por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



segunda-feira, 27 de junho de 2011


o coqueiro coqueirando
as manobras do vermelho
no branqueado do azul
Guimarães Rosa

outrarte
o ouro esboço
do crepúsculo
Guimarães Rosa

e um vaga-lume
lanterneiro que riscou
um psiu de luz
Guimarães Rosa

o arrozal lindo
por cima do mundo
no miolo da luz
Guimarães Rosa



tênue tecido alaranjado
passando em fundo preto
da noite à luz
Guimarães Rosa


tatalou e caiu
com onda espiralada
fragor de entrudo
Guimarães Rosa

mar não tem desenho
o vento não deixa
o tamanho...
Guimarães Rosa



verdes vindo à face da luz
na beirada de cada folha
a queda de uma gota
Guimarães Rosa



o bambual se encantava
parecia alheio
uma pessoa
Guimarães Rosa

sussurro sem som
onde a gente se lembra
do que nunca soube
Guimarães Rosa




alvor
avançavam parados
dentro da luz
Guimarães Rosa

entre as folhas
de um livro-de-reza
um amor-perfeito cai
Guimarães Rosa

os aloendros
em fila
nos separavam do mundo
Guimarães Rosa



na barra sul do horizonte
estacionavam cúmulus
esfiapando sorveret de coco
Guimarães Rosa



Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa.
Guimarães Rosa



Viver é etecetera.
Guimarães Rosa

Felicidade se acha é em horinhas de descuido
Guimarães Rosa

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