por José do Vale Pinheiro Feitosa




Viva junto à alma mais próxima e compreenda que a proximidade é a medida da distância. Que a distância que os separa é este movimento maravilhoso da matéria e da energia. A maravilha é apenas esta surpresa porque esta proximidade é tão diminuta entre os dois e é a inesperada distância.

José do Vale P Feitosa



quarta-feira, 18 de maio de 2011

WOODSTOCK - por José do Vale Pinheiro Feitosa



Se foi maior, durou menos. Mas existe esta incoerência no cotidiano burguês. Troca-se a radicalidade da árvore principal por alguns galhos desfolhados como sua vida tediosa. E mesmo que o tempo passe: não devemos confiar em pessoas com mais de trinta anos.

Venderam seu tempo em forma de trabalho. Viciados, dependentes, são capazes de matar por um copo de coca cola se não estiver bem gelada. Se as luzes das vitrines não seduzirem seu olhar ao menos uma vez por semana, a infelicidade do mundo baixo como um fumo negro.

Alguns dias. O desafio à guerra; cuspo no olho do teu consumo; resisto às tuas regras cínicas; nego teus filmes, tuas músicas, teus texto, tua poesia. Se a Caterpillar que desmonta teu morro de certezas ainda não o pôs abaixo, é que a lâmina que arrasta tuas entranhas leva tempo até consumir-se.

Um minuto ao invés de um século. Sessenta segundos de intenso mergulho no vazio do edifício que tomas por civilização ao invés de milhares de horas na praça de alimentação cercada de Hambúrguer. Gosto de pipoca, olfato de ketchup, tato de jujuba, escuta de roleta, a estética das rugas que sustentam o botox.

E quando revi tuas imagens, gastas, desbotadas, toda a energia do intenso relampejou por um breve tempo. Como breves foram tuas vidas, a rebeldia, a profunda negação daquele megassismo em alguns hectares nos arredores de N. York.

Como Che Guevara aquela geração se não morreu fisicamente no intenso que não dura, pouco depois foi enforcada com a gravata de algum escritório clean das ruas da América. E hoje, se vivos estiverem, estão em algum zoológico das espécies em extinção ou se tornaram zumbis com frases soltas de recordação.

Afinal não é da idade. É a intensidade. Se uma pessoa com mais de trinta anos não era confiável, menos ainda os menores de trinta dos tempos de agora.
Postado por José do Vale Pinheiro Feitosa às 22:07 1 comentários
Crônica para você – Por Claude Bloc
Quando somos jovens achamos muitas vezes que tudo é tão difícil! Primeiro vem o sonho. Nunca sabemos se aos poucos conseguiremos realizá-lo, mas por alguma razão desconhecida continuamos sonhando.
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A seguir, vem uma série de artifícios e processos, como, por exemplo, o questionamento dos outros sobre nossa escolha sobre o futuro, vem a expectativa dos nossos pais, e principalmente, aquela perguntinha martelando na nossa cabeça: “será que vou conseguir”? Não sabemos, portanto, a esta altura, que esta será uma pergunta constante durante o restante de nossa vida.
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Aí, então, começam as renúncias, que se estendem pela vida a fora: desde festas e passeios até falta de atenção à família, aos amigos, à/ao namorada/o…mas sempre há motivos de renúncia. (Ou não!). No final das contas todos nós podemos escolher, e é justamente quando o cansaço bate, quando a mente está já tão cheia de informações e de conhecimentos, quando não conseguimos aprender mais nada (mas não largamos o livro), quando todos reclamam que estamos estressados... sim, é nesses momentos que alguma escolha é feita.

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