Tudo, menos dilatar as pupilas. Sou do tempo em que para voltar ao normal precisávamos de até 8 dias. Um castigo! Sem leitura, sem estudo, sem cinema, sem enxergar a cara no espelho. E a vida interior comemorava, apelava atenção. Os pensamentos fervilhavam, como num salão de festas... Afinal não comprometia a audição. E eu ficava no pé do rádio esperando as canções.
Hoje meu olhar fica embaçado, sem uso do colírio. Cadê meus óculos ? Pergunta insiste que vivo fazendo a mim mesma. Sem eles, nada feito!
A partir desta poeira levantada pelo escritor Zé do Vale, entrei numas de encarar tudo na vida que o meu olhar resolve embaçar... Como se nuvens, brumas , chuvas, fossem matéria prima da minha consciente ou consciente incompreensão.
Quero muito enxergar sem ver. Acreditar, sem que me façam nenhuma promessa... Confiar no coração humano, no fundo, pleno de boas intenções, mas falível, apressado, desligado, como o meu.
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