por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 1 de janeiro de 2011

O bandolim de Seu Abidoral


Minha mãe era linda e ainda por cima, tocava bandolim.
Era de praxe, nas moças daquela época, dedilhar um instrumento, e ser uma boa prenda.
Seus pais se enterraram, numa fazenda do Piauí, batendo palhas de carnaúba, pra vender a cera, e sustentar os filhos no Colégio.
Todos vinham parar na casa da avó, que morava no Crato.
Vovô Chiquinho mandou buscar o bandolim da minha mãe, na distante São Paulo.Sabia que a filha estudava música, mas faltava-lhe o instrumento.E naqueles dias de férias, cochichou no ouvido da Valda: detrás daquela moita de malva, deixaram uma surpresa pra você… Era uma caixa com o bandolim, o método e as partituras.A alegria não foi desse mundo!
Valda passou a tocar choros e valsas, alegre e serelepe!
Um dia seu avô cratense, morreu de repente.Sua avó, morta de tristeza, sentenciou a penitência:
Nesta casa, durante doze meses, a música está proibida, em sinal de luto!
A Valda ficou tão desgostosa, que foi procurar Seu Abidoral pra vender o bandolim.
Seu Abidoral era um dos comerciantes antigos da cidade… Comprou, imediatamente. Não sei se pra revenda ou esperar tocando , a chegada dos filhos!
Bendita prole! De todos, conheço todos!
Ana Lúcia, Abidoral, Pachelly, Louro, Roberto, e Luciana (a caçula dos cachos de ouro!)...
Essa meninada, que cedo perdeu a mãe, está toda viva, e fazendo a história do Crato, em canto e versos… Com tudo registrado, em letras e fotografias!

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