por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 29 de dezembro de 2012

Carinhosamente para Marina - José do Vale Pinheiro Feitosa


Uma porção de mar que banha uma região. A face da terra moldada pelas vagas dos mares. Os mares, marés, esse conjunto que oscila como um eletrocardiograma por vezes em ritmo sinusal, noutros em arritmia convulsa e transbordante. O mar de Marina.

Que é para os brasileiros o DNA que toda cultura expressa. Começamos a ser algo no universo variado dos povos, a partir de duas doçuras do viver. Falo dos presentes. Que são os que nasceram após os anos 30 do século XX.

Os doces que encantam as cordas vocais, moldam a face do povo, dissolvem a rigidez dos momentos e multiplicam o futuro como algo necessário. Viver é uma necessidade e não apenas uma opção, embora tantas decisões façam parte.

Um dos referidos doces tem a melodia de Pixinguinha e sempre que os brasileiros se fazem em rodas, com algum violão, ela surge como expressão da alegria de ser e viver neste território. Quantos povos podem exprimir conjuntamente: meu coração, não sei por que, bate feliz, quando te vê.



E seguir pelas ruas com os olhos contentes pela visão a despertar-lhe felicidade. Ora não existe fortuna maior na história do que pertencer a um mundo que não apenas se ilumina pelos nossos sentimentos, mas, ao contrário, ele é quem é a fonte da felicidade. A verdadeira felicidade: aquela que está lá e se manifesta com a própria força de seu bem-estar.      

Mas não me julgues radical. Não pulo para o outro lado da rua, como um rude a construir mensagens de sim e não. Sei da paz interior que inventa contentamento uma vez reconhecendo outra doçura da cultura brasileira.

Pertence ao meu domínio, à elaboração afetiva no meu interior, aos meus cuidados: que eu gosto e que é só meu, Marina você já é bonita com o que Deus lhe deu. A felicidade interna que por necessitar de tantas filigranas se aflita com este rosto pintado desnecessitado de cores quando é minha Marina, morena, Marina.


Não tenho como interditar o feito e tampouco negar a minha felicidade interior. E diante do inevitável, do expressamente acontecido, como acomodar no mesmo espaço este sentimento que quando se zanga, não sabe perdoar? E desse modo, entre o perdão que já nasceu com o pecado e o imperdoável que se desmanchando no ar resta-me ficar de mal com você.

E maravilhosamente a cultura une essas doçuras da música popular: o objeto da felicidade retorna à sua matriz externa de bem aventurança no espaço deste espetacular mundo. A grande felicidade é objeto real deste mundo a iluminar a pequena felicidade reconstruída nas sensações da memória e nos sentimentos de aproximação da vida.

À Marina um olhar Carinhoso.   

3 comentários:

socorro moreira disse...

Que bonito!
Bonito demais um coração , olhos,cabeça, que sabe dizer tudo que pensa, e até sente.
Assino em baixo do teu pensamento.
Ele nos ensina e nos faz sentir a vida real permeada de todos os sentimentos.
Somos teus fãs, Zé do Rio, de Paracuru, das Batateiras.
Zé de Teresa, de Sofia, Laura, das tias, irmãs, amigos, primos ,conhecidos e desconhecidos.
Zé do Brasil, universal, marino.
"Vc é bonito com o que Deus lhe deu"!

Stela disse...

Gostei desse passeio poético-musical.
Bela inspiração!

www.pedradosertao.blogspot.com disse...

Muito bom...

Porém, passei para desejar um 2013 bem diferente...além de paz, prosperidade e alegrias para nossos seguidores...meu desejo é que haja mais poesia para alegrar a vida!

Abraço do Pedra do Sertão