por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

O carro de Pedro Maia


Hoje passei o dia no Juazeiro. Festa de aniversário com direito a todas as alegrias. Caio meu ficou mais velho. Tá virando um Senhor, e eu nem quero pensar muito nisso.
O fato é que no caminho lembrei as histórias de Carlos Esmeraldo, curti o companheiro sorriso de Magali, e pulei de trampolim para algumas das minhas lembranças. A primeira delas me fez voltar à infância. Não tínhamos transporte próprio, e usávamos os carros de aluguel, esporadicamente. Embora na praça já estivessem á disposição aero wills, fuscas, minha mãe só chamava, o Pedro Maia. O carro era lindíssimo para quem gosta de antiguidades, mas pra gente naquela idade era um carro caindo aos pedaços. O Pedro Maia por ser primo do meu pai, ganhava a simpatia da minha mãe, que nos dizia: “besteira... não quero que vocês se criem com respeito humano (nunca entendi... ou entendi?). Ela queria nos dizer , que a gente tinha que ter personalidade, e encarar as coisas sem nos preocupar com o que o mundo todo pensava ou fazia. Não deveríamos ter vergonha de fazer coisas lícitas, simples... Bom, eu e as minhas irmãs morríamos de vergonha de passear no tal carro. Um dia fomos esperar meu pai no aeroporto, vindo da Capital Federal (já era Brasília!), todo prosa, até de palito, tal e qual a situação sugeria. No caminho até chegar lá, por onde passávamos os meninos jogavam pedrinhas, e xingavam o carro velho. Nos acocorávamos pra que ninguém nos vissem. Quando meu pai chegou , olhou pra minha mãe com um riso de troça , e perguntou-lhe : Valda , e não tinha um carro mais novo”?
Bem feito pra Dona Valda... Ficou sem resposta.
Hoje eu daria tudo pra voltar àquele exato instante. Não só curtiria o carro daquela pessoa tão especial e amiga, como agradeceria à minha mãe a providencial escolha.
A gente precisa crescer para entender o valor de certas coisas!
Como fui idiota...!
E graças à minha mãe, eu hoje desfilo com uma sandália de griffe com a mesma naturalidade com que uso um chinelo de borracha... Aprendi !

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