por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 7 de janeiro de 2012

O Doutor do baião - Humberto Teixeira - Por : Norma Hauer



POEMA IMORTAL

"Oh, viva encarnação do eterno amor universal
Visão de mil venturas entre o bem e o mal
Às vezes na saudade és o paraíso,
Às vezes verdadeiro inferno trazes num sorriso.

Oh viva encarnação de um beijo ardente,sensual
Imagem de um passado original.
Tu és ventura e desventura,
Presente e despedida,
És ponto e contra-ponto
És a própria vida.

Fogaréu em cena de ciúme
Tu és também o mar e és perfume,
Lago azul, onde desliza um cisne erradio,
Tu és também fremente mar bravio.
Demônio, angelical, eu sei melhor que outro qualquer.
Poema imortal, teu nome é Mulher.”


Essa valsa, uma das que mais exalta a mulher, foi uma espécie de marca de Humberto Teixeira na voz de Orlando Silva. Orlando já gravara de Humberto um samba para o carnaval de 1946: “Só Uma Louca Não Vê”, mas “Poema Imortal”, embora não alcançasse o sucesso que merecia, ficou imortalizada em sua voz.

Mas não foi só isso que Humberto , nascido sob o signo de Capricórnio, no dia 5 de janeiro de 1915, em Icatu, no Estado do Ceará compôs antes de se tornar conhecido como o “Doutor do Baião”. Dois sambas sinfônicos, gravados por Deo e o Coro dos Apiacais praticamente abriram as portas da composição musical para HUMBERTO TEIXEIRA: “Sinfonia do Café” e “Terra da Luz”, em que lembrava que foi no Ceará que, pela primeira vez, os navios negreiros foram proibidos de atracar no Brasil.

Em “Sinfonia do Café” fez uma exaltação ao café, e, por esse motivo, foi convidado a tomar parte do corpo editorial da “Revista do Café”, do extinto Instituto Nacional do Café.

SINFONIA DO CAFÉ


Vem dos montes abexins ou do Yemen...
Das lendas de Omar ou do pastor...
Floresceu em terras várias e distantes,
Mas aqui, somente aqui, conheceu o esplendor!
Bonito de ver!
Que lindo de ver, que orgulho de olhar!
O homem bendiz
A terra onde brota a riqueza sem par!
E canta feliz,
Nos meses de abril,
fazendo a "derriça"
Colhendo os rubis do Café do Brasil!

Café que nasce até nas serras
Que viceja nas terras
Onde dão a copaíba e o jacarandá!
Café que fez a glória de Palheta,
O valoroso bandeirante que nos trouxe
De bem longe,
O ouro-verde para o Grão-Pará!
Café que todo mundo bebe!
Ó fonte de riquezas mil!
Café que fez famosa a Paulicéia
E espalhou aos quatro ventos
E através dos sete mares
A grandeza do nosso Brasil!
Do nosso Brasil!

Humberto foi também responsável pelo lançamento de Francisco Carlos, um cantor que ficou conhecido como “El Broto” exatamente por gravar, de Humberto , para o carnaval, o samba “Meu Brotinho”

Meu Brotinho, por favor não cresça,
Por favor, não cresça,
Já é grande o cipoal..;.”

Esse foi o Humberto Teixeira antes de conhecer Luiz Gonzaga e com ele “estourar” com os baiões do qual o exemplo maior é “Asa Branca”. E também é exemplo de que os compositores são os grandes esquecidos, quando o cantor é exaltado. Quando se fala de “Asa Branca”, o nome de Luiz Gonzaga é exaltado, enquanto o de Humberto Teixeira, autor da letra, nunca é citado.

Ficando conhecido por seus baiões, candidatou-se a deputado federal pelo Estado do Ceará e, nessa qualidade apresentou um projeto, que se tornou lei com o nome de Lei Humberto Teixeira, que previa o envio de caravanas brasileiras ao exterior.

Em uma dessas caravanas, Dalva de Oliveira apresentou-se em, Londres e, com a orquestra de Roberto Inglês gravou um baião de Humberto Teixeira de nome “Kalu”.

Neste trabalho quis mostrar o Humberto Teixeira que conheci quando fomos colegas como funcionários na então Faculdade Nacional de Medicina,

Norma Hauer

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