por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 30 de agosto de 2015

Saiba quem são os vilões

De primeira.
O outro.
Aquele que, aparentemente, lhe expulsaria da posição em que se encontra, criaria barreiras ao seu caminhar, prometeria um futuro diferente do desejado, que irritaria com o som alto, o gosto estético, o ideário alternante, a fé desviante e assim por diante.
Sobretudo aqueles que, na falta de explicação melhor, estariam na raiz da sentença prometida pelo sistema econômico de que ficará mais rico e mais moralista.
E isso não se cumprirá para a quase totalidade das pessoas. Este mal-estar generalizado de que não se chegará ao pódio do sucesso e da posição de "primus inter pares" como semideuses de um Olimpo do lixão.
Os liberais são os que mais vilões temem. A santificação da individualidade foi aprisionada ao pódio do lixão de modo que nunca se tem um valor moral sem que a medalha de ouro lhe seja dada.
Aos perdedores, as favas.
Não existe razão no jogo em que o objetivo é um obstáculo. Um paredão intransponível o qual ninguém escalará e nem derrubará. Apenas os que já estão do outro lado na ocupação prévia do pódio.
Como apenas se olha para o Olimpo do lixão, é na cata dos despejos que toda a história se dará. E cada mão que, junto à garrafa pet vazia, tentar chegar, será o vilão.
O menor. O mendigo, aos que vão a pé para aqueles que se movem em rodas. Os que dependem dos perdedores dependentes. Os filhos. O outro no casal. O vizinho aparentemente mais bem-sucedidos. Os que parecem ter mais sucesso.
E claro os torcedores e partidários adversários.
Os vilões brotam diariamente como vocábulos da sentença do sucesso impossível. Seriam necessárias outras sentenças que não geram vilões.