por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 22 de setembro de 2011

Jazz em Belo Horizonte - por Geraldo Oliveira


Belo Horizonte sempre foi uma cidade representativa no cenário do jazz e da musica instrumental no Brasil.
Nos anos 50, o baixista Paulo Horta, irmão de Toninho criou o Jazz Fã Clube. A partir das audições noturnas, o grupo desenvolveu o gosto pelo jazz, ouvindo as bigs bands americanas, cantores e instrumentistas, desde o “Be-Bop” criado pelos negros. A geração de músicos ao lado de Paulo Horta era composta por músicos Luizinho Carneiro, Delê, Valtinho, Chiquito Braga, Aécio Flavio, Jairinho, Pascoal Meirelles, Hélvius Vilela, Ildeu Lino Soares e tantos outros.
Estes instrumentistas sustentavam suas famílias tocando na noite de BH e no interior, fazendo bailes, horas dançantes, e até carnavais. Mas pelo menos uma vez por ano, eles se reuniam e promoviam festivais de jazz e bossa nova no Instituto de Educação, na Secretaria de Saúde e Assistência (hoje Minascentro) e no Francisco Nunes, principal teatro da época.
Entre mostras e concursos, os festivais tinham como padrinhos, músicos e bandas vindas do eixo Rio - São Paulo, como Zimbo Trio, Tamba Trio, o saxofonista Vitor Assis Brasil e o pianista Guilherme Vaz. Orquestras mineiras foram criadas para estes eventos como a do Maestro Figo Seco, e do Maestro Peruzzi.
Uma nova geração de instrumentistas viriam se juntar a eles: Wagner Tiso, Paulo Braga, Nivaldo Ornelas e Milton Nascimento. Este encontro se deu na boate “Berimbau” do Edifício Maleta, centro de Belo Horizonte, reduto da boa musica e do jazz no final dos anos 60 - pré Clube da Esquina.
... Outros grandes nomes dessa geração eram: Hugo Luiz, Maestro Torres, Maestro José Guimarães, Getúlio, Dino, Plínio, Washington, Pedro Mateus e Luizinho da Guitarra. A maioria desses músicos foram uma grande referência para o guitarrista mineiro Toninho Horta, que hoje tem carreira sólida no exterior.
Nas últimas décadas, desde os Festivais de Inverno de Ouro Preto há 30 anos, foram desenvolvidas inúmeras iniciativas para a divulgação da música de qualidade. Surgiram instrumentistas que ao mesmo tempo são compositores e que desenvolvem suas carreiras gravando discos e se apresentando ao vivo. São eles: Marcus Vianna, Túlio Mourão, Gilvan de Oliveira, Geraldo Vianna, Cleber Alves, Juarez Moreira, Yuri Popoff, Chico Amaral, Celso Moreira, Beto Lopes e outros.
Hoje Minas Gerais é o estado onde mais se promove os festivais de jazz no Brasil. Vale a pena lembrar que o I Seminário Brasileiro da Musica Instrumental, idealizado e organizado por Toninho Horta e UFOP na cidade de Ouro Preto foi marco na história da musica instrumental em julho de 1986. Várias trabalhos foram desenvolvidos a partir do intercâmbio e estudos práticos e teóricos de musica, entre profissionais e estudantes de todo território brasileiro.
A cidade de Belo Horizonte recebe todo mês artistas de fora, mas também promove as pratas da casa. Para Toninho, “a prata” é “ouro”. O seu grande desejo atual é de dar um suporte maior aos mantenedores desta corrente musical singular e de inspiração infinita, que é o jazz de qualidade que se faz em Belo Horizonte.
Toninho Horta é hoje o guitarrista brasileiro com mais atividade no cenário do jazz internacional, com participações em festivais, teatros e clubs, e ministrando workshops em escolas de musica e conservatórios.
Por esta sua representatividade musical e cultural, além de sua intensa luta com a música de qualidade e as futuras gerações de instrumentistas, com certeza este projeto dará um grande avanço na consolidação da música instrumental e do jazz que se faz em Belo Horizonte para o mundo.

geraldo de oliveira

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