por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 1 de janeiro de 2011

Petrolina



Petrolina?
Uma luz vermelha
Entre Crato e o Juazeiro
Boites?
Cinema da tarde...
Tempos de laquê no cabelo
Tempos de vento nos cachos
Das carrapetas.
Sussurros ou suspiros?
Um de lá
Outro de cá
Timidamente sorriam

Cruzar o olhar
Era de intensa magia...
Como ainda hoje...
Como em qualquer tempo
O olhar imagina, fura, entra...
Se entranha , como o Aracati

Hora feita é sempre carente da surpresa
Um bolero é canção das paradas sensuais
Um passo lá
Outro cá...
Nada além, no futuro do presente.

E nesse calor de novembro
a dança tem cheiro de gente
Não tem coração que mereça
Derreter eternamente.

“Eu necessito ver-te”.
Mais uma vez...”.
Altemar, vivíssimo.
Em surdina me acontece
Esqueço que abri a janela
E uma luz difusa
Em meu peito entra...
Atenda!

O amor sempre será
Como antes de antigamente
Um mistério
Um sonho ardente.

“Talvez fosse melhor”.
Que não voltasses
Talvez fosse melhor que me esquecesses...”

Sem princípio, e sem final.
O amor vaga, sem um cais.
Rumo a um paraíso nunca achado
Lá o tédio é impossível.

E nesse vazio abissal
Eu escorrego levemente
E misturo-me
Ao éter do sentimento

Sintonia num bolero
Faz valsar um par!


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