por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

Dor de cotovelo




Lupicínio e a dor-de-cotovelo
As aparências enganam
Lupicínio Rodrigues


Vejam como as aparências enganam
Como difere a vida dos casais
Não são aqueles que mesmo se amam
Que sempre moram em lugares iguais

Uns se casam porque se querem
Outros somente por comprazer
Sem nem pensar que por mais que fizerem
Nunca haverão de deixar de sofrer

Com seu criado que está presente
Também se passa uma história assim
Ela casou-se com outro vivente
E eu tenho outra mulher para mim

Só uma coisa eu sempre reclamo
E até hoje não me conformei
Que quem casou com a pessoa que eu amo
Beije na boca que eu tanto beijei

* Essa música foi inesquecivelmente gravada pelo ilustre cearense Gilberto Milfont, contemporâneo do meu pai, na cidade do Crato. Eles cantavam juntos na antiga Rádio Araripe , nos anos 40.

* Assim falou Caetano de Lupicínio : as canções dor-de-cotovelo não falavam das histórias vivenciadas por ele. Segundo consta , no testemunho da sua mulher, foi muito feliz no amor e no casamento. Porisso que a sua "fossa" tinha perspectiva, um norte , uma compreensão racional.
O poeta fala da dor do outro , como se ela fosse sua...O que de fato é verdade. E Fernando Pessoa , quase disse a mesma coisa.
A gente que gosta de escrever fica esvaziado quando está desapaixonado ou sem sofrer ... Isso é mentira também. Pra felicidade , pra saudade e pro amor nunca falta pano pra gente costurar um poema. O que falta é o poema chegar, e dizer !
Não existe uma única canção de Lupicínio que eu não goste de cantar...
"...Êta dor/que não devolve quem se ama/ êta dor que ninguém quer dizer que tem/ disfarçada num sorriso mentiroso/ é um pedaço de saudade de alguém."
- Essa é mais uma dor da humanidade : a dor-de-cotovelo. Ainda bem que ela dá e passa !

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