por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 22 de agosto de 2011

O " Cinema Novo"- por Corujinha baiana



Cinema Novo



O filme quis dizer: "Eu sou o samba"

A voz do morro rasgou a tela do cinema

E começaram a se configurar

Visões das coisas grandes e pequenas

Que nos formaram e estão a nos formar

Todas e muitas:

Deus e o Diabo, Vidas Secas, Os Fuzis ,

Os cafajestes,

O Padre e a Moça,

A GrandeFeira,

O Desafio Outras conversas,


Outras

conversas sobre os jeitos do Brasil

A bossa-nova passou na prova

Nos salvou na dimensão da eternidade

Porém, aqui embaixo "a vida"

Mera "metade de nada"

Nem morria nem enfrentava o problema

Pedia soluções e explicações

E foi por isso que as imagens do país desse cinema

Entraram nas palavras das canções

Entraram nas palavras das canções


Primeiro, foram aquelas que explicavam

E a música parava pra pensar

Mas era tão bonito que parasse

Que a gente nem queria reclamar

Depois, foram as imagens que assombravam

E outras palavras já queriam se cantar

De ordem, de desordem, de loucura

De alma à meia-noite e de indústria


E a terra entrou em transe, ê




Entrou em transe ê

No mar de Monte Santo

E a luz do nosso canto

E as vozes do poema

Necessitaram transformar-se tanto

Que o samba quis dizer

O samba quis dizer: "Eu sou cinema"

O samba quis dizer: "Eu sou cinema"


Aí o anjo nasceu

Veio o bandido meteorango Hitler

Terceiro Mundo Sem Essa, Aranha, Fome de Amor

E o filme disse: "Eu quero ser poema"

Ou mais: "Quero ser filme, e filme-filme"

Acossado no limite da garganta do diabo

Voltar à Atlântida e ultrapassar o eclipse

Matar o ovo e ver a Vera Cruz


E o samba agora diz: "Eu sou a luz"

Da lira do delírio, da alforria de Xica

De toda a nudez de Índia

De flor de Macabéia,

de Asa Branca

Meu nome é Stelinha,é Inocência

Meu nome é Orson Antônio Vieira Conselheiro de Pixote

Super Outro


Quero ser velho, de novo eterno

Quero ser novo de novo

Quero ser Ganga Bruta e clara gema

Eu sou o samba, viva o cinema


Viva o Cinema Novo

(Gilberto Gil e Caetano Veloso )





Glauber Rocha




14/03/1939 Vitória da Conquista BA 22/08/1981 Rio de Janeiro RJ




Com o princípio de "uma câmera na mão e uma idéia na cabeça", deu uma identidade nova ao cinema brasileiro.

por Corujinha Baiana

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