por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Lucidez?



A primeira vez que eu fui a Várzea Alegre eu era menina de braços. Lembranças vagas.
A segunda vez, eu estava com 14 anos, terminara o ginásio, e fui passar as férias , na casa de Seu Mundim Tibúrcio com Ana Maria ( minha prima), Vilany e Maria Nilce.
Cheguei de tardinha, depois de muitas horas de viagem pela Serra de S.Pedro. De noite fui dar umas voltas na praça , querendo conhecer os meninos dos quais já tinha a ficha completa. Mas a praça estava vazia. Todos tinham ido para um forró, no Sanharol.
Quando o dia amanheceu, depois da primeira noite naquela cidade, fui pra calçada, apreciar o movimento. Míope, não enxergava o povo à distância. E, lá se vem, uma moça enfeitadíssima, de salto alto, colares, pulseiras e roupas vistosas... Parecia uma cigana !
Perguntei pra Maria Nilce : Vixe, quem é aquela tão pronta, que vem chegando , já com um sorriso imenso, na boca de batom vermelho ?
Ela riu muito, e deixou que a figura se aproximasse, e eu tirasse as minhas conclusões.
Era Francisca. Gostamos uma da outra de cara ( as doidas se atraem?). Aí foi logo se lamentando:
" Tenho um monte de apelidos... O povo daqui é gozador, sabia?
E, já que está chegando, se quiser minha amizade, não tome os meus namorados...O nome do atual é Rubens Diniz."
Eu pensei até em registrar tudo que Chica falava, nos 30 dias que passei em Várzea Alegre. A história de uma cidade contada pelas falas da Chica seria um livro de Filosofia !
Chica é uma, entre mil e umas , saudades minhas !
Eu só não nasci em Várzea Alegre porque nasci foi no Crato. Mas se tivesse sido ao contrário , eu também seria feliz !

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