por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



domingo, 11 de setembro de 2011

Seresta - Por Socorro Moreira



Noite  quieta e nostálgica.
Minha avó, meu pai, cantavam muito quando estavam tristes , quando perdiam algo - " quem canta seus males espanta". Até pensei em "canto triste " de Edu Lobo. Mas hoje é o dia da seresta.
Quisera que o Crato reunisse sempre , na praça, em qualquer uma delas, um grupo de seresteiros. Essa programação acabou faz tempo. Os bares aboliram a música de seresta. A gente que gosta foi ficando em casa, e o pessoal jovem, na sua maioria, não a suporta.
Vale lembrar alguns dos nossos bons e inesquecíveis seresteiros : Vicente Padeiro, Fernando , Célio Silva, Siebra, Reinaldo Cangalha, Correinha, Audísio Teles, Lira, Zé dos Prazeres, Flaviano Calou,Fernando Calou, Picha, Gilberto Pinheiro, Ana Neri de Joaquim Patrício , Socorro Alencar,Gilberto Milfont, Zé Flávio Teles,Geraldo Maia, Francisco Peixoto, Orlando Peixoto, e tantos outros !
Minha geração ( Jovem- Guarda) , gozou as influências da música de seresta ( graças a Deus !).
Antigamente, se eu passasse num lugar, e um grupo estivesse tocando violão, eu parava, entrava na roda, e só desistia, quando guardavam os instrumentos. E foi bem assim, em todos os lugares por onde morei, andei. Automaticamente, a gente internalizou o repertório. O que alguém tocasse, a gente sabia acompanhar ( com ou sem afinação), aplaudindo entusiasticamente , e extrapolando a emoção.
Meu pai foi um grande seresteiro( Alfredo Moreira Filho- Moreirinha). Conquistou a minha mãe cantando na sua janela, as músicas da época. Foi nesse tempo talvez, que a minha alma escolheu o pai , que ela queria ter. Vida boa : rua, madrugada, violão, canto e paixão. Ora, ora...
Ainda gosto !
Minha rua é bem curtinha. São poucos os moradores. Hoje ela está saudosa , lacrimejosa , e cala o assobio.Não dá pra cantar com um nó na garganta , e uma saudade grande , entalada no peito.
Mas, cantar é preciso !



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