ânimo bom de olhar o mundo através das lentes do humor positivo. Revogar as tristezas e formar nuvens de tranquilidade significa doses de saúde em forma de causar sentido novo aos velhos desesperos das ausências de controle. Esse o jeito de dominar os sentimentos por meio dos pensamentos, que representa tudo nos momentos difíceis das estradas.

Ao pensar se abre a porta de receber os impulsos que vêm de fora. O sentimento mora na casa vizinha dos pensamentos. Antes de chegar ao sentimento, os impulsos primeiro batem na porta dos pensamentos.

Quando pisam os nossos pés, olhamos quem pisou, e o motivo. Em sendo nosso filho menor, por mero acidente, logo relevamos e até sorrimos em troca. Porém havendo as segundas intenções de um desafeto para nos provocar, sobe o fogo das respostas, o que haverá de se dominar a qualquer custo, para evitar desgostos e traumas.

Sim, isto para falar na alegria. Antes das risadas, queremos motivos. Raros, raríssimos, são os bons humoristas neste mundo. Programas ditos de humor, na televisão brasileira desta fase, por exemplo, causam mais contrariedades do que alegria. Filmes e atores que fazem rir custam a surgir. Marcaram época, Carlitos, Cantinflas, Oscarito, Chico Anísio, ligeiro desaparecem e deles poucos nascem.

Saber rir... que rara qualidade nos seres humanos. Dados à fria competição, perderam a virtude das boas risadas, do sorriso nos lábios, da gentileza e da esportividade. Meio que imitando as máquinas que fabricam com tanto gosto nas indústrias, os habitantes das cidades cavam um pezinho para xingar, agredir e soltar o instinto agressivo de suas máquinas individuais. Enquanto isso, estudos revelam o papel principal da alegria na manutenção da saúde. Querem paz no coração, no fígado, nos intestinos; horas agradáveis de sono; boa digestão; bons relacionamentos com os nervos; recebam de bom grado as circunstâncias felizes dos dias.

Este tônico vale ouro, o senso de humor que amacia as crises, desavenças e notícias desagradáveis, assim como o Sol clareia as sombras da noite e abastece de esperança a riqueza de todo dia.

Convite Missa de Sétimo Dia

A família Figueiredo convida parentes e amigos para celebração da Missa da Esperança em sufrágio da alma de Emília Figueiredo Pimentel, ao sétimo dia do seu falecimento a se realizar na Catedral de Nossa Senhora da Penha, ás 17 horas desta quarta-feira, dia 10 de agosto de 2011. Antecipadamente agradece a solidariedade de todos.

A NASCENTE DO RIO SÃO FRANCISCO





 
A NASCENTE DO RIO SÃO FRANCISCO


A Serra da Canastra é um conjunto
de montanhas
em forma de uma imensa canastra de couro.

As cercas de pedras costeiam os morros
desgraciosas
tirando graça de sua própria falta de graça,
como cercas naturais
até chegar a um Curral de Pedras.

A poeira esbranquiçada é um
pó de pedras
no campo amarelado pelo sol.

As sempre-vivas resistem entre as pedras.

Um casal de gaviões-carcará numa elevação de pedra
domina o horizonte.
.
O vôo negro e vermelho dos guaxos protege
os seus ninhos emaranhados.

Um tamanduá sossegado cruza a estrada e
some no cerrado.

No meio do mato uma pequena poça
cheia de girinos
se abre em dois filetes de água e
vem formar um riacho
deslizando de manso entre as pedras.

Aqui nasce o Rio São Francisco.


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