por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



sábado, 19 de fevereiro de 2011

Perdas por Joao Marni de Figueiredo


O psiquiatra francês David Servan-Schreiber disse certa vez que... “se há alguma vantagem em ficar frente a frente com a morte é que se compreende quanto a vida é preciosa.” Este enfrentamento revela que não se deve desperdiçar a chance de contribuirmos de alguma forma para a existência do outro- é isso que fica depois que se vai embora! É claro que ninguém está disposto a pagar pelas alvíssaras portadas pela Senhora da Foice. Mas convivemos com ela desde o começo dos tempos, quando alguém chorou pela falta do outro ser, tão próximo e querido. O homem, ao longo da evolução, tem-se libertado- pelo conhecimento- de muitos dos medos que lhe afligem, tais como os ligados aos fenômenos naturais: raios, trovões, tempestades, terremotos, vulcões, etc., mas ainda permanece hoje temerário do tempo, esse bicho que tudo come, esse monstro que irá tragando para sua enorme pança a quem amamos e até nossas lembranças. Aprendemos o que há de irremissível nas perdas, nas separações. Sabemos que não mais ficaremos juntos e que, separados pelo tempo, cada um de nós terá digerido a ausência. A todo instante naufragamos no mar desse tempo, entre as ondas de ganhos e perdas de todo dia, até percebermos estarmos sozinhos e ao abandono; trancados, mesmo do lado de dentro da vida, que é curta e, enquanto choramos, ela se vai, e finda também para nós.

Devemos ter pena da alma de cada um, ainda não chamada, que se debate para a vida. Então é suspirar, erguer-se, banhar o triste corpo, porque a alma não carece de banho, mas de luz!

Reflitamos sobre a razão pela qual no álbum da família não há fotos dos momentos de tristeza. Talvez seja um apelo para que sigamos em frente, mesmo que aquela SOMBRA continue a nos assombrar "per omnia saecula".

Jamais compreenderemos inteira e definitivamente os mistérios que envolvem o começo e o fim das vidas, nem os motivos que possam explicar serem elas breves ou longevas... Apenas surgem e se acabam, impondo um ultimato ao homem para que não se veja grande. O que permanece de positivo para a humanidade são as atitudes de cada um de nós em prol do outro. Isso os homens poderão também julgar, mas apenas Deus assina

Um comentário:

socorro moreira disse...

Perdas !!!
- São as nossas dores inúteis, uma vez que ganhamos ricas aprendizagens.
Mas que doi, doi!!!

Abraços.
Saudades de vocês.
Até breve !