No faz de conta da vida
eu faço a conta do mês
sobra um bocado de prosa
e uns trocados de rima
pra feira do outro mês.
Na conta dos meus amores
o vermelho é bem pintado
mas no azul dos meus sonhos
meu amor é desenhado
Ficam na ponta das nuvens
as contas do meu rosário.
E no ajustar destas contas
o dito é bem delegável
Mas se promessa é dívida
Tô me sentindo afogada
Amasso o papel da conta,
ou faço um barco na praia,
pra minha prosa remar ?
Conta do verbo contar
Conta do verbo narrar
Conta que aprendi a somar
conta que aprendi a gastar
Mas duvido que uma conta
eu não consiga pagar !
As contas do outro mundo
eu fecho os olhos, e penso
Se Deus é tão complacente
já descontou dividendos
e quando o dia chegar
meu juízo é quem dirá
se o pagamento no céu
é uma conta perdoada
E se arrependimento matar
eu vou continuar bem viva
pra pecar mais um bocado !
socorro moreira
Alegria do pecado às vezes toma conta de mim
E é tão bom não ser divina
Me cobrir de humanidade me fascina
E me aproxima do céu
Moska e Zélia Duncan
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