por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 2 de janeiro de 2011

Vida itinerante de uma bancária - Macaé!



Outubro de 1983
Depois de percorrer o sul de Minas , atravessei os limites do estado do Rio de Janeiro, e fui me aproximando de Macaé.
Estava deveras curiosa. O Rio era um Estado que me encantava.
Como seriam as cidades do interior, praianas? Queria conhecer Rio das Ostras, Cabo Frio, Saquarema, Umuarama e Macaé !
Choquei-me com a exploração petrolífera, que diziam ter mudado a personalidade física da cidade, além de um custo de vida, altíssimo !
Optei em morar na pousada de um espanhol. Funcionários da Petrobrás, aviadores, também se hospedavam lá.
Senti falta dos coqueiros do Nordeste. As águas eram frias , e os pinheiros me reportavam a um recanto do Paraná, como bem dizia a música de Djavan.
Foi a primeira Agência que me deu uma oportunidade concreta ! O Gerente, mal cheguei ,designou-me para fazer curso de caixa , no Rio de Janeiro. Passei no Itajubá, Cinelândia, 30 inesquecíveis dias.
Com um intervalo , na casa da minha amiga Graça. E foi lá ,que aconteceu-me uma surpresa . Adivinhem quem veio para almoçar?
Salatiel e o seu violão !
Saíamos em grupo todos os dias depois do curso. Do Café Nice ao Maracanã.Voltei pronta para o atendimento ao público. Estava às voltas com a autenticação de papeis de caixa, pagamentos e recebimentos, e comecei a sofrer a tensão diária : será se o caixa vai bater ? Morria de medo de encarar as diferenças.
Fui lotada num posto de serviço da Petrobrás. A clientela era toda de funcionários daquela empresa. Um público exigente, mas interessante !
Na pousada jogava cartas com o pessoal, e , se ganhava uns trocados, perdia também apenas umas moedinhas. O apurado no jogo era gasto no supermercado. Com o produto das compras fazíamos um jantar coletivo. Era legal !
As meninas e meninos do Banco, jogavam voley de praia, e eu até arrisquei, mas decididamente não levava jeito.
Em contrapartida, vivi a experiência noturna, de pesca de camarão, numa noite de lua cheia. Inesquecível !
Macáe tinha uns barzinhos , tipo PUBs, e um estilo de vida meio americanizado, com a presença das offshores, que serviam de apoio à Petrobrás. Não entrei na intimidade dos nativos. Cheguei e voltei estrangeira. Mas guardo uma lembrança carinhosa da turma do Banco : Lina, Sônia ...
Viajava bastante nos finais de semana . Ora para ver um show no Rio, ora para curtir cidades como Friburgo, Teresópolis , Petrópolis, Búzios, e até Paraty e Angra.
Mal me adaptara, fui nomeada supervisora de Mauriti, no Ceará.
As vantagens somadas às economias , correspondiam a uma boa grana. Liguei pro meu pai, e questionei : compro um carro zero ou viajo por aí, até a grana acabar? Ele riu e disse: faça o que for melhor pra você ! E assim decidi: Pai, pegue um avião e chegue . O senhor será meu companheiro de aventura . Ele não pensou duas vezes. Chegou , e começamos a nossa excursão, que pretendo contar, no próximo capítulo ...!

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