por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



terça-feira, 1 de novembro de 2011

Por José Carlos Brandão




POEMA MELANCÓLICO


Os telhados estão melancólicos, debruçados na beirada
das montanhas. As cigarras,
sonhando
um mundo livre de sanhaços,

quebram
as vidraças. O melro gostaria
de tocar
piano,
as teclas pretas e brancas convidam. Não é tempo das lágrimas

do arco-íris. É o tempo
dos girassóis,
das abelhas zumbidoras,
dos carrapatos
e das urtigas. Um soldado ergue um fuzil, aponta e atira. Uma pomba

cai morta.
Uma criança
cai morta.
As armas foram feitas para matar. E matam, sem piedade. Cumprem

sua função.
Um caranguejo anda de lado, medindo o terreno com suas
grandes pinças. O caranguejo
é triste. É triste
como uma caranguejola.

J. C. Brandão

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