por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sexta-feira, 20 de maio de 2011

José Émerson Monteiro Lacerda


Artista plástico, escritor e cineasta, José Emerson Monteiro Lacerda nasceu no sítio Tatu, município de Lavras da Mangabeira, aos 26 de março de 1949. Foram seus pais: Luis de Lacerda Leite e Maria de Lourdes Monteiro Leite, os quais, em outubro de 1944, vieram a fixar residência na cidade do Crato, na qual José Emerson desenvolveu o seu aprendizado humanístico.
Ali, estudou na Escola Júlio de Carvalho (1955-1956), no Grupo Escolar Dom Quintino (1957-1958), no Ginásio Pio X (1959-1960) e no Ginásio Diocesano do Crato (1961-1967), tendo cursado Administração de Empresas (1972) e Comunicação e Jornalismo (1973-1976) na Universidade Federal da Bahia.
No Crato, realizou o seu curso de Bacharel em Direito, na Universidade Regional do Cariri/URCA, entre 1988 e 1993, tonando-se, dessa forma, advogado, com atuação marcante na seccional cratense da OAB-Ceará, na qual foi Presidente da Comissão de Direitos Humanos (1997) e Secretário Geral (2006-2008), distinguindo-se também como Coordenador da Assessoria Jurídica da Universidade Regional do Cariri (1998-2000) e Membro do Conseho Estadual de Defesa dos Direitos Humanos.
Foi presidente do Grêmio Farias Brito do Colegio Diocesano do Crato (1966), Secretário do Centro Acadêmico da Escola de Comunicação da Universidade Federal da Bahia (1973) e Representante Estudantil junto ao Departamento de Jornalismo da mesma Universidade (1975), exercendo, por igual, o cargo de Secretário do Centro Acadêmico do Curso de Direito da Universidade Regional do Cariri, em 1988.
Monitor da Disciplina Fotojornalismo, junto a Universidade Fedaral do Bahia (1975), na cidade do Crato foi Professor de Religião do Colégio Municipal Pedro Felício e Professor de Literatura e Redação do Colégio Diocesano, exercendo, em todo o Cariri, intensa atividade social e cultural, mercê da sua liderança e do seu carisma espiritual e comunicativo.
Funcionário das agências do Banco do Brasil em Brejo Santo, Crato e Salvador, Emerson foi Diretor-Secretário da Associação Atlética Banco do Brasil, em Brejo Santo (1969-1970) e em Salvador (1976), sendo Diretor-Financeiro dessa mesma entidade na cidade do Crato (1983-1985), onde se fez Presidente da Cooperativa de Consumo dos Funcionários do Banco do Brasil (1994-1997) e Diretor do Serrano Atlético Cratense ((1986).
Redator do jornal A Ação, orgão de divulgação da Diocese do Crato (1966-1967) e Diretor de Opinião e colunista do Jornal do Cariri, de Juazeiro do Norte, Emerson é sócio titular da Academia Lavrense de Letras e do Instituto Cultural do Cariri, do qual foi Vice-Presidente (1995-1996) e Secretário Geral (1998-1999).
Colaborador dos jornais Tribuna do Ceará e Diário do Nordeste, Co-editor da Revista Itaytera, colunista e revisor do jornal Gazeta do Cariri, cronista da Radio Educadora e redator de rádio-jornalismo da Rádio Araripe do Crato, no Cariri se fez uma voz altissonate como apresentador dos programas A Voz do Estudante, na Rádio Araripe, e Ritmo Brasileiro, da Rádio Educadora do Crato.
Componente do Jogral Passárgada (1966-1967) e ator de peças de teatro, entre elas Um Chalé à Beirra da Estrada (1966), dirigida por Alzir Oliveira, Emerson foi Sócio do Clube de Cinema da Bahia (1974), fazendo-se ali dirigente do curta-metragem São Gonçalo da Canabrava (1975) e roteireita de Salvador versus Automóvel (1976), sendo no Crato diretor do média-metragem Terra Ardente, realizado em 1977.
Como dirigente político e militante partidário na cidade do Crato, ali foi Presidente do Partido Democrático Trabalhista (1987-1992) e Vereador à Câmara Municipal (1989-1990), da qual foi primeiro-secretário (1989-1990) e presidente da Comissão de Justiça e Redação (1991-1992).
Realizou exposições individuias e coletivas, nos campos da fotografia, desenho, pintura e colagem, e participou da Massafeira Livre, em Fortaleza (1979), o mais expressivo movimento das artes cearenses, após a ditadura militar.
Foi fotógrafo do Jornal Coisa Nostra, de Salvador (1975), e do filme Daniel, o Capanga de Deus, de João Batista Reimão Neto, realizado este último em São Paulo, em 1977, tendo participado, por igual, de exposição individual de colagem, em Fortaleza, e de exposições coletivas de fotografias, nas escolas de Comunicação e Arquitetura da Universidade Federal de Bahia.
Pesquisador nas áreas da comunicação, psicologia e religião, publicou os livros Sombra e Luz (1991) e Noites de Luz Cheia (1996), ambos editados de forma independente; e bem assim: Cinema de Janela (São Paulo,Terceira Margem Editora, 2002) e É Domingo ( João Pessoa, Edições Fabulação, 2006).
No campo da atuação espírita, Emerson Monteiro Lacerda destaca-se, por igual, como uma das lideranças do movimento kardecista no Cariri, onde foi Presidente da Associação Espírita Alan Kardec (1980-1987), Vice-Presidente da Organização dos Centros Espíritas do Cariri (1988-1989) e redator e apresentador do programa Palavras do Alvorecer, na Rádio Iracema de Juazeiro, em 1987.
A sua inquietação existencial e metafísica, a sua intuição literária e a sua cultura filosófica fazem de Emerson Monteiro um dos maiores intelectuais do Cariri. É rica e diversificada a sua atuação e a sua disposição de servir e de amar o próximo, sendo fascinante, por igual, a sua liderança, o que constitui um plus na personalidade desse grande artista cearense.
Cronista da estética visual e arquiteto supremo do texto literário, Emerson é uma das legendas do município de Lavras da Mangabeira, não apenas na atualidade, mas em todo o seu contexto histórico.
Orgulho-me, como poucos, de ser seu conterrêneo, e especialmente de ser leitor e admirador da sua escritura literária, amplamente recortada por símbolos visuais e alegóricos: humana, inapelavelmente cósmica e sugestiva, assim como o tecido dos nossos melhores escritores.

(DIMAS MACEDO).
Cidade do México,
04 de fevereiro de 2010

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