O rio flui entre as montanhas
imóveis,
com seus rochedos cinzentos de joelhos
como velhos
mortos 
de fadiga.
O silêncio flui com a água sobre a nudez da terra
que flui 
com a carne 
da morte, como se da mesma fonte
entre os pássaros
e os bois
no pasto.
Tanta noite e somos manhã 
e somos estranhos fluindo com a água da dor,
cantando
a música do inverno,
essa brancura
de gelo
e inanição.
A morte lava o meu suor, as minhas feridas, a minha
angústia
e sou polido 
pelas pedras, por
este chão familiar e estranho – e reconheço
outro ser 
em mim, nesta desolação.
A limpidez das coisas e o sentimento de exílio,
enquanto a beleza flui
com o rio
e suas águas claras
e seu espelho
de ausência imóvel no dia longínquo,
rio 
fluindo, 
como a vida,
da ponta dos dedos.
 
Um comentário:
Likndo demais!
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