por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 30 de outubro de 2014

Enfim, encerrado o período eleitoral !

Mesmo com uma competição acirrada o resultado não me causou nenhuma surpresa.Votei na Dilma sem nenhuma emoção.Votei por acreditar na continuação dos programas sociais, e na sua boa intenção em corrigir e otimizar seu programa de governo.Tomara que ela seja iluminada na nomeação ministerial, e consiga cumprir algumas das suas metas.

Torci pela vitória da Dilma, sem nenhuma paixão, esclarecida pela opinião de algumas pessoas que respeito, como Zé Flávio, Zé do Vale,Zé Nilton,Everardo, Carlos Esmeraldo...Torci com certa frieza. Não tinha outra opção.

Domingo ,admirada com a tecnologia que dispara resultados imediatos, lembrei as apurações, comícios, e campanhas políticas vividas na infância e adolescência.

O rádio era o nosso veículo de informações. A sonoplastia da marcha da apuração ainda me arrepia...Com papel e lápis na mão anotava os votos , em cada uma das urnas, Minha família sempre ficou dividida entre partidos,candidatos.Minha avó paterna era pessedista doente, e meu pai udenista. Meu coração não sabia por quem pulsar. Era inflamada pelo desejo do meu pai, e respeitava  as expectativas da minha avó. Minha mãe se valia da prerrogativa do voto secreto e silenciava ...Não tomava partido para manter a harmonia e aplacar os ânimos da família. As passeatas se transformavam num carnaval fora de época. Dançantes, cantantes com criativas paródias. Na escola a classe se dividia. Felizmente os conflitos chegavam ao fim, quando o resultado da eleição ficava definido. Havia uma concentração no Crato Tênis Clube, aonde os votos eram escrutinados. Eu sempre ficava com pena de quem perdia...,mas exultava com a alegria do meu pai. Fui testemunha das vitórias da UDN, inclusive  da vitória de Jânio Quadros, quando coloquei na gola do vestido um
broche dourado, representando uma vassourinha. Logo em seguida, a frustração da sua renúncia. Naquele dia, meu primo Bartolomeu vibrou de alegria...E eu quis entender a situação...Aí comecei silenciosamente a torcer por Jango, e a fomentar meu espírito festivo, revolucionário. Eu não tinha completado 10 anos...

Vivi o período da ditadura militar com uma tristeza inexplicável, que se tornou crônica. Esperei muitos anos  pela volta do regime democrático, social.. Quis saber sobre materialismo dialético, mais valia, justiça social, e entender melhor os conceitos de fraternidade, liberdade, igualdade...

A música de Caetano me dizia:..." luxo para todos..." e eu nunca quis pouco!

O período Lula,Dilma mostrou-me uma nova realidade social.Chorei emocionada, quando votei a primeira vez em Lula. No pleito em que ele foi eleito..Antes vivi a tristeza de não ter Brizola como presidente do Brasil.
Nem Brizola, nem Miguel Arraes, meus candidatos do coração.

Acompanho diariamente o momento político,econômico do Brasil e do mundo. Tento ter uma visão sistêmica do panorama universal, mas continuo desconfiada com os nossos veículos de comunicação.Fico aliviada quando leio um texto de Zé do Vale...Considero-o meu guru político.

A todos os escritores do blog que contribuíram  com esta política esclarecedora, agradeço de todo coração!

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